Cumpres um plano de vida exigente: madrugas, fazes oração, frequentas os Sacramentos, trabalhas ou estudas muito, és sóbrio, mortificas-te..., mas notas que te falta alguma coisa! Leva ao teu diálogo com Deus esta consideração: como a santidade (a luta por atingi-la) é a plenitude da caridade, tens de rever o teu amor a Deus e, por Ele, aos outros. Talvez descubras então, escondidos na tua alma, grandes defeitos contra os quais nem sequer lutavas: não és bom filho, bom irmão, bom companheiro, bom amigo, bom colega; e, como amas desordenadamente "a tua santidade", és invejoso. "Sacrificas-te" em muitos pormenores "pessoais"; e por isso estás apegado ao teu eu, à tua pessoa e, no fundo, não vives para Deus nem para os outros; só para ti.
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 739)
Título da responsabilidade de JPR
Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 20 de junho de 2010
Muitos cristãos no mundo, vitimas de barbaridade, recordou o Papa antes da recitação do Angelus
Vídeos com locução em espanhol sendo que as palavras de Bento XVI são pronunciadas em italiano
Antes da recitação do Angelus, pouco depois do meio-dia, da janela dos seus aposentos no Palácio Apostólico, Bento XVI voltou a denunciar a realidade de tantos cristãos vitimas de violências no mundo.
“Também na época actual são muitos, no mundo, os cristãos que animados pelo amor de Deus, assumem cada dia a cruz, tanto aquela das provações quotidianas, como aquela procurada pela barbaridade humana que às vezes exige a coragem do sacrifício extremo.”
Depois da recitação do Angelus o Papa dirigiu um premente apelo para que a paz e a segurança sejam depressa restabelecidas no Quirguistão meridional, após os graves recontros ocorridos nos dias passados. Aos parentes das vitimas e a todos aqueles que sofrem por esta tragédia o Santo Padre manifestou a sua comovida proximidade assegurando a sua oração.
Convido todas as comunidades étnicas do País a renunciar a todas as provocações ou violências e peço á comunidade internacional que envide esforços para que as ajudas humanitárias possam chegar rapidamente ás populações atingidas.
Bento XVI recordou ainda que hoje a Organização das Nações Unidas celebra o Dia Mundial do Refugiado para chamar a atenção para os problemas de todos aqueles que deixaram à força a própria terra e os hábitos familiares, chegando a ambientes que muitas vezes são profundamente diferentes.
Os refugiados desejam encontrar acolhimento e ser reconhecidos na sua dignidade e nos seus direitos fundamentais; ao mesmo tempo desejam oferecer o seu contributo à sociedade que os acolhe. Rezemos para que, numa justa reciprocidade, se responda de maneira adequada a tal expectativa e que eles mostrem o respeito que nutrem pela identidade das comunidades que os recebem.
(Fonte: site Radio Vaticana)
A Igreja conta com a fidelidade dos padres também no meio das dificuldades e dos sofrimentos - Bento XVI durante a ordenação na Basílica de São Pedro
O sacerdócio nunca pode representar uma maneira de atingir a segurança na vida ou para conquistar para si uma posição social. Quem aspira ao sacerdócio para um crescimento do próprio prestigio pessoal e do próprio poder compreendeu mal na raiz o sentido deste mistério. Foi o que afirmou Bento XVI na homilia proferida na manhã deste Domingo na Basílica de São Pedro por ocasião da ordenação de 14 novos padres para a diocese de Roma.
“Quem quer realizar sobretudo uma ambição própria, atingir o próprio sucesso será sempre escravo de si mesmo e da opinião publica. Para ser considerado deverá adular ; terá de dizer aquilo que a gente quer ouvir; terá de se adaptar às modas e ás opiniões e assim privar-se-à da relação vital com a verdade, reduzindo-se a condenar amanhã aquilo que terá louvado hoje. Um homem que estabeleça assim a sua vida, um padre que veja nestes termos o próprio ministério, não ama verdadeiramente Deus e os outros, mas apenas si mesmo e paradoxalmente acaba por se perder a si mesmo.
O sacerdócio – recordemo-lo sempre - baseia - se na coragem de dizer sim a uma outra vontade, consciente de fazer crescer dia após dia, que precisamente conformando-nos á vontade de Deus, imergidos nesta vontade não será cancelada a nossa originalidade mas, pelo contrario entraremos cada vez mais na verdade do nosso ser e do nosso ministério”.
A ordenação sacerdotal, recordou depois o Papa dirigindo-se aos neo-sacerdotes grava dentro do vosso ser uma lei indelével , a nova lei, uma lei que vos leva a inserir e a fazer florescer no tecido concreto das atitudes e dos gestos da vossa vida de cada dia o mesmo amor de doação de Cristo crucificado. Já com o Baptismo e agora em virtude do Sacramento da Ordem, vós revesti-vos de Cristo. A solicitude pela celebração eucarística seja acompanhada sempre – recomendou o Papa – pelo empenho por uma vida eucarística, vivida na obediência a uma única grande lei, aquela do amor que se dá em totalidade e serve com humildade, uma vida que a graça do Espírito Santo torna cada vez mais semelhante àquela de Cristo Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, servo de Deus e dos homens.
E Bento XVI observou a concluir:
Caríssimos, o caminho que o Evangelho de hoje nos indica é o caminho da vossa espiritualidade e da vossa acção pastoral, da sua eficácia e penetração, também nas situações mais difíceis e áridas Mais ainda, este é o caminho seguro para encontrar a verdadeira alegria
(Fonte: site Radio Vaticana)
O dia da morte de José Saramago
Portugal ficou mais pobre? Se a pobreza for de espírito e a julgar pelas carpideiras, sem dúvida. A morte de José Saramago iniciou uma competição de louvores e levou uma extraordinária quantidade de sujeitos, notáveis e anónimos, a elogiar um homem que, evidentemente a título elogioso, todos acham "polémico".
É verdade que Saramago tentou a polémica. E se agora muitos aconselham a separar o autor da respectiva obra, é igualmente verdade que o conselho não possui efeitos retroactivos. Após O Evangelho... e sobretudo após o Nobel, que insuflou Saramago com uma importância proporcional à importância que um país periférico dá a essas coisas, os seus romances confundem-se frequentemente com sebentas de apoio às controvérsias públicas que o autor buscava e, na maioria dos casos, obtinha. Menos lidos do que comentados, os livros de Saramago pareciam-se com uma mera versão escrita do chinfrim que o próprio anunciava ainda antes de cada publicação e se esforçava por alimentar depois.
E tudo isso para quê? Vasculha-se a imprensa e, entre a excitação dos epitáfios, não se encontra uma voz dissonante. Saramago orgulhava-se de fomentar inimigos, mas, fora dos comentários sem rosto na Internet, aparentemente não há um com a decência de aparecer e proclamar que desprezava a obra ou que detestava o autor.
Para quem se sonhou incómodo, não haverá maior traição do que partir neste sufocante consenso. Armados de panegíricos, os adversários evitam o sectarismo de que Saramago sempre padeceu, os admiradores lembram o criador perseguido (?) e esquecem o comissário político, os alucinados exaltam a "coragem" do fiel servidor de uma ditadura (felizmente breve), os sensíveis reclamam respeito post mortem por um indivíduo que venerou uma ideologia especializada no assassínio.
Eu, que nunca gostei do escritor nem do cidadão e não mudei de ideias por causa de um destino a que ninguém escapa, faço-lhe a justiça de imaginar que, caso também aí Saramago se tenha enganado e a alma seja realmente imortal, a alma dele hoje lastime tamanha unanimidade. Pela modestíssima parte que me toca, não a terá. E não precisa de agradecer.
ALBERTO GONÇALVES
(Fonte: DN online)
É verdade que Saramago tentou a polémica. E se agora muitos aconselham a separar o autor da respectiva obra, é igualmente verdade que o conselho não possui efeitos retroactivos. Após O Evangelho... e sobretudo após o Nobel, que insuflou Saramago com uma importância proporcional à importância que um país periférico dá a essas coisas, os seus romances confundem-se frequentemente com sebentas de apoio às controvérsias públicas que o autor buscava e, na maioria dos casos, obtinha. Menos lidos do que comentados, os livros de Saramago pareciam-se com uma mera versão escrita do chinfrim que o próprio anunciava ainda antes de cada publicação e se esforçava por alimentar depois.
E tudo isso para quê? Vasculha-se a imprensa e, entre a excitação dos epitáfios, não se encontra uma voz dissonante. Saramago orgulhava-se de fomentar inimigos, mas, fora dos comentários sem rosto na Internet, aparentemente não há um com a decência de aparecer e proclamar que desprezava a obra ou que detestava o autor.
Para quem se sonhou incómodo, não haverá maior traição do que partir neste sufocante consenso. Armados de panegíricos, os adversários evitam o sectarismo de que Saramago sempre padeceu, os admiradores lembram o criador perseguido (?) e esquecem o comissário político, os alucinados exaltam a "coragem" do fiel servidor de uma ditadura (felizmente breve), os sensíveis reclamam respeito post mortem por um indivíduo que venerou uma ideologia especializada no assassínio.
Eu, que nunca gostei do escritor nem do cidadão e não mudei de ideias por causa de um destino a que ninguém escapa, faço-lhe a justiça de imaginar que, caso também aí Saramago se tenha enganado e a alma seja realmente imortal, a alma dele hoje lastime tamanha unanimidade. Pela modestíssima parte que me toca, não a terá. E não precisa de agradecer.
ALBERTO GONÇALVES
(Fonte: DN online)
S. Josemaría nesta data em 1957
Morre em Roma Cármen Escrivá, irmã do Fundador do Opus Dei, a quem ajudou incondicionalmente desde o princípio: “Acabaram-se as lágrimas no momento em que morreu: agora estou contente, meus filhos, agradecido ao Senhor que a levou para o Céu: com o gozo do Espírito Santo. Tendes de me dar os parabéns, porque está no Céu. Estava entusiasmada por ir para o Céu, entusiasmadíssima. Agora já está a pedir por nós a Deus”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
‘L’Osservatore Romano’ sobre Saramago - L'onnipotenza (presunta) del narratore
"Quello di cui la morte non potrà mai essere accusata è di aver dimenticato a tempo indeterminato nel mondo qualche vecchio, solo per invecchiare sempre di più, senza alcun merito o altro motivo visibile".
Sia pure scomparso alla rispettabile età di 87 anni, di José Saramago non si potrà dire che il destino l'abbia tenuto in vita a tutti i costi, vedi la frase succitata, tolta dal romanzo Tutti i nomi, uscito in quel 1998 che lo vide provocatorio Nobel della letteratura.
"Saramago", cognome aggiunto all'anagrafico José Sousa, era nato nel 1922 ad Azinhaga in Portogallo, da una famiglia di contadini e braccianti. Trasferitosi a Lisbona nel 1924, qui aveva compiuto i suoi studi fino al diploma di tecnico meccanico. Non particolarmente complessa né movimentata, la sua vita veniva registrando vari lavori, tra cui l'editoria; un matrimonio nel 1944; un primo romanzo nel 1947 (Terra di peccato, che disconoscerà in sede di bibliografia ufficiale); l'iscrizione al Partito comunista nel 1969 e una militanza politica clandestina sino al 1974, quando la cosiddetta "rivoluzione dei garofani" (contro la dittatura di Caetano), ristabilisce le libertà democratiche.
Cinquantacinque anni compiva Saramago al suo vero primo romanzo, Manuale di pittura e di calligrafia (1977), ma nel resto della sua vita recupererà il tempo andato imponendosi in decine e decine di opere che coerentemente convergono attorno a pochi cespiti conduttori: la Storia maiuscola in filigrana a quella del popolo; una struttura autoritaria totalmente sottomessa all'autore, più che alla voce narrante, non solo onnisciente ma anche onnipresente; una tecnica dialogica in tutto debitrice all'oralità; un intento inventivo che non si cura di celare con la fantasia l'impronta ideologica d'eterno marxista; un tono da inevitabile apocalisse il cui perturbante presagio intende celebrare il fallimento di un Creatore e della sua creazione. E, infine, una strategica modalità, tematica ed espressiva a un tempo, impegnata a rendere quel che lui stesso ha definito la "profondità della superficie": qualcosa che allude sia a quel poco che conosciamo del tanto che rivendichiamo alla ragione, ma anche quel tanto che strappiamo alla realtà di quel poco che la ragione ci permette.
Chiamando a raccolta non molti ma primari maestri (da Kafka a Borges, da Eça de Queiros a Pessoa, da Antonio Vieira a Machado), Saramago diede da subito l'elenco degli artefici della sua formazione, collocandoli senza soluzione di continuità lungo un'onda di piena al cui estuario poneva la novecentesca inquietudine della letteratura, della storia, dell'arte, della politica e della religione, oltre che di se stesso.
E per quel che riguardava la religione, uncinata com'è stata sempre la sua mente da una destabilizzante banalizzazione del sacro e da un materialismo libertario che quanto più avanzava negli anni tanto più si radicalizzava, Saramago non si fece mai mancare il sostegno di uno sconfortante semplicismo teologico: se Dio è all'origine di tutto, Lui è la causa di ogni effetto e l'effetto di ogni causa.
Un populista estremistico come lui, che si era fatto carico del perché del male nel mondo, avrebbe dovuto anzitutto investire del problema tutte le storte strutture umane, da storico-politiche a socio-economiche, invece di saltare al per altro aborrito piano metafisico e incolpare, fin troppo comodamente e a parte ogni altra considerazione, un Dio in cui non aveva mai creduto, per via della Sua onnipotenza, della Sua onniscienza, della Sua onniveggenza. Prerogative, per così dire, che ben avrebbero potuto nascondere un mistero, oltre che la divina infinità delle risposte per l'umana totalità delle domande. Ma non per lui.
Giunto tardi al romanzo, si era rifatto, come s'è detto, con una serie di narrazioni. Dal 1980 in poi, nella bibliografia dell'opera di Saramago, si transita da Memoriale del Convento a L'anno della morte di Ricardo Reis (1984), che torna alla storia del Portogallo nel 1936; da La zattera di pietra (1986), avventura ecologica e demoniaca che immagina la deriva della Spagna dell'oceano tra magico quotidiano, metafora politica e nuove soluzioni atlantiche, a Storia dell'assedio di Lisbona (1989), libro in cui un revisore editoriale, inserendo una particella negativa (un "non") in un saggio storico, dà a Saramago il destro per giocare a falsificare l'evento, più per gioco che per convinta ideologia.
È il 1991 quando, inaugurando ciò che la critica ha chiamato il suo secondo tempo, lo scrittore pubblica Vangelo secondo Gesù, sfida alla memorie del cristianesimo di cui non si sa cosa salvare se, tra l'altro, Cristo è figlio di un Padre che imperturbato lo manda al sacrificio; che sembra intendersela con Satana più che con gli uomini; che sovrintende l'universo con potestà senza misericordia. E Cristo non sa nulla di Sé se non a un passo dalla croce; e Maria Gli è stata madre occasionale; e Lazzaro è lasciato nella tomba per non destinarlo a morte suppletiva.
Irriverenza a parte, la sterilità logica, prima che teologica, di tali assunti narrativi, non produce la perseguita decostruzione ontologica, ma si ritorce in una faziosità dialettica di tale evidenza da vietargli ogni credibile scopo.
Il secondo tempo di Saramago si diversifica poi con Cecità (1995), affresco apocalittico che denuncia la notte dell'etica in cui siamo sprofondati. Poi in campo esistenziale, sia con Tutti i nomi (1997), altra apocalisse dal pessimismo assoluto sospesa su una indifferenziata comunità di morti e di vivi, sia con Il racconto dell'isola sconosciuta (1998), parabola sull'uguaglianza dell'uomo tra gli uomini. In campo intellettuale, prima con La caverna (2000), che tra Kafka, Huxley e Orwell, dispiega un allarme meno disperato del solito e addirittura aperto alla speranza; poi, con L'uomo duplicato (2003), dove colui che si scopre identico a una comparsa televisiva finisce per smarrirsi in un garbuglio fattuale, psichico e spirituale.
Avvicinandosi alla fine, Saramago ci ha lasciato un "testamentario" Saggio sulla lucidità (del 2004), critica al funzionamento, se non alla funzionalità, delle odierne democrazie, contro le quali l'autore auspica una schiacciante maggioranza di "schede bianche", la più invisa espressione di volontà politica per un potere che solo così dovrebbe deflagrare. Poi, un "giocoso" Don Giovanni o il dissoluto assolto (del 2005), ossia il ritratto di un onore sociale offeso, giacché al grande amatore non riesce, nel testo, ciò per cui è da sempre famoso.
Fertile, comunque, la discesa creativa degli anni appena precedenti la scomparsa: dall'itinerante carovana di Il viaggio dell'elefante (2009), pittoresco, umoristico e "peripatetico", all'inaccettabile Caino (2010), romanzo-saggio sull'ingiustizia di Dio, parodiante antilettura biblica, per non dire di altri titoli che andrebbero segnalati, a onor del vero, ma quasi sempre per polemica o pretesto.
Saramago è stato dunque un uomo e un intellettuale di nessuna ammissione metafisica, fino all'ultimo inchiodato in una sua pervicace fiducia nel materialismo storico, alias marxismo. Lucidamente autocollocatosi dalla parte della zizzania nell'evangelico campo di grano, si dichiarava insonne al solo pensiero delle crociate, o dell'inquisizione, dimenticando il ricordo dei gulag, delle "purghe", dei genocidi, dei samizdat culturali e religiosi.
di Claudio Toscani
(© L'Osservatore Romano - 20 giugno 2010)
Sia pure scomparso alla rispettabile età di 87 anni, di José Saramago non si potrà dire che il destino l'abbia tenuto in vita a tutti i costi, vedi la frase succitata, tolta dal romanzo Tutti i nomi, uscito in quel 1998 che lo vide provocatorio Nobel della letteratura.
"Saramago", cognome aggiunto all'anagrafico José Sousa, era nato nel 1922 ad Azinhaga in Portogallo, da una famiglia di contadini e braccianti. Trasferitosi a Lisbona nel 1924, qui aveva compiuto i suoi studi fino al diploma di tecnico meccanico. Non particolarmente complessa né movimentata, la sua vita veniva registrando vari lavori, tra cui l'editoria; un matrimonio nel 1944; un primo romanzo nel 1947 (Terra di peccato, che disconoscerà in sede di bibliografia ufficiale); l'iscrizione al Partito comunista nel 1969 e una militanza politica clandestina sino al 1974, quando la cosiddetta "rivoluzione dei garofani" (contro la dittatura di Caetano), ristabilisce le libertà democratiche.
Cinquantacinque anni compiva Saramago al suo vero primo romanzo, Manuale di pittura e di calligrafia (1977), ma nel resto della sua vita recupererà il tempo andato imponendosi in decine e decine di opere che coerentemente convergono attorno a pochi cespiti conduttori: la Storia maiuscola in filigrana a quella del popolo; una struttura autoritaria totalmente sottomessa all'autore, più che alla voce narrante, non solo onnisciente ma anche onnipresente; una tecnica dialogica in tutto debitrice all'oralità; un intento inventivo che non si cura di celare con la fantasia l'impronta ideologica d'eterno marxista; un tono da inevitabile apocalisse il cui perturbante presagio intende celebrare il fallimento di un Creatore e della sua creazione. E, infine, una strategica modalità, tematica ed espressiva a un tempo, impegnata a rendere quel che lui stesso ha definito la "profondità della superficie": qualcosa che allude sia a quel poco che conosciamo del tanto che rivendichiamo alla ragione, ma anche quel tanto che strappiamo alla realtà di quel poco che la ragione ci permette.
Chiamando a raccolta non molti ma primari maestri (da Kafka a Borges, da Eça de Queiros a Pessoa, da Antonio Vieira a Machado), Saramago diede da subito l'elenco degli artefici della sua formazione, collocandoli senza soluzione di continuità lungo un'onda di piena al cui estuario poneva la novecentesca inquietudine della letteratura, della storia, dell'arte, della politica e della religione, oltre che di se stesso.
E per quel che riguardava la religione, uncinata com'è stata sempre la sua mente da una destabilizzante banalizzazione del sacro e da un materialismo libertario che quanto più avanzava negli anni tanto più si radicalizzava, Saramago non si fece mai mancare il sostegno di uno sconfortante semplicismo teologico: se Dio è all'origine di tutto, Lui è la causa di ogni effetto e l'effetto di ogni causa.
Un populista estremistico come lui, che si era fatto carico del perché del male nel mondo, avrebbe dovuto anzitutto investire del problema tutte le storte strutture umane, da storico-politiche a socio-economiche, invece di saltare al per altro aborrito piano metafisico e incolpare, fin troppo comodamente e a parte ogni altra considerazione, un Dio in cui non aveva mai creduto, per via della Sua onnipotenza, della Sua onniscienza, della Sua onniveggenza. Prerogative, per così dire, che ben avrebbero potuto nascondere un mistero, oltre che la divina infinità delle risposte per l'umana totalità delle domande. Ma non per lui.
Giunto tardi al romanzo, si era rifatto, come s'è detto, con una serie di narrazioni. Dal 1980 in poi, nella bibliografia dell'opera di Saramago, si transita da Memoriale del Convento a L'anno della morte di Ricardo Reis (1984), che torna alla storia del Portogallo nel 1936; da La zattera di pietra (1986), avventura ecologica e demoniaca che immagina la deriva della Spagna dell'oceano tra magico quotidiano, metafora politica e nuove soluzioni atlantiche, a Storia dell'assedio di Lisbona (1989), libro in cui un revisore editoriale, inserendo una particella negativa (un "non") in un saggio storico, dà a Saramago il destro per giocare a falsificare l'evento, più per gioco che per convinta ideologia.
È il 1991 quando, inaugurando ciò che la critica ha chiamato il suo secondo tempo, lo scrittore pubblica Vangelo secondo Gesù, sfida alla memorie del cristianesimo di cui non si sa cosa salvare se, tra l'altro, Cristo è figlio di un Padre che imperturbato lo manda al sacrificio; che sembra intendersela con Satana più che con gli uomini; che sovrintende l'universo con potestà senza misericordia. E Cristo non sa nulla di Sé se non a un passo dalla croce; e Maria Gli è stata madre occasionale; e Lazzaro è lasciato nella tomba per non destinarlo a morte suppletiva.
Irriverenza a parte, la sterilità logica, prima che teologica, di tali assunti narrativi, non produce la perseguita decostruzione ontologica, ma si ritorce in una faziosità dialettica di tale evidenza da vietargli ogni credibile scopo.
Il secondo tempo di Saramago si diversifica poi con Cecità (1995), affresco apocalittico che denuncia la notte dell'etica in cui siamo sprofondati. Poi in campo esistenziale, sia con Tutti i nomi (1997), altra apocalisse dal pessimismo assoluto sospesa su una indifferenziata comunità di morti e di vivi, sia con Il racconto dell'isola sconosciuta (1998), parabola sull'uguaglianza dell'uomo tra gli uomini. In campo intellettuale, prima con La caverna (2000), che tra Kafka, Huxley e Orwell, dispiega un allarme meno disperato del solito e addirittura aperto alla speranza; poi, con L'uomo duplicato (2003), dove colui che si scopre identico a una comparsa televisiva finisce per smarrirsi in un garbuglio fattuale, psichico e spirituale.
Avvicinandosi alla fine, Saramago ci ha lasciato un "testamentario" Saggio sulla lucidità (del 2004), critica al funzionamento, se non alla funzionalità, delle odierne democrazie, contro le quali l'autore auspica una schiacciante maggioranza di "schede bianche", la più invisa espressione di volontà politica per un potere che solo così dovrebbe deflagrare. Poi, un "giocoso" Don Giovanni o il dissoluto assolto (del 2005), ossia il ritratto di un onore sociale offeso, giacché al grande amatore non riesce, nel testo, ciò per cui è da sempre famoso.
Fertile, comunque, la discesa creativa degli anni appena precedenti la scomparsa: dall'itinerante carovana di Il viaggio dell'elefante (2009), pittoresco, umoristico e "peripatetico", all'inaccettabile Caino (2010), romanzo-saggio sull'ingiustizia di Dio, parodiante antilettura biblica, per non dire di altri titoli che andrebbero segnalati, a onor del vero, ma quasi sempre per polemica o pretesto.
Saramago è stato dunque un uomo e un intellettuale di nessuna ammissione metafisica, fino all'ultimo inchiodato in una sua pervicace fiducia nel materialismo storico, alias marxismo. Lucidamente autocollocatosi dalla parte della zizzania nell'evangelico campo di grano, si dichiarava insonne al solo pensiero delle crociate, o dell'inquisizione, dimenticando il ricordo dei gulag, delle "purghe", dei genocidi, dei samizdat culturali e religiosi.
di Claudio Toscani
(© L'Osservatore Romano - 20 giugno 2010)
Tema para reflexão
A cruz de todos os dias
O que é a cruz de todos os dias de que constantemente nos fala Jesus? Tem algo que a diferencie das outras cruzes? É pessoal, particular? Que cruz é esta, afinal?
Bem, S. Filipe de Néri afirmava que o homem é, a maior parte das vezes, o carpinteiro da sua própria cruz. Sim, essa cruz pessoal que cada um carrega nos ombros, tem um peso a condizer com os erros, os enganos, os devaneios, os desvios que cada um vai cometendo.
Claro, tem, também, algo de impessoal, de sofrimento, doença, privação, dificuldades.
Levá-la depende muito de saber-mos exactamente o que, dos dois pesos, carrega mais.
(AMA, diário, 2010.05.04)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI -AQUI
O que é a cruz de todos os dias de que constantemente nos fala Jesus? Tem algo que a diferencie das outras cruzes? É pessoal, particular? Que cruz é esta, afinal?
Bem, S. Filipe de Néri afirmava que o homem é, a maior parte das vezes, o carpinteiro da sua própria cruz. Sim, essa cruz pessoal que cada um carrega nos ombros, tem um peso a condizer com os erros, os enganos, os devaneios, os desvios que cada um vai cometendo.
Claro, tem, também, algo de impessoal, de sofrimento, doença, privação, dificuldades.
Levá-la depende muito de saber-mos exactamente o que, dos dois pesos, carrega mais.
(AMA, diário, 2010.05.04)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI -AQUI
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