Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O Senhor quer-nos contentes!

Habitua-te a falar cordialmente de tudo e de todos; em especial dos que trabalham ao serviço de Deus. E, quando isso não for possível, cala-te! Os simples comentários bruscos ou descuidados também podem raiar a murmuração ou a difamação. (Sulco, 902)

Torna a olhar de novo para a tua vida e pede perdão por esse pormenor e aquele outro que saltam imediatamente aos olhos da tua consciência; pelo mau uso que fazes da língua; por esses pensamentos que giram continuamente à volta de ti mesmo; por esse juízo crítico consentido que te preocupa tontamente, causando-te uma contínua inquietação e pesadelo... Podeis ser muito felizes! O Senhor quer-nos contentes, ébrios de alegria, andando pelos mesmos caminhos de felicidade que Ele percorreu! Só nos sentimos desgraçados quando nos empenhamos em sair do caminho e em meter por esse atalho do egoísmo e da sensualidade; e muito pior ainda se entramos no dos hipócritas.

O cristão tem de manifestar-se autêntico, veraz, sincero em todas as suas obras. Na sua conduta deve transparecer um espírito: o de Cristo. Se alguém tem neste mundo a obrigação de mostrar-se consequente, é o cristão, porque recebeu em depósito, para fazer frutificar esse dom, a verdade que liberta e salva. Padre, perguntar-me-eis, e como conseguirei essa sinceridade de vida? Jesus Cristo entregou à sua Igreja todos os meios necessários: ensinou-nos a rezar, a conviver com o Seu Pai Celestial; enviou-nos o Seu Espírito, o Grande Desconhecido, que actua na nossa alma; deixou-nos esses sinais visíveis da graça que são os sacramentos. Usa-os. Intensifica a tua vida de piedade. Faz oração todos os dias. E não afastes nunca os teus ombros do peso gostoso da Cruz do Senhor.

Foi Jesus quem te convidou a segui-lo como bom discípulo, com o fim de realizares a tua passagem pela terra semeando a paz e a alegria que o mundo não pode dar. Para isso – insisto – tens de andar sem medo à vida e sem medo à morte, sem fugir a todo o custo da dor que, para o cristão, é sempre um meio de purificação e ocasião de amar verdadeiramente os seus irmãos, aproveitando as mil circunstâncias da vida ordinária. (Amigos de Deus, 141)

São Josemaría Escrivá

AS "CRUZES DA VIDA" E A VIDA DA CRUZ...

“Senhor Padre. Sou cristão, mas não me faltam problemas nem perseguições, até pelo simples facto de eu tentar ser coerente com a minha fé. O que é que se está a passar de errado comigo? Pelo facto de sermos cristãos a vida não devia de se tornar mais fácil e mais pacífica?”.

Caríssimo,

Em primeiro lugar, a vida não é fácil para ninguém: é sempre um grande desafio! E isso, em princípio, não tira beleza nenhuma à vida, nem nos pode fazer perder o entusiasmo.

Tu agora és cristão. És parte deste corpo que é a Igreja. E a Igreja, que está intimamente e realmente unida a Cristo (dizemos que é o Corpo Místico de Cristo), só pode esperar para si um destino igual ao destino da Cabeça da qual é Corpo. Por isso, espelhando e reflectindo na nossa vida a própria vida de Jesus, a sua entrega, e certamente também alguma coisa da sua Paixão e Morte, está-nos também garantido o dom da sua ressurreição... o dom de uma vida que nada nem ninguém nos pode tirar. De facto esta nossa vida é ainda apenas uma sombra do que é verdadeiramente a Vida! Para além disso, não nos faltam as ajudadas (as graças) especialmente por meio dos sacramentos, para vivermos realmente a nossa vida em Cristo... ao modo de Jesus.

A nossa vida não é uma sucessão de derrotas e de vitórias... até à derrota final. Nós, pela profunda confiança que temos em Jesus (a confiança é o outro nome da fé), podemos viver e afrontar com fé e esperança, mesmo as dificuldades e cruzes da nossa vida, porque sabemos que, em Jesus, a nossa vida tem Sentido! Jesus libertou-nos da aparente escravidão do mal e do absurdo... libertou-nos de uma vida que desemboca no não-sentido. A nossa vida tem Sentido! Pode haver motivo maior de alegria e de esperança?

E porque é que temos nós esta profunda confiança em Jesus? Porque O vimos com os nossos olhos, tocámo-Lo com as nossas mãos, comemos com Ele, fomos por Ele curados... perdoados... ensinados. Ele abriu-nos os olhos, a inteligência e o coração!

Vimo-Lo fazer milagres incríveis, seguimo-Lo no meio de multidões incontáveis, sedentas de esperança e de amor... ávidas de poder encontrar um sentido para a vida.

Vimo-Lo, finalmente, ser traído... vimos a confiança com que se entregou sem resistência. Vimo-Lo humilhado... açoitado, coroado de espinhos... Vimo-Lo morrer crucificado e praticamente abandonado sobre o Calvário, e ficámos desesperados porque, afinal, parecia que tudo o que Jesus tinha dito e feito não passava de um bluff....

Mas, quando já pensávamos “abandonar o barco”, Ele apareceu-nos VIVO! Glorioso, resplandecente de luz... E não era apenas uma “visão espiritual”, uma energia... um fantasma: chegou mesmo a comer connosco! Deu-nos o dom do seu próprio Espírito, e ouvimo-Lo prometer-nos a mesma vida em cheio que nós víamos n’Ele e que n’Ele era tão evidente!

Depois de tudo isto, percebemos ainda melhor porque é que quando Ele curava alguém, dizia sempre no fim: “a tua fé te salvou!”. É este também o teu caminho. Confia totalmente n’Ele, e fica em paz, porque não te enganarás no caminho...

Pe. Fernando António, SJ

Peregrinos da verdade

«A ideia de verdade e de intolerância hoje estão completamente fundidas entre si e assim já não ousamos crer totalmente na verdade ou dela falar […]

Ninguém pode afirmar: possuo a verdade – esta é a objeção que é feita – e, justamente, já que ninguém é dono da verdade. É a verdade que nos possui, é algo que está vivo! Não somos nós que a possuímos, estamos sim dela prisioneiros. Só se nos deixarmos guiar e conduzir por ela, nela permaneceremos, só se estamos com ela e nela, peregrinos da verdade, aí sim ela está connosco e por nós. Penso que devemos aprender de novo este “não ter a verdade” e então brilhará de novo, se ela própria nos conduzir e preencher».

Bento XVI já como Papa emérito na Santa Missa de encerramento com os seus ex-alunos (“Ratzinger Schülerkreis”) em 12 de setembro de 2013 com tradução a partir do italiano de JPR