Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 30 de junho de 2020

Pratica a caridade sem limites

Ama e pratica a caridade, sem limites e sem discriminações, porque é a virtude que caracteriza os discípulos do Mestre. Contudo essa caridade não pode levar-te – deixaria de ser virtude – a amortecer a fé, a tirar as arestas que a definem, a dulcificá-la até convertê-la, como alguns pretendem, em algo amorfo, que não tem a força e o poder de Deus. (Forja, 456)

O Senhor tomou a iniciativa, vindo ao nosso encontro. Deu-nos o exemplo para nos pormos com Ele ao serviço dos outros, para – gosto de repetir – pormos generosamente o nosso coração a servir de alcatifa, de modo que os outros caminhem suavemente e a sua luta resulte para eles mais amável. Devemos comportar-nos assim, porque somos filhos do mesmo Pai, que não hesitou em entregar-nos o seu Filho muito amado.

Não somos nós que construímos a caridade; é ela que nos invade com a graça de Deus: porque Ele nos amou primeiro. Convém que nos empapemos bem desta verdade formosíssima: se podemos amar a Deus é porque fomos amados por Deus. Tu e eu estamos em condições de derramar carinho sobre os que nos rodeiam, porque nascemos para a fé pelo amor do Pai. Pedi com ousadia ao Senhor este tesouro, esta virtude sobrenatural da caridade, para a exercitardes até ao último pormenor.

Nós, os cristãos, não temos sabido muitas vezes corresponder a esse dom; algumas vezes temo-lo rebaixado como se se limitasse a uma esmola dada sem alma, friamente; outras vezes temo-lo reduzido a uma atitude de beneficência mais ou menos convencional. Exprimia bem esta aberração a queixa resignada de uma doente: Aqui, tratam-me com caridade, mas a minha mãe cuidava de mim com carinho. O amor que nasce do Coração de Cristo não pode dar lugar a este tipo de distinções. (Amigos de Deus, 228–229)

São Josemaría Escrivá

Quando tudo acabou

Christian Dirce de Henryk Siemiradzki (1897) - Museu Nacional - Varsóvia - Polónia
Os anos do governo de Nero, no início da década de 60 depois de Cristo, somaram desgraça sobre desgraça. Problemas na fronteira do império, o temporal que afundou a esquadra no Adriático, o incêndio devastador na cidade de Roma e, ligado a tudo isto, a contestação popular e as manobras no palácio. Nero reagiu identificando a raiz do problema e pondo a solução em prática.

O problema eram os cristãos. Não que eles tivessem soprado o vento que afundou a esquadra, ou atiçado as labaredas de Roma. O problema era eles existirem. Roma imperial era próspera até os romanos se começarem a converter e, portanto, voltaria à prosperidade anterior quando o cristianismo fosse eliminado da face da Terra.

O aniversário do Imperador, no ano 64, foi escolhido como o dia da redenção. Numa ampla propriedade na margem direita do rio Tibre, englobando a colina Vaticana, organizou-se um festival nunca visto. Competições de cavalos, lutas sangrentas, e vinho, e luxúria, e iguarias à descrição, e tudo sem medida. Finalmente, como momento culminante, a matança de todos os cristãos. Morreram tantos, que foi preciso variar as formas de martírio para não ser uma coisa cansativa. S. Pedro, o primeiro Papa, foi crucificado de cabeça para baixo; muitos arderam como archotes para iluminar um espectáculo nocturno.

Na madrugada do dia seguinte, parecia que o cristianismo tinha acabado na cidade de Roma. Sobraram muito poucos, que sepultaram os mortos e recolheram com especial devoção o cadáver de Pedro.

Pouco ficou da incipiente comunidade cristã. Entre os poucos que sobreviveram àquele dia, bastantes morreram nos dias seguintes e nas semanas seguintes. A Paulo, que escapou à matança por estar na prisão, cortaram a cabeça ainda antes de aquele ano acabar.

Aparentemente, não havia mais nada a acrescentar à história generosa das primeiras conversões cristãs. Tudo tinha acabado.

30 ou 40 anos antes, a surpresa de seguir Jesus, de O ouvir responder às questões mais difíceis, de assistir aos milagres mais incontestáveis e, sobretudo, o deslumbramento perante um horizonte maravilhoso da sua pregação tinham terminado na forma horrorosa de um suplício na Cruz.

Desde então, 30 ou 40 anos tinham passado, em que a primeira geração de cristãos anunciou por todo o mundo a Ressurreição e foi tal a alegria do testemunho e a abundância da graça, que muitos judeus e pagãos se converteram.

Agora, pela segunda vez, tudo tinha acabado. Quase tudo. No rescaldo da festança imperial, quem se lembraria de bons momentos? Que restava do sonho árduo, mas excelente, de tocar Deus, de conviver com Ele?

Não se extinguiu completamente. Subsistiu um ínfimo fio de vida. A Pedro sucedeu Lino, que também foi mártir, e depois Cleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino... até Francisco. Àqueles primeiros cristãos, despedaçados por causa da superstição e da manha política do Imperador todo-poderoso, sucederam novos cristãos e mais mártires. 250 anos mais tarde, Tertuliano resumia a experiência dos primeiros séculos: «o sangue dos mártires foi semente de cristãos». Nem Tertuliano presumia de compreender este enigma, nem vale a pena tentarmos o esforço: o que aconteceu não foi o prémio da eloquência, nem da inteligência, nem do poderio dos homens. Foi, à letra, o paradoxo evangélico, que continua a deixar o mundo perplexo: «se o grão de trigo não morre, fica infecundo; mas, se morre, dá muito fruto».

Na sexta-feira passada, comemorou-se a solenidade de S. Pedro e S. Paulo, no sábado comemorou-se a multidão de mártires que os acompanharam naquele ano de loucura em que tudo parecia ter acabado; hoje, Domingo, comemoramos a Ressurreição de Cristo e o mistério da Igreja, que consiste em Ele ter sempre a última palavra.
José Maria C.S. André
30-VI-2018
Spe Deus

Relativismo e democracia

Muitos opinam que o relativismo constitui um princípio básico da democracia, porque seria essencial a ela que tudo pudesse ser posto em discussão. Na realidade, porém, a democracia vive com base em que existem verdades e valores sagrados que são respeitados por todos. Caso contrário, afunda-se na anarquia e neutraliza-se a si mesma.

Já Alexis de Tocqueville, há aproximadamente cento e cinquenta anos, observava que a democracia só pode subsistir se antes vier precedida de um determinado ethos. Os mecanismos democráticos só funcionam se esse ethos for, por assim dizer, evidente e indiscutível, e só assim esses mecanismos se convertem em instrumentos da justiça. O princípio da maioria só é tolerável se essa maioria também não estiver autorizada a fazer tudo ao seu arbítrio, pois tanto a maioria como a minoria devem estar unidas no comum respeito por uma justiça que obriga as duas. Há, em consequência, elementos fundamentais prévios à existência do Estado, que não estão sujeitos ao jogo da maioria e da minoria, e que devem ser invioláveis para todos.

A questão é: quem define esses "valores fundamentais"? E quem os protege? Este problema, tal como Tocqueville observou, não se pôs na primeira democracia americana como um problema constitucional porque havia um certo consenso cristão básico - protestante -, absolutamente indiscutido e que era considerado óbvio. Esse princípio nutria-se da convicção comum dos cidadãos, convicção que estava acima de toda a polémica. Mas que acontece se já não existem essas convicções? Será possível, por decisão da maioria, declarar justo algo que até ontem era considerado injusto, e vice-versa?

No século terceiro, Orígenes comentou a este respeito: se no país dos citas a injustiça se convertesse em lei, então os cristãos que vivem ali deveriam agir contra a lei. Não é difícil traduzir isto para o século XX: quando, durante o governo do nacional socialismo, se declarou que a injustiça era lei, um cristão estava obrigado a agir contra a lei. "Deve-se obedecer a Deus antes que aos homens" (At 5, 29). Mas como incorporar este factor ao conceito de democracia?

É evidente que uma constituição democrática deve tutelar, na sua qualidade de fundamento, os valores provenientes da fé cristã, declarando-os invioláveis precisamente em nome da liberdade. Semelhante custódia por parte do direito só subsistirá, como é manifesto, se estiver respaldada pela convicção de um grande número de cidadãos. Esta é a razão pela qual é de suprema importância para a preparação e a conservação da democracia preservar e aprofundar as convicções morais fundamentais, sem as quais ela não poderá subsistir. Estamos diante de um enorme trabalho de educação, ao qual devem dedicar-se os cristãos de hoje.

(Cardeal Joseph Ratzinger in entrevista a Jaime Antúnez Aldunate)

segunda-feira, 29 de junho de 2020

S. Pedro e S. Paulo, apóstolos

Ânimo! Tu... podes. – Vês o que fez a graça de Deus com aquele Pedro dorminhoco negador e cobarde...; com aquele Paulo perseguidor, odiento e pertinaz? (Caminho, 483)

Pedro diz-Lhe: "Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!". Responde Jesus: "O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!". Replicou Jesus: "Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo". Simão Pedro rende-se: "Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!".

Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas! (Sulco, 266)

"Pesa sobre mim a solicitude por todas as igrejas", escrevia S. Paulo; e este suspiro do Apóstolo recorda a todos os cristãos – também a ti! – a responsabilidade de pôr aos pés da Esposa de Jesus Cristo, da Igreja Santa, o que somos e o que podemos, amando-a muito fielmente, mesmo à custa da bens, da honra e da vida. (Forja, 584)

São Josemaría Escrivá

domingo, 28 de junho de 2020

Aprendei a fazer o bem

Quando estiveres com uma pessoa, tens de ver nela uma alma: uma alma que é preciso ajudar, que é preciso compreender, com quem é preciso conviver e que é preciso salvar. (Forja, 573)

Agrada-me citar umas palavras que o Espírito Santo nos comunica pela boca do profeta Isaías: discite benefacere, aprendei a fazer o bem. (...)

A caridade para com o próximo é uma manifestação do amor a Deus. Por isso, ao esforçarmo-nos por melhorar nesta virtude, não podemos fixar nenhum limite. Com o Senhor, a única medida é amar sem medida, pois, por um lado jamais chegaremos a agradecer suficientemente o que Ele tem feito por nós e, por outro, assim se revela o mesmo amor de Deus às suas criaturas: com excesso, sem cálculo, sem fronteiras.

A misericórdia não se limita a uma simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade que, ao mesmo tempo, traz consigo a superabundância da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente repassado por um amor rijo, sacrificado e generoso. (Amigos de Deus, 232)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Saibamos sempre tomar a nossa cruz para assim sermos dignos do Senhor como Ele nos fala no Evangelho de hoje (Mt 10, 37-42) e manifestemos-Lhe o nosso amor em tudo.

Louvado seja Deus Nosso Senhor pelo seu infinito e misericordioso amor por todos nós!

A liberdade religiosa

A Comissão Teológica Internacional, organismo da Santa Sé que estuda temas de especial envergadura, publicou recentemente um livro sobre o sentido da liberdade religiosa, com cerca de uma centena de páginas, fruto de 5 anos de trabalho. O documento foi aprovado por todos os membros da Comissão e depois pelo Papa. Saiu o original em francês e já existe uma tradução em italiano.

Como resumir em poucas linhas uma análise tão complexa?

Certos casos não oferecem dúvida. Como o dos ditadores, incluindo os de convicções católicas, cuja oração, imagino eu, poderia ser assim: «Eu vos louvo, Senhor, por terdes feito o Universo maravilhoso! Na verdade, ter criado os seres humanos livres não foi tão acertado, mas não há problema: eu encarrego-me de lhes condicionar a liberdade, para que só façam o bem». A Igreja rejeita liminarmente a boa intenção de corrigir a obra de Deus. Outra situação clara é o direito da sociedade a defender-se dos criminosos, limitando a sua liberdade, se for necessário. É igualmente claro que não se pode invocar o direito à liberdade para vender produtos tóxicos como se fossem saudáveis, ou transaccionar moeda falsa, porque o direito do povo a não ser enganado sobrepõe-se aos desvarios individuais. Estes exemplos não são polémicos, mas até onde deve ir a ingerência do Estado? Existe um mundo de gradações que têm de ser discernidas com sabedoria e – acrescenta o documento (nº 80) – com oração.

Em primeiro lugar (nºs 4-5), uma política de procedimentos puramente formais, sem inspiração ética e religiosa, não se sustenta, porque não responde à pergunta: «porquê?». Só reconhecendo a autoridade de onde deriva a justiça podemos dizer que algo «é» justo, ou «é» injusto. Sem essa referência ao que «é» real, fica o arbítrio de quem tem força para mandar.

Assim, descobrimos que Deus é a fonte da liberdade. Porque nos criou livres e porque o seu respeito por nós nos dá direito a ser respeitados por todos: «Deus chama todos os homens, mas não força ninguém. É por isso que a liberdade se torna um direito fundamental que o homem pode revindicar em consciência e de forma responsável perante o Estado» (nº 27).

A origem do direito à liberdade é esta: Deus criou-me livre, com que direito alguém se atreve a roubar-me o que Deus me concedeu?! Os direitos fundamentais fundam-se na dignidade da pessoa, tal como Deus a criou e a respeita (nºs 31-39). Quando se perde de vista o desígnio divino a respeito do homem e da sua liberdade, põe-se em causa a própria pessoa humana.

Desrespeitar a liberdade de alguém é opor-se a Deus, porque é a voz de Deus que ressoa no íntimo da consciência. Nesse sentido, obrigar alguém a agir contra a consciência é forçá-lo a ir contra Deus. Daí deriva a enorme responsabilidade de purificarmos a própria consciência e o imenso respeito que devemos ter pela consciência dos outros (nºs 40-42). Tudo isto está em profunda harmonia com a adesão cristã que, por sua natureza, só pode ser livre.

Desde o tempo dos Apóstolos, a Igreja aceitou a legitimidade da autoridade política, porque foi isso que aprendeu do próprio Jesus (nº 58). Por outro lado, «o Reino de Deus não é deste mundo» (Jo 18, 36): «a Deus o que é de Deus, a César o que é de César» (Mt 22, 21).

Deus quer que a sociedade se organize livremente, mas não corresponde ao Estado inventar o que é justo ou injusto. As formas legítimas de vida em sociedade não rejeitam Deus, nem pretendem impor uma «ética do Estado» como se este tivesse poderes divinos para inventar a ética (nº 62). Citando o Papa Francisco: «quando, em nome de uma ideologia, se quer expulsar Deus da sociedade, acaba-se por adorar ídolos e depressa o homem se arruína a si mesmo, vê a sua dignidade espezinhada, os seus direitos violados» (discurso de 2014, citado nº 64).

Um Estado que prescinda das referências religiosas arruína os alicerces da cultura humana (nºs 45-48). Por outro lado, nem todas as experiências religiosas têm o mesmo valor (nº 70). Isto é evidente porque as suas doutrinas se contradizem e a verdade não pode ser contraditória, no entanto, há algo de comum que é valioso (nº 79) e, sobretudo, não compete a nenhuma autoridade humana privar as pessoas da liberdade que o próprio Criador lhes concedeu, salvo os casos que comprometem gravemente o bem comum.

Em resumo, a visão cristã da liberdade religiosa inspira-se na verdade da fé e na forma de actuar de Deus, livremente e sem forçar ninguém (nº 76). O diálogo é a forma justa de anunciar o Evangelho (nº 77). Se o respeito pelos outros levar ao martírio, isso não é fraqueza, é fidelidade a Deus (nº 82), como escrevia S. Pedro aos primeiros cristãos: anunciai, «mas com tal doçura e respeito, tendo uma boa consciência, para que naquilo que vos caluniam sejam confundidos os que difamam a vossa boa conduta em Cristo» (I Pe 3, 16, cit nº 86).
José Maria C.S. André

«E quem der de beber a um destes pequeninos [...], por ser Meu discípulo, [...] não perderá a sua recompensa.»

São Patrício (c. 385-c. 461), monge missionário, bispo 
Confissão, 56-62 conclusão

Vede: eu encomendo a minha alma ao Criador, que é fiel (1 Pe 4, 19), de Quem «eu sou embaixador» (Ef 6,20), apesar da minha baixeza; porque Ele não faz acepção de pessoas e escolheu-me para este serviço, para que seja Seu servo, a mim, um dos Seus «irmãos mais pequeninos» (Mt 25,40). «Como retribuirei ao Senhor todos os Seus benefícios para comigo?» (Sl 115,12) Mas que posso eu dizer ou prometer ao meu Senhor, visto não ter mais capacidades para além das que Ele próprio me deu?

Que, por vontade de Deus, nunca me aconteça perder o povo que Ele formou para Si nos confins da terra! (Is 43,21) Peço a Deus que me dê a perseverança e a vontade de d'Ele dar sempre um testemunho fiel, até ao dia da minha partida. Se me acontecer realizar uma boa obra para o meu Deus, que tanto amo, peço-Lhe que me conceda derramar o meu sangue com os estrangeiros e cativos, em honra do Seu nome [...]. Tenho a certeza de que, se tal me acontecesse, ganharia como recompensa a minha alma com o meu corpo, pois naquele dia ressuscitaremos sem dúvida na claridade do sol, isto é, na glória de Cristo Jesus, nosso Redentor [...].

Dirijo uma prece aos homens crentes e tementes a Deus que se dignarem acolher este escrito que Patrício, um tão ignorante pregador, compôs em terras da Irlanda: se alguma coisa fiz ou disse de acordo com a vontade de Deus, ninguém diga que foi este ignorante quem a fez, antes pensai – e tende-o mesmo por certo – que tal foi um verdadeiro dom de Deus. Esta é a minha confissão antes de morrer.

sábado, 27 de junho de 2020

Amar os nossos inimigos

Não somos bons irmãos dos homens nossos irmãos, se não estivermos dispostos a manter uma conduta recta, ainda que os que nos rodeiam interpretem mal a nossa atuação e reajam de uma maneira desagradável. (Forja, 460)

Nós, os filhos de Deus, forjamo-nos na prática desse mandamento novo, aprendemos na Igreja a servir e a não ser servidos e encontramo-nos com forças para amar a humanidade de um modo novo, que todos reconhecerão como fruto da graça de Cristo. O nosso amor não se confunde com uma atitude sentimental, nem com a simples camaradagem, nem com o afã pouco claro de ajudar os outros para demonstrarmos a nós mesmos que somos superiores. O nosso amor exprime-se em conviver com o próximo, em venerar – insisto – a imagem de Deus que há em cada homem, procurando que também ele a contemple, para que saiba dirigir-se a Cristo.

A universalidade da caridade significa, por isso, universalidade do apostolado: tradução pela nossa parte, em obras e em verdade, do grande empenho de Deus, que quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

Se temos de amar também os inimigos – refiro-me aos que nos colocam entre os seus inimigos; eu não me sinto inimigo de ninguém nem de nada – com maior razão teremos de amar os que apenas estão afastados, os que nos são menos simpáticos, os que pela sua língua, pela sua cultura ou pela sua educação parecem o oposto de ti ou de mim. (Amigos de Deus, 230)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de Domingo dia 28 de junho de 2020

Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz e Me segue, não é digno de Mim. Quem se prende à sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por Meu amor, acha-la-á. «Quem vos recebe, a Mim recebe, e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa do profeta; quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo. E todo aquele que der de beber um simples copo de água fresca a um destes pequeninos, por ele ser Meu discípulo, na verdade vos digo que não perderá a sua recompensa».

Mt 10, 37-42

FOBERA PROSTASIA (a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro)

Como um menino antes de nascer
no útero materno aconchegado,
assim em teu regaço reclinado
quisera um dia, ó Mãe, adormecer;

a vida como leite em Ti sorver
e assim em paz, sem pena nem cuidado,
das veras de Teu ser alimentado
não mais do mundo mau querer saber.

Não poderás, ó Mãe, por um momento,
pousar o teu Menino sobre o solo ?
Os anjos proverão a seu sustento…

Se alguma vez do pó em que me rolo,
chega até Ti a voz do meu lamento,
larga o Menino, e pega em mim ao colo !

L. F. T.

Mosteiro de Nossa Senhora de Randol
Páscoa de 1979                               
                                       

Modelo de acolhimento

«Ao mesmo tempo, dando o seu consentimento à Palavra divina que n'Ela Se fez carne, Maria aparece como modelo de acolhimento da graça por parte da criatura humana. Unida a Cristo, juntamente com José, na vida escondida de Nazaré, presente junto do Filho em momentos cruciais da sua vida pública, a Virgem é mestra de seguimento incondicional e de assíduo serviço. Assim n'Ela, ‘templo do Espírito Santo‘, brilha todo o esplendor da nova criatura».

(São João Paulo II - Exortação Apostólica Pós-Sinodal ‘Vita Consecrata’)

«A oração de Maria é-nos revelada na aurora da plenitude dos tempos. Antes da encarnação do Filho de Deus e da efusão do Espírito Santo, a sua oração coopera de um modo único com o desígnio benevolente do Pai, aquando da Anunciação para a concepção de Cristo e aquando do Pentecostes para a formação da Igreja, corpo de Cristo. Na fé da sua humilde serva, o Dom de Deus encontra o acolhimento que Ele esperava desde o princípio dos tempos. Aquela que o Todo-Poderoso fez ‘cheia de graça’ responde pelo oferecimento de todo o seu ser: ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’. ‘Faça-se’ é a oração cristã: ser todo para Ele, já que Ele é todo para nós».

(Catecismo da Igreja Católica § 2617)

Oração, meditação, retiro...

Temos necessidade de um espaço sem o bombardeamento permanente das imagens, de criar espaços de silêncio, também sem imagens, para abrir novamente o nosso coração à imagem verdadeira e à Palavra verdadeira.

(Bento XVI - Encontro com o clero de Roma em Fevereiro de 2008)

sexta-feira, 26 de junho de 2020

O olhar que salva

“BLM” –iniciais de “Black Lives Matter” (a vida dos negros importa)– pintada 
numa estátua de Cristóvão Colombo, em Miami (EUA).
Apesar de muitas e grandes infidelidades, individuais e colectivas, a tradição católica marcou positivamente amplos espaços da cultura em alguns países. Portugal é um exemplo.

Apesar da corrupção bastante generalizada entre nós, sobretudo a nível governamental, apesar do costume de atrasar os pagamentos e de faltar aos compromissos assumidos, encontramos algumas características praticamente exclusivas de ambientes católicos.

Fora desta cultura, o vandalismo que destrói monumentos é prática generalizada. Os talibãs dinamitam os Budas de Bamiyan, o Estado Islâmico destrói Palmira e o museu de Mosul, em qualquer país as estátuas dos líderes depostos não costumam durar muito no seu sítio e nestes dias muitas estátuas foram destruídas ou ameaçadas, na sequência da morte de George Floyd nos EUA.

É este o padrão. A excepção são as culturas de inspiração católica.

A Roma dos Papas continua cheia de colunas comemorativas, de arcos triunfais, de padrões a celebrar os perseguidores mais ímpios da Igreja católica. Estes monumentos conservam-se porque os Papas se preocuparam por os proteger, mesmo os de quem matou mais cristãos.

Em Lisboa, o Marquês de Pombal, que tanto mal fez à Igreja, continua a dominar a cidade do alto do seu pódio monumental e as ruas que confluem nessa praça continuam a ter os nomes de Joaquim António de Aguiar (que ficou na história com o nome de «mata-frades»), do seu colega Fontes Pereira de Melo, do Duque de Palmela, do Duque de Loulé... e, à volta, bairros inteiros ostentam nas suas ruas os nomes de maçons com diversos níveis de aversão à Igreja. Tirando os católicos, quem é que suportaria pacificamente estas homenagens aos seus perseguidores?

Até em Portugal, mal o regime anterior caiu, caíram as placas que o poderiam evocar. Até nomes de indivíduos praticamente desconhecidos foram apagados (até um tal Sinel de Cordes, nas traseiras do Técnico...). Nenhum busto de Salazar resistiu à purga, mesmo alguns que tinham especial qualidade escultórica, e, meio século depois da sua morte, ainda há alarme se alguém o recorda, mesmo que não seja para expressar apoio.

Para quem não é católico, é óbvio que os opositores devem ser apeados de todos os pedestais, artísticos ou não. O direito de vandalizar e derrubar estátuas nem precisa de demonstração, dispensa até a coerência lógica. O escritor Jaime Nogueira Pinto queixa-se no «Observador» (26-VI-2020) de que esta espécie de guerra civil iniciada nos EUA depois da morte de George Floyd, «além de violenta e revolucionária, parece ser completamente imbecil na escolha de alguns dos seus alvos: porque se se pode ainda entender a sua fúria contra os generais sulistas (...), como perceber a vandalização dos monumentos a Lincoln, o grande libertador dos negros na Guerra Civil, ou a Grant, que foi o comandante militar que venceu o Sul? E Andrew Jackson, que foi um populista e guerreou os mexicanos? E Colombo (...) que destruiu “civilizações” que eram monarquias teocráticas, esclavagistas, que faziam sacrifícios humanos aos seus deuses, ou tribos que praticavam a antropofagia… E porquê perseguir um missionário, canonizado pelo Papa Francisco? Esta gente é perigosamente lunática, não se sabe se por estupidez, se por puro e maldoso fanatismo».

Estátua de Edward Colston atirada ao mar, em Bristol
(Grã-Bretanha).
Não vale a pena discutir história, nem interessa discutir se Lee, Grant, Lincoln, Jefferson Davis, ou outros foram exemplo de virtude, porque podem ter tido alguma fraqueza que a história não registou.

O que falta aos vingadores de estátuas é o olhar bondoso que as culturas católicas aprenderam de Cristo. Mesmo quem se portou mal merece uma oração para que Deus o perdoe. E o artista que retratou com feições heróicas um horrível bandido merece um elogio pela obra que deixou.

Encontro por Lisboa e noutras cidades do país ruas com os nomes de Lenine, de Álvaro Cunhal, de Fidel Castro, do «mata-frades», do Marquês, de tantos outros... mais do que homenagem a gente manchada de sangue, parecem-me um hino de glória a uma cultura tão especial que olha com simpatia todos os seres humanos e encontra qualidade artística nas estátuas dos seus perseguidores. Talvez este olhar de bondade, tão pouco frequente no resto do mundo, nos salve, aos olhos de Deus, de muitas infidelidades, individuais e colectivas.
José Maria C.S. André

quinta-feira, 25 de junho de 2020

A messe é grande e poucos os operários

A messe é grande e poucos os operários. – "Rogate ergo!". – Rogai, pois, ao Senhor da messe que envie operários para o seu campo. A oração é o meio mais eficaz do proselitismo. (Caminho, 800)

Ainda ressoa no mundo aquele clamor divino: "Vim trazer fogo à Terra, e que quero senão que se ateie?". – E bem vês: quase tudo está apagado...

Não te animas a propagar o incêndio? (Caminho, 801)

Querias atrair ao teu apostolado aquele homem sábio, aquele poderoso, e aquele cheio de prudência e virtudes.

Pede por eles, oferece sacrifícios e prepara-os com o teu exemplo e com a tua palavra. – Não: vêm? – Não percas a paz; é que não são precisos.

Julgas que não havia contemporâneos de Pedro sábios e poderosos, e prudentes, e virtuosos, fora do apostolado dos primeiros doze? (Caminho, 802)

Corta o coração aquele clamor – sempre actual! – do Filho de Deus, que se lamenta porque a messe é grande e os operários são poucos.

- Esse grito saiu da boca de Cristo, para que também tu o ouvisses: como lhe respondeste até agora? Rezas, pelo menos diariamente, por essa intenção? (Forja, 906)

Para seguir o Senhor, é preciso dar-se de uma vez, sem reservas e com fortaleza: queimar as naves com decisão, para que não haja possibilidades de retroceder. (Forja, 907)

São Josemaría Escrivá

Fé e outras religiões

A fé não pode sintonizar com filosofias que excluam a questão da verdade, mas sintoniza, sim, com movimentos que se esforçam por sair do cárcere do relativismo. Da mesma forma, não pode integrar directamente as antigas religiões. No entanto, as religiões podem proporcionar-lhe formas e imagens de diverso tipo, mas sobretudo atitudes, como o respeito, a humildade, a abnegação, a bondade, o amor ao próximo, a esperança na vida eterna. Isto parece-me - seja dito entre parêntesis - ser importante também para a questão do significado salvífico das religiões. Não salvam, por assim dizer, na medida em que são sistemas fechados e pela fidelidade a esses sistemas, mas colaboram com a salvação na medida em que levam os homens a "perguntar-se por Deus" (como diz o Antigo Testamento), a "buscar o seu rosto", a "buscar o Reino de Deus e a sua justiça".

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘Fe, verdad y cultura’)

A COMUNHÃO

Acercas-te da mesa da comunhão.
Dentro de ti algo te vai conduzindo no entendimento do acto que vais praticar.

Vais comungar o Corpo e o Sangue do Senhor!

Vais receber como alimento divino o próprio Deus que assim a ti se entrega!

Dentro de ti, mais na tua mente do que no teu coração, as palavras repetem-se deixando-te incomodado, quase a ponto de desistir: eu não sou digno, eu não sou digno, eu não sou digno!

Claro que não és digno. Ninguém o é!
Mas não és tu, nem ninguém como tu, pecador, que te pode conferir a dignidade de O receber, mas apenas e tão só o próprio Senhor Jesus Cristo.

Não foi Ele mesmo que afirmou:

Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.» Jo 6, 53-58

Então é Ele mesmo que te confere a dignidade para O poderes receber, e seria um grande pecado duvidares dessa dignidade que Ele te confere, por amor, só por amor.

Continuas a tua caminhada em direcção à comunhão.

Quase não consegues acreditar! Vais receber o próprio Deus como alimento divino!
É Ele, Jesus Cristo, real e verdadeiramente que ali está à tua espera, dando-se tão inteiramente, que se faz alimento para ti.

Parece que o mundo para à tua volta!

Abriu-se o Céu e o Pão Vivo desce para ti e para todos!

Abres desmedidamente os teus olhos e queres ver na hóstia consagrada o próprio Jesus Cristo.

Mas não consegues, pois os olhos teimam em apenas te dar a imagem de uma hóstia redonda e branca.
Ouves a voz que dentro de ti te aconselha: não queiras ver com os olhos do mundo, Aquele que só os olhos da fé te podem mostrar.

Fechas os olhos e deixas-te conduzir!

O Espírito Santo toma-te nos seus braços, abre o teu coração e o teu entendimento, e de dentro de ti vem finalmente a Verdade, numa exclamação silenciosa do teu coração: meu Senhor e meu Deus!
A tua cara descomprime-se, e nela desponta um sorriso, tão cheio de paz e amor, que lhe poderíamos chamar, o sorriso do Senhor!

Ainda não comungaste e já te sentes comunhão!

Porque te parece que os outros a teu lado te acompanham na comunhão e também tu os acompanhas, todos e cada um deles, irmanados no mesmo viver, no mesmo comungar.

Abres a boca ou estendes a mão, tanto faz, a dignidade do acto está no teu coração e na consciência com que vives o incrível momento.

Recebes o Senhor e dentro de ti um sabor indizível de amor e paz toma conta de ti.

És feliz, porque acreditaste!

Queres pedir tanta coisa ao teu Senhor, mas só te saem palavras de louvor!

Um agradecimento profundo, que te leva a dizer sem cessar: obrigado, Senhor! obrigado, Senhor! obrigado, Senhor!

Olhas em teu redor, para tentares ver se os outros percebem o que tu estás a viver!

Mas não, nada nas suas caras espelha qualquer espanto por aquilo que estás a sentir, por aquilo que estás a experimentar.
A ti é que te espanta, pois quando olhas para cada um, para cada uma, não vês homens nem mulheres, vês apenas e tão só filhos de Deus e sentes-te assim descansado, acolhido, amado, nessa família interminável, que é a família de Deus.

O Jesus já está escondido, como dizia o Francisco de Fátima.

Deixas-te cair de joelhos, não porque te “pese” o Senhor, mas antes pelo contrário, pois a leveza que sentes é tão grande que precisas de te ancorar na oração.

Querias poder gritar: sou feliz, sou feliz!

Mas na paz imensa que te envolve, começas a descer do Tabor.
É tempo de voltar ao mundo, de onde afinal não chegaste a sair.

O Espírito Santo vem e segreda-te ao ouvido:

Esse Jesus que recebeste deves amá-Lo, deves vivê-Lo, deves testemunhá-Lo, deves partilhá-Lo, deves dá-Lo a conhecer aos outros, porque só assim Ele se torna vida em ti, porque só assim Ele faz morada em ti, porque só assim a comunhão é verdadeiramente comunhão!

Monte Real, 30 de Abril de 2013


Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2013/05/a-comunhao.html

São Máximo, bispo de Turim, †séc. V

São Máximo, bispo de Turim, que nasceu mais ou menos nos meados do século IV no Piemonte e morreu entre 408 e 423, é considerado o fundador da diocese de Turim, erigida pela iniciativa de santo Ambrósio e de santo Eusébio de Vercelli, de quem o próprio São Máximo se declarava discípulo. Do seu grande empenho apostólico dão testemunho os numerosos sermões e homilias, escritos com estilo claro e persuasivo, nos quais se percebe um caráter manso e benévolo, que sabe todavia reprovar e advertir com firmeza e às vezes com sutil ironia. Ele exorta seus fiéis, amedrontados pela aproximação do exército dos bárbaros a empunhar as armas do “jejum, da oração e da misericórdia” e aos medrosos que se apressavam a fugir da cidade diz: “É injusto e ímpio o filho que abandona a mãe no perigo. A pátria é sempre uma doce mãe.” Quando tratava dos temas de catequese dogmática, a sua palavra iluminadora hauria plenamente das páginas da Sagrada Escrituras, que interpretava com perfeita ortodoxia.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

quarta-feira, 24 de junho de 2020

És filho de Deus

O batismo faz-nos "fideles", fiéis, palavra que, como aquela outra "sancti", santos, empregavam os primeiros seguidores de Jesus para se designarem entre si, e que ainda hoje se usa: fala-se dos "fiéis" da Igreja. – Pensa nisto! (Forja, 622)

Então foi Jesus da Galileia ao Jordão ter com João, para ser baptizado por ele. E eis uma voz do Céu, que dizia: Este é o meu Filho, o amado, no qual pus as minhas complacências (Mt 3, 13.17).

No Baptismo o Nosso Pai, Deus, tomou posse das nossas vidas, incorporou-nos na vida de Cristo e enviou-nos o Espírito Santo.

A força e o poder de Deus iluminam a face da Terra.

Faremos arder o mundo nas chamas do fogo que vieste trazer à terra!…E a luz da Tua verdade, ó nosso Jesus, iluminará as inteligências por dia sem fim!

Ouço-Te clamar, ó meu Rei, com a forte voz, que vibra: ignem veni mittere in terram, et quid volo nisi ut accendatur? – E respondo, com todo o meu ser, comos meus sentidos e as minhas potências: ecce ego: quia vocasti me!

Nosso Senhor pôs-te na alma um selo indelével, por meio do Baptismo: és filho de Deus.

Criança, não ardes em desejos de fazer com que todos O amem? (Santo Rosário, Iº mistério luminoso)

São Josemaría Escrivá