Homilias sobre o Evangelho de Mateus, nº 54, 1-3
«Proibiu-lhes formalmente de dizerem fosse a quem fosse que Ele era o Messias de Deus.» Porquê esta ordem? Para que, uma vez afastado todo e qualquer motivo de escândalo, consumadas a cruz e a Paixão, eliminado todo e qualquer obstáculo capaz de afastar a multidão da crença nele, o conhecimento exacto daquilo que Ele era pudesse gravar-se profundamente e para sempre nos corações. O seu poder ainda não tinha brilhado de forma deslumbrante. Ele esperava que a evidência da verdade e a autoridade dos factos confirmasse o seu testemunho, para que depois os apóstolos pregassem sobre Ele.
Pois uma coisa era vê-Lo multiplicar prodígios na Palestina e seguidamente ser alvo de perseguições e ultrajes — e a cruz seguir-se-ia a estes prodígios; outra coisa era vê-Lo ser adorado, acreditado em toda a terra, salvo dos maus tratos que outrora tinha sofrido. Por isso lhes recomendou que nada dissessem a ninguém. […] Se os apóstolos, que tinham sido testemunhas dos milagres e que tinham participado em tantos mistérios inexprimíveis, tinham dificuldade em aceitar uma única palavra a respeito da Paixão ─ incluindo o próprio Pedro, que era chefe de todos (cf Mt 16,22) ─, o que teria pensado o comum dos mortais? Depois de ter ouvido dizer que Jesus era o Filho de Deus, que pensariam eles ao vê-Lo sujo de escarros e pregado à cruz? E isto antes da vinda do Espírito Santo, quando ainda não se conhecia a razão destes mistérios?
Pois uma coisa era vê-Lo multiplicar prodígios na Palestina e seguidamente ser alvo de perseguições e ultrajes — e a cruz seguir-se-ia a estes prodígios; outra coisa era vê-Lo ser adorado, acreditado em toda a terra, salvo dos maus tratos que outrora tinha sofrido. Por isso lhes recomendou que nada dissessem a ninguém. […] Se os apóstolos, que tinham sido testemunhas dos milagres e que tinham participado em tantos mistérios inexprimíveis, tinham dificuldade em aceitar uma única palavra a respeito da Paixão ─ incluindo o próprio Pedro, que era chefe de todos (cf Mt 16,22) ─, o que teria pensado o comum dos mortais? Depois de ter ouvido dizer que Jesus era o Filho de Deus, que pensariam eles ao vê-Lo sujo de escarros e pregado à cruz? E isto antes da vinda do Espírito Santo, quando ainda não se conhecia a razão destes mistérios?
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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