A denúncia dos erros é importante, mas não é suficiente para corrigir. Porque a correcção implica sempre a pessoa e o seu coração e não é um conjunto de regras que muda o coração.
A propósito da crise financeira mundial e das injustiças que provoca, Bento XVI disse, recentemente, num encontro com párocos de Roma, que é preciso denunciar com valentia os graves erros que resultam da avareza – a idolatria do dinheiro. Mas é preciso fazê-lo de modo concreto e sem moralismos. Porque os grandes moralismos (“tem que se fazer isto, não se pode fazer aquilo”…) ou seja, o debitar um mero conjunto de regras éticas desgarradas da realidade, de nada serve.
Explica o Papa que a denúncia dos erros é importante, mas não é suficiente para corrigir. Porque a correcção implica sempre a pessoa e o seu coração e não é um conjunto de regras que muda o coração. Sejamos pois realistas.
Afinal, a macro-economia acaba por atingir o mais simples cidadão (que sofre agora as consequências de tantos erros cometidos na alta finança).
E o mesmo acontece com a justiça: ela não se consolida apenas com bons modelos económicos, ainda que necessários. Para haver justiça, é preciso haver pessoas justas. Por muito perfeitas que sejam as leis, não haverá justiça sem justos. E os justos são os que aceitam – dia após dia - converter o seu coração.
O desafio está, pois, ao alcance de todos.
Aura Miguel
(Fonte: site RR)
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