O Papa fez notar que o testemunho cristão é oferecido a um mundo que, sob muitos aspectos, é frágil: feridas que afectam a unidade da criação… relações humanas em crise… uma sociedade afectada por um processo de fragmentação relativista… ignorando aqueles princípios que nos tornam capazes de viver e crescer na unidade, na ordem e na harmonia”.
Como sermos testemunhas num mundo tão complexo e fragmentado? – interrogou-se Bento XVI, logo observando: “A unidade e a reconciliação não se podem alcançar apenas através dos nossos esforços. Deus fez-nos uns para os outros e só em Deus e na sua Igreja podemos encontrar aquela unidade que procuramos”.
Como sermos testemunhas num mundo tão complexo e fragmentado? – interrogou-se Bento XVI, logo observando: “A unidade e a reconciliação não se podem alcançar apenas através dos nossos esforços. Deus fez-nos uns para os outros e só em Deus e na sua Igreja podemos encontrar aquela unidade que procuramos”.
É grande – e diversificada - a tentação de avançar sozinhos. “Perante as imperfeições e desilusões individuais e institucionais, somos por vezes tentados a construir – artificialmente - uma comunidade perfeita, uma unidade perfeita, uma utopia espiritual. É uma velha tentação, na história da Igreja.
“As tentativas de construir desse modo a unidade, na realidade minam-na! Separar o Espírito Santo de Cristo presente na estrutura institucional da Igreja comprometeria a unidade da comunidade cristã, que é precisamente dom do Espírito(…).
A unidade faz parte da essência da Igreja: é um dom que há que reconhecer e apreciar. Esta noite, rezemos pelo nosso propósito de cultivar a unidade: contribuir para ela e resistir a todas as tentações de desertarmos. O que podemos oferecer ao mundo é precisamente a amplitude, a perspectiva larga da nossa fé – firme e ao mesmo tempo aberta, consistente mas dinâmica , verdadeira mas sempre em vias de ulterior aprofundamento!
”Bento XVI exortou os jovens a colocar-se à escuta da “voz concorde da humanidade”, para além de todas as dissonâncias e rumores. De todos os sofrimentos e acontecimentos, de todas as partes se eleva um “mesmo grito humano que aspira a um reconhecimento, a uma pertença, à unidade”. Será precisamente o Espírito Santo a ajudar a escutar em profundidade, indo para além das visões parciais, da utopia vã, da precariedade fugaz… Poder-se-á assim “oferecer a coerência e a certeza do testemunho cristão”.
Passando depois a referir outro aspecto da realidade do Espírito Santo – Espírito Criador… que dá a vida, o Papa observou que é o Espírito Santo “que nos conduz mesmo até ao coração de Deus”. “Quanto mais consentirmos ao Espírito Santo que nos guie, tanto maior será a nossa configuração a Cristo e mais profunda a nossa imersão na vida de Deus uno e trino”. “Deus está connosco, não na fantasia, mas na realidade da vida. O que temos de procurar é enfrentar a realidade, não fugir dela. Por isso, o Espírito Santo atrai-nos delicada mas resolutamente para aquilo que é real, duradouro, verdadeiro. É o Espírito que nos reconduz à comunhão com a Trindade Santíssima”.
Referindo depois, de modo simples e muito sugestivo, a sua própria descoberta progressiva da importância e do lugar do Espírito Santo na fé e na vida cristã, Bento XVI foi levado a mencionar a evolução realizada por Santo Agostinho, observando que foi a sua experiência do amor de Deus presente na Igreja que o levou a procurar a sua fonte na vida de Deus uno e trino”.
“Isto fê-lo chegar a três intuições particulares relativas ao Espírito Santo enquanto vínculo de unidade no seio da Santíssima Trindade: unidade como comunhão, unidade como amor duradouro, unidade como dador e dom. Estas três intuições não são meramente teóricas; ajudam a explicar como age o Espírito. Num mundo em que tanto os indivíduos como as comunidades sofrem muitas vezes por falta de unidade e coesão, tais intuições ajudam-nos a permanecer sintonizados com o Espírito e a alargar e esclarecer o âmbito do nosso testemunho.”
“Inspirados pelas intuições de Santo Agostinho, fazei com que o amor unificante seja a vossa medida; o amor duradouro seja o vosso desafio; o amor que se dá a vossa missão.
”Quase a concluir, o Papa recordou os jovens que na Missa de domingo receberão o Sacramento da Confirmação. Recebendo o dom do Espírito Santo, serão chamados a testemunhá-lo, como todos nós, na vida de cada dia. E deixou esta exortação:
“Como a Igreja realiza a sua viagem juntamente com a humanidade inteira, assim também vós sois chamados a exercitar os dons do Espírito nos altos e baixos da vida diária. Fazei com que a vossa fé amadureça através dos vossos estudos, trabalho, desporto, música, arte. Procurai que seja sustentada por meio da oração e alimentada através dos sacramentos, para deste modo se tornar fonte de inspiração e de ajuda para quantos vivem ao vosso redor…
…Estar verdadeiramente vivos é ser transformados a partir de dentro, permanecer abertos à força do amor de Deus. Acolhendo a força do Espírito Santo, podereis também vós transformar as vossas famílias, as comunidades, as nações. Libertai estes dons. Fazei com que a sabedoria, o entendimento, a fortaleza, a ciência e a piedade sejam os sinais da vossa grandeza.
”Depois deste discurso foram apresentados os 24 candidatos ao Sacramento da Confirmação que terá lugar neste Domingo durante a Missa conclusiva da jornada mundial da juventude.
Esta vigília de oração do Papa com os jovens neste sábado, no hipódromo de Randwick concluiu-se com a adoração Eucarística, e as saudações de Bento XVI em varias línguas.
Meus queridos amigos, recebei o Espírito Santo, para serdes Igreja! Igreja quer dizer todos nós unidos como um corpo que recebe o seu influxo vital de Jesus ressuscitado. Este dom é maior que os nossos corações, porque brota das entranhas da Santíssima Trindade. Fruto e condição: sentir-se parte uns dos outros, viver em comunhão. Para isso, jovens caríssimos, acolhei dentro de vós a força de vida que há em Jesus. Deixai-O entrar no vosso coração. Deixai-vos plasmar pelo Espírito Santo.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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