Do lado de lá da máquina profissional que corre no carril está o meu marido, o realizador. Eu tenho de ser a autora por momentos. Digo uns disparates, tiro os sapatos e tento manter-me quieta, apesar das dores nas costas. Leio partes do livro novo. Volto a ler. E mais uma vez. Escolho excertos ao acaso. O livro tem demasiados diálogos. Os diálogos são uma forma poderosa de caracterizar os personagens. Este livro chama-se No Silêncio de Deus e estará lá fora a partir de 15 de Setembro. Não sei contar a história. É sobre a urgência de ensinar a bondade. Sobre um escritor, Manuel Guerra, que se torna melhor. Sobre a generosidade de uma prostituta. Sobre uma jornalista que não sabe onde se procurar. É um livro sobre tudo, com inúmeras histórias lá dentro, como é a vida das pessoas.Durante um ano vivi com o Manuel Guerra na minha cabeça. Sonhava com o livro. Cada vez que me sentava para escrever ficava à espera para ver se conseguia lá chegar. O "lá" é um local indefinido, reparem. Agora o livro está aí. Vamos ver o que acontece.Talvez alguém se comova e termine de ler com uma ideia melhor sobre a vida. Era bom.
(A foto capa edição portuguesa é de Claúdio de Garrudo)
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