Graves erros doutrinais, silêncio em
relação a questões da vida e ética sexual e feminismo radical são algumas das
falhas apontadas pelo estudo da Santa Sé.
A Congregação para a Doutrina da Fé
(CDF) publicou um documento em que acusa uma organização de religiosas
americanas de graves erros doutrinários e nomeia um bispo para supervisionar as
suas actividades ao longo dos próximos cinco anos.
As religiosas que
compõem a Leadership Conference of Women
Religious (LCWR) são acusadas de graves desvios em relação à doutrina da
Igreja, nomeadamente no que diz respeito a assuntos como a ordenação de
mulheres e a homossexualidade.
A organização reúne
cerca de 1500 superiores de congregações religiosas, que representam quase 80%
de todas 57 mil religiosas nos Estados Unidos.
A CDF nomeou um
arcebispo americano, Peter Sartain, de Seattle, para supervisionar o grupo.
Entre outras coisas, o arcebispo ficará responsável por vetar os oradores em
todos os eventos públicos da LCWR e de rever os estatutos, bem como agilizar a
colaboração com a Conferência Episcopal Americana.
As freiras são
também acusadas de não se manifestarem publicamente em assuntos como o direito
à vida desde a concepção até à morte natural ou o “casamento” entre
homossexuais: “questões que fazem parte de um animado debate público”
americano, pode ler-se no documento, assinado por outro americano, o Cardeal
William Levada, prefeito da CDF.
Por fim, a LCWR é
ainda acusada de promover eventos e conferências com conteúdos “feministas
radicais”, incompatíveis com a Fé Católica.
O tom do relatório,
apesar de globalmente condenatório, não é totalmente negativo. As irmãs são
louvadas pelo seu trabalho na área social, nomeadamente em hospitais, escolas e
ao serviço dos mais pobres. O Cardeal Levada insiste, ainda, que a CDF “não
pretende fazer juízos sobre a fé e a vida das religiosas”.
Os movimentos que
representam as freiras e monjas americanas têm fama de liberalismo e de desvio
da doutrina em assuntos doutrinais. Recentemente, apesar de a totalidade dos
bispos americanos terem condenado um aspecto da reforma do sistema de saúde
levada a cabo pela administração de Obama, nomeadamente o decreto que obrigaria
escolas, hospitais e outras instituições católicas a financiar seguros de saúde
com cobertura para tratamentos contraceptivos e abortivos, vários movimentos de
religiosas saíram em defesa da lei, permitindo ao Executivo dizer que tinha o
apoio de muitos católicos e enfraquecendo a mão do episcopado.
Para além desta
investigação que resultou no documento ontem tornado público, decorre uma
visitação apostólica a todas as instituições de religiosas que existem nos
Estados Unidos, cujos resultados ainda não foram divulgados.
Rádio Renascença