Lembro-me como se fosse hoje. Estava eu a dar os primeiros passos de jornalista e – no intervalo de um encontro na Universidade Católica - cruzei-me com D. António dos Reis Rodrigues. Cumprimentei-o como uma jovem no início de carreira cumprimenta uma pessoa importante, consciente de estar a falar com um homem de grande cultura, um bispo sábio, com idade de ser meu avô.
Alheio a esta desproporção, D. António Rodrigues mostrou-se logo disponível.Com aquele olhar penetrante que o definia, interessou-se pelo que eu fazia e, durante todo o intervalo, caminhámos lado a lado no parque de estacionamento, a conversar sobre a Igreja e os desafios da modernidade.
Várias vezes voltámos a falar. A sua paternidade reflectia-se numa palavra certeira, num bilhete pessoal que tantas vezes escrevia, na sua presença discreta como um simples fiel para assistir a conferências, na lucidez com que formulava um juízo.Foi graças a ele que aprendi a amar a Igreja e a importância de ser jornalista.
Aura Miguel
(Fonte: site RR)
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