Na parte da tarde o Papa deixou a Nunciatura apostólica onde transferindo-se para a catedral greco-Melquita de S. Jorge da capital da Jordânia onde presidiu a celebração de vésperas com sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas e movimentos eclesiais.
A “riqueza das tradições litúrgicas” das Igrejas orientais, no interior da única Igreja de Cristo, foi sublinhada por Bento XVI na homilia da celebração de Vésperas, na catedral greco-melquita de Amã.
Tendo saudado os líderes das diversas Igrejas – para além da Greco-melkita, a Maronita, Síria, Arménia, Caldeia e Latina - assim como os representantes do respectivo clero, congregações religiosas, seminários e movimentos eclesiais, afirmou Bento XVI:
“A própria Igreja é um povo de peregrinos. Como tal, através dos séculos, foi marcada por acontecimentos históricos determinantes e por épocas culturais de importância. Infelizmente, houve por vezes acesas disputas teológicas e períodos de repressão. Mas houve também momentos de reconciliação (que reforçaram maravilhosamente a comunhão da Igreja) e tempos de florescentes renovações culturais em que os cristãos do Oriente deram um amplo contributo.
No seio da Igreja universal, as Igrejas particulares atestam o dinamismo da sua peregrinação terrena e oferecem a todos os membros da comunidade dos crentes um tesouro de tradições espirituais, litúrgicas e eclesiais que põem em relevo a bondade universal de Deus e o seu desejo, comprovado através da história, de os introduzir a todos na sua vida íntima”.
“O antigo tesouro vivo das tradições das Igrejas Orientais – prosseguiu o Papa – enriquecem a Igreja universal e nunca poderão ser entendidas como mero objecto a preservar passivamente. A maioria destas Igrejas – observou – têm uma ligação directa com a Igreja Madre de Antioquia – onde pela primeira vez os discípulos de Jesus foram designados como “cristãos” – e as respectivas comunidades mantêm as suas raízes no Médio Oriente.
“Sem dúvida que a face pública da vossa fé cristã não se limita à solicitude espiritual que tendes uns para com os outros e em relação ao vosso próprio povo, por muito essencial que isso seja. Pelo contrário, as vossas muitas obras de caridade universal estende-se a toda a população da Jordânia – muçulmanos ou de outras religiões – e ainda aos muitos refugiados que este reino acolhe tão generosamente”.
A concluir, Bento XVI deixou a todos os presentes, nomeadamente aos mais jovens e a todos os que vivem um período de formação para a vida religiosa ou sacerdotal - uma palavra de encorajamento:
“Guiados pela luz do Senhor ressuscitado, inflamados pela sua esperança e revestidos da verdade e do amor, o vosso testemunho há-de levar abundantes bênçãos aos que encontrardes no vosso caminho. Isto vale também para todos os jovens jordanos: não tenhais medo de oferecer o vosso contributo sapiente, ponderado e respeitoso à vida pública do país. A voz autêntica da fé leva sempre consigo integridade, justiça, compaixão e paz”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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