Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Aprender a querer. Diálogo com São Josemaría Escrivá - Trailer da curta metragem dirigido por Juan Martín Ezratty. "Aprender a querer" (em espanhol)

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, obrigado pela Tua infinita bondade, pedi-Te ajuda urgente e enviaste-me dois sacerdotes amigos, ou seja, sobrou pão e peixe, que ainda assim não deixei de comer, pois não Te faria tal desfeita e falta de cortesia. Louvado sejas pela abundância de ajuda que me enviaste.

JPR

Servir Nosso Senhor e os homens

Qualquer actividade – quer seja ou não humanamente muito importante – tem de converter-se para ti num meio de servir Nosso Senhor e os homens: aí está a verdadeira dimensão da sua importância. (Forja, 684)

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas.

O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega porque o amor não pede direitos: quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedecestes Tu? Usque ad mortem, mortem autem crucis, até à morte e morte de Cruz. É preciso sair de nós mesmos, complicar a vida, perdê-la por amor de Deus e das almas... Tu querias viver e que nada te acontecesse; mas Deus quis outra coisa... Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus, e não torcida a de Deus para se acomodar à tua.

Com alegria, tenho visto muitas almas que jogaram a vida – como Tu, Senhor, "usque ad mortem"! – para cumprir o que a vontade de Deus lhes pedia, dedicando os seus esforços e o seu trabalho profissional ao serviço da Igreja, pelo bem de todos os homens.

Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor. (Cristo que passa, 19)

São Josemaría Escrivá

A voz livre da Igreja - Uma resposta às acusações de obscurantismo

O tema é óbvio - a Igreja que invade os espaços públicos de liberdade - e óbvio é também o ponto de vista do panfleto de Sérgio Romano e Beda Romano La Chiesa contro. Portanto, teria sido mais correcto intitulá-lo Contro la Chiesa. Sendo um panfleto, o livro apresenta as características do género: superficialidade das fontes (tanto históricas como bioéticas) e inexactidão das notícias, como no caso daquelas relativas à Comissão nacional de bioética italiana, para as quais um simples controlo teria evitado muitas inexactidões.


O volume revela imediatamente uma xenofilia consolidada: assim Beda Romano enfrentou horas de diálogo com a secretaria da Comissão bioética francesa, que é uma fonte muito partidária - talvez entrevistar o cientista que o presidiu durante anos, Didier Sicard, o ajudasse a fazer um discurso mais crítico - mas nunca se encontrou com um membro do respectivo organismo italiano. Por sua vez, Sérgio Romano escreve que a separação entre Estado e Igreja obteve bom êxito em todos os países europeus, mas não na Itália, baseando-se numa interpretação muito parcial, tanto do Ressurgimento como da Concordata.


Mas o livro apresenta também aspectos novos: a comparação histórica das relações entre Estado e Igreja nos vários países europeus, e sobretudo na segunda parte - mais nova e interessante - a abordagem das questões bioéticas, sem examinar os problemas morais e filosóficos subjacentes, mas analisando a realidade dos comportamentos diante das questões técnico-científicas em debate. Para cada país, Beda Romano escolhe aprofundar o tema no qual, na sua opinião, este se demonstrou mais evoluído: os transplantes de órgãos na Espanha, os Pacs para as convivências entre pessoas homossexuais na França, a inseminação artificial na Dinamarca, a clonagem no Reino Unido e a eutanásia na Suíça. Na opinião dos autores, talvez o país ideal seja aquele onde todos estes "vértices de progressismo" estejam reunidos. Mas a Itália é o contrário, porque não encontra lugar em qualquer classificação de "bons", de "modernos" e de "científicos".


Naturalmente, a culpa - com escassa originalidade - é atribuída à Igreja, conhecida por obscurantismo desde os tempos de Galileu na sua realidade institucional e nos efeitos maléficos sobre a burguesia italiana. Com uma referência ao discurso sobre a falta de modernização italiana, por causa da Contra-reforma: outro lugar-comum que, nas últimas décadas, a investigação histórica rejeitou amplamente.


É realmente tão difícil pensar que as aplicações das tecnociências ou a aceitação jurídica das uniões homossexuais não constituem um teste de modernidade, mas levantam problemas antropológicos porque transformam a nossa cultura, e portanto é bom que sejam objecto de reflexão e debate, e talvez de uma suspensão prudente de juízo? Assim pensam muitos filósofos leigos e cientistas, católicos e não católicos. Não pensam assim, ao contrário, as indústrias farmacêuticas, os pesquisadores que querem uma celebridade rápida e fundos para as suas actividades.


Sem dúvida, a Igreja católica é a única instituição mundial que ousa expressar um juízo crítico sobre uma tendência "progressista" intencionalmente superficial, a única que ousa denunciar as possíveis consequências negativas destas inovações. Que ousa, em síntese, estimular um debate, fazer meditar e exigir respostas autênticas. E é curioso que precisamente devido a este seu ser livre e pensante - sobre alguns temas, a única voz crítica que pode fazer-se ouvir no mundo inteiro - é acusada de obscurantismo e de incapacidade de enfrentar a modernidade.


Com efeito, todos os intelectuais que abordam tais questões com olhar crítico - por exemplo, além de Jonas e Habermas, Testart e Agacinsky - permanecem fatalmente limitados num âmbito restrito de interlocutores, muitas vezes só intelectuais que falam a sua língua. A Igreja, ao contrário, fala de modo mais fácil e faz-se ouvir em toda a parte. Perturbando, e não pouco, o retrato de uma modernidade feliz que progride sem mancha, tão amado por muitos.


LUCETTA SCARAFFIA


(© L'Osservatore Romano - 28 de Janeiro de 2012)

Ave Maria - European Jazz Trio

«Jesus repreendeu-o, dizendo: 'Cala-te e sai desse homem'»

Balduíno de Ford (? - c. 1190), abade cisterciense, depois bispo
Homilia sobre Heb 4,12; PL 204, 451-453


«A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes» (Heb 4,12). Com estas palavras, o apóstolo mostra toda a grandeza, força e sabedoria da Palavra de Deus aos que procuram a Cristo – a Ele que é a palavra, a força e a sabedoria de Deus. [...] Quando pregamos esta Palavra de Deus, essa pregação dá à palavra exteriormente perceptível a força da Palavra interiormente percebida. Assim, os mortos ressuscitam (Lc 7,22) e este testemunho faz surgir novos filhos de Abraão (Mt 3,9). Esta Palavra é, por conseguinte, viva. É viva no coração do Pai, viva nos lábios do pregador, e viva nos corações cheios de fé e de amor. E, porque é uma Palavra viva, não há nenhuma dúvida de que também é eficaz.


Ela age com eficácia na criação do mundo, na sua governação e na sua redenção. O que poderá ser mais eficaz ou mais forte do que ela? «Quem poderá contar as obras do Senhor e apregoar todos os Seus louvores?» (Sl 106, 2). A eficácia desta Palavra manifesta-se nas suas obras; manifesta-se também na pregação. Porque ela «não volta sem ter produzido o seu efeito» (Is 55,11), mas aproveita a todos a quem foi enviada.


A Palavra é, por conseguinte, eficaz e mais penetrante que uma espada de dois gumes, quando é recebida com fé e amor. Com efeito, nada é impossível para quem crê, e nada é duro para quem ama.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 29 de Janeiro de 2012

Depois foram a Cafarnaum; e Jesus, tendo entrado no sábado na sinagoga, ensinava. Os ouvintes ficavam admirados com a Sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Na sinagoga estava um homem possesso dum espírito imundo, que começou a gritar: «Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei Quem és, o Santo de Deus». Mas Jesus o ameaçou dizendo: «Cala-te, e sai desse homem!». Então o espírito imundo, agitando-o violentamente e dando um grande grito, saiu dele. Ficaram todos tão admirados, que se interrogavam uns aos outros: «Que é isto? Que nova doutrina é esta? Ele manda com autoridade até nos espíritos imundos, e eles obedecem-Lhe». E divulgou-se logo a Sua fama por toda a região da Galileia.


Mc 1, 21-28

Bento XVI - “Estamos perante um profunda crise de fé, uma perda do sentido religioso que constitui um grande desafio para a Igreja de hoje" (vídeos em espanhol, inglês, francês e italiano)


Curso de Finanças Pessoais e Poupança * Sábado, 4 de Fevereiro de 2012, das 14h30m às 18h em Lisboa


Venho por este meio fazer-lhe chegar em anexo um Convite para o Curso de Finanças Pessoais e Poupança, que a ACEPRENSA vai realizar em parceria com a Escola de Finanças Pessoais.  O Curso será realizado já no próximo sábado, 4 de Fevereiro de 2012, das 14h30m às 18h * na Livraria Babel, Av. António Augusto de Aguiar, 148 LISBOA Metro : S. Sebastião.

Aproveito para lhe solicitar, o favor de o divulgar pela Sua lista de contactos profissionais e pelo máximo de pessoas amigas\os!

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Aceprensa é um projecto cultural Online (www.aceprensa.pt) especializado na análise e divulgação das tendências fundamentais da sociedade, correntes de pensamento e modos de vida contemporâneos. Com uma abrangência nacional e internacional, presta especial atenção às mudanças que se produzem na cultura, na família, no trabalho, na educação, na economia, na ciência e na sociedade.
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Antecipadamente grata submeto os melhores cumprimentos, A Direcção ACEPRENSA

Gloria Presa
+91 252 5654

Frei Tomás: o "boi mudo"

S. Tomás de Aquino
Para evitar atrair a estima pública e os louvores que recebera em Nápoles por seu saber Tomás, fechou-se num mutismo mal interpretado pelos seus condiscípulos. Ao que se acresce, "um grande corpo, lento e pesado, e uma placidez um pouco bovina servem-lhe de espesso envoltório para uma alma benigna e generosa, mas retraída; ele é tímido para além da humildade, e distraído para além da  contemplação" (G.K.Chesterton, Saint Thomas d'Aquin, versão francesa de Maximilien Vox, Librairie Plon, Paris, p. 20). Isso tudo leva a que o chamem de "boi mudo" ou "grande boi siciliano".

Sucedeu um dia que um condiscípulo, tomando a concentração de Tomás como sinal de que não entendera o que dissera o mestre, começou caridosamente a lhe explicar a matéria. Mas em determinado momento embaralha-se todo e não consegue ir adiante. Calmamente o "boi mudo" começou então a desenvolver a tese obscura, com muito mais clareza do que o fizera o próprio mestre. Os papéis então inverteram-se, e o condiscípulo suplicou a Tomás que sempre o ajudasse em suas dúvidas. Daí para frente não foi mais possível esconder aquele talento superior e fabulosa memória.



(Fonte: ‘Lepanto’ AQUI)

União entre o Rei santo e o Doutor santo

Detalhe do fresco “Triunfo de São Tomás de Aquino sobre os hereges, de Filippino Lippi

A fama de São Tomás tornou-se universal, e todos queriam ouvi-lo. São Luís IX — o Rei Cruzado — consultava-o sobre todos os assuntos importantes. Certo dia convidou-o para sua mesa, o frade estava muito silencioso. De repente, dando um murro na mesa, Tomás exclamou: "Encontrei um argumento concludente contra os maniqueus". O rei, temendo que Tomás pudesse esquecer-se do argumento, chamou depressa o secretário para anotá-lo. "Edificante quadro medieval, bem demonstrativo da perfeita unidade que liga, nesse período nobilíssimo da História, os Reis e os Sábios, nos mesmos ideais da conquista da verdade e do serviço de Deus!" (João Ameal, op. cit., p. 115)

(Fonte: ‘Lepanto’ AQUI)

Uma das origens do ódio nos nossos tempos

«Num sentido muito mais geral poderemos dizer que o homem que se nega à sua grandeza metafísica é um apóstata relativamente à vocação da divina humanidade. O imenso ódio que hoje está em ebulição em certos grupos terroristas não é compreensível sem esta obrigação de pisar a consciência e tudo quanto lhe recorda a sua mensagem.


(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1972

Diz àqueles que se encontram com ele em Roma: “O apostolado, a preocupação pelas almas, é como o carinho quando é sincero: está-se sempre convencido de que não se quer bastante. Eu quero-vos a vós, quero a todas as pessoas com toda a minha alma e contudo, parece-me sempre que posso querer-vos mais, e que posso servir-vos mais”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

O sacerdócio...

«Cristo é a fonte de todo o sacerdócio: pois o sacerdócio da [antiga] lei era figura d’Ele, ao passo que sacerdote da nova lei age na pessoa d’Ele».«… e por isso Cristo é verdadeiro sacerdote, sendo os outros seus ministros».


(S. Tomás de Aquino)

Prudência

S. Tomás aponta três actos deste bom hábito da inteligência: pedir conselho, julgar rectamente e decidir. O primeiro passo da prudência é o reconhecimento das nossas limitações: a virtude da humildade. Admitir, em determinadas questões, que não conseguimos chegar a tudo, que não podemos abarcar, em tantos e tantos casos, circunstâncias que é preciso não perder de vista à hora de julgar. Por isso nos socorremos de um conselheiro. Não de um qualquer, mas de quem estiver capacitado e animado pelos mesmos desejos sinceros de amar a Deus e de o seguir fielmente. Não é suficiente pedir um parecer; temos de nos dirigir a quem no-lo possa dar desinteressada e rectamente.

Depois, é necessário julgar, porque a prudência exige habitualmente uma determinação pronta e oportuna. Se às vezes é prudente atrasar a decisão até conseguir todos os elementos do juízo, noutras ocasiões seria uma grande imprudência não começar a pôr em prática, quanto antes, aquilo que julgamos necessário fazer, especialmente quando está em jogo o bem dos outros.

(Amigos de Deus, 86 - São Josemaría Escrivá)

S. Tomás de Aquino (1225-1274) – Dominicano e grande figura da teologia

Conta-se que, quando criança e com apenas cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou: "Quem é Deus?".

A vida de santidade de Santo Tomás foi caracterizada pelo esforço em responder, inspiradamente para si, para os gentios e a todos sobre os Mistérios de Deus. Nasceu em 1225 duma família nobre, a qual lhe proporcionou óptima formação, porém visando a honra e a riqueza do inteligente jovem, e não a Ordem Dominicana, que pobre e mendicante atraía o coração de Aquino.

Perante a oposição familiar, principalmente da mãe condessa, Tomás chegou a viajar às escondidas para Roma com dezanove anos, para um mosteiro dominicano, porém, ao ser enviado para Paris, foi preso pelos irmãos servidores do Império. Levado ao lar paterno ficou, castigado pela mãe, por um tempo detido, tudo isto com a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.

Livre e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos sendo discípulo do mestre Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte espiritualidade Eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.

Pregador oficial, professor e consultor da Ordem, Santo Tomás escreveu, dentre várias obras, a Suma Teológica e a Suma contra os gentios. Chamado Doutor Angélico, Tomás faleceu em 1274, deixando à Igreja o testemunho e, o que muitos consideram, a síntese do pensamento católico.

São Tomás de Aquino explicado por Bento XVI (vídeo em que o Papa se expressa em inglês e legendado em espanhol)

São Tomás de Aquino - sacerdote e doutor da Igreja

"Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida? Pois o que daria o homem em troca de sua vida?" Mc 8,36-37

Hoje a Igreja celebra um dos maiores santos da História: São Tomás de Aquino. É o autor da Suma Teológica.


Pertenceu à Ordem dos padres dominicanos.


Costuma ser indicado como o maior teólogo da Idade Média, como também, mestre dos teólogos até aos dias de hoje. Declarado "Doutor da Igreja", em 1567; e Padroeiro das Universidades, Academias e Colégios católicos, em 1880.


Foi de facto um génio, que poderia ter-se perdido, não fora ter-se libertado das atracções mundanas de sua classe, pois era rico, nobre e cerceado em seu desenvolvimento pela própria família. Foi em Paris - o maior centro de estudos teológicos do seu tempo - que ele pôde compor a sua gigantesca obra a Suma Teológica, verdadeira síntese do passado e intuição do futuro. Até hoje, essa obra não encontrou similar, nem em matéria de Filosofia nem em matéria de Teologia.


Por vezes, esquecemos, atrás do sábio, a grandeza do santo. E São Tomás soube desapegar-se das grandezas do mundo, para revelar o amor mais profundo à oração e à contemplação. Tornou-se, assim, o modelo de todos os que buscam a Deus, vivendo segundo o plano divino.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco»

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, Salmo 25, n.° 2
Também nós navegamos num lago onde não falta vento nem tempestades; as tentações quotidianas deste mundo quase submergem a nossa barca. Donde vem tudo isso, senão do facto de Jesus estar a dormir? Se Jesus não estivesse adormecido dentro de ti, não sofrerias tais tempestades, mas fruiriras de uma grande tranquilidade interior, porque Jesus velaria contigo.

Que quer isto dizer: «Jesus está adormecido»? Significa que a tua fé em Jesus está caída no sono. As tempestades do lago levantam-se: vês os maus a prosperar e os bons sofrer ; é uma tentação, um entrechocar de ondas. E, na tua alma, dizes: «Ó meu Deus, é isto a Tua justiça, prosperarem os maus e ficarem os bons abandonados ao sofrimento?» Sim, dizes tu Deus: «É esta a Tua justiça?» E Deus responde: «É isso a tua fé? O que te prometi de facto? Fizeste-te cristão para singrares neste mundo? Atormentas-te com o destino dos maus, aqui, quando não conheces o seu destino no outro mundo?»

Qual o motivo de falares assim e de seres sacudido pelas ondas do lago e pela tempestade? É porque em ti Jesus dorme; quero com isto dizer que a tua fé em Jesus adormeceu no teu coração. Que farás para seres libertado? Acorda Jesus e diz-Lhe: «Mestre, estamos perdidos». As incertezas da travessia do lago atribulam-nos; estamos perdidos. Mas Ele depertará, quer dizer, a tua fé voltará; e, com a ajuda de Jesus, reflectirás no teu coração e notarás que os bens concedidos hoje aos maus não durarão. São bens que se lhes escaparão durante a vida ou que terão de abandonar no momento da morte. A ti, pelo contrário, o que te for prometido ficar-te-á para a eternidade [...]. Vira pois as costas àquilo que cai em ruína, e volta o teu rosto para o que permanece perene. Quando Cristo acordar, a tempestade já não te sacudirá o coração, as ondas não afundarão a tua barca, porque o vento e as ondas ficarão sob o comando da tua fé, e então o perigo desaparecerá.

«Ele falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: 'Cala-te'»

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja 
Discursos sobre os salmos, PS 54,10; CCL 39, 664

Estás no mar e surge uma tempestade. Não te resta senão gritar: «Salva-me, Senhor!» (Mt14, 30) Ele estende-te a mão, O que anda sobre as ondas sem temor, que te remove o medo, que assenta n'Ele próprio a tua segurança, que te fala ao coração e te diz: «Pensa no que já suportei. Sofres por causa de um mau irmão, de um inimigo exterior? Não tive Eu também os meus? À minha volta, os que arreganhavam dos dentes, mais perto de Mim, o discípulo que Me traiu».

É verdade, a tempestade causa estragos. Mas Cristo salva-nos «da pequenez da alma e da tempestade» (Sl 54, 9 LXX). O teu navio está agitado? Talvez seja porque em ti Cristo dorme. Sobre um mar furioso, o barco onde navegavam os discípulos estava agitado, e contudo Cristo dormia. Por fim, chegou o momento em que estes homens perceberam que estava com eles o Senhor e Criador dos ventos. Aproximaram-se de Cristo, despertaram-n'O: Cristo mandou calar os ventos e fez-se uma grande calma.

O teu coração perturba-se com razão, se esqueces em Quem crês; e o teu sofrimento torna-se insuportável se tudo o que Cristo sofreu por ti permanece distante do teu espírito. Se não pensas em Cristo, Ele dorme. Desperta Cristo, recorre à tua fé. Porque Cristo dorme em ti quando te esqueces da Sua Paixão; se a recordas, Cristo vela por ti. Quando tiveres meditado com todo o teu coração no que Cristo sofreu, não suportarás com mais perseverança as tuas aflições? E talvez te sintas, com alegria, levemente semelhante ao teu Rei no sofrimento. Sim, quando estes pensamentos começarem a consolar-te e a dar-te alegria, saberás que foi Cristo que Se levantou e que mandou calar os ventos; daí a calma que se faz em ti. «Espero, diz um salmo, Aquele que me salvará da pequenez de alma e da tempestade».

Blagoslovi Duse Moja Gospoda

«Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada»

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1879), carmelita, Doutora da Igreja
Manuscrito autobiográfico A, 75 vº - 76 rº


Eu deveria, querida Madre, ter-vos falado do retiro que precedeu a minha profissão de fé. Esteve longe de me trazer consolação: a mais absoluta aridez e quase o abandono foram o que me coube, Jesus dormia como sempre na minha pequena barquinha; ah, bem vejo como raramente as almas O deixam dormir tranquilamente em suas barcas, Jesus anda tão cansado por ter sempre trabalhos para fazer e por ter de tomar tantas iniciativas, que logo Se apressa a aproveitar o repouso que Lhe ofereço. Não acordará certamente antes do meu retiro para a eternidade, mas isto, em vez de me causar sofrimento, dá-me na verdade um extremo prazer.


Claro que estou longe de ser uma santa, e o que acabo de dizer prova-o bem. Deveria, em vez de me regozijar com esta minha secura, atribuí-la ao meu pouco fervor e pouca fidelidade, deveria afligir-me por dormir (desde há sete anos) durante as orações e as acções de graças. Pois bem, não me aflijo com isso; penso que as criancinhas agradam tanto a seus pais enquanto dormem como quando estão acordadas; penso que, para fazer operações, os médicos põem os doentes a dormir. Enfim, penso que o Senhor conhece bem a nossa fragilidade, «sabe de que somos formados; não Se esquece de que somos pó da terra» (Sl 102,14).


O meu retiro de profissão de fé foi pois, como todos os que se seguiram, um retiro de grande aridez. No entanto, o Bom Deus mostrava-me à evidência, sem que eu me apercebesse, a maneira de Lhe agradar e de praticar as mais sublimes virtudes. Bastas vezes percebi que Jesus não quer dar-me provisões: nutre-me, a cada instante, com um novo alimento; encontro-o em mim sem saber como ali veio parar. Acredito simplesmente que é o próprio Jesus, escondido no fundo deste meu pobre e pequeno coração, Quem faz a graça de agir em mim, Quem me faz pensar em tudo o que quer que eu faça no presente momento.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de Janeiro de 2012

Naquele mesmo dia, ao cair da tarde, disse-lhes: «Passemos à outra margem». Eles, deixando a multidão, levaram-n'O consigo, assim como estava, na barca. Outras embarcações O seguiram. Então levantou-se uma grande tempestade de vento, e as ondas lançavam-se sobre a barca, de tal modo que a barca se enchia de água. Jesus estava na popa a dormir sobre um travesseiro. Acordaram-n'O e disseram-Lhe: «Mestre, não Te importas que pereçamos?». Ele levantou-Se, ameaçou o vento e disse para o mar: «Cala-te, emudece». O vento amainou e seguiu-se uma grande bonança. Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?». Ficaram cheios de grande temor, e diziam uns para os outros: «Quem será Este, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».


Mc 4, 35-41