Obrigado, Perdão Ajuda-me
sábado, 31 de março de 2012
Verdade e liberdade (Editorial)
Na insígnia do binómio verdade e liberdade concluiu-se a visita a Cuba do Papa, que completou assim a sua terceira viagem americana, vigésima terceira internacional do pontificado. Nos seis dias, durante os quais pelo menos um milhão e meio de mexicanos e mais de meio milhão de cubanos - pelas estradas e nas celebrações litúrgicas - puderam ver directamente Bento XVI. E mais uma vez o itinerário do Pontífice foi ritmado por repetidas manifestações de afecto e entusiasmo autênticos, dirigidas a um Papa que atrai cada vez mais pela sua tímida gentileza. Verdade e liberdade foram portanto as palavras que Bento XVI confiou a todo o povo cubano, cerca de quinze anos depois do seu predecessor ter percorrido a ilha caribenha pedindo que Cuba se abrisse ao mundo e o mundo a Cuba. Desde então foram dados alguns passos em frente nesta abertura, certamente não fácil também devido às relações internacionais, às quais se acrescentou nos anos mais recentes a crise económica global. Mas agora deve-se continuar, e o Papa disse-o explicitamente na homilia durante a missa em Havana e no discurso de despedida.
No coração da antiga capital Bento XVI celebrou na Plaza de la Revolución, sob o altíssimo memorial erigido ao herói cubano José Martí já durante a ditadura de Fulgencio Batista e diante de enormes imagens dos protagonistas da insurreição que o derrubou. E precisamente deste lugar emblemático o Papa disse que a verdade exige uma busca autêntica: para superar cepticismo e relativismo, mas também irracionalidade e fanatismo. Fé e razão - repetiu portanto Bento XVI - são complementares nesta busca, para chegar pelo menos a fundar uma ética que reconheça a "dignidade inviolável do ser humano" e possa aproximar culturas e religiões, autoridades e cidadãos, crentes e não-crentes. Por conseguinte, não é sem significado que também estes temas tenham sido enfrentados no encontro com Fidel Castro, recebido pelo Pontífice de forma privada na nunciatura em Havana.
Por sua vez, a Igreja propõe com amizade e confiança o caminho de Cristo, e por isso juntamente com os direitos fundamentais pede que seja garantido plenamente o direito à liberdade religiosa. Sem privilégios nem imposições da sua parte, numa sociedade que a Santa Sé deseja finalmente renovada e reconciliada: "Cuba seja a casa de todos e para todos os cubanos, onde convivam a justiça e a liberdade, num clima de fraternidade serena" resumiu com eficácia o Papa despedindo-se do país. E convidando-o sem hesitações a uma ulterior abertura, mais profunda e decisiva, a abertura à pessoa de Cristo. Concluiu-se portanto com o anúncio do Evangelho este itinerário americano que Bento XVI enfrentou com a sua coragem pacífica e não exibida para defender a fé no México e em Cuba, e para oferecer um olhar realista e confiante em relação ao futuro dos dois países e de todo o continente. Em síntese, uma viagem bem sucedida. Aliás, usando o adjectivo com que o Papa qualificou a do seu predecessor na ilha caribenha, também ela já histórica.
Giovanni Maria Vian – Diretor
(© L'Osservatore Romano - 31 de Março de 2012)
Imitação de Cristo, 1, 19, 3
Se não podes continuamente estar recolhido, recolhe-te de vez em quando, ao menos uma vez por dia, pela manhã ou à noite. De manhã toma resoluções, e à noite examina tuas ações: como te houveste hoje em palavras, obras e pensamentos, porque nisso, talvez não raro, tenhas ofendido a Deus e ao próximo. Arma-te varonilmente contra as maldades do demônio; refreia a gula, e facilmente refrearás todo apetite carnal. Nunca estejas de todo desocupado, mas lê ou escreve ou reza ou medita ou faze alguma coisa de proveito comum. Nos exercícios corporais, porém, haja toda discrição, porque não convém igualmente a todos.
O Senhor procura o meu pobre coração
Quantos anos a comungar diariamente! – Outro seria santo – disseste-me – e eu, sempre na mesma! – Filho – respondi-te – continua com a Comunhão diária, e pensa: que seria de mim, se não tivesse comungado? (São Josemaría Escrivá - Caminho, 534)
Recordai – saboreando, na intimidade da alma, a infinita bondade divina – que, pelas palavras da Consagração, Cristo vai tornar-se realmente presente na Hóstia, com o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Adorai-O com reverência e devoção; renovai na sua presença o oferecimento sincero do vosso amor; dizei-lhe sem medo que Lhe quereis; agradecei-lhe esta prova diária de misericórdia tão cheia de ternura, e fomentai o desejo de vos aproximardes da comunhão com confiança. Eu surpreendo-me perante este mistério de Amor: o Senhor procura como trono o meu pobre coração, para não me abandonar, se eu não me afastar d'Ele.
Reconfortados pela presença de Cristo, alimentados pelo seu Corpo, seremos fiéis durante esta vida terrena, e mais tarde no Céu, junto de Jesus e de Sua Mãe, chamar-nos-emos vencedores. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Demos graças a Deus que nos trouxe a vitória, pela virtude de Nosso Senhor Jesus Cristo. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 161)
Recordai – saboreando, na intimidade da alma, a infinita bondade divina – que, pelas palavras da Consagração, Cristo vai tornar-se realmente presente na Hóstia, com o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Adorai-O com reverência e devoção; renovai na sua presença o oferecimento sincero do vosso amor; dizei-lhe sem medo que Lhe quereis; agradecei-lhe esta prova diária de misericórdia tão cheia de ternura, e fomentai o desejo de vos aproximardes da comunhão com confiança. Eu surpreendo-me perante este mistério de Amor: o Senhor procura como trono o meu pobre coração, para não me abandonar, se eu não me afastar d'Ele.
Reconfortados pela presença de Cristo, alimentados pelo seu Corpo, seremos fiéis durante esta vida terrena, e mais tarde no Céu, junto de Jesus e de Sua Mãe, chamar-nos-emos vencedores. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Demos graças a Deus que nos trouxe a vitória, pela virtude de Nosso Senhor Jesus Cristo. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 161)
«Aí vem o noivo, ide ao seu encontro» (Mt 25,6)
Homilia atribuída a Santo Epifânio de Salamina (? - 403), bispo
Homilia para o Domingo de Ramos
«Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9), alegra-te e exulta, Igreja de Deus, pois eis que o teu Rei vem a ti, eis o Esposo que chega, sentado num burro como num trono! Vamos depressa ao Seu encontro para contemplar a Sua glória. Eis a salvação do mundo: Deus avança para a cruz. Também nós, os povos, gritamos hoje com o povo: «Hossana ao Filho de David! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» (Mt 21,9; Sl 118,26) [...]
A Igreja celebra um dia de festa à sombra de Cristo, oliveira carregada de azeitonas na casa de Deus (Sl 52,10); celebra um dia de Festa com Cristo, lírio primaveril do Paraíso em flor. Porque Cristo está no meio da Igreja como verdadeiro lírio florido, raiz de Jessé que não julga o mundo mas o serve (Is 11,1.3). Ele está no meio da Igreja, fonte eterna donde jorram, não já os rios do paraíso (cf. Gn 2,10), mas Mateus, Marcos, Lucas e João, que regam os jardins da Igreja de Cristo. Hoje, nós, que somos novos e fecundos rebentos (cf Sl 128,3), levando nas mãos os ramos da oliveira, supliquemos a misericórdia de Cristo. «Plantados na casa do Senhor», florescendo na Primavera nos «átrios do nosso Deus», celebremos um dia de festa: «que o Inverno já passou!» (Sl 92,14; Ct 2,11) [...]
Clamo com São Paulo, com voz santa e forte: «O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas» (2Co 5,17). [...] Um profeta, olhando para este rei, grita: «Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo» (Jo 1,29) [...]; e David, olhando para Cristo, saído da sua raça segundo a carne diz: «O Senhor é Deus; Ele tem-nos iluminado!» (Sl 118,27). Dia de festa admirável, pela sua novidade, surpreendente e estupenda: as crianças aclamam a Cristo como Deus e os sacerdotes maldizem-n'O, as crianças adoram-n'O e os doutores da lei desprezam-n'O e caluniam-n'O. As crianças dizem: «Hossana!» e os Seus inimigos gritam: «Crucifica-O!» Aquelas juntam-se ao redor de Cristo com palmas, estes atiram-se a Ele com espadas; aquelas cortam os ramos, estes preparam uma cruz.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho de Domingo dia 1 de Abril de 2012
Dali a dois dias era a Páscoa e os Ázimos; os príncipes dos sacerdotes e os escribas andavam buscando o modo de O prender à traição, para O matar. Porém, diziam: «Não convém que isto se faça no dia da festa, para que não se levante nenhum motim entre o povo». Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão o leproso, enquanto estava à mesa, veio uma mulher trazendo um frasco de alabastro cheio de um perfume feito de verdadeiro nardo, de um grande valor e, quebrando o frasco, derramou-Lho sobre a cabeça. Alguns dos que estavam presentes indignaram-se e diziam entre si: «Para que foi este desperdício de perfume? Pois podia-se vender por mais de trezentos denários e dá-los aos pobres». E irritavam-se contra ela. Mas Jesus disse: «Deixai-a. Porque a molestais? Ela fez-Me uma boa obra, porque pobres sempre os tereis convosco, e quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; porém a Mim, não Me tereis sempre. Ela fez o que podia: ungiu com antecipação o Meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: Onde quer que for pregado este Evangelho por todo o mundo, será também contado, para sua memória, o que ela fez». Então, Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os príncipes dos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Eles ouvindo-o, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele procurava ocasião oportuna para O entregar. No primeiro dia dos Ázimos, quando imolavam a Páscoa, os discípulos perguntaram-Lhe: «Onde queres que vamos preparar-Te a refeição da Páscoa?». Então, Ele enviou dois dos Seus discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade e encontrareis um homem levando uma bilha de água; ide atrás dele, e, onde entrar, dizei ao dono da casa: “O Mestre manda dizer: Onde está a Minha sala onde hei-de comer a Páscoa com os Meus discípulos?”. E ele vos mostrará uma sala superior, grande, mobilada e já pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os discípulos partiram e chegaram à cidade; encontraram tudo como Ele lhes tinha dito, e prepararam a Páscoa. Chegada a tarde, foi Jesus com os doze. Quando estavam à mesa e comiam, disse Jesus: «Em verdade vos digo que um de vós, que come comigo, Me há-de entregar». Então começaram a entristecer-se, e a dizer-Lhe um por um: «Porventura sou eu?». Ele disse-lhes: «É um dos doze que se serve comigo do mesmo prato. O Filho do Homem vai, segundo está escrito d'Ele, mas, ai daquele homem por quem for entregue o Filho do Homem! Melhor fora a esse homem não ter nascido». Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciada a bênção, partiu-o, deu-lho e disse: «Tomai, isto é o Meu corpo». Em seguida, tendo tomado o cálice, dando graças, deu-lho, e todos beberam dele. E disse-lhes: «Isto é o Meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por todos. Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da videira, até àquele dia em que o beberei novo no reino de Deus». Cantados os salmos, foram para o monte das Oliveiras. Então Jesus, disse-lhes: «Todos vós vos escandalizareis, pois está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão”. Mas, depois de Eu ressuscitar, preceder-vos-ei na Galileia». Pedro, porém, disse-Lhe: «Ainda que todos se escandalizem a Teu respeito, eu não». Jesus disse-lhe: «Em verdade te digo que hoje, nesta mesma noite, antes que o galo cante a segunda vez, Me negarás três vezes». Porém, ele insistia ainda mais: «Ainda que seja preciso morrer contigo, não Te negarei». E todos diziam o mesmo. Chegando a uma herdade, chamada Getsemani, Jesus disse aos Seus discípulos: «Sentai-vos aqui enquanto vou orar». Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a sentir pavor e angústia. E disse-lhes: «A Minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai». Tendo-Se adiantado um pouco, prostrou-Se por terra e pedia que, se era possível, se afastasse d'Ele aquela hora. Dizia: «Abba, Pai, todas as coisas Te são possíveis; afasta de Mim este cálice; porém, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres». Depois, voltou e encontrou-os a dormir, e disse a Pedro: «Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora? Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, na verdade, está pronto mas a carne é fraca». Tendo-Se retirado novamente, pôs-Se a orar, repetindo as mesmas palavras. Voltando, encontrou-os outra vez a dormir, porque tinham os olhos pesados pelo sono. Não sabiam que responder-Lhe. Voltou terceira vez, e disse-lhes: «Dormi agora e descansai. Basta!, é chegada a hora; eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos; eis que se aproxima o que Me há-de entregar». Ainda falava, quando chega Judas Iscariotes, um dos doze, e com ele muita gente armada de espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e pelos anciãos. O traidor tinha-lhes dado um sinal dizendo: «Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-O e levai-O com cuidado». Logo que chegou, aproximando-se imediatamente de Jesus, disse-Lhe: «Mestre!», e beijou-O. Então eles lançaram-Lhe as mãos e prenderam-n'O. Um dos presentes, tirando a espada, feriu um servo do sumo sacerdote e cortou-lhe uma orelha. Jesus tomando a palavra, disse-lhes: «Como se Eu fosse um ladrão viestes prender-Me com espadas e varapaus? Todos os dias estava entre vós ensinando no templo e não Me prendestes. Mas isto acontece para que se cumpram as Escrituras». Então, os discípulos, abandonando-O, fugiram todos. Um jovem seguia Jesus coberto somente com um lençol e prenderam-no. Mas ele, largando o lençol, escapou-se-lhes nu. Levaram Jesus ao sumo sacerdote e juntaram-se todos os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas. Pedro foi-O seguindo de longe, até dentro do pátio do sumo sacerdote. Estava sentado ao fogo com os criados, e aquecia-se. Os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho buscavam algum testemunho contra Jesus, para O fazerem morrer, e não o encontravam. Muitos depunham falsamente contra Ele, mas não concordavam os seus depoimentos. Levantaram-se uns que depunham falsamente contra Ele, dizendo: «Nós ouvimo-l'O dizer: “Destruirei este templo, feito pela mão do homem, e em três dias edificarei outro, que não será feito pela mão do homem”». Porém, nem estes testemunhos eram concordes. Então, levantando-se do meio da assembleia o sumo sacerdote, interrogou Jesus, dizendo: «Não respondes nada ao que estes depõem contra Ti?». Ele, porém, estava em silêncio e nada respondeu. Interrogou-O de novo o sumo sacerdote e disse-Lhe: «És Tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?». Jesus respondeu: «Eu sou, e vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, e vir sobre as nuvens do céu». Então, o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: «Que necessidade temos de mais testemunhas? Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?». E todos O condenaram como réu de morte. Então começaram alguns a cuspir-Lhe, a cobrir-Lhe o rosto e a dar-Lhe murros, dizendo-Lhe: «Profetiza!». Os criados receberam-n'O a bofetadas. Entretanto, estando Pedro em baixo no átrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote. Vendo Pedro, que se aquecia, encarando-o disse: «Tu também estavas com Jesus Nazareno». Mas ele negou: «Não sei, nem compreendo o que dizes». E saiu para fora, para a entrada do pátio, e o galo cantou. Tendo-o visto a criada, começou novamente a dizer aos que estavam presentes: «Este é daqueles». Mas ele o negou de novo. Pouco depois, os que ali estavam presentes diziam de novo a Pedro: «Verdadeiramente tu és um deles, porque também és galileu». Ele começou a fazer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais». Imediatamente cantou o galo segunda vez. Pedro lembrou-se da palavra que Jesus tinha dito: «Antes que o galo cante duas vezes, Me negarás três». E começou a chorar. Logo pela manhã, os príncipes dos sacerdotes tiveram conselho com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio. Manietando Jesus, O levaram e entregaram a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos Judeus?». Ele respondeu: «Tu o dizes». Os príncipes dos sacerdotes acusavam-n'O de muitas coisas. Pilatos interrogou-O novamente: «Não respondes coisa alguma? Vê de quantas coisas Te acusam». Mas Jesus não respondeu mais nada, de forma que Pilatos estava admirado. Ora ele costumava, pela Páscoa, soltar-lhes um dos presos que eles pedissem. Havia um, chamado Barrabás - que estava preso com outros sediciosos - que, num motim, tinha cometido um homicídio. Juntando-se o povo começou a pedir o indulto que sempre lhes concedia. Pilatos respondeu-lhes: «Quereis que vos solte o Rei dos Judeus?». Porque sabia que os príncipes dos sacerdotes O tinham entregue por inveja. Porém, os príncipes dos sacerdotes incitaram o povo a que pedisse antes a liberdade de Barrabás. Pilatos falando outra vez, disse-lhes: «Que hei-de fazer, então, d'Aquele que vós chamais o Rei dos Judeus?». Eles tornaram a gritar: «Crucifica-O!». Pilatos, porém, dizia-lhes: «Que mal fez Ele?». Mas eles cada vez gritavam mais: «Crucifica-O!». Então Pilatos, querendo satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás. Depois de fazer açoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado. Os soldados conduziram-n'O ao interior do átrio, isto é, o Pretório, e ali juntaram toda a coorte. Revestiram-n'O de púrpura e cingiram-Lhe a cabeça com uma coroa entretecida de espinhos. E começaram a saudá-l'O: «Salve, Rei dos Judeus!». E davam-Lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe no rosto, e, pondo-se de joelhos, faziam-Lhe reverências. Depois de O terem escarnecido, despojaram-n'O da púrpura, vestiram-Lhe os Seus vestidos e levaram-n'O para O crucificar. Obrigaram um certo homem que ia a passar, Simão de Cirene, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a levar a cruz. Conduziram-n'O ao lugar do Gólgota, que quer dizer lugar do Crânio. Davam-Lhe a beber vinho misturado com mirra, mas Ele não o tomou. Tendo-O crucificado, dividiram os Seus vestidos, lançando sortes sobre eles, para ver que parte cada um levaria. Era a hora tércia quando O crucificaram. A causa da Sua condenação estava escrita nesta inscrição: «O Rei dos Judeus». Com Ele crucificaram dois ladrões, um à direita, e outro à esquerda. Omitido pela Neo-Vulgata. Os que passavam blasfemavam, abanando a cabeça e dizendo: «Ah! Tu, que destróis o templo de Deus e o reedificas em três dias, salva-Te a Ti mesmo descendo da cruz». Do mesmo modo, escarnecendo-O os príncipes dos sacerdotes e os escribas, diziam entre si: «Salvou os outros, e não Se pode salvar a Si mesmo. O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz para que vejamos e acreditemos». Também os que tinham sido crucificados com Ele O insultavam. Chegando a hora sexta, toda a terra se cobriu de trevas até à hora nona. E, à hora nona, exclamou Jesus em alta voz: «Eli, Eli, lemá sabachtani?». Que quer dizer: «Meu Deus, Meu Deus, porque me desamparaste?». Ouvindo isto, alguns dos presentes diziam: «Eis que chama por Elias». Correndo um e ensopando uma esponja em vinagre e atando-a a uma cana, dava-Lhe de beber, dizendo: «Deixai, vejamos se Elias vem tirá-l'O». Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. O centurião, que estava em frente d'Ele, vendo que Jesus expirara dando este brado, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus». Encontravam-se ali também algumas mulheres olhando de longe, entre as quais estava Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, as quais já O seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia, e muitas outras que, juntamente com Ele, tinham subido a Jerusalém. Ao cair da tarde, pois era a Preparação, isto é, a véspera do sábado, chegou José de Arimateia, membro ilustre do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus. Apresentou-se corajosamente a Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos admirou-se que já estivesse morto; mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já estava morto. Informado pelo centurião, deu o corpo a José. José, tendo comprado um lençol e tirando-O da cruz, envolveu-O no lençol, depositou-O num sepulcro, que estava aberto na rocha, e rolou uma pedra para diante da entrada do sepulcro. Entretanto Maria Madalena e Maria, mãe de José, estavam observando onde era depositado.
Mc 14, 1-72.15, 1-47
Mc 14, 1-72.15, 1-47
«Jesus devia morrer [...] não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»
São Prospério da Aquitânia (?-c. 460), teólogo leigo
O apelo de todos os povos, 9
São Paulo afirma: «Nestes dias que são os últimos, Deus falou-nos por Seu Filho, a quem considerou como herdeiro de todas as coisas» (He 1,2). Não quer esta frase dizer que o Pai considerou que todos os homens fazem parte da herança de Cristo? Ela é conforme à profecia de David: «Pede-Me e Eu te darei as nações por herança, e por domínio as extremidades da terra» (Sl 2,8).
O próprio Senhor declara: «Uma vez elevado da terra, atrairei tudo a Mim» (Jo 12,32). Não é a conversão de todos que parece sera qui prometida? Noutra passagem, encontramos uma profecia sobre a Igreja: «Todo o vale será preenchido, toda a montanha e toda a colina serão baixadas, os lugares acidentados serão aplanados e as escarpas transformadas em grandes vales» (Is 40,4): haverá alguém que pareça aqui esquecido, que não seja aqui designado como sujeito de Cristo? E que pensar quando lemos: «Toda a carne virá prosternar-se diante da Minha face, para que Me adorem em Jerusalém, diz o Senhor» (Is 66,23)? [...]
A expressão «povo de Deus» deve ser tomada em toda a sua plenitude. E, se bem que a maioria dos homens recuse ou negligencie a graça do Salvador, é o conjunto que é designado pelas palavras «eleitos» e «predestinados». [...] O Apóstolo São Paulo também diz: «Nós proclamamos a Jesus Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas potência de Deus e sabedoria de Deus» (1Co 1,23-24). Cristo será «potência» e «sabedoria» de Deus para os mesmos homens para os quais é «escândalo» e «loucura»? De facto, porque alguns são salvos graças à sua fé, enquanto outros são endurecidos na impiedade, o Apóstolo juntou os fiéis e os infiéis sob o termo general de «chamados», mostrando assim que aqueles a quem chamava pagãos se tornaram estranhos ao chamamento de Deus, apesar de terem ouvido o Evangelho.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O apelo de todos os povos, 9
São Paulo afirma: «Nestes dias que são os últimos, Deus falou-nos por Seu Filho, a quem considerou como herdeiro de todas as coisas» (He 1,2). Não quer esta frase dizer que o Pai considerou que todos os homens fazem parte da herança de Cristo? Ela é conforme à profecia de David: «Pede-Me e Eu te darei as nações por herança, e por domínio as extremidades da terra» (Sl 2,8).
O próprio Senhor declara: «Uma vez elevado da terra, atrairei tudo a Mim» (Jo 12,32). Não é a conversão de todos que parece sera qui prometida? Noutra passagem, encontramos uma profecia sobre a Igreja: «Todo o vale será preenchido, toda a montanha e toda a colina serão baixadas, os lugares acidentados serão aplanados e as escarpas transformadas em grandes vales» (Is 40,4): haverá alguém que pareça aqui esquecido, que não seja aqui designado como sujeito de Cristo? E que pensar quando lemos: «Toda a carne virá prosternar-se diante da Minha face, para que Me adorem em Jerusalém, diz o Senhor» (Is 66,23)? [...]
A expressão «povo de Deus» deve ser tomada em toda a sua plenitude. E, se bem que a maioria dos homens recuse ou negligencie a graça do Salvador, é o conjunto que é designado pelas palavras «eleitos» e «predestinados». [...] O Apóstolo São Paulo também diz: «Nós proclamamos a Jesus Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas potência de Deus e sabedoria de Deus» (1Co 1,23-24). Cristo será «potência» e «sabedoria» de Deus para os mesmos homens para os quais é «escândalo» e «loucura»? De facto, porque alguns são salvos graças à sua fé, enquanto outros são endurecidos na impiedade, o Apóstolo juntou os fiéis e os infiéis sob o termo general de «chamados», mostrando assim que aqueles a quem chamava pagãos se tornaram estranhos ao chamamento de Deus, apesar de terem ouvido o Evangelho.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1935
Deixa reservado o Santíssimo Sacramento na residência de estudantes da rua de Ferraz. Dois dias depois escreve agradecido: “Celebrou-se a Santa Missa, no Oratório desta Casa, e ficou Sua Divina Majestade Reservado, realizando plenamente os desejos de tantos anos (desde 1928)”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Somos todos chamados a ter Alma Sacerdotal
(Sermão 4, 1 - São Leão Magno)
A partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte
São Roberto Belarmino (1542-1621), jesuita, bispo e Doutor da Igreja
A ascensão da alma para Deus
Ó Senhor, aquilo que nos ensinas poderia parecer excessivamente difícil, excessivamente pesado, se nos falasses de outra tribuna; mas, dado que nos instruis mais pelo exemplo que pela palavra, Tu que és «Mestre e Senhor» (Jo 13, 14), como ousaremos dizer o contrário, nós que somos Teus servos e Teus discípulos? Aquilo que dizes é perfeitamente verdadeiro, aquilo que ordenas perfeitamente justo, e a cruz de onde nos falas o atesta. Atesta-o igualmente o sangue que corre a jorros e que brada ao céu (Gn4, 10), e por fim, também esta morte: se por ela se rasgou o véu do templo e se abriram fendas nas mais duras rochas (Mt 27, 51), como não fará o mesmo, e mais ainda, ao coração dos crentes, levando-os a submeter-se?
Senhor, queremos pagar-Te amor com amor; e, se o desejo de Te seguir não procede ainda do nosso amor a Ti, porque este é fraco, que proceda ao menos do nosso amor ao Teu amor. Se nos atrais a Ti, «corremos ao odor do Teu perfume» (Ct 1, 4): não desejamos apenas amar-Te e seguir-Te, mas estamos decididos a desprezar este mundo [...] quando vemos que Tu, o nosso mestre, não tomaste para Ti as alegrias deste mundo. Vemos-Te afrontar a morte, não numa cama, mas no lenho que faz justiça; sendo rei, não queres outro trono senão este patíbulo. [...] Movidos pelo Teu exemplo de rei cheio de sabedoria, recusamos o apelo deste mundo e dos seus luxos e, tomando a Tua cruz sobre os nossos ombros, propomo-nos seguir-Te, só a Ti. [...] Dá-nos somente a ajuda de que precisamos, dá-nos força para Te seguirmos.
A ascensão da alma para Deus
Ó Senhor, aquilo que nos ensinas poderia parecer excessivamente difícil, excessivamente pesado, se nos falasses de outra tribuna; mas, dado que nos instruis mais pelo exemplo que pela palavra, Tu que és «Mestre e Senhor» (Jo 13, 14), como ousaremos dizer o contrário, nós que somos Teus servos e Teus discípulos? Aquilo que dizes é perfeitamente verdadeiro, aquilo que ordenas perfeitamente justo, e a cruz de onde nos falas o atesta. Atesta-o igualmente o sangue que corre a jorros e que brada ao céu (Gn4, 10), e por fim, também esta morte: se por ela se rasgou o véu do templo e se abriram fendas nas mais duras rochas (Mt 27, 51), como não fará o mesmo, e mais ainda, ao coração dos crentes, levando-os a submeter-se?
Senhor, queremos pagar-Te amor com amor; e, se o desejo de Te seguir não procede ainda do nosso amor a Ti, porque este é fraco, que proceda ao menos do nosso amor ao Teu amor. Se nos atrais a Ti, «corremos ao odor do Teu perfume» (Ct 1, 4): não desejamos apenas amar-Te e seguir-Te, mas estamos decididos a desprezar este mundo [...] quando vemos que Tu, o nosso mestre, não tomaste para Ti as alegrias deste mundo. Vemos-Te afrontar a morte, não numa cama, mas no lenho que faz justiça; sendo rei, não queres outro trono senão este patíbulo. [...] Movidos pelo Teu exemplo de rei cheio de sabedoria, recusamos o apelo deste mundo e dos seus luxos e, tomando a Tua cruz sobre os nossos ombros, propomo-nos seguir-Te, só a Ti. [...] Dá-nos somente a ajuda de que precisamos, dá-nos força para Te seguirmos.
O Evangelho do dia 31 de Março de 2012
Então, muitos dos judeus que tinham ido visitar Maria e Marta, vendo o que Jesus fizera, acreditaram n'Ele. Porém, alguns deles foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. Os pontífices e os fariseus reuniram-se então em conselho e disseram: «Que fazemos, já que Este homem faz muitos milagres? Se O deixamos proceder assim, todos acreditarão n'Ele; e virão os romanos e destruirão a nossa cidade e a nossa nação!». Mas um deles, chamado Caifás, que era o Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada, nem considerais que vos convém que morra um homem pelo povo e que não pereça toda a nação!». Ora ele não disse isto por si mesmo, mas, como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação, e não somente pela nação, mas também para unir num só corpo os filhos de Deus dispersos. Desde aquele dia tomaram a resolução de O matar. Jesus, pois, já não andava em público entre os judeus, mas retirou-Se para uma terra vizinha do deserto, para a cidade chamada Efraim e lá esteve com os Seus discípulos. Estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da Páscoa para se purificarem. Procuravam Jesus e diziam uns para os outros, estando no templo: «Que vos parece, não virá Ele à festa?».
Jo 11, 45-56
Jo 11, 45-56
Subscrever:
Mensagens (Atom)