Bento XVI evocou hoje a “angústia” de Jesus perante a morte, ao lembrar os momentos que antecederam a sua prisão e julgamento, na “noite escura” do Monte das Oliveiras, segundo os relatos dos Evangelhos.
“Ele estende o olhar pelas noites do mal e vê a maré torpe de toda a mentira e infâmia que vem ao seu encontro naquele cálice que deve beber [a morte]”, observou o Papa, durante a homilia da Missa da Ceia do Senhor, na Basílica de São João de Latrão, em Roma.
A celebração vespertina de Quinta-feira Santa, em que a Igreja recorda a última ceia de Cristo com os seus discípulos, recorda também, segundo Bento XVI, “a solidão e o abandono vivido por Jesus, que, rezando, vai ao encontro da escuridão da morte”.
“Faz parte dela a traição de Judas e a prisão de Jesus, bem como a negação de Pedro; e ainda a acusação diante do Sinédrio e a entrega aos pagãos, a Pilatos”, prosseguiu.
O Papa declarou que Jesus entra na noite do mal “para a superar, inaugurando o novo dia de Deus na história da humanidade”.
Esta missa marca o início do Tríduo Pascal, durante o qual a Igreja celebra a paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Bento XVI convidou os católicos a aprenderem, com estas celebrações, que “o poder é bondade e a bondade é poder” e que a “rebelião” contra Deus é a “de fundo que desnatura a vida”.”
“Pensamos que só poderemos ser livres e verdadeiramente nós mesmos, se seguirmos exclusivamente a nossa vontade”, alertou, frisando que “quando o homem se põe contra Deus, põe-se contra a sua própria verdade e, por conseguinte, não fica livre mas alienado de si mesmo”.
Após a homilia, teve lugar o habitual gesto do lava-pés a 12 padres da Diocese de Roma e todos os participantes foram convidados a um “ato de caridade”, através de um donativo destinado pelo Papa à “assistência humanitária aos refugiados sírios”, como revelou a Santa Sé.
Rádio Vaticano
Só vídeo
Obrigado, Perdão Ajuda-me
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Porquê ?
Deveria ser fácil enchermo-nos de assombro e de gratidão perante o aniquilamento de Deus na Eucaristia. E muitas vezes não é assim. Porquê essa falta de amor perante o amor de Cristo? Porquê essa frieza do nosso coração perante o fogo que abrasa o Coração do Mestre? Jesus anseia por nós, aguarda-nos. E nós, ansiamos verdadeiramente por Ele? Sentimos, no nosso interior, o impulso para O encontrar? Ansiamos pela Sua proximidade, por nos tornarmos um só com Ele, dom este que Ele nos concede na Sagrada Eucaristia? Ou, pelo contrário, sentimo-nos indiferentes, distraídos, inundados por outras coisas? [Bento XVI, Homilia na Missa in cena Domini, 21-IV-2011]
São perguntas que o Vigário de Cristo dirige aos católicos, perguntas que esperam uma resposta pessoal, comprometida, da parte de cada uma e de cada um de nós. Roguemos sinceramente ao Espírito Santo que suscite, no fundo das nossas almas, essa resposta, e que saibamos acolher generosamente a Sua graça, com a entrega total de nós mesmos ao Senhor: amor com amor se paga.
São perguntas que o Vigário de Cristo dirige aos católicos, perguntas que esperam uma resposta pessoal, comprometida, da parte de cada uma e de cada um de nós. Roguemos sinceramente ao Espírito Santo que suscite, no fundo das nossas almas, essa resposta, e que saibamos acolher generosamente a Sua graça, com a entrega total de nós mesmos ao Senhor: amor com amor se paga.
Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, na sua carta de Abril de 2012)
Amar a Cristo...
Jesus, meu Pai, meu Irmão, meu Amigo, meu companheiro de todas as horas, meu Agraciador, hoje recordamos o dia em que instituíste a Sagrada Eucaristia, que no Teu amor ao próximo nos quisestes deixar para assim Te podermos ter ainda mais próximo e dentro de nós. O meu amor por Ti obriga-me a dizer OBRIGADO, mas este por muito grandes que sejam as maiúsculas jamais expressará o que verdadeiramente me vai na alma. Amo-Te muitíssimo!
JPR
JPR
Imitação de Cristo, 1, 20, 2
Disse alguém: "Sempre que estive entre os homens menos homem voltei" (Séneca, Epist. 7). Isso experimentamos muitas vezes, quando falamos muito. Mas fácil é calar de todo, do que não tropeçar em alguma palavra. Mas fácil é ficar oculto em casa, que fora dela ter a necessária cautela. Quem, pois, pretende chegar à vida interior e espiritual, importa-lhe que se afaste da turba, com Jesus. Ninguém, sem perigo, se mostra em público, senão quem gosta de esconder-se. Ninguém seguramente fala, senão quem gosta de calar. Ninguém seguramente manda, senão o que perfeitamente aprendeu a obedecer.
O santo não nasce: forja-se
Tudo aquilo em que intervimos nós, os pobrezitos dos homens, – mesmo a santidade, – é um tecido de pequenas coisas que – segundo a intenção com que se fazem – podem formar uma tapeçaria esplêndida de heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. – Oxalá tenhas sempre em muito apreço – é a linha recta – as coisas pequenas. (S. Josemaría Escrivá - Caminho, 826)
O principal requisito que nos é pedido – bem conforme com a nossa natureza – consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada para nós. A santidade consiste nisto.
É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão coerente – sei que estás disposto a isso, embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo – deves ter muito cuidado com os mais pequenos pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase sempre de pequenas realidades. (S. Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 6–7)
O principal requisito que nos é pedido – bem conforme com a nossa natureza – consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada para nós. A santidade consiste nisto.
É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão coerente – sei que estás disposto a isso, embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo – deves ter muito cuidado com os mais pequenos pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase sempre de pequenas realidades. (S. Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 6–7)
A Igreja vive numa situação “muitas vezes dramática”, mas a desobediência não é “um caminho” para a renovar
Bento XVI presidiu hoje à Missa Crismal, na Basílica de São Pedro, perante cerca de 1600 sacerdotes da Diocese de Roma, deixando duras críticas aos subscritores de um “apelo à desobediência”, promovido por padres austríacos.
O Papa reafirmou as “decisões definitivas do magistério” católico, aludindo especificamente à questão relativa à ordenação sacerdotal das mulheres, “a propósito da qual o beato Papa João Paulo II declarou de maneira irrevogável que a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para o fazer”.
Na celebração que deu início à Quinta-feira Santa, no Vaticano, Bento XVI admitiu que a Igreja vive numa situação “muitas vezes dramática”, mas sublinhou que a desobediência não é “um caminho” para a renovar a Igreja.
“Não anunciamos teorias nem opiniões privadas, mas a fé da Igreja da qual somos servidores”, frisou.
O “apelo à desobediência”, a que o Papa se referiu na sua homilia, foi lançado em 2011 por cerca de algumas centenas de padres na Áustria, com o apoio do movimento ‘Nós Somos Igreja’, e tem-se alargado a outras nações.
O documento exige o fim do celibato obrigatório, a ordenação sacerdotal de mulheres, a ordenação sacerdotal de homens casados na Igreja de rito latino, a comunhão para os divorciados em segunda união ou um maior protagonismo para os leigos.
Para Bento XVI, não é possível “dar crédito” aos autores deste apelo quando dizem que “é a solicitude pela Igreja que os move, quando afirmam estar convencidos de que se deve enfrentar a lentidão das instituições com meios drásticos para abrir novos caminhos, para colocar a Igreja à altura dos tempos de hoje”.
O Papa voltou a questionar se a desobediência “será verdadeiramente um caminho” a seguir para “uma verdadeira renovação”, ou, pelo contrário, não é apenas “um impulso desesperado de fazer qualquer coisa”, de transformar a Igreja segundo desejos e ideias pessoais.
“Deus não olha para os grandes números nem para os êxitos exteriores, mas consegue as suas vitórias sob o sinal humilde do grão de mostarda”, assinalou.
Neste contexto, Bento XVI pediu que os padres sejam “homens que atuam a partir de Deus e em comunhão com Jesus Cristo”, o que, do seu ponto de vista, exige duas coisas: “uma união íntima, mais ainda, uma configuração a Cristo e, condição necessária para isso mesmo, uma superação de nós mesmos, uma renúncia àquilo que é exclusivamente nosso, à tão falada autorrealização”.
A homilia papal deixou ainda preocupações com o “analfabetismo religioso” que cresce no meio da atual sociedade e com “as pessoas que, relativamente à verdade, se encontram na escuridão”.
“Enquanto sacerdotes, preocupamo-nos naturalmente com o homem inteiro, incluindo precisamente as suas necessidades físicas: com os famintos, os doentes, os sem-abrigo; contudo, não nos preocupamos apenas com o corpo, mas também com as necessidades da alma do homem: com as pessoas que sofrem devido à violação do direito ou por um amor desfeito; com as pessoas que, relativamente à verdade, se encontram na escuridão; que sofrem por falta de verdade e de amor. Preocupamo-nos com a salvação dos homens em corpo e alma", explicou.
Durante a celebração foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, os quais serão levados esta tarde pelos padres de Roma para todas as paróquias, onde são utilizados na celebração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem e Unção dos Doentes.
Os cardeais, bispos e padres presentes renovaram as promessas feitas na sua ordenação sacerdotal.
Rádio Vaticano
Tríduo Pascal
Jesus iniciou o Tríduo Pascal reunindo-se com os Apóstolos no Cenáculo de Jerusalém. Desiderio desideravi hoc Pascha manducare vobiscum, antequam patiar [Lc 22, 15], desejei ardentemente celebrar esta Páscoa convosco, antes da Minha Paixão. Com estas palavras se exprime S. Lucas ao escrever o relato da última Ceia. Em cada uma se adivinha o infinito amor do Coração de Jesus pelos homens, a viva consciência de que já tinha chegado a Sua hora, o momento da salvação do género humano, tão longamente esperado.
(…)
Como não pensar também no desejo de ser correspondido, que embargava Nosso Senhor? Contudo, os que O rodeavam não eram conscientes da transcendência daquele acontecimento, como mostra o facto de, precisamente nessa altura, surgirem entre eles discussões sobre quem seria considerado o maior [Cfr. Lc 22, 24].
Como não pensar também no desejo de ser correspondido, que embargava Nosso Senhor? Contudo, os que O rodeavam não eram conscientes da transcendência daquele acontecimento, como mostra o facto de, precisamente nessa altura, surgirem entre eles discussões sobre quem seria considerado o maior [Cfr. Lc 22, 24].
Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, na sua carta de Abril de 2012)
QUINTA FEIRA SANTA por Joaquim Mexia Alves
Nas tuas doces mãos
colocas o Pão do amor.
Olhas enternecido para os teus,
fitas neles o teu olhar,
e em cada um deles,
vês um de nós,
daqueles que agora existem,
e os mais que hão-de vir.
Docemente,
em oração profunda,
proferes as palavras,
que tornam em Ti o pão,
que fazem do vinho o teu Sangue!
Oh que sublime momento,
em que dando-lhes o Pão a comer,
o Vinho abençoado a beber,
lhes abres o coração,
fazes-Te para todos alimento.
«Quem comer deste Pão,
quem beber deste Vinho,
terá a vida eterna»,
dizes Tu,
olhando-nos nos olhos,
estendendo-nos a tua mão,
num sussurro de mansinho,
feito de Palavra terna.
E eu,
ali presente,
no Pedro, no João,
no André,
um nada que ninguém vê,
a não ser o teu coração,
que me acolhe docemente,
que me aperta e me ama,
de um modo tão ingente,
que me faz acreditar,
e torna a minha incerteza
numa inabalável fé.
Sim,
é verdade,
eu estive na Última Ceia,
dela participo em cada dia,
em que saindo das dúvidas,
me entrego todo inteiro,
na Santa Eucaristia.
Monte Real, 04 de Abril de 2012
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2012/04/quinta-feira-santa.html
colocas o Pão do amor.
Olhas enternecido para os teus,
fitas neles o teu olhar,
e em cada um deles,
vês um de nós,
daqueles que agora existem,
e os mais que hão-de vir.
Docemente,
em oração profunda,
proferes as palavras,
que tornam em Ti o pão,
que fazem do vinho o teu Sangue!
Oh que sublime momento,
em que dando-lhes o Pão a comer,
o Vinho abençoado a beber,
lhes abres o coração,
fazes-Te para todos alimento.
«Quem comer deste Pão,
quem beber deste Vinho,
terá a vida eterna»,
dizes Tu,
olhando-nos nos olhos,
estendendo-nos a tua mão,
num sussurro de mansinho,
feito de Palavra terna.
E eu,
ali presente,
no Pedro, no João,
no André,
um nada que ninguém vê,
a não ser o teu coração,
que me acolhe docemente,
que me aperta e me ama,
de um modo tão ingente,
que me faz acreditar,
e torna a minha incerteza
numa inabalável fé.
Sim,
é verdade,
eu estive na Última Ceia,
dela participo em cada dia,
em que saindo das dúvidas,
me entrego todo inteiro,
na Santa Eucaristia.
Monte Real, 04 de Abril de 2012
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2012/04/quinta-feira-santa.html
Quinta-feira Santa, textos de São Josemaría Escrivá - O mandamento novo
Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele que amara os Seus, que estavam no mundo, levou até ao extremo o Seu amor por eles (Jo 13, 1).
Este versículo de S. João anuncia, ao seu leitor, que vai acontecer algo de importante nesse dia. É um preâmbulo terno e afectuoso, que corresponde àquele que S. Lucas recolhe no seu relato: Tenho desejado ardentemente – afirma o Senhor – comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer (Lc 22, 15).
Cristo que passa, n. 83
Agora, na Última Ceia, Cristo preparou tudo para se despedir dos seus discípulos, enquanto estes se envolviam pela centésima vez na disputa sobre quem seria o maior desse grupo escolhido. Jesus levantou-se da mesa, depôs o seu manto e, pegando numa toalha, cingiu-se. Depois lançou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a limpar-lhos com a toalha com que estava cingido (Jo 13, 4-5).
Pregou de novo com o exemplo, com obras. Diante dos discípulos, que discutiam por motivos de soberba e de vanglória, Jesus inclina-se e cumpre gostosamente o trabalho próprio de um servo. Depois, quando volta para a mesa, comenta: Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. Se eu, pois, que sou o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, deveis também lavar-vos os pés uns aos outros (Jo 13, 12-14). A mim comove-me esta delicadeza do nosso Cristo, porque não afirma: se eu faço isto, quanto mais deveis fazer vós! Coloca-se ao mesmo nível, não coage: fustiga amorosamente a falta de generosidade daqueles homens.
Como aos primeiros doze, o Senhor também nos pode insinuar a nós, como de facto nos insinua continuamente: exemplum dedi vobis (Jo 13, 15), dei-vos exemplo de humildade. Converti-me em servo, para que vós saibais, com coração manso e humilde, servir todos os homens».
Amigos de Deus, n. 103
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos
Ao aproximar-se o momento da sua Paixão, o Coração de Cristo, rodeado por aqueles que ama, abre-se em inefáveis labaredas: dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros e que, do mesmo modo que eu vos amei, vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13, 34-35). (…)
Amai os vossos inimigos
Senhor, porque chamas novo a este mandamento? Como acabamos de ouvir, o amor ao próximo estava prescrito no Antigo Testamento e recordareis também que Jesus, mal começa a sua vida pública, amplia essa exigência com divina generosidade: ouvistes que foi dito: amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu peço-vos mais: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem e caluniam (Mt 5, 43-44).
Como eu vos amei
Senhor, deixa-nos insistir: porque continuas a chamar novo a este preceito? Naquela noite, poucas horas antes de te imolares na Cruz, durante aquela conversa íntima com os que – apesar das suas fraquezas e misérias pessoais, como as nossas – te acompanharam até Jerusalém, Tu revelaste-nos a medida insuspeitada da caridade: como eu vos amei. Como não haviam de te entender os Apóstolos, se tinham sido testemunhas do teu amor insondável!
O ensinamento e o exemplo do Mestre são claros e precisos. Sublinhou com obras a sua doutrina. (…) Jesus Cristo, Nosso Senhor, encarnou e tomou a nossa natureza, para se mostrar à humanidade como modelo de todas as virtudes. Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração (Mt 11, 29), convida-nos Ele.
O que distinguirá os cristãos de todos os temposMais tarde explica aos Apóstolos o sinal pelo qual os reconhecerão como cristãos, não diz: porque sois humildes. Ele é a pureza mais sublime, o Cordeiro imaculado. Nada podia manchar a sua santidade perfeita, sem mácula (Cfr. Jo 8, 46). Mas também não diz: saberão que se encontram diante de discípulos meus, porque sois castos e limpos.
Passou por este mundo com o mais completo desprendimento dos bens da terra. Sendo Criador e Senhor de todo o universo, faltava-lhe até um sítio onde pudesse reclinar a cabeça (Cfr. Mt 8, 20). No entanto, não comenta: saberão que sois dos meus porque vos não apegastes às riquezas. Permanece quarenta dias e quarenta noites no deserto em jejum rigoroso (Cfr. Mt 4, 2), antes de se dedicar à pregação do Evangelho. E também não afirma aos seus: compreenderão que servis a Deus, porque não sois comilões nem bebedores.
A característica que distinguirá os apóstolos, os cristãos autênticos de todos os tempos, já o ouvimos: nisto – precisamente nisto – conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13, 35).
Amigos de Deus, nn. 222-224
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Este versículo de S. João anuncia, ao seu leitor, que vai acontecer algo de importante nesse dia. É um preâmbulo terno e afectuoso, que corresponde àquele que S. Lucas recolhe no seu relato: Tenho desejado ardentemente – afirma o Senhor – comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer (Lc 22, 15).
Cristo que passa, n. 83
Agora, na Última Ceia, Cristo preparou tudo para se despedir dos seus discípulos, enquanto estes se envolviam pela centésima vez na disputa sobre quem seria o maior desse grupo escolhido. Jesus levantou-se da mesa, depôs o seu manto e, pegando numa toalha, cingiu-se. Depois lançou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a limpar-lhos com a toalha com que estava cingido (Jo 13, 4-5).
Pregou de novo com o exemplo, com obras. Diante dos discípulos, que discutiam por motivos de soberba e de vanglória, Jesus inclina-se e cumpre gostosamente o trabalho próprio de um servo. Depois, quando volta para a mesa, comenta: Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. Se eu, pois, que sou o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, deveis também lavar-vos os pés uns aos outros (Jo 13, 12-14). A mim comove-me esta delicadeza do nosso Cristo, porque não afirma: se eu faço isto, quanto mais deveis fazer vós! Coloca-se ao mesmo nível, não coage: fustiga amorosamente a falta de generosidade daqueles homens.
Como aos primeiros doze, o Senhor também nos pode insinuar a nós, como de facto nos insinua continuamente: exemplum dedi vobis (Jo 13, 15), dei-vos exemplo de humildade. Converti-me em servo, para que vós saibais, com coração manso e humilde, servir todos os homens».
Amigos de Deus, n. 103
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos
Ao aproximar-se o momento da sua Paixão, o Coração de Cristo, rodeado por aqueles que ama, abre-se em inefáveis labaredas: dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros e que, do mesmo modo que eu vos amei, vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13, 34-35). (…)
Amai os vossos inimigos
Senhor, porque chamas novo a este mandamento? Como acabamos de ouvir, o amor ao próximo estava prescrito no Antigo Testamento e recordareis também que Jesus, mal começa a sua vida pública, amplia essa exigência com divina generosidade: ouvistes que foi dito: amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu peço-vos mais: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem e caluniam (Mt 5, 43-44).
Como eu vos amei
Senhor, deixa-nos insistir: porque continuas a chamar novo a este preceito? Naquela noite, poucas horas antes de te imolares na Cruz, durante aquela conversa íntima com os que – apesar das suas fraquezas e misérias pessoais, como as nossas – te acompanharam até Jerusalém, Tu revelaste-nos a medida insuspeitada da caridade: como eu vos amei. Como não haviam de te entender os Apóstolos, se tinham sido testemunhas do teu amor insondável!
O ensinamento e o exemplo do Mestre são claros e precisos. Sublinhou com obras a sua doutrina. (…) Jesus Cristo, Nosso Senhor, encarnou e tomou a nossa natureza, para se mostrar à humanidade como modelo de todas as virtudes. Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração (Mt 11, 29), convida-nos Ele.
O que distinguirá os cristãos de todos os temposMais tarde explica aos Apóstolos o sinal pelo qual os reconhecerão como cristãos, não diz: porque sois humildes. Ele é a pureza mais sublime, o Cordeiro imaculado. Nada podia manchar a sua santidade perfeita, sem mácula (Cfr. Jo 8, 46). Mas também não diz: saberão que se encontram diante de discípulos meus, porque sois castos e limpos.
Passou por este mundo com o mais completo desprendimento dos bens da terra. Sendo Criador e Senhor de todo o universo, faltava-lhe até um sítio onde pudesse reclinar a cabeça (Cfr. Mt 8, 20). No entanto, não comenta: saberão que sois dos meus porque vos não apegastes às riquezas. Permanece quarenta dias e quarenta noites no deserto em jejum rigoroso (Cfr. Mt 4, 2), antes de se dedicar à pregação do Evangelho. E também não afirma aos seus: compreenderão que servis a Deus, porque não sois comilões nem bebedores.
A característica que distinguirá os apóstolos, os cristãos autênticos de todos os tempos, já o ouvimos: nisto – precisamente nisto – conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13, 35).
Amigos de Deus, nn. 222-224
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas!
Pedro diz-Lhe: "Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!". Responde Jesus: "O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!". Replicou Jesus: "Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo". Simão Pedro rende-se: "Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!". Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas!
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 266)
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 266)
«Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros» (Jo 13,14)
São Pascácio Radbert (?-c. 849), monge beneditino
Comentário sobre o Evangelho de Mateus 10,23
«Quem se humilhar será exaltado». Cristo não Se limitou a dizer aos Seus discípulos que não deixassem que lhes chamassem mestres e que não tomassem os primeiros lugares nos banquetes, nem nenhuma outra honra, como deu Ele próprio o exemplo e o modelo da humildade na Sua pessoa. Se é certo que o nome de mestre Lhe era dado, não por complacência, mas por direito natural, pois «por Ele tudo subsiste» (cf Col 1,17), pela Sua entrada na carne, comunicou-nos um ensinamento que nos conduziu a todos à verdadeira vida e, porque Ele é maior que nós, «reconciliou-nos com Deus» (Rm 5,10). Foi como se nos dissesse: Não ameis as honrarias, não desejeis que vos chamem mestres, do mesmo modo que «Eu não procuro a Minha glória; há Alguém que a procura e faz justiça» (Jo 8,50). Mantende os vossos olhos fixos em Mim porque «o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida para resgatar a multidão» (Mt 20,28).
Seguramente que, nesta passagem do Evangelho, o Senhor instrui, não apenas os Seus discípulos, mas também os chefes da Igrejas, prescrevendo a todos que não se deixem levar pela avidez na procura de honrarias. Pelo contrário, que «quem se quiser fazer grande» seja o primeiro a fazer-se como Ele, «servo de todos» (cf Mt 20,26-27).
Comentário sobre o Evangelho de Mateus 10,23
«Quem se humilhar será exaltado». Cristo não Se limitou a dizer aos Seus discípulos que não deixassem que lhes chamassem mestres e que não tomassem os primeiros lugares nos banquetes, nem nenhuma outra honra, como deu Ele próprio o exemplo e o modelo da humildade na Sua pessoa. Se é certo que o nome de mestre Lhe era dado, não por complacência, mas por direito natural, pois «por Ele tudo subsiste» (cf Col 1,17), pela Sua entrada na carne, comunicou-nos um ensinamento que nos conduziu a todos à verdadeira vida e, porque Ele é maior que nós, «reconciliou-nos com Deus» (Rm 5,10). Foi como se nos dissesse: Não ameis as honrarias, não desejeis que vos chamem mestres, do mesmo modo que «Eu não procuro a Minha glória; há Alguém que a procura e faz justiça» (Jo 8,50). Mantende os vossos olhos fixos em Mim porque «o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida para resgatar a multidão» (Mt 20,28).
Seguramente que, nesta passagem do Evangelho, o Senhor instrui, não apenas os Seus discípulos, mas também os chefes da Igrejas, prescrevendo a todos que não se deixem levar pela avidez na procura de honrarias. Pelo contrário, que «quem se quiser fazer grande» seja o primeiro a fazer-se como Ele, «servo de todos» (cf Mt 20,26-27).
QUINTA FEIRA SANTA - 1º DIA DO TRÍDUO PASCAL - por Joaquim Mexia Alves
Continuando a nossa caminhada começada no início da Quaresma e que nos vai levar à Páscoa da Ressurreição.
A Quinta Feira Santa é tão rica em tudo o que a Igreja nos propõe, que um simples texto nunca daria para abarcar tudo que neste dia a Igreja nos exorta a meditar e a viver.
Assim, tomei a opção pela 2ª Leitura da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, para nos conduzir à “particularidade” mais importante do mistério do sacramento da Eucaristia.
1ª Carta aos Coríntios 11,23-26.
Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.»
Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.
Diz-nos João Paulo II
Homilia (a partir da trad. L'Osservatore Romano)
«Sempre que comerdes este pão e beberdes este vinho proclamareis a morte do Senhor, até que Ele venha»
«Jesus, sabendo bem que tinha chegado a Sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os Seus que estavam no mundo, levou o Seu amor por eles até ao extremo». E eis que, durante a refeição pascal, a última antes da Sua partida para o Pai, se revela um sinal novo: o sinal da Nova Aliança. «Até ao extremo» quer dizer: até Se dar a Si próprio por eles. Por nós. Por todos. «Até ao extremo» significa: até ao fim dos tempos. Até que Ele venha pela segunda vez.
Desde esta noite da Última Ceia, todos nós, filhos e filhas da Nova Aliança no sangue de Cristo, recordamos a Sua Páscoa, a Sua partida graças à morte na cruz. Mas não se trata apenas de uma lembrança. O sacramento do Corpo e do Sangue tornam o Seu sacrifício presente, fazendo com que nele participemos sempre de novo. Neste sacramento, Cristo crucificado e ressuscitado está constantemente connosco, Ele vem constantemente até nós sob a forma do pão e do vinho, até vir de novo, a fim de que o sinal dê lugar à realidade última e definitiva. Que darei eu em troca deste amor «até ao extremo»?
Salientemos então, vivamente, esta imensa verdade que Cristo nos oferece e que tantas vezes deixamos passar “sobre a rama”.
A Eucaristia é memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
E memorial não é memória, não é algo que se lembra, não é algo que se recorda, é algo sim que se faz presente, total e realmente presente.
E não é uma repetição, ou seja, na Eucaristia, Jesus Cristo não sofre a Paixão, Morte e Ressurreição, outra vez.
Não, na Eucaristia a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo há cerca de dois mil anos, torna-se presente no momento.
É o que nos diz muito claramente o Catecismo da Igreja Católica:
1363 - «Na celebração litúrgica destes acontecimentos, eles tomam-se de certo modo presentes e actuais.»
1364 - «Quando a Igreja celebra a Eucaristia, faz memória da Páscoa de Cristo, e esta torna-se presente: o sacrifício que Cristo ofereceu na cruz uma vez por todas, continua sempre actual: «Todas as vezes que no altar se celebra o sacrifício da cruz, no qual "Cristo, nossa Páscoa, foi imolado", realiza-se a obra da nossa redenção» (LG 3)
E a presença de Cristo sob as espécies eucarísticas, não é simbólica, não é representativa, não é em “vez de”, é sim real e total, como nos diz mais uma vez o Catecismo da Igreja Católica:
1374 - «No santíssimo sacramento da Eucaristia estão «contidos, verdadeira, real e substancialmente, o Corpo e o Sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, Cristo total» (Conc. De Trento: Ds 1651)
Poderíamos escrever, transcrever tratados e mais tratados sobre a Eucaristia, mas todos eles nos levam a esta verdade única e sublime:
Na Eucaristia, Jesus Cristo faz-se real e totalmente presente, na sua Paixão, Morte e Ressurreição, oferendo-se ao Pai por nós e dando-se como alimento divino a cada um de nós.
E é a Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica, comunhão de fiéis, desde Pedro até aos nossos dias, em Bento XVI, nos dá e juntos celebramos, este sublime, precioso e todos os dias extraordinário, Sacramento da Eucaristia.
Esta verdade imensa que só Deus pode conter e que a graça da fé nos faz crer, tem de levar cada um de nós a perguntar-se:
Qual a importância da Eucaristia na minha vida, (toda a minha vida, e não só a minha vida em Igreja), como participo eu da/na Eucaristia, como vivo eu a Eucaristia, enfim, como celebro eu a Eucaristia?
Uma Santa Páscoa para todas e para todos.
Joaquim Mexia Alves
Amor…Eucaristia…
«Depois de amar os seus que estavam no mundo, ‘amou-os até ao fim’ (Jo 13, 1). A Última Ceia é precisamente testemunho daquele amor com que Cristo, Cordeiro de Deus, nos amou até ao fim.
(…) o significado da Eucaristia. A morte não é o seu fim, mas o seu início. A Eucaristia tem início na morte, como ensina São Paulo: ‘Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálix, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha’ (Cor 11, 26. 6).»
(Homília Missa Vespertina “in coena domini” – 12/IV/1979 – João Paulo II)
(…) o significado da Eucaristia. A morte não é o seu fim, mas o seu início. A Eucaristia tem início na morte, como ensina São Paulo: ‘Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálix, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha’ (Cor 11, 26. 6).»
(Homília Missa Vespertina “in coena domini” – 12/IV/1979 – João Paulo II)
Doação
«(…) o essencial no acontecimento da Última Ceia não era comer o cordeiro e os outros pratos tradicionais, mas a grande oração de louvor, que agora tinha como cento as próprias palavras de Jesus: com elas, ele transformara a sua morte na oferenda de si mesmo, de maneira que agora nós podemos dar graças por essa morte. Sim, só agora é possível dar graças a Deus sem reservas, porque o mais horrível a morte do Redentor e a morte de todos nós foi transformada graças a um acto de amor na doação da vida.»
(Congresso Eucarístico da Arquidiocese de Benevento “Eucaristia, comunhão e liberdade” – 02/VI/2002 – Joseph Ratzinger)
(Congresso Eucarístico da Arquidiocese de Benevento “Eucaristia, comunhão e liberdade” – 02/VI/2002 – Joseph Ratzinger)
«Sempre que comerdes este pão e beberdes este vinho proclamareis a morte do Senhor, até que Ele venha»
Beato João Paulo II
Homilia
«Jesus, sabendo bem que tinha chegado a Sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os Seus que estavam no mundo, levou o Seu amor por eles até ao extremo». E eis que, durante a refeição pascal, a última antes da Sua partida para o Pai, se revela um sinal novo: o sinal da Nova Aliança. «Até ao extremo» quer dizer: até Se dar a Si próprio por eles. Por nós. Por todos. «Até ao extremo» significa: até ao fim dos tempos. Até que Ele venha pela segunda vez.
Desde esta noite da Última Ceia, todos nós, filhos e filhas da Nova Aliança no sangue de Cristo, recordamos a Sua Páscoa, a Sua partida graças à morte na cruz. Mas não se trata apenas de uma lembrança. O sacramento do Corpo e do Sangue tornam o Seu sacrifício presente, fazendo com que nele participemos sempre de novo. Neste sacramento, Cristo crucificado e ressuscitado está constantemente connosco, Ele vem constantemente até nós sob a forma do pão e do vinho, até vir de novo, a fim de que o sinal dê lugar à realidade última e definitiva. Que darei eu em troca deste amor «até ao extremo»?
Homilia
«Jesus, sabendo bem que tinha chegado a Sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os Seus que estavam no mundo, levou o Seu amor por eles até ao extremo». E eis que, durante a refeição pascal, a última antes da Sua partida para o Pai, se revela um sinal novo: o sinal da Nova Aliança. «Até ao extremo» quer dizer: até Se dar a Si próprio por eles. Por nós. Por todos. «Até ao extremo» significa: até ao fim dos tempos. Até que Ele venha pela segunda vez.
Desde esta noite da Última Ceia, todos nós, filhos e filhas da Nova Aliança no sangue de Cristo, recordamos a Sua Páscoa, a Sua partida graças à morte na cruz. Mas não se trata apenas de uma lembrança. O sacramento do Corpo e do Sangue tornam o Seu sacrifício presente, fazendo com que nele participemos sempre de novo. Neste sacramento, Cristo crucificado e ressuscitado está constantemente connosco, Ele vem constantemente até nós sob a forma do pão e do vinho, até vir de novo, a fim de que o sinal dê lugar à realidade última e definitiva. Que darei eu em troca deste amor «até ao extremo»?
«in Cena Domini»
De tarde, durante a Missa in Cena Domini, celebraremos especialmente a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. O hoje da renovação sacramental do Mistério pascal, o hoje da Cruz – que o Senhor antecipou na Última Ceia –, torna-se presente em cada celebração eucarística e, com particular relevo, na Quinta-feira Santa. Assombremo-nos ante a perene actualidade do Sacrifício do Calvário, de forma especial na Missa in Cena Domini. Neste dia, antes de realizar a Consagração, o Cânone Romano põe nos lábios do sacerdote umas palavras próprias desta solenidade: Ele que hoje, na véspera de sofrer pela nossa salvação e pela de todos os homens, tomou o pão em Suas santas e adoráveis mãos….
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, na sua carta de Abril de 2011)
«Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também»
Santa Catarina de Siena (1347-1380), terceira dominicana, Doutora da Igreja, co-padroeira da Europa
Carta 52
«Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa antes de padecer» (Lc 22,15). Recordando estas palavras do nosso Salvador, se me perguntassem qual é a Páscoa que eu desejo ter convosco, responder-vos-ia: não há outra Páscoa que não a do Cordeiro imolado, a que Ele fez de Si mesmo quando Se entregou aos Seus amados discípulos. Oh doce cordeiro pascal, preparado pelo fogo do amor de Deus na Sua santíssima cruz! Alimento divino, fonte de alegria, de deleite e de consolo! Nada nos falta, uma vez que para os Teus servos Te fizeste mesa, alimento e servo. [...] O Verbo, o Filho único de Deus, deu-Se a nós com um grande fogo de amor.
Quem nos apresenta esta Páscoa hoje? O servo Espírito Santo. Por causa do amor desmesurado que tem por nós, Ele não se contentou em fazer-nos servir por outros, é Ele mesmo que quer ser o nosso servo. É nesta mesa que a minha alma deseja estar [...] para comer a Páscoa antes de morrer. [...]
Sabei que é bom que nos apresentemos nesta mesa simultaneamente despojados e vestidos: despojados de todo o egoísmo, de toda a atracção pelo mundo, de toda a negligência e de toda a tristeza [...] – porque uma má tristeza definha a alma – e envolvidos na caridade ardente de Cristo. [...] Quando a alma contempla o seu criador e a bondade infinita que encontra n'Ele, não pode deixar de O amar. [...] De imediato ama aquilo que Deus ama e detesta o que Lhe desagrada, porque Ele Se despojou de Si mesmo por amor. [...] Por causa da Sua fome pela nossa salvação e pela honra de Seu Pai, Cristo humilhou-Se e sujeitou-Se a uma morte ignominiosa na cruz, embriagado de amor e apaixonado por nós. Esta é a Páscoa que eu desejo celebrar.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Carta 52
«Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa antes de padecer» (Lc 22,15). Recordando estas palavras do nosso Salvador, se me perguntassem qual é a Páscoa que eu desejo ter convosco, responder-vos-ia: não há outra Páscoa que não a do Cordeiro imolado, a que Ele fez de Si mesmo quando Se entregou aos Seus amados discípulos. Oh doce cordeiro pascal, preparado pelo fogo do amor de Deus na Sua santíssima cruz! Alimento divino, fonte de alegria, de deleite e de consolo! Nada nos falta, uma vez que para os Teus servos Te fizeste mesa, alimento e servo. [...] O Verbo, o Filho único de Deus, deu-Se a nós com um grande fogo de amor.
Quem nos apresenta esta Páscoa hoje? O servo Espírito Santo. Por causa do amor desmesurado que tem por nós, Ele não se contentou em fazer-nos servir por outros, é Ele mesmo que quer ser o nosso servo. É nesta mesa que a minha alma deseja estar [...] para comer a Páscoa antes de morrer. [...]
Sabei que é bom que nos apresentemos nesta mesa simultaneamente despojados e vestidos: despojados de todo o egoísmo, de toda a atracção pelo mundo, de toda a negligência e de toda a tristeza [...] – porque uma má tristeza definha a alma – e envolvidos na caridade ardente de Cristo. [...] Quando a alma contempla o seu criador e a bondade infinita que encontra n'Ele, não pode deixar de O amar. [...] De imediato ama aquilo que Deus ama e detesta o que Lhe desagrada, porque Ele Se despojou de Si mesmo por amor. [...] Por causa da Sua fome pela nossa salvação e pela honra de Seu Pai, Cristo humilhou-Se e sujeitou-Se a uma morte ignominiosa na cruz, embriagado de amor e apaixonado por nós. Esta é a Páscoa que eu desejo celebrar.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 5 de Abril de 2012
Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a Sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao extremo. Durante a ceia, tendo já o demónio posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a determinação de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai tinha posto nas Suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e voltava para Deus, levantou-Se da mesa, depôs as vestes e, pegando numa toalha, cingiu-Se com ela. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Chegou, pois, a Simão Pedro. Pedro disse-Lhe: «Senhor, Tu lavares-Me os pés?». Jesus respondeu-lhe: «O que Eu faço, tu não o compreendes agora, mas compreendê-lo-ás depois». Pedro disse-Lhe: «Jamais me lavarás os pés!». Jesus respondeu-lhe: «Se Eu não te lavar não terás parte comigo». Simão Pedro disse-Lhe: «Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus disse-lhe: «Aquele que tomou banho não tem necessidade de se lavar, pois todo ele está limpo. Vós estais limpos, mas não todos». Ele sabia quem era o que O ia entregar, por isso disse: «Nem todos estais limpos». Depois que lhes lavou os pés e que retomou as Suas vestes, tendo tornado a pôr-Se à mesa disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem porque o sou. Se Eu, pois, sendo vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais vós também.
Jo 13, 1-15
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