No próximo Domingo, 26 de Abril, às 10 horas da manhã, na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI presidirá à canonização de cinco beatos: dois italianos, duas italianas e um português: - o padre Arcangelo Tadini, fundador das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré; - o abade Bernardo Tolomei, fundador da Congregação de Santa Maria de Monte Oliveto, da Ordem de São Bento; - a irmã Geltrude Comensoli, fundadora do Instituto das Irmãs Sacramentinas; - a irmã Caterina Vopicelli, fundadora da Congregação das Servas do Sagrado Coração; e – finalmente - o donato carmelita Nuno de Santa Maria, Beato Nuno, D. Nuno Álvares Pereira, que os portugueses há muito se tinham habituado a tratar como “o Santo Condestável”.
Oitavo santo português canonizado, a vida de Nuno de Santa Maria tem a particularidade de se encontrar intimamente relacionada com a História de Portugal, a sua independência e consolidação da nacionalidade.
Nascido a 24 de Junho de 1360, o novo santo foi um dos portugueses que mais profundamente marcaram a história do país. Adquiriu o título de «Condestável do Reino» devido aos méritos na guerra de 1385 entre Portugal e Castela. Falecido em 1431, no convento do Carmo de Lisboa, sabe-se que o rei D. Duarte logo em 1437 (apenas seis anos após a sua morte), pediu que se organizasse o seu processo de canonização.
Contudo, por variadas razões, o processo não teve o andamento desejado. Somente nos fins do século XIX, as diligências ganharam novo fôlego com as instâncias do Postulador Geral da Ordem dos Carmelitas. Em 1894, o então Cardeal Patriarca, D. José Sebastião Neto, nomeou juiz da causa o arcebispo de Mitilene, D. Manuel Baptista da Cunha, futuro arcebispo de Braga. Dadas as vicissitudes dos últimos tempos da Monarquia e princípios da República, o processo só terminou no tempo do Patriarca D. António Mendes Belo. Enviado o processo para Roma, e feitas as diligências na Sagrada Congregação dos Ritos (actual Congregação para as Causas dos Santos), Bento XV, em 23 de Janeiro de 1918, confirmava o culto prestado a Nun´Álvares, inscrevendo-o no número dos beatos.
A beatificação do santo condestável trouxe um grande incremento no seu culto. Em todas as dioceses começou a celebrar-se a sua festa litúrgica, a 6 de Novembro. Nas comemorações do VIII centenário da fundação da nacionalidade, em 1940, o governo e os bispos portugueses pediram ao Papa que se retomasse a causa da canonização do Beato Nuno. Pio XII satisfez o pedido através de um decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, com data de 28 de Maio de 1941. Mas ainda aí o processo de canonização do Beato Nuno não avançou. Foi reaberto a 13 de Julho de 2003, nas ruínas do Convento do Carmo, com sessão presidida por D. José Policarpo. O cardeal Patriarca definiu nessa celebração o Beato Nuno de Santa Maria como um modelo a seguir por todos os que exercem funções de responsabilidade. “Ele é um exemplo de um cristão que exerceu as suas missões civis com a coerência de um cristão” – sublinhou.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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