Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 1 de maio de 2020

A vossa vocação humana é uma parte da vossa vocação divina

Jesus, nosso Senhor e nosso Modelo, crescendo e vivendo como um de nós, revela-nos que na existência humana – a tua –, as ocupações correntes e vulgares têm um sentido divino, de eternidade. (Forja, 688) 

A fé e a vocação de cristãos afectam toda a nossa existência e não só uma parte dela. As relações com Deus são necessariamente relações de entrega e assumem um sentido de totalidade. A atitude de um homem de fé é olhar para a vida, em todas as suas dimensões, com uma perspectiva nova: a que nos é dada por Deus.

Vós, que hoje celebrais comigo esta festa de S. José, sois todos homens dedicados ao trabalho em diversas profissões humanas, formais diversos lares, pertenceis a diferentes nações, raças e línguas. Adquiristes formação em centros de ensino, em oficinas ou escritórios, tendes exercido durante anos a vossa profissão, estabelecestes relações profissionais e pessoais com os vossos companheiros, participastes na solução dos problemas colectivos das vossas empresas e da sociedade.

Pois bem: recordo-vos, mais uma vez, que nada disso é alheio aos planos divinos. A vossa vocação humana é uma parte, e parte importante, da vossa vocação divina.

Esta é a razão pela qual vos haveis de santificar, contribuindo ao mesmo tempo para a santificação dos outros, vossos iguais, precisamente santificando o vosso trabalho e o vosso ambiente: a profissão ou ofício que enche os vossos dias, que dá fisionomia peculiar à vossa personalidade humana, que é a vossa maneira de estar no mundo: o vosso lar, a vossa família; e a nação em que nascestes e que amais. (Cristo que passa, 46)

São Josemaría Escrivá

São Josemaría sobre a Festividade de São José Operário

Festividade de S. José Operário: “O trabalho de S. José não foi um trabalho que visasse a auto-afirmação, embora a dedicação a uma vida operativa tenha forjado nele uma personalidade madura, bem delineada. O Santo Patriarca trabalhava com a consciência de cumprir a vontade de Deus, pensando no bem dos seus, Jesus e Maria, e tendo presente o bem de todos os habitantes da pequena Nazaré” (Cristo que passa, 51).

Santo Rosário - Primeiro Mistério Doloroso

Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras

O meu Senhor retirou-se para rezar.
Procurou a solidão no silêncio do fim do dia.
A Sua Humanidade sofria intensamente com a visão dos tormentos que se aproximavam.
Poderia Jesus ter suportado a flagelação, as vergastadas, os espinhos cravando-se na Sua cabeça, os pregos rasgando a carne, o horror do suplício da Cruz?

Estou certo que sim. Jesus era um homem perfeito e o sofrimento, por excessivo que fosse não deveria atemorizá-lo de forma tão absoluta.
Outros sofreram também horrores, sacrifícios inauditos de incrível crueldade.
Julgo que o atroz sofrimento de Jesus, no Horto das Oliveiras, nascia principalmente no Seu espírito, no Seu coração.
Ele tinha dado tudo quanto tinha para dar, oferecido todos os meios, apontado todos os caminhos e, agora, iam fazer pouco, escarnecê-lo, violentá-lo na sua inteireza de homem bom e recto, iam negá-lo como Filho de Deus, Deus verdadeiro feito homem.
Tudo isto, e muito mais, e não só nessa noite e no dia seguinte, mas depois, em todas as noites e todos os dias até ao final dos tempos.

Milhões de homens e mulheres que sempre O iriam negar, escarnecer, cuspir e crucificar outra vez. Que peso, Senhor, que peso incrível seria o conhecimento de tudo isto!

Ah! meu Jesus, se ainda se salvassem todos os homens!
Se, apesar de tudo, essas almas conhecessem a Vida Eterna no seio de Deus Pai, como tinhas previsto e desejado desde o início dos tempos!
Mas não, Jesus, o que mais te dói agora, neste fim de dia no Horto das Oliveiras é que tantos milhões de homens e mulheres se percam eternamente.

Dói-te tanto, Senhor, não pelo teu sacrifício ter sido inútil para esses, mas porque o Teu coração bondoso, a Tua misericórdia infinita se entristece mortalmente com esse fim trágico dos teus filhos.
Não foi isso que quiseste. Nunca desejas-te outra coisa senão a eterna felicidade de todos os homens, que todos, absolutamente todos, se salvassem e pudessem estar contigo, com o Pai, com o Espírito Santo, com a Tua Santíssima Mãe, com a legião de Anjos e Santos, por toda a eternidade.

Não tens, ali, a Tua Mãe extremosa, para te amparar e dar consolo. Nesta hora tão triste, de certeza que o seu coração se contrai também na dor que não pode deixar de sentir em uníssono com o seu Filho.
Talvez, na casa onde pernoita, vele angustiada, esperando o horror que adivinha.
Decerto que Tu, Filho fiel, com todo o carinho e ternura lhe terás desvendado algo do que irá acontecer nas próximas horas.
Soube, antes que lho contasses, da tristeza que já Te invadia o coração, bastava-lhe olhar o rosto adorado do seu divino Filho para se aperceber do vendaval de emoções que n'Ele se chocavam.

Também ela, a Tua Santíssima Mãe, reza com fervor repetindo o “Fiat” que pronunciara trinta e três anos antes. Punha nas mãos de Deus, Teu e seu Pai, toda a vida, toda a morte, todos os sofrimentos do seu Filho.
Tem confiança, tem esperança mas, sobretudo, sabe, que há-de voltar a ver-te ressuscitado e glorioso.
Esta certeza, do sofrimento de Tua Mãe, junta-se às dores que Te partem o coração e tornam tão grande, tão incomensurável a tua dor, tens tanta pena, que suas sangue [1] e, numa fraqueza momentânea, pedes a Teu Pai queafaste esse cálice[2]

Por momentos, Senhor, a Tua humanidade tornou-se mais evidente. Mas logo, a Tua perfeição absoluta, reduziu a nada esse desejo legítimo, a esse desabafo: «não se faça o que Eu quero, senão o que Tu queres!» [3]

Também eu digo, faça-se a Tua vontade, Deus e Senhor de tudo e de todas as coisas e não a minha vontade de homem!
A Tua dor, Senhor, é uma dor de amor que só pode ser mitigada com amor.

Posso eu, Senhor, ter sempre presente a Tua agonia enorme e inimaginável, ou estou sempre tão ocupado, tão absorvido, tão disperso que nem sequer sou capaz de estar contigo uma simples hora do meu dia, inteiramente dedicada a Ti, fazendo-te companhia, compartilhando a Tua dor, carregando um pouco do Teu sofrimento?

Minha Mãe Santíssima, ajuda-me a ter uma dor de amor tão completa que me faça despertar deste sono que me carrega o espírito e permanecer ao lado do teu divino Filho, vigilante e decidido a não ceder nem à dor nem ao cansaço.

Jesus, ajuda-me a acompanhar a Tua Santíssima Mãe e compartilhar com Ela estes Mistérios Dolorosos, animando-a e confortando-a na sua dor e angústia. 

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

44º Dia. Sexta-feira da terceira semana da Páscoa, 1 de Maio de 2020.

Meditação da Palavra de Deus (Jo 6, 52-59)

Ninguém pode vir a Mim!

Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim.”

Não são fáceis de entender estas palavras de Jesus, que expõem, em toda a sua crueza, a realidade da Sua presença real, verdadeira e substancial na Eucaristia: o pão e o vinho consagrados não são apenas um símbolo, representação ou imagem de Cristo, mas Ele mesmo, que se nos entrega dessa forma para que O possamos ter no nosso corpo e na nossa alma em graça.

Neste primeiro dia do mês de Maria, a Igreja universal festeja São José, o esposo de Maria que foi também, de certo modo, ‘pai’ de Jesus. Até Maria, que sabia melhor do que ninguém que tinha concebido o seu filho virginalmente, sem a cooperação de nenhum varão, dá a São José o título de pai de Jesus porque, não o sendo em termos biológicos, o era legal e socialmente, por ser o esposo de Maria.

São José é um exemplo admirável de fé: acreditou no mistério da encarnação do filho de Deus e na própria divindade de Cristo, sem ter visto nenhum sinal extraordinário. Mais ainda: toda a sua vida foram apenas trabalhos e lutas, porque faleceria antes ainda do primeiro milagre de Jesus, nas bodas de Caná de Galileia, em que já não está presente precisamente porque, como se supõe, já teria entretanto falecido.

Há uma outra qualidade de São José que não é vulgar: o seu silêncio, que não é a mudez de quem não tem nada para dizer, mas a manifestação externa de um espírito contemplativo. Foi na oração que encontrou as respostas para os desafios incríveis a que foi submetido, como foi na oração que alimentou o seu imenso amor a Maria e a Jesus.

Neste dia primeiro do mês do Maio, recorramos ao santo Patriarca, pedindo-lhe que nos ensine a crer como ele acreditou, a trabalhar como ele trabalhou e, sobretudo, a amar, como ele amou e eternamente ama Jesus e Maria. Com José, a Jesus por Maria! 

Intenções para os mistérios dolorosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - A oração de Jesus no horto. Há muitos indigentes de bens materiais, mas mais são os pobres dos bens espirituais. Rezemos por todos os que carecem da graça de Deus e nem sequer são capazes de a pedir ao Senhor!

2º - A flagelação de Jesus. Quanto sofrimento no mundo e que poucas dessas dores estão unidas ao sacrifício de Cristo na Cruz! Ofereçamos a Deus os sofrimentos físicos e morais de toda a humanidade.

3º - A coroação de espinhos. Uma das bem-aventurança é a de ser injustamente perseguido e condenado por ser discípulo de Cristo. Intercedamos por todos os fiéis que sofrem perseguição, para que não lhes falte a graça de Deus, nem a solicitude dos irmãos! 

4º - Jesus com a cruz às costas. O único homem que ajudou Cristo a levar a Cruz, foi obrigado a fazê-lo. Agradeçamos ao Senhor o serviço que prestam os voluntários e peçamos a Maria que faça de nós outros Cireneus. 

5º - Jesus morre na Cruz. Não é verdade que tudo acaba com a morte, que é, como diziam os primeiros cristãos, nascimento para a vida eterna. Rezemos por todos os que hoje nasceram para a eternidade.

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Mês de maio, mês pleno de invocações marianas

Nestas semanas, encontramos muitas razões para honrar e crescer neste aspeto tão cristão. No dia 13, a festa de Nossa Senhora de Fátima traz-nos ao pensamento os seus cuidados maternais. De 16 a 24, lembramo-nos da novena de S. Josemaria na Villa de Guadalupe, no México, para rezar pela Igreja, pelo Papa e pelo Opus Dei. A 24, celebra-se a memória litúrgica de Nossa Senhora, Auxílio dos cristãos. E o mês finaliza com a festa da Visitação de Maria a sua prima Santa Isabel, para além de muitas outras invocações marianas que se celebram nos diversos países.

Sugiro-vos mais uma vez a leitura das homilias e de outros escritos em que o nosso Padre se refere a Nossa Senhora: hão-de impulsionar-nos a rejuvenescer a piedade- mariana, a incrementar o relacionamento com Maria e a mostrar a muitas pessoas este caminho seguro que conduz à intimidade com Jesus Cristo e, por Ele, a Deus Pai e a Deus Espírito Santo. Muitas conversões, muitas decisões de entrega ao serviço de Deus, foram precedidas de um encontro com Maria. Nossa Senhora fomentou os desejos de busca, ativou maternalmente a inquietação da alma, fez aspirar a uma transformação, a uma vida nova [12].

«Enchei-vos pois de confiança e de segurança na intercessão maternal da Santíssima Virgem, e sede audazes no convite a muitas pessoas para honrar Senhora com estas romarias. Fareis um grande bem a cada uma, porque, ao considerar os mistérios do Santo Rosário, ao rezar sem pressas, saboreando-as, as encantadoras orações vocais que a Igreja nos transmitiu, ao oferecer com alegria algum pequeno sacrifício em honra da nossa Mãe, irão aprendendo as lições da disponibilidade mais absoluta para o serviço de Deus e das almas que nos dá a Escrava do Senhor, a criatura mais perfeita que saiu das mãos de Deus» [13].

[12]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 149.
[13]. D. Álvaro, Carta, 1-V-1984.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de maio de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

O mês de Nossa Senhora

"O mês de Maio estimula-nos a pensar e a falar d'Ela de um modo particular. Este é o seu mês. Assim, pois, o período do ano litúrgico [Páscoa], e o mês atual chamam e convidam os nossos corações a abrir-se de uma maneira singular a Maria." (João Paulo II, Audiência Geral, 2-5-1979)

Como gostam os homens de que Ihes recordem o seu parentesco com personagens da literatura, da política, do exército, da Igreja!... – Canta diante da Virgem Imaculada, recordando-Lhe:
Ave, Maria, Filha de Deus Pai; Ave, Maria, Mãe de Deus Filho; Ave, Maria, Esposa de Deus Espírito Santo... Mais do que tu, só Deus! (Caminho, 496)

De uma maneira espontânea, natural, surge em nós o desejo de conviver com a Mãe de Deus, que é também nossa mãe; de conviver com Ela como se convive com uma pessoa viva, porque sobre Ela não triunfou a morte; está em corpo e alma junto a Deus Pai, junto a seu Filho, junto ao Espírito Santo.

Para compreendermos o papel que Maria desempenha na vida cristã, para nos sentirmos atraídos por Ela, para desejar a sua amável companhia com filial afecto, não são precisas grandes especulações, embora o mistério da Maternidade divina tenha uma riqueza de conteúdo sobre a qual nunca reflectiremos bastante.

A fé católica soube reconhecer em Maria um sinal privilegiado do amor de Deus. Deus chama-nos, já agora, seus amigos; a sua graça actua em nós, regenera-nos do pecado, dá-nos forças para que, entre as fraquezas próprias de quem é pó e miséria, possamos reflectir de algum modo o rosto de Cristo. Não somos apenas náufragos que Deus prometeu salvar; essa salvação já actua em nós. A nossa relação com Deus não é a de um cego que anseia pela luz mas que geme entre as angústias da obscuridade; é a de um filho que se sabe amado por seu Pai.

Dessa cordialidade, dessa confiança, dessa segurança, nos fala Maria. Por isso o seu nome vai tão direito aos nossos corações. A relação de cada um de nós com a nossa própria mãe pode servir-nos de modelo e de pauta para a nossa intimidade com a Senhora do Doce Nome, Maria. Temos de amar a Deus com o mesmo coração com que amamos os nossos pais, os nossos irmãos, os outros membros da nossa família, os nossos amigos ou amigas. Não temos outro coração. E com esse mesmo coração havemos de querer a Maria.

Como se comporta um filho ou uma filha normal com a sua Mãe? De mil maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que se manifestará em cada caso de determinadas formas, nascidas da própria vida, e que nunca são algo de frio, mas costumes muito íntimos de família, pequenos pormenores diários que o filho precisa de ter com a sua mãe e de que a mãe sente falta, se o filho alguma vez os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair ou ao voltar a casa, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas...

Nas nossas relações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas normas de piedade filial, que são modelo do nosso comportamento habitual com Ela. Muitos cristãos tornam seu o antigo costume do escapulário; ou adquirem o hábito de saudar (não são precisas palavras; o pensamento basta) as imagens de Maria que há em qualquer lar cristão ou que adornam as ruas de tantas cidades; ou dão vida a essa oração maravilhosa que é o Terço, em que a alma não se cansa de dizer sempre as mesmas coisas, como não se cansam os enamorados, e em que se aprende a reviver os momentos centrais da vida do Senhor; ou então habituam-se a dedicar à Senhora um dia da semana – precisamente este em que estamos reunidos: o sábado – oferecendo-lhe alguma pequena delicadeza e meditando mais especialmente na sua maternidade. (Cristo que passa, 142)

Maria Santíssima, Mãe de Deus, passa despercebida, como uma qualquer, entre as mulheres do seu povo.

- Aprende d'Ela a viver com «naturalidade». (Caminho, 499)

São Josemaría Escrivá