Perante o desespero de muitos e a dificuldade de satisfazer a ambição de riqueza de outros, as crises económicas são campo ideal para o nascimento de esquemas de geração de dinheiro fácil. Especuladores e gente sem escrúpulos vivem nas crises os seus melhores momentos.Neste quadro, as notícias surgidas no final da semana sobre o facto haver uma espécie de novas “Donas Brancas” do jogo não traria nada de novo.Novo é só o facto dessas “correntes”, ou “bolhas”, como os jogadores lhe chamam, se estar a generalizar à classe média/alta, com apostas de 50 euros para ganhar 400 a crescerem para dez mil euros para ganhar 80 mil.Alguns estarão já mesmo “viciados” e fascinados com os ganhos obtidos, subindo a parada das apostas. Os encontros entre apostadores são rodeados de todos os cuidados. Compram-se telemóveis que servem exclusivamente para marcar os encontros. Estes realizam-se em locais públicos. As apostas são feitas em notas, para não deixar rasto. Compram-se cofres para guardar os ganhos… Conhecem-se os relatos dos jogadores pelos jornais.E que dizem os agentes de justiça? Dos Magistrados do Ministério Público aos funcionários de Investigação Criminal? Que não sabem se é crime e que é preciso fazer um estudo aprofundado para o saber. Aqui, sim, abre-se a boca de espanto. Não sabem? Onde estão os impostos devidos por essas mais-valias? Para que serve a lei do jogo? Os ganhos de jogo já não são tributados? Nos países nórdicos, onde fugir ao fisco é visto pela sociedade como sinónimo de ROUBAR, não haveria dúvidas. Por cá, este tipo de dúvidas explica boa parte do nosso atraso.
Graça Franco
(Fonte: site RR)
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