Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

«Comunhão e Libertação» - 800 mil pessoas debateram certezas da existência


Iniciativa organizada pelo movimento católico «Comunhão e Libertação» reflectiu sobre a importância de Deus numa sociedade em crise

O 32º Encontro de Amizade entre os Povos, que terminou este sábado na cidade de Rimini, no centro-norte de Itália, permitiu a partilha de experiências de vida e de fé entre mais de 800 mil pessoas, de 38 nacionalidades.

Em entrevista à agência Zenit, publicada esta quarta-feira, a presidente do comité organizador do evento mostrou-se satisfeita com a adesão que teve esta iniciativa, promovida pelo movimento católico “Comunhão e Libertação” e onde se abordou a importância de Deus numa sociedade em crise.

“Encontrámos pessoas vindas de todas as partes do mundo que mostraram a forma como a força da sua fé lhes permite enfrentar os problemas com um positivismo surpreendente”, sublinhou Emilia Guarnieri.

Aludindo ao tema deste ano, “e a existência torna-se numa certeza imensa”, aquela responsável destacou o “testemunho forte” dado não só por “leigos e eclesiásticos” mas também por “líderes políticos e empresários”.

O exemplo foi dado pelo presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, que logo na sessão de abertura incentivou os jovens a “falarem a linguagem da verdade”.

“Em tempos de incerteza, vocês carregam um desejo de certeza, representam um recurso humano para o nosso país que devem fazer valer ainda mais”, defendeu.

Preenchido com mais de 113 encontros, 10 exposições, 26 espetáculos, o 32º Encontro de Amizade entre os Povos refletiu sobre a realidade italiana e a conjuntura internacional, a partir de exemplos passados e presentes.

Trabalharam no evento cerca de quatro mil voluntários, na sua grande maioria italianos.

A 33ª edição do certame, entre 19 e 25 de agosto de 2012, vai ser dedicada ao tema “A natureza do Homem e a sua relação com o infinito”.

JCP

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Händel: Worthy is the Lamb that was slain & Amen (Messiah, HWV 56)

“Recomeçar de novo!”


O convencimento da tua "massa ruim" – o conhecimento de ti próprio – dar-te-á a reacção sobrenatural que fará enraizar cada vez mais na tua alma a alegria e a paz perante a humilhação, o desprezo, a calúnia... Depois do "fiat" – Senhor, o que Tu quiseres! –, o teu raciocínio nesses casos deve ser: "Só disseram isso? Vê-se que não me conhecem; de outro modo não teriam ficado por aí". Como estás convencido de que mereces pior tratamento, ficarás grato àquela pessoa, e alegrar-te-ás com o que faria sofrer outro. (Sulco, 268)

Estamos a experimentar constantemente a nossa ineficácia. Mas, às vezes, parece que todas estas coisas se juntam e se nos manifestam com um relevo maior, para que nos apercebamos de quão pouco somos. Que fazer?

Expecta Dominum, espera no Senhor; vive de esperança, sugere-nos a Igreja, com amor e com fé. Viriliter age , porta-te varonilmente. Que importa que sejamos criaturas de lodo, se temos a esperança posta em Deus? E se alguma vez a alma sofre uma queda, um retrocesso – não é necessário que isso aconteça – aplica-se-lhe o remédio, como se procede normalmente com a saúde do corpo, e recomeça-se de novo!

(...) Perante as nossas misérias e os nossos pecados, perante os nossos erros – mesmo que sejam, pela graça de Deus, de pouca monta – recorramos à oração e digamos ao nosso Pai: Senhor, na minha pobreza, na minha fragilidade, neste meu barro de vasilha quebrada, põe-me, Senhor, uns gatos e – com a minha dor e o Teu perdão – serei mais forte e mais gracioso do que dantes! Uma oração consoladora para a repetirmos quando se parta este nosso pobre barro. (Amigos de Deus, 94–95)

São Josemaría Escrivá

Bento XVI na audiência geral de hoje: Arte é «porta aberta para o infinito»


O Papa destacou nesta quarta feira a importância da arte nas emoções e na espiritualidade, tendo salientado que ela “é como uma porta aberta para o infinito, rumo a uma beleza e uma verdade que vão para além do quotidiano”.

“Uma obra de arte é o fruto da capacidade criativa do ser humano, que se interroga diante da realidade visível, procura desvelar o sentido profundo e comunicá-lo através da linguagem das formas, das cores, dos sons”, afirmou Bento XVI .

Na audiência semanal concedida aos peregrinos reunidos no exterior da residência pontifícia de Castelgandolfo, próximo de Roma, o Papa sublinhou o poder de expressões artísticas como a escultura, pintura, poesia e música para despertar uma “emoção íntima” e “uma sensação de alegria”.

Perante as obras de arte cada pessoa percebe que diante de si não está “apenas matéria, um fragmento de mármore ou de bronze, uma tela pintada, um conjunto de letras ou um amontoado de sons, mas qualquer coisa de maior, qualquer coisa que ‘fala’, capaz de tocar o coração, de comunicar uma mensagem, de elevar a alma”, referiu.

Depois de acentuar a vertente emocional, o Papa centrou-se na capacidade da arte para “abrir os olhos da mente e do coração” para o transcendente: “Quantas vezes as expressões artísticas são ocasião para nos recordarmos de Deus, para ajudar a nossa oração ou para a conversão do coração”.

Bento XVI falou de “expressões artísticas que são verdadeiras estradas para Deus”, tornando-se uma ajuda a crescer “na relação com ele, na oração”, mediante peças “que nascem da fé e exprimem a fé”.

“Quando visitamos uma catedral gótica – exemplificou – somos arrebatados pelas linhas verticais que se definem para o céu e atraem para o alto o nosso olhar e o nosso espírito, enquanto que ao mesmo tempo nos sentimos pequenos e todavia desejando a plenitude”.

A mesma inclinação ocorre ao escutar um trecho de música sacra, em que a alma “torna-se como que dilatada e é ajudada a dirigir-se a Deus”, ou quando as pinturas que manifestam a “fé do artista” fazem crescer o “desejo de atingir a fonte de toda a beleza”.

Após citar o pintor Marc Chagall (1887-1985), que recordou a inspiração criativa proporcionada pelo “alfabeto colorido" da Bíblia, o Papa recordou a conversão do poeta, dramaturgo e diplomata francês Paul Claudel, sucedida em 1886 na basílica parisiense de Notre Dame, durante a missa de Natal.

Ao escutar o canto do Magnificat, lembrou Bento XVI, o pensador apercebeu-se da presença divina, ele que “não entrou na igreja por causa da fé mas para procurar argumentos contra os cristãos, e em vez disso a graça de Deus operou no seu coração”.

A alocução terminou com um apelo para que as visitas aos “tesouros artísticos” não sejam “somente ocasião de enriquecimento cultural, mas “também momentos de graça”.

Na saudação em língua portuguesa Bento XVI endereçou “uma cordial saudação de boas-vindas para todos, nomeadamente para os fiéis da diocese de Viseu”.

Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos, nomeadamente para os fiéis da diocese de Viseu. Procurai descobrir na arte religiosa um estímulo para reforçar a vossa união e o vosso diálogo com o Senhor, através da contemplação da beleza que nos convida a elevar o nosso íntimo para Deus. E que Ele vos abençoe. Obrigado!

Rádio Vaticano

O Papa recorda aos seus ex-alunos que só Deus acalma a sede dos homens


O Papa Bento XVI reuniu-se com seus ex-alunos ao finalizar o tradicional seminário de verão em Castelgandolfo do chamado "Ratzinger Schülerkreis" e recordou-lhes que Deus é a água viva que acalma a sede dos homens.

O seminário realizou-se entre os dias 25 e 28 de agosto sob o tema "A Nova Evangelização", no contexto da instituição feita por Bento XVI do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

No domingo 28 de agosto, no Centro Internacional Mariapolis, Bento XVI celebrou a Santa Missa com os docentes, párocos, religiosos, religiosas e leigos participantes do seminário, aos quais recordou uma leitura do livro do Profeta Jeremias: "Minha alma tem sede do Deus vivente; como terra deserta, árida, espera a ti, Deus vivente".

Além disso, Bento XVI assinalou que é necessário orar ao Senhor, pois "nos momentos de ausência de Deus, quando a terra das almas é árida e as pessoas ainda não sabem de onde vem a água viva".

"Que a todos aqueles que procuram em outro lugar a água viva, mostre que tal água é Ele mesmo", acrescentou.

Bento XVI, também animou seus ex-alunos a rezar pelos jovens, para "que a sede de Deus siga viva neles e reconheçam onde se encontra a resposta".

Finalmente, recordou que "Deus é, Deus está presente, e Ele é a realidade grande, plena, que todos esperamos".

"Peçamos a Deus que nos perdoe, nos renove com a água viva de seu Espírito, e nos conceda celebrar dignamente os sagrados Mistérios", concluiu.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)

Bento XVI: Sem missa não há «verdadeiros cristãos»

Papa nomeia representantes para sexto centenário do milagre de Ludbreg, congresso eucarístico italiano e mil anos da abadia de Cava

Bento XVI salientou as implicações espirituais e caritativas da missa nas cartas de nomeação dos seus enviados às celebrações dos 600 anos do milagre de Ludbreg, na Croácia, e ao congresso eucarístico italiano que vai decorrer em Ancona.

“Sem a Eucaristia não podemos ser verdadeiros cristãos e a própria Igreja não pode construir-se para a salvação do homem”, escreveu o Papa no documento de nomeação do cardeal eslovaco Josef Tomko como seu delegado nas comemorações que este domingo assinalam o sexto centenário do milagre.

A 4 de setembro de 1411 um padre que presidia à eucaristia questionou em silêncio se Cristo estaria presente no pão e no vinho com que celebrava a missa, e logo após as palavras de consagração o conteúdo do cálice que tinha entre mãos transformou-se em sangue.

Na viagem à Croácia realizada a 5 de junho, Bento XVI referiu-se ao milagre que continua a produzir efeitos, de acordo com testemunhos de fiéis que ao longo dos séculos se têm afirmado curados enquanto rezam diante da relíquia com sangue.

Na missiva em que designa o cardeal transalpino Giovanni Battista Re como seu enviado ao 25.º congresso eucarístico italiano, que começa no sábado, o Papa sublinha a importância do “Sacramento da Caridade na vida e na obra de cada crente”.

O Papa, que vai estar presente no encerramento do encontro, a 11 de setembro, decidiu também fazer-se representar através do cardeal italiano Renato Raffaele Martino nas comemorações dos mil anos da abadia da Santíssima Trindade de Cava, no sul de Itália, marcadas para este domingo.

RM

(Fonte: site Agência Ecclesia)







IL DIVO - Amazing Grace HD (legendado em português)

ADULTOS NA FÉ por Joaquim Mexia Alves

Apareceram na Capela das Termas, por cima dos bancos, umas fotocópias com uma oração de intercessão a Santa Rita de Cássia.


Até aqui tudo bem, também sou devoto de Santa Rita de Cássia a quem peço muitas vezes intercessão, e de quem venero e admiro a vida de entrega total a Deus, ao longo de tantas dificuldades vividas em diversos estados de vida.


Só que no final do texto fotocopiado lá vem escrito que para o pedido ser “completo”, têm de se fazer 25 fotocópias e distribuí-las, aguardando ao terceiro dia a graça pedida, que não “pode falhar”!


Santa Rita fica nossa “refém”, bem como Deus fica “refém” de Santa Rita e de nós próprios, porque se cumprirmos com as 25 fotocópias, Deus “não tem hipóteses” de não nos conceder a graça que pedimos, precisamente ao terceiro dia, nem antes nem depois!


E como este exemplo, tantos outros, servindo-se de Santos, Santas, Anjos e até de umas “não sei quantas almas benditas”, usando anúncios em jornais, revistas, fotocópias, pagelas, sei lá o quê…


Vivemos ainda uma fé, que é “fezada”, uma vida “religiosa” do “toma lá dá cá”, do “se eu fizer isto, Deus faz-me aquilo”, do “se eu me portar bem, Deus dá-me o que preciso, seja lá o que for”, e por aí a diante…

A verdade é que muitas vezes a nossa vida espiritual, o nosso caminho para Deus, continua a ser infantil, sem conhecimento, sem razão, sem entendimento, sem entrega, fechados em nós próprios e no que queremos e desejamos, baseando-se mais no medo, na superstição, no “comércio de favores”, do que na vivência do Evangelho, que nos leva à união com Cristo, abertos aos outros irmãos, ansiando que em nós seja feita a vontade de Deus, seja ela qual for, porque será sempre a melhor para nós, para as nossas vidas.


Somos muitas vezes como uma criança que não quer crescer e que fica sempre dependente de seus pais em tudo.


Com 30 anos, por exemplo, ainda são os pais que lhe dão banho, que lhe dão de comer, que lhe lêem livros e lhe vão dizendo para que servem as coisas e como utilizá-las, porque não quis aprender a ler, porque não quis aprender nada, mas limitou-se a viver, pura e simplesmente, e assim está à mercê dos outros, os que lhe querem bem e os que lhe querem mal.


Ridículo não seria?


Mas quando procedemos assim, quando nos agarramos a estas “religiosidades” estamos a proceder de modo igual nas nossas vidas espirituais.


Deus, deu-nos a Palavra, enviou o Seu próprio Filho para no-La explicar, derramou em nós o Espírito Santo para nos iluminar, deu-nos a Igreja para nos conduzir, que nos deu o Catecismo, para além de incontáveis documentos e livros que nos mostram caminhos, modos de orar, modos de viver e celebrar a Fé no Pai Criador, no Filho Salvador, no Espírito Santificador.


E nós muitas vezes, agarramo-nos à “quantidade” das nossas orações, a “fórmulas mágicas” que serviriam para “manietar” o poder de Deus, a expressões de religiosidade pontual, por medo ou superstição, ou porque tendo cumprido os “requisitos acordados” podemos viver como quisermos, porque já “cumprimos as normas”.


«Quanto a mim, irmãos, não pude falar-vos como a simples homens espirituais, mas como a homens carnais, como a criancinhas em Cristo. Foi leite que vos dei a beber e não alimento sólido, que ainda não podíeis suportar. Nem mesmo agora podeis, visto que sois ainda carnais.» 1 Cor 3,1-2
«Que fazer, então? Rezarei com o espírito, mas rezarei também com a inteligência; cantarei com o espírito, mas cantarei igualmente com a inteligência.» 1 Cor 14,1
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É tempo de ouvirmos, de lermos, de perguntarmos, de entendermos, de vivermos empenhados naquilo em que acreditamos ou queremos acreditar.


É tempo de crescermos e sermos verdadeiros filhos de Deus, templos do Espírito Santo, pela graça do Baptismo que o Senhor nos concedeu.


E isto nada tem a ver com a religiosidade popular, expressão carinhosa, íntima e também colectiva de um povo que caminha para Deus, mas sim com crendices para que nos deixamos arrastar, sem pensarmos, sem reflectirmos, sem discernirmos, sem perguntarmos, deixando-nos conduzir para uma religiosidade fácil, mas falsa, que a nada nos conduz, antes nos deixa na ignorância e à mercê de todos aqueles que de nós se queiram servir para os seus propósitos, que nunca são bons.


Dentro das capacidades de cada um, saibamos abrir o nosso coração e a nossa inteligência à Palavra de Deus, à Doutrina da Igreja, e confiando, e esperando no amor do Pai e do Filho, deixemos que o Espírito Santo transforme e converta tudo aquilo que em nós precisa de ser mudado e que por nós próprios não conseguimos mudar.


Cresçamos assim como adultos na Fé, a fim de atingirmos a plenitude em Jesus Cristo, Senhor e Salvador dos homens.


Monte Real, 16 de Junho de 2008


Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2008/06/adultos-na-f.html

S. Josemaría nesta data em 1931

“Vejo-me Como um pobre passarinho que, habituado a voar apenas de árvore em árvore ou, quando muito, até á varanda de um terceiro andar…, certo dia da sua vida teve brios de chegar até ao telhado de certa casa modesta, que não era propriamente um arranha-céus… Mas eis que uma águia arrebata o nosso pássaro – tomando-o erradamente por uma cria da sua raça – e, entre as suas garras poderosas, o passarinho sobe, sobe muito alto, por cima das montanhas de terra e dos picos nevados, por cima das nuvens brancas e azuis e cor-de-rosa, mais alto ainda, até olhar de frente o sol… E então, soltando o passarinho, a águia diz-lhe: anda, voa… Senhor, que eu não volte a voar pegado à terra!, que seja sempre iluminado pelos raios do divino Sol-Cristo-Eucaristia!, que o meu voo não se interrompa até encontrar o descanso no Teu Coração!”, anota hoje nos seus Apontamentos íntimos.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Do Catecismo da Igreja Católica (CIC)



§ 1490. O movimento de regresso a Deus, pela conversão e arrependimento, implica dor e aversão em relação aos pecados cometidos, e o propósito firme de não tornar a pecar no futuro. Portanto, a conversão refere-se ao passado e ao futuro: alimenta-se da esperança na misericórdia divina.

Händel: Glory to God in the highest (Messiah, HWV 56)

Passo-a-rezar.net (clique no título para ouvir uma meditação, o Evangelho do dia e respectiva meditação e reflectir. Obrigado!)

«As multidões procuravam-No [...]. Mas Ele disse-lhes: 'Tenho de anunciar também às outras cidades'»

Saiba toda a alma que busca a Deus que ela foi por Ele procurada primeiro, que a buscou antes que ela O buscasse. [...] «Toda a noite procurei Aquele que o meu coração ama» (Ct 3,1). A alma procura o Verbo, mas é o Verbo Quem a procura de antemão. [...] Quando entregue a si própria, a nossa alma mais não é do que um sopro que passa e não volta (Sl 78(77),39). Escutai o que ela diz, ao longe fugitiva e à deriva: «Ando errante como ovelha perdida; vem à procura do teu servo» (Sl 119(118),176). Homem, queres voltar? Mas se isso depende da tua vontade, porque pedes auxílio? [...] É evidente que queres e não podes, pois não és mais do que um sopro que passa e não volta, e todo aquele que não quer ainda mais longe anda. [...] Mas donde lhe vem essa vontade? De que a procurou e visitou antes o Verbo, numa procura em tudo menos ociosa uma vez que lhe despertou a vontade sem a qual não poderia voltar.


No entanto, não basta que o Senhor a tenha buscado uma vez, tanta é a lassidão e tantas as dificuldades da volta. [...] «O querer está ao meu alcance, diz, mas realizar o bem, isso não» (Rm 7,18). O que busca, então, aquele que citámos no Salmo? Apenas isso mesmo: que o busquem, pois nunca tal faria se não fosse de antemão buscado e, por conseguinte, não recomeçaria a sua busca se o tivessem suficientemente buscado.


São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, nº 84, 2-3


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Do Evangelho de hoje

Mas Ele disse-lhes: «É necessário que Eu anuncie também às outras cidades a boa nova do reino de Deus, pois para isso é que fui enviado». E andava pregando nas sinagogas da Judeia. (Lc 4, 43-44)
Leitura completa - Lc 4, 38-44

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bento XVI analisa quem poderá vir a ser o próximo Perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé, função que ele próprio exerceu durante 24 anos (vídeos em espanhol e inglês)

“Que tal andas de presença de Deus?”


Falta-te vida interior, porque não levas à oração as preocupações dos teus e o proselitismo; porque não te esforças por ver claro, por fazer propósitos concretos e por cumpri-los; porque não tens visão sobrenatural no estudo, no trabalho, nas tuas conversas, na tua relação com os outros... – Que tal andas de presença de Deus, consequência e manifestação da tua oração? (Sulco, 447)

Sempre que sentimos no nosso coração desejos de melhorar, de responder mais generosamente ao Senhor, e procuramos um guia, um norte claro para a nossa existência cristã, o Espírito Santo traz à nossa memória as palavras do Evangelho: importa orar sempre e não cessar de o fazer.

A oração é o fundamento de todo o trabalho sobrenatural; com a oração somos omnipotentes; se prescindíssemos deste recurso, nada conseguiríamos.

Eu gostaria que hoje, na nossa meditação, nos persuadíssemos definitivamente da necessidade de nos dispormos a ser almas contemplativas no meio do mundo e do trabalho, com uma conversa contínua com o nosso Deus, a qual não deve esmorecer ao longo do dia. Se pretendemos seguir lealmente os passos do Mestre, este é o único caminho

É muito importante – perdoai a minha insistência – observar os passos do Messias, porque Ele veio mostrar-nos o caminho que nos leva ao Pai: descobriremos, com Ele, como se pode dar relevo sobrenatural às actividades aparentemente mais pequenas; aprenderemos a viver cada instante com vibração de eternidade e compreenderemos com maior profundidade que a criatura precisa desses tempos de conversa íntima com Deus, para privar com Ele na sua intimidade, para invocá-lo, para ouvi-lo ou, simplesmente, para estar com Ele. (Amigos de Deus, 238–239)

São Josemaría Escrivá

JMJ 2011: Prémio Nobel da Literatura saúda vitalidade demonstrada pela Igreja Católica


Mario Vargas Llosa diz que «sem instituições marcadas pelos valores éticos, a democracia não poderá lutar eficazmente contra os inimigos»


O prémio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa considera que a Jornada Mundial da Juventude deste ano mostrou ao mundo uma Igreja Católica “forte” e cheia de “vitalidade”, apesar das “tempestades” que a ameaçam.

“Crentes e não crentes, todos temos de nos alegrar com o que aconteceu em Madrid, onde durante alguns dias a existência de Deus não esteve em causa e o catolicismo pareceu ser a única e verdadeira religião”, escreve o escritor peruano na edição de hoje do jornal “L’Osservatore Romano”.

Laureado pela Academia Sueca das Ciências em 2010, por uma obra literária dedicada à luta pela liberdade individual no seu país, Llosa entende que a unidade do cristianismo pode ser vital dentro do contexto atual de Espanha e das restantes sociedades democráticas.

“Se não estiver apoiada em instituições profundamente marcadas pelos valores éticos, a democracia não poderá lutar eficazmente contra os seus inimigos”, sublinha o autor, que dá como exemplo o apelo que a Igreja Católica faz a uma “vida rica em espiritualidade”.

Segundo o ensaísta, ela pode servir de “antídoto permanente” perante as “forças anárquicas e destrutivas que geralmente guiam o comportamento daqueles que se julgam acima de qualquer responsabilidade”.

A 26.ª Jornada Mundial da Juventude decorreu entre 16 e 21 de agosto, na capital espanhola, sob o lema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, contando com a presença do Papa Bento XVI nos últimos quatro dias.

Considerado como o maior evento juvenil da Igreja Católica, reuniu este ano mais de um milhão de peregrinos, entre os quais 12 mil portugueses.

JCP

(Fonte: site Agência Ecclesia)

As crispações identitárias


Sem ignorar a utilização confusa dos conceitos do globalismo, mundialização e identidades, o primeiro visando sobretudo exprimir uma interdependência em estruturação, o segundo cobrindo um consumismo que aproxima as aparências culturais, e o terceiro afirmando o mapa das raízes dos povos, sem estes não é fácil construir um futuro inovador de resposta aos avanços científicos e técnicos da conjuntura. É, todavia, nesta última faceta que cresce a evidência de quanto é difícil e grave de consequências a falha de harmonização das três vertentes.

A crise mundial das finanças e da economia, sobretudo a evidência de que se adensa e alarga a geografia da pobreza, sem grande capacidade científica e técnica demonstrada para combater os efeitos do desastre, está a contribuir para que a crispação identitária tome a dianteira das reacções contra os efeitos sofridos, quer por falhas próprias, quer por consequências das alheias, atingindo não apenas as fortes dependências da globalização sem plano de regência, mas também as atitudes estratégicas das identidades que a história foi moldando e que adoptaram planos racionalizados de convergência e cooperação, como acontece com a União Europeia. Talvez a reacção tenha especial dependência dos efeitos nefastos atribuídos com fundamento à globalização sem governança, o facto de alguns Estados, que tinham consolidado a sua definição antes das guerras mundiais, estarem a enfrentar fracturas preocupantes, como são designadamente os casos de Espanha, da Bélgica, da Inglaterra, e mesmo com sinais na França da primavera dos povos. Com diferenças que não afectam o perfil dessas afirmações identitárias, analistas destacam agora nacionalismos visando a independência soberana, como foi o caso do Kosovo, dos curdos, dos infelizes palestinos, sem que a pobreza, ou a falha de história da independência procurada, lhes consinta identificar míticas origens que abonariam uma legitimidade com raízes. A semente da revolta fornece um impulso para o recurso à violência em defesa da unidade, se existente, em perigo. Tudo factos que pareciam longe de afectar o movimento de unidade europeia, suficientemente vacinada pelos efeitos das guerras mundiais e pelos anos da Guerra Fria, para não regressar às crispações nacionalistas, de novo tendo em vista as relações saudáveis com os vizinhos de geografia, de cultura e de história política, e não as agressões vindas do exterior, necessariamente inovadoras quanto aos meios e com efeitos devastadores. Nos países europeus, sobretudo os que se imaginam ricos, e também nos EUA, que começam a sentir que a debilidade os pode atingir, as variações de ânimo nos órgãos de soberania, as oscilações do eleitorado, o afloramento de forças organizadas para intervir, o horror da Noruega, são sinais inequívocos de que a crispação identitária, com perfil nacionalista acentuado, está a inscrever-se visivelmente no panorama das definições políticas, acreditando em futuros mais aceitáveis do que o presente, de carências, dúvidas e perplexidades.

Uma reflexão responsável, que tenha os sinais por avisos a ter em conta, parece exigível aos responsáveis no sentido de evitar que, aos erros que conduziram à angustiante situação presente, sobretudo dos povos europeus já abrangidos pela fronteira da pobreza, venham somar-se os erros derivados de visões que imaginam que um regresso ao modelo passado de soberania absoluta será um remédio eficaz. Pode ser o resultado da falta de saber e imaginação para definir a maneira nova de, em cooperação, salvaguardar a identidade e a igual dignidade num futuro a construir, para o que infelizmente não abundam lideranças manifestas, confiáveis e eficazes. Mas se a defesa das raízes, o aceitar o passado sem benefício de inventário, são condições necessárias para redefinir um futuro de progresso em paz, tudo necessariamente tem de evoluir, num mundo que mudou fisicamente, politicamente, cientificamente, culturalmente: não tem fundamento a convicção de que o passado tem um caminho de regresso. No caso europeu, o regresso ao passado seria a renúncia definitiva a ter futuro.

Adriano Moreira in DN online

TU, ME SEDUZISTE, SENHOR! por Joaquim Mexia Alves



«Seduziste-me, SENHOR,
e eu me deixei seduzir!
Tu me dominaste e venceste.» Jr 20, 7-9


A Tua sedução,
Senhor,
é toda amor!


Por isso mesmo,
Senhor,
só seduzes aqueles
que se deixam seduzir.


Não forças, não enganas,
não Te transformas,
nem apresentas de modo encapotado,
disfarçado,
mas sim e apenas,
como simplesmente és:
amor puro,
totalmente doado!


Como não havias Tu,
Senhor,
de me seduzir?


Embrenhado nos “amores” fáceis do mundo,
confundido nas paixões efémeras da vida,
orientado pelos prazeres rápidos e frustrantes do dia a dia,
que procurava eu,
sem saber,
que não fosse a felicidade de me conhecer,
conhecendo a outros,
para me construir e completar?


Estaria eu aberto ao amor,
ou do amor apenas conhecia
a imperfeita imagem de um “amor” rápido,
mais feito de prazer momentâneo,
do que,
amando,
conhecer-me,
por me dar a conhecer…
ao amor?


Seria neste pobre coração,
assim aberto ao amor,
desiludido por o não encontrar,
que Tu descobriste
a razão da sedução,
com que me seduziste,
Senhor?


«E eu me deixei seduzir!»


Sequioso que estava de amor,
como não reconhecer em Ti,
Senhor,
o amor de Quem “só” ama,
de tal modo e tão totalmente,
que se dá inteiramente
por aquele a quem seduz.


«Seduziste-me, SENHOR,
e eu me deixei seduzir!»


E na Tua sedução,
tão cheio de amor fiquei,
que naqueles que Tu me deste,
para partilhar a vida,
só os posso amar também,
com o amor tão doado,
amor que em Ti encontrei.


«Tu me dominaste e venceste.»


E eu me deixei dominar,
e eu me deixei vencer,
porque o Teu domínio é amor,
e a Tua vitória,
é viver.


Sabes,
Senhor,
descubro na minha obediência,
à Tua sedução,
um tão profundo e terno amor,
que amar-te,
é obedecer-te,
porque obedecendo,
Te amo.


Doce e terna obediência,
que me conduz ao amor!


Deixar-me dominar e vencer,
por Quem “apenas” ama,
é encontrar-me,
completar-me,
porque me encontro com a vida,
aquela que me foi dada,
que vai para além deste tempo,
para ser inteiramente vivida,
na Tua presença,
Senhor!


«Seduziste-me, SENHOR,
e eu me deixei seduzir!
Tu me dominaste e venceste.»


Por isso,
sou feliz,
Senhor!


Monte Real, 29 de Agosto de 2011


Joaquim Mexia Alves em http://queeaverdade.blogspot.com/2011/08/tu-me-seduziste-senhor.html

Terminada a tradução da Bíblia para japonês coloquial (vídeos em espanhol e inglês)

Evento Tomista no Rio de Janeiro em 24 de setembro


Depois do sucesso do Evento Tomista em São Paulo, agora é a vez do Rio de Janeiro 

Amigos de outros sites, não deixem de divulgar!

Palavras de um participante do Evento de São Paulo: “O dia de estudos sobre São Tomas de Aquino com o prof. Sidney Silveira em São Paulo foi muito interessante. Ficou claro aquilo que vez ou outra escutamos sobre São Tomas: Não há nada que este Santo não tenha pensado. A cada novo assunto abordado, muitos outros se desdobravam mostrando que o pensamento do Doutor Angélico é completo. É uma evidência do porque a doutrina é tudo ou nada… como São Tomas faz falta para o mundo principalmente hoje”.

S. Josemaría nesta data em 1934

Celebra a Santa Missa no Santuário do Cerro de los Ángeles em Madrid. Na acção de graças, depois da Missa, recorre de modo particular à Santíssima Virgem. Nesse mesmo dia, anota: “Contigo, Jesus, apesar das minhas misérias, havemos de conseguir”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Do Catecismo da Igreja Católica (CIC)



§ 1489. Voltar à comunhão com Deus, depois de a ter perdido pelo pecado, é um movimento nascido da graça do mesmo Deus misericordioso e cheio de interesse pela salvação dos homens. Deve pedir-se esta graça preciosa, tanto para si mesmo como para os outros.

Handel: And the glory of the Lord (Messiah, HWV 56)

Passo-a-rezar.net (clique no título para ouvir uma meditação, o Evangelho do dia e respectiva meditação e reflectir. Obrigado!)

A palavra de Deus é viva e eficaz

«A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes» (He 4,12). Aos que buscam a Cristo, que é a Palavra, o Poder e a Sabedoria de Deus, fica bem declarada nesta expressão da Escritura toda a grandeza, força e sabedoria Daquele que é a verdadeira Palavra de Deus. Esta Palavra, eterna como o Pai desde o princípio (Jo 1, 1), foi revelada no devido tempo aos apóstolos e por eles anunciada aos povos e humildemente acolhida com fé. [...]


Esta Palavra de Deus é viva, porque o Pai Lhe comunicou o poder de ter a vida em Si mesma tal como Ele tem a vida em Si mesmo (Jo 5, 26). Por esta razão, Ela não somente é viva, mas é a própria vida, como de Si mesma proclama: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). Precisamente porque esta Palavra é a vida, é viva e vivificante. De facto, assim como o Pai ressuscita os mortos e dá a vida, assim também o Filho dá a vida a quem quer (Jo 5,21). Dá a vida quando chama o morto do sepulcro dizendo: «Lázaro, sai para fora!» (Jo 11,43). Quando esta Palavra é anunciada mediante a voz do pregador, transmite pela voz que se ouve exteriormente a voz que actua interiormente, e que chama os mortos à vida para renascerem na alegria dos filhos de Abraão (Mt 3,9). Portanto, é viva esta Palavra no coração do Pai, é viva na boca do pregador, é viva no coração de quem crê e ama.


Balduíno da Cantuária (?-c. 1190), abade cisterciense, depois bispo
Homilia 6; PL 204, 451-453 (trad: Breviário)


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Do Evangelho de hoje

«Que é isto, Ele manda com autoridade e poder aos espíritos imundos, e estes saem?» E a Sua fama ia-se espalhando por todos os lugares da região. (Lc 4, 36-37)
Leitura completa - Lc 4, 31-37

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Handel: Ouverture, Comfort ye & Every valley (Messiah, HWV 56)

“Desculpar a todos”


Só serás bom, se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. Por isso, quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com intenção de aprender e de melhorar tu próprio, naquilo que corriges. (Forja, 455)

Uma das suas primeiras manifestações concretiza-se em iniciar a alma nos caminhos da humildade. Quando sinceramente nos consideramos nada; quando compreendemos que, se não tivéssemos o auxílio divino, a mais débil e fraca das criaturas seria melhor do que nós; quando nos vemos capazes de todos os erros e de todos os horrores; quando nos reconhecemos pecadores, embora lutemos com empenho por nos afastarmos de tantas infidelidades, como havemos de pensar mal dos outros? Como se poderá alimentar no coração o fanatismo, a intolerância, o orgulho?

A humildade leva-nos pela mão a tratar o próximo da melhor forma: compreender a todos, conviver com todos, desculpar a todos; não criar divisões nem barreiras; comportarmo-nos – sempre! – como instrumentos de unidade. Não é em vão que existe no fundo do homem uma forte aspiração à paz, à união com os seus semelhantes e ao respeito mútuo pelos direitos da pessoa, de modo que tal aspiração se transforme em fraternidade. Isto reflecte uma nota característica do que há de mais valioso na condição humana: se todos somos filhos de Deus, a fraternidade nem se reduz a uma figura de retórica, nem consiste num ideal ilusório, pois surge como meta difícil, mas real.

(…) Na oração, com a ajuda da graça, a soberba pode transformar-se em humildade. E brota da alma a verdadeira alegria, mesmo quando ainda notamos o barro nas asas, o lodo da pobre miséria, que vai secando. Depois, com a mortificação, cairá esse barro e poderemos voar muito alto, porque nos será favorável o vento da misericórdia de Deus. (Amigos de Deus, 233. 249)

São Josemaría Escrivá

Arcebispo de Baltimore é o novo Grão-Mestre da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro (vídeos em espanhol e inglês)

The Lost Thing - A Coisa Perdida - Legendado em português



Que nunca nos deixemos levar pela indiferença e saibamos ser como a personagem desta ficção vencedora do Oscar 2011 para a melhor curta metragem em animação

Não às acólitas – a decisão da catedral de Phoenix abre debate


Parecia uma decisão local, mas até um cardeal toma partido sobre a permissão de 1994 que admite as meninas ao serviço do altar

Na semana passada o reitor da Catedral de São Simão e São Judas em Phoenix (Arizona, Estados Unidos), Pe. John Lankeit, anunciou que não mais permitiria que as meninas atuassem como acólitas.
Não é uma decisão pioneira, pois uma medida semelhante já havia sido tomada em dioceses americanas como as de Lincoln (Nebraska) e Ann Harbor [Lansing] (Michigan), mas desta vez a repercussão da notícia foi se estendendo até adquirir primeiro ressonância nacional, e depois mundial.
E não pelo seu alcance, muito limitado, pois nem sequer toda a diocese de Phoenix a fez sua, apesar da importância do templo catedralício. E ainda, vários párocos apressaram-se em declarar que não iriam seguir este exemplo. O que deu lugar a polémica noutros lugares é a razão aduzida por Lankeit, que tem sim valor universal e provocou um debate fora das fronteiras de sua paróquia.
Prejudica as vocações?
Segundo a nota publicada pelo reitor, e que se acha no site da diocese, trata-se de animar os meninos e meninas a servir a Deus de forma diferenciada e complementar, eles como acólitos, elas como sacristãs, porque diversas experiências levam a concluir que o acesso das meninas à condição de acólitas está diminuindo as vocações sacerdotais… e também as vocações religiosas femininas.
De fato, e é o exemplo seguido por Lankeit, as duas dioceses que o precederam experimentaram um incremento de vocações de ambos os tipos depois de proibir as acólitas.
Por quê? Segundo o reitor da Catedral de Phoenix, a condição de acólito tem sido tradicionalmente uma sementeira de sacerdotes, e inclusive antes da existência dos seminários, tal como os conhecemos hoje, em alguns casos era o caminho ordinário para a primeira formação dos presbíteros. Entre 80% e 95% dos sacerdotes foram acólitos alguma vez durante sua infância.
Ser acólita não é um direito.
Mas ao converter-se numa função que meninos e meninas indistintamente podem desempenhar, sua vinculação com a vocação sacerdotal, exclusivamente masculina, se atenua fortemente.
“Posso entender que as pessoas se irritem se enfocam a questão do ponto de vista emocional, porque a convertem numa questão de direitos, e parece que se está negando direitos a alguém”, antecipa-se Lankeit à crítica. “Mas”, continua, “nem eu como católico tinha direito ao sacerdócio, nem tampouco o tinha quando era seminarista, pois estava provando minha vocação e era à Igreja a quem competia discerni-la”. Com maior razão não se pode falar de um direito a ser acólita… ou “uma” acólita.
A presença de mulheres no serviço do altar começou a introduzir-se nos Estados Unidos em meados dos anos oitenta como abuso. A Igreja não aceitou tal introdução oficialmente até 1994 ao afrontar a questão logo ela atravessou o Atlântico, recorda William Oddie, influente colunista do Catholic Herald britânico. Paulo VI e João Paulo II eram contrários a esta prática, mas em meados dos anos noventa a Igreja Católica sofria uma campanha mediática muito forte pela negação do sacerdócio feminino, e cedeu neste ponto como excepção, ainda que mantivesse que a norma era animar os meninos a assumir esta função.
A opinião do influente Cardeal Vingt-Trois.
Mas, internacionalizando o debate, Oddie acrescenta mais uma opinião: a do hoje cardeal de Paris, André Vingt-Trois. Deu-a privadamente ao mesmo Oddie no final dos anos noventa, quando Dom Vingt-Trois era arcebispo de Tours. Durante um jantar comentaram o fato de que, na maioria das paróquias de Paris, não somente as leituras eram feitas majoritariamente por mulheres, como também eram as meninas que quase exclusivamente serviam ao altar.
“O arcebispo Vingt-Trois disse que talvez o sacerdote não tivesse escolhido que todos os seus acólitos fossem meninas. ‘Quando chegam as meninas’, disse, ‘os meninos desaparecem’. E foi muito categórico ao afirmar que, ainda que houvesse outras causas, um dos fatores que contribuíam para a redução das vocações era este”.
Um testemunho de uma década, e do influente presidente da conferência episcopal francesa, parece pois corroborar os argumentos do reitor Lankeit em Phoenix, onde o debate, agora internacionalizado, continua.
Tradução e créditos: OBLATVS com edição de JPR

Agradecimento ‘Fratres in Unum’