São chamadas assim as cartas ao Gálatas, 1ª e 2ª aos Coríntios, e aos Romanos, escritas todas durante a terceira viagem missionária (Primavera do ano 53 à Primavera do ano 58). Hoje ninguém discute a autenticidade paulina delas. É inquestionável a unidade de doutrina, estilo e mentalidade, e transparece em todas a forte personalidade de São Paulo.
Gálatas
Comummente data-se do ano 54 ou 55, durante a longa estada do Apóstolo em Éfeso. Já dissemos, que alguns poucos, não põem de parte certa possibilidade de que tivesse sido escrita em Antioquia da Síria, no ano de 49, pouco antes do concílio apostólico de Jerusalém. Um ou outro autor atrasa-a até ao ano 57, por sua doutrina ser semelhante à dos Romanos, inclusivamente como que um primeiro esboço desta.
O tema principal é a doutrina da liberdade dos cristãos relativamente ao cumprimento das complexas prescrições da Lei moisaica e dos seus complementos acrescentados pela tradição dos Escribas. Tratava-se da controvérsia com um sector de cristãos procedentes do judaísmo, que pensavam era necessária tal observância para a salvação, e que fazia pressão sobre os fieis da Galácia. São Paulo expõe com absoluta firmeza a liberdade cristã a esse respeito, doutrina, por outro lado, já estabelecida a instâncias suas pelo concílio apostólico de Jerusalém uns cinco anos antes. A controvérsia com os «judaizantes» oferece ocasião ao Apóstolo para explicar o valor redentor da Paixão de Cristo, em cuja obra salvífica nos inserimos, nós os Cristãos, pela fé e pelo Baptismo, com absoluta independência da Antiga Lei, já caducada na nova etapa da Salvação.
(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 437) Continua
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