Obrigado, Perdão Ajuda-me
quarta-feira, 30 de junho de 2021
segunda-feira, 28 de junho de 2021
sexta-feira, 25 de junho de 2021
O demónio existe?
Na segunda sessão de votações do
Parlamento Europeu, ao princípio da tarde, aconteceu o seguinte: 14 deputados
faltaram a toda a sessão. 16 dos deputados presentes, quando chegou o momento
de se pronunciarem sobre a Resolução A9-0169/2021, saíram para tomar café e
voltaram 1 minuto depois da votação. 42 deputados abstiveram-se, 255 tiveram a honra
de votar contra e 378 deputados aceitaram a resolução.
Esta resolução, intitulada «dos
direitos sexuais e da saúde reprodutiva», é apenas um parecer sem valor legal
mas é um teste de força. Fundamentalmente, mostra que metade dos deputados
europeus é favorável ao aborto e defende medidas contra quem respeita a vida
humana.
A linguagem da resolução é característica
de sociedades em que uma ideologia controla a comunicação social com pouca
oposição. Só neste ambiente de unanimidade artificial é possível embrulhar as
realidades mais duras em tanto eufemismo: matar o bebé nascituro é «tratar da
saúde», o direito de o matar é um «direito humano» e, mais retorcido ainda,
condenam-se os médicos e enfermeiros que não aceitam colaborar com este
«direito humano».
Numa sociedade verdadeiramente
livre ninguém se atreveria a dizer que a gravidez é uma doença que precise de
ser «curada» matando o bebé.
Cidadãos capazes de pensar por
sua conta nunca inventariam esse «direito humano» que vai contra a Declaração
Universal dos Direitos do Homem e não está contemplado em nenhum tratado
internacional de direitos humanos: nem no Pacto Internacional de Direitos Civis
e Políticos, nem na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, nem na Carta de
Direitos Fundamentais da União Europeia.
Se não fosse o peso opressivo de uma
corrente ideológica, ninguém levantaria o dedo contra a liberdade de
consciência, consagrada na Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Pacto
Internacional de Direitos Civis e Políticos, na Carta de Direitos Fundamentais
da União Europeia e — já agora — tão oportunamente defendida na Constituição da
República Portuguesa.
Um artigo recente de José Diogo
Ferreira Martins e Inês Quadros (https://observador.pt/opiniao/totalitarismo-vs-objecao-de-consciencia/)
expõe com clareza os termos da questão.
A Resolução do Parlamento Europeu
não é lei, mas dá-nos o retrato de uma Europa triste, de pensamento limitado, de
cultura decadente.
Em Portugal, os deputados
preparam-se para voltar à eutanásia e aprovaram uma lei que confere ao Estado o
encargo de controlar o que os cidadãos pensam. O que é a censura?
A Itália que impor, em especial
às crianças, um pensamento alinhado com a nova ideologia sexual. O Vaticano
lembrou formalmente ao Governo italiano que a liberdade de pensamento está
consagrada na Concordata entre a Itália e o Vaticano. Tanto bastou para que
muitos meios de comunicação europeus classificassem a Igreja de inimiga dos
direitos humanos!
Estes apontamentos soltos dos
tempos que correm explicam-se sem a acção perversa do demónio?
sábado, 12 de junho de 2021
Imaculado Coração da Virgem Santa Maria
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Três santas, El Patas & Co.
As três, solteiras, trabalhavam
num pequeno hospital em Somiedo, nas Astúrias, e participavam activamente na
vida da igreja: eram catequísticas, visitavam os pobres, etc. No dia 27 de
Outubro de 1936, quando o exército vermelho invadiu Somiedo, as três
enfermeiras não quiseram abandonar os doentes do hospital. Os milicianos
vermelhos irromperam no edifício, fuzilaram os doentes e levaram o médico, o
restante pessoal e as três enfermeiras algemados ao comandante, conhecido como
o «El Patas». Os populares que viram o cortejo contam que foram 8 quilómetros
muito duros para os prisioneiros. O capelão do hospital e o médico foram logo
assassinados e os seus cadáveres expostos em público, mas o «El Patas» propôs-se
libertar as três enfermeiras se deixassem de ser católicas e se juntassem ao
partido. As raparigas recusaram a proposta e o «El Patas» deu ordem aos
milicianos para abusarem delas à vontade.
Os soldados violaram-nas e
torturaram-nas toda a noite. A gritaria foi tanta que o «El Patas» pôs carroças
de bois a circular nas ruas à volta da casa para fazerem barulho. Apesar da
violência, as raparigas mantiveram-se leais a Deus. Rezavam elas e gritavam, e
gritavam também os soldados fora de si, enquanto os bois mugiam lá fora e as
carroças chiavam pelas ruas desertas. Numa das carroças a ranger jazia o
cadáver do capelão do hospital, que durante o dia tinha sido exibido a toda a
povoação juntamente com o cadáver do médico e, chegada a noite, fora deixado em
cima da carroça, talvez por esquecimento.
No dia seguinte, ao meio-dia, exaustos
uns e outros, levaram as três enfermeiras despidas para um descampado para serem
fuziladas atadas a dois homens. As mulheres milicianas que trataram do assunto despacharam
primeiro os homens e depois as três enfermeiras, que morreram louvando a Deus e
perdoando as assassinas.
Depois do fuzilamento, os
milicianos profanaram os cadáveres, arrastaram-nos pelo chão e deixaram-nos a
apodrecer ao ar livre até à noite. Já escuro, obrigaram alguns aldeões a cavar
um buraco e a colocá-las lá, já vestidas com a sua farda de enfermeiras.
Estas circunstâncias conhecem-se
porque, no final da guerra civil, o «El Patas» contou o que tinha acontecido e
alguns habitantes da povoação também prestaram testemunho. Entre as muitas
pessoas mortas pelas «milícias republicanas» naqueles dias, a população guardou
especial memória destas três raparigas de modo que, acabada a guerra civil,
convenceram o bispo a levar os corpos delas para a catedral, em Astorga.
Hoje, em tempos mais pacíficos, é difícil conceber tanto ódio desvairado, mas de acordo com os princípios marxistas a vida humana não vale nada e o ambiente daquele tempo, exacerbado pela crueldade da guerra civil, fez da loucura um padrão habitual. Sem nenhum intuito de reavivar ódios velhos ou de pedir vingança, o Papa Francisco considerou que nos fazia bem a todos recordar estas três enfermeiras, que amaram a Deus com tal generosidade e deram a vida por Ele. Por isso mandou que fossem beatificadas no passado dia 29 de Maio de 2021.
A perseguição religiosa antes e
durante a guerra civil espanhola deu origem a numerosos mártires, dos quais já
foram beatificados e canonizados vários milhares. São exemplos edificantes de
gente comum, muitas vezes crianças e mulheres, que postas perante uma situação
extrema puseram Deus em primeiro lugar. É pena que estas histórias não sejam mais
conhecidas. E o catálogo é abundante, porque já foram beatificadas e canonizadas
milhares de mártires deste período de perseguição religiosa em Espanha.
Cada uma destas histórias é
motivo para nos perguntarmos como teríamos reagido e como actuamos hoje no
dia-a-dia. Guardamos rancor? Rezamos pelos outros, por mais desvairados que
sejam? Olhamos para eles com simpatia? Somos leais e justos?
José Maria C.S. André
terça-feira, 8 de junho de 2021
Pensamentos e emoções
Notamos isto, de um modo especial, no meio da crise gerada pela pandemia de covid 19, que fez aumentar os níveis de angústia, segundo a OMS, para valores muito mais altos do que os que são habituais.
Como gerir a angústia?
É evidente que, em algumas ocasiões, será necessário recorrer a um médico especialista. Mas isso não é sempre assim.
Um cristão sabe que não está sozinho nesta luta e conta sempre com a ajuda de Deus, que é Pai e nos ama infinitamente. A oração (diálogo confiado com Deus) é essencial para não cair nas garras dessa aflição acompanhada de tristeza a que chamamos angústia.
Mas, ao mesmo tempo, é o próprio Deus que nos pede que nos esforcemos de verdade – contando com a Sua graça – por gerir as emoções que, obrigatoriamente, se apresentarão na nossa vida.
Gerir as emoções é uma “ginástica” que todos devemos praticar. E não convém esquecer um dado bastante óbvio da sabedoria popular: todas as emoções são precedidas de pensamentos.
Por isso, é primordial perguntarmo-nos sinceramente por onde andam habitualmente os nossos pensamentos. Se é verdade que não possuímos um domínio directo sobre o nosso mundo interior, também é verdade que necessitamos de aprender a geri-lo com “inteligência”.
Quem sabe dirigir os seus pensamentos a Deus e ao próximo por amor a Deus, evita uma quantidade enorme de angústias interiores que acontecem porque, como dizia Santa Teresa, não se domina “a louca da casa” (assim chamava ela à imaginação descontrolada).
Uma condição fundamental da nossa autoeducação afectiva é meditar com calma em que só gerimos bem as emoções quando não permitimos que os pensamentos vagueiem sem rumo, como se isso não tivesse nenhuma influência no nosso equilíbrio interior.