Obrigado, Perdão Ajuda-me
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Amar a Cristo...
Querido Jesus nascestes numa manjedoura, portanto pobre aos olhos dos homens, entraste em Jerusalém montado num jumentinho, portanto pobre aos olhos dos homens, mas frequentemente nos esquecemos da Tua verdadeira riqueza, que é seres Deus humanizado para nos redimir e salvar.
Que importa se era uma manjedoura ou um berço de ouro, um jumentinho ou um cavalo puro sangue, eras Tu, o Rei do Universo, e isso basta-me e faz-me amar-Te ainda mais.
JPR
Que importa se era uma manjedoura ou um berço de ouro, um jumentinho ou um cavalo puro sangue, eras Tu, o Rei do Universo, e isso basta-me e faz-me amar-Te ainda mais.
JPR
Imitação de Cristo, 1,1,4
Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.
Não cries necessidades
Não esqueças: tem mais aquele que precisa de menos. – Não cries necessidades. (Caminho, 630)
Há muitos anos – mais de vinte e cinco – eu costumava passar por um refeitório de caridade, para mendigos que não comiam em cada dia outro alimento senão o que ali lhes davam. Tratava-se de um local grande, entregue aos cuidados de um grupo de senhoras bondosas. Depois da primeira distribuição, acudiam outros mendigos, para recolher as sobras. Entre os deste segundo grupo houve um que me chamou a atenção: era proprietário de uma colher de lata! Tirava-a cuidadosamente do bolso, com avareza, olhava-a com satisfação e, quando acabava de saborear a sua ração, voltava a olhar para a colher com uns olhos que gritavam: é minha! Dava-lhe duas lambedelas para a limpar e guardava-a de novo, satisfeito, nas pregas dos seus andrajos. Efectiva mente era sua! Um pobre miserável que, entre aquela gente, companheira de desventura, se considerava rico.
Por essa altura, conhecia também uma senhora com título nobiliárquico, Grande de Espanha. Isto não conta nada diante de Deus: somos todos iguais, todos filhos de Adão e Eva, criaturas débeis, com virtudes e com defeitos, capazes dos piores crimes, se o senhor nos abandona. Desde que Cristo nos redimiu, não há diferença de raça, nem de língua, nem de cor, nem de estirpe, nem de riquezas... Somos todos filhos de Deus. Essa pessoa de que vos falo agora residia numa casa solarenga, mas não gastava consigo mesma nem duas pesetas por dia. Por outro lado, pagava muito bem aos seus empregados e o resto destinava-o a ajudar os necessitados, passando ela própria privações de todo o género. A esta mulher não lhe faltavam muitos desses bens que tantos ambicionam, mas ela era pessoalmente pobre, muito mortificada, completamente desprendida de tudo. Compreendestes bem? Aliás, basta escutar as palavras do Senhor: bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus.
Se desejas alcançar esse espírito, aconselho-te a que sejas sóbrio contigo e muito generoso com os outros. Evita os gastos supérfluos por luxo, por capricho, por vaidade, por comodidade...; não cries necessidades. Numa palavra, aprende com S. Paulo a viver na pobreza e a viver na abundância, a ter fartura e a passar fome, a ter de sobra e a padecer necessidade. Tudo posso naquele que me conforta. E, como o Apóstolo, também sairemos vencedores da luta espiritual, se mantivermos o coração desapegado, livre de ataduras. (Amigos de Deus, 123–124)
“O PREÇO A PAGAR” análise/partilha de Joaquim Mexia Alves
Há uns dias atrás indicaram-me um livro e insistiram que o devia comprar e ler.
Confesso que não era minha vontade, até porque tenho um pouco a mania de comprar livros, que por vezes acabo por não ler.
Mas acedi e comprei “O preço a pagar por me tornar cristão”, de Joseph Fadelle, editado por Paulinas Editora.
Enquanto esperava no carro que o meu filho mais novo acabasse as aulas, folheei o livro e dei comigo muito interessado em saber mais da história que o mesmo conta.
Assim que cheguei a casa não descansei enquanto não comecei a ler o livro, primeiro por curiosidade, depois empolgado, (é o termo), porque não conseguia deixar de querer levar aquela história toda até ao fim.
Não o li todo nessa noite, mas não passou o outro dia sem que o tivesse acabado de ler.
Em primeiro lugar fiquei com uma admiração profunda por aquele homem, que arrostando contra todos e contra tudo, decidiu dizer sim na sua vida e tornar-se cristão no meio mais hostil para tal decisão.
Não vou obviamente descrever a história contada, porque apagaria a surpresa, e sobretudo porque nunca conseguiria colocar nas palavras escritas por mim a descoberta daquela narrativa, a força daquela vontade, o destemor de um homem que “persegue” Cristo para O comungar, (leiam o livro e perceberão porquê), a perseverança que Deus dá aqueles que O procuram em «espírito e verdade».
Em segundo lugar percebi um pouco a dificuldade imensa porque passam os cristãos naquele ambiente e como por vezes até pode parecer que rejeitam os que os procuram, mas como tudo isso tem por detrás um enorme “preço” a pagar.
E depois …
Depois senti-me nada, senti-me pecador até ao mais profundo do meu ser!
Não pecador de pecados diários “normais” no nosso conceito de pecado, mas pecador verdadeiro, um pecador que não sabe aproveitar e fazer render os “talentos”, as facilidades que Deus permanentemente lhe dá.
Envergonhado, (e não é a primeira vez que me sinto envergonhado por testemunhos vindos daquela parte da terra), por ter tanto e dar tão pouco.
Num meio profundamente hostil, (tão hostil que o resultado para quem procede como o narrador, é a morte), aquele homem procura incessantemente Jesus Cristo, arrostando com todos os perigos, desistindo de uma vida confortável e estável, colocando de lado até o poder social, sem desistências, nem concessões a si próprio ou à sua própria família.
E eu vejo-me a encontrar desculpas para não participar da Eucaristia, (presença viva de Cristo), numa qualquer igreja a 100 metros de minha casa, ou até a alguns quilómetros, sem ter que me esconder de ninguém, nem de nada.
Dou por mim a pensar quantas vezes me reduzi ao silêncio quando diziam mal do meu Deus, da minha Igreja, para não dar nas vistas, ou por medo de alguma represália.
Quantas vezes deixei que fosse apenas o meu voto, (no segredo da urna), a combater fracamente as leis iníquas que o meu país vai aprovando contra Deus, contra a Igreja, contra a família.
Recordo os meus comodismos, os meus confortos, e que, por causa deles, tantas vezes fiquei calado não dando testemunho da fé que afirmo viver, não fosse por qualquer razão “cair em desgraça” aos olhos de outrem.
«Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mc 10, 21
Este homem nem vendeu o que tinha! Desistiu do que tinha para seguir Jesus!
Mas eu não, eu dou apenas do que me sobra e mesmo assim dou muito menos do que poderia dar, com medo de que algo me falte.
Uns percorrem quilómetros, escondidos entre muros e árvores, para poderem chegar a uma celebração da Eucaristia.
Nós que temos estradas e bons caminhos, e podemos caminhar “às claras” pelas ruas, arranjamos razões para deixar de celebrar a Eucaristia.
Às vezes até escolhemos este ou aquele padre, porque celebra mais rápido, porque fala mais ao nosso gosto!
E protestamos porque o padre falou muito, porque os avisos são demorados, porque isto, porque aquilo … perdendo totalmente o encontro pessoal e comunitário com Cristo que se faz presente em cada Eucaristia.
A lista seria tão longa que fico por aqui.
Mas tenho que deixar vivas em mim as palavras de Jesus na “parábola dos talentos”:
«Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei. Pois bem, devias ter levado o meu dinheiro aos banqueiros e, no meu regresso, teria levantado o meu dinheiro com juros. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos. Porque ao que tem será dado e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. A esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.» Mt 25, 26-30
Leiam este livro e sintam-se incomodados como eu, nem que seja apenas por uns dias!
Pela graça de Deus alguma coisa há-de mudar em nós.
Glória ao Senhor, que tais filhos chama para d’Ele darem testemunho!
Marinha Grande, 30 de Janeiro de 2012
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2012/01/o-preco-pagar.html
Confesso que não era minha vontade, até porque tenho um pouco a mania de comprar livros, que por vezes acabo por não ler.
Mas acedi e comprei “O preço a pagar por me tornar cristão”, de Joseph Fadelle, editado por Paulinas Editora.
Enquanto esperava no carro que o meu filho mais novo acabasse as aulas, folheei o livro e dei comigo muito interessado em saber mais da história que o mesmo conta.
Assim que cheguei a casa não descansei enquanto não comecei a ler o livro, primeiro por curiosidade, depois empolgado, (é o termo), porque não conseguia deixar de querer levar aquela história toda até ao fim.
Não o li todo nessa noite, mas não passou o outro dia sem que o tivesse acabado de ler.
Em primeiro lugar fiquei com uma admiração profunda por aquele homem, que arrostando contra todos e contra tudo, decidiu dizer sim na sua vida e tornar-se cristão no meio mais hostil para tal decisão.
Não vou obviamente descrever a história contada, porque apagaria a surpresa, e sobretudo porque nunca conseguiria colocar nas palavras escritas por mim a descoberta daquela narrativa, a força daquela vontade, o destemor de um homem que “persegue” Cristo para O comungar, (leiam o livro e perceberão porquê), a perseverança que Deus dá aqueles que O procuram em «espírito e verdade».
Em segundo lugar percebi um pouco a dificuldade imensa porque passam os cristãos naquele ambiente e como por vezes até pode parecer que rejeitam os que os procuram, mas como tudo isso tem por detrás um enorme “preço” a pagar.
E depois …
Depois senti-me nada, senti-me pecador até ao mais profundo do meu ser!
Não pecador de pecados diários “normais” no nosso conceito de pecado, mas pecador verdadeiro, um pecador que não sabe aproveitar e fazer render os “talentos”, as facilidades que Deus permanentemente lhe dá.
Envergonhado, (e não é a primeira vez que me sinto envergonhado por testemunhos vindos daquela parte da terra), por ter tanto e dar tão pouco.
Num meio profundamente hostil, (tão hostil que o resultado para quem procede como o narrador, é a morte), aquele homem procura incessantemente Jesus Cristo, arrostando com todos os perigos, desistindo de uma vida confortável e estável, colocando de lado até o poder social, sem desistências, nem concessões a si próprio ou à sua própria família.
E eu vejo-me a encontrar desculpas para não participar da Eucaristia, (presença viva de Cristo), numa qualquer igreja a 100 metros de minha casa, ou até a alguns quilómetros, sem ter que me esconder de ninguém, nem de nada.
Dou por mim a pensar quantas vezes me reduzi ao silêncio quando diziam mal do meu Deus, da minha Igreja, para não dar nas vistas, ou por medo de alguma represália.
Quantas vezes deixei que fosse apenas o meu voto, (no segredo da urna), a combater fracamente as leis iníquas que o meu país vai aprovando contra Deus, contra a Igreja, contra a família.
Recordo os meus comodismos, os meus confortos, e que, por causa deles, tantas vezes fiquei calado não dando testemunho da fé que afirmo viver, não fosse por qualquer razão “cair em desgraça” aos olhos de outrem.
«Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mc 10, 21
Este homem nem vendeu o que tinha! Desistiu do que tinha para seguir Jesus!
Mas eu não, eu dou apenas do que me sobra e mesmo assim dou muito menos do que poderia dar, com medo de que algo me falte.
Uns percorrem quilómetros, escondidos entre muros e árvores, para poderem chegar a uma celebração da Eucaristia.
Nós que temos estradas e bons caminhos, e podemos caminhar “às claras” pelas ruas, arranjamos razões para deixar de celebrar a Eucaristia.
Às vezes até escolhemos este ou aquele padre, porque celebra mais rápido, porque fala mais ao nosso gosto!
E protestamos porque o padre falou muito, porque os avisos são demorados, porque isto, porque aquilo … perdendo totalmente o encontro pessoal e comunitário com Cristo que se faz presente em cada Eucaristia.
A lista seria tão longa que fico por aqui.
Mas tenho que deixar vivas em mim as palavras de Jesus na “parábola dos talentos”:
«Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei. Pois bem, devias ter levado o meu dinheiro aos banqueiros e, no meu regresso, teria levantado o meu dinheiro com juros. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos. Porque ao que tem será dado e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. A esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.» Mt 25, 26-30
Leiam este livro e sintam-se incomodados como eu, nem que seja apenas por uns dias!
Pela graça de Deus alguma coisa há-de mudar em nós.
Glória ao Senhor, que tais filhos chama para d’Ele darem testemunho!
Marinha Grande, 30 de Janeiro de 2012
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2012/01/o-preco-pagar.html
A mentira
«Vós tendes por pai o diabo, [... ] nele não há verdade; quando fala mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira»
(Jo 8, 44)
«A mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar»
(De mendacio, 4, 5 - Santo Agostinho)
(Jo 8, 44)
«A mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar»
(De mendacio, 4, 5 - Santo Agostinho)
Como foram escritos os evangelhos? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra
Para uma melhor leitura no blogue favor usar a opção de full screen (1º botão a contar da esquerda da barra inferior do Scibd.) caso deseje ler online. Obrigado!
'Podemos acreditar nos Evangelhos? ' pelo Pe. Rodrigo Lynce de Faria
É mesmo verdade o que narram os Evangelhos? Não poderia ser uma bela história inventada por Mateus, Marcos, Lucas e João? Será que aconteceu mesmo assim? E se não foram eles que escreveram essa história? E se os copistas acrescentaram muitos episódios? Já se sabe: “quem conta um conto, acrescenta um ponto” – diz, cheio de razão, o nosso povo. Ultimamente, têm surgido muitas perguntas deste estilo. Sem pretender dar uma resposta profunda – não há espaço, nem os leitores têm paciência para escritos demasiadamente longos –, gostaria apenas de lançar alguns dados que podem ajudar a pensar sobre o tema da historicidade dos Evangelhos.
Cientificamente, um livro histórico merece credibilidade se possui três condições: autenticidade, veracidade e integridade. Por outras palavras: o livro foi escrito na época e pelo autor que lhe é atribuído (autenticidade), o autor conheceu os acontecimentos e não deseja enganar os seus leitores (veracidade) e o livro chegou até nós sem alterações substanciais (integridade).
Os Evangelhos parecem autênticos porque somente um autor contemporâneo de Jesus (ou discípulo imediato) poderia tê-los escrito. Basta pensar que a cidade de Jerusalém foi destruída no ano 70. As descrições que aparecem nos Evangelhos – muitas delas comprovadas por escavações arqueológicas – manifestam um conhecimento da cidade anterior a essa data. Também são dessa época os hebraísmos presentes no grego vulgar – língua em que foram escritos os relatos evangélicos. Além de tudo isto, os factos mais marcantes da vida de Jesus são perfeitamente comprováveis através de fontes históricas independentes.
Os Evangelhos parecem íntegros, uma vez que, desde os primeiros tempos, muitos cristãos fizeram deles numerosíssimas cópias – não há um fenómeno semelhante com nenhum outro livro da Antiguidade. Os testemunhos documentais, que hoje possuímos, são abundantes: mais de 6000 manuscritos gregos, 40000 manuscritos de traduções antiquíssimas – latim, copto, arménio –, frequentíssimas citações dos Evangelhos nas obras de escritores antigos.
E os copistas não poderiam ter acrescentado muita coisa? Havendo tantas cópias e de origens tão diversas, os copistas que modificassem alguma coisa seriam facilmente desmascarados. Os Evangelhos são – é um dado científico – os livros mais bem documentados de toda a Antiguidade. Possuem os manuscritos mais abundantes e mais próximos da época do seu autor.
E a veracidade? Pascal dizia que acreditava com mais facilidade nas histórias cujas testemunhas se deixam martirizar em comprovação do seu testemunho. De facto, conhecem-se poucos mentirosos dispostos a morrer para defender as suas mentiras. Além disso, os evangelistas não deixam de relatar os seus próprios defeitos, repreensões recebidas de Jesus e muitos factos embaraçosos que um falsificador poderia ter ocultado. De algum modo, é de agradecer que tenham surgido durante estes dois mil anos muitas críticas que tentaram eliminar a base histórica dos relatos evangélicos – não fizeram mais do que fortalecê-la.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Cientificamente, um livro histórico merece credibilidade se possui três condições: autenticidade, veracidade e integridade. Por outras palavras: o livro foi escrito na época e pelo autor que lhe é atribuído (autenticidade), o autor conheceu os acontecimentos e não deseja enganar os seus leitores (veracidade) e o livro chegou até nós sem alterações substanciais (integridade).
Os Evangelhos parecem autênticos porque somente um autor contemporâneo de Jesus (ou discípulo imediato) poderia tê-los escrito. Basta pensar que a cidade de Jerusalém foi destruída no ano 70. As descrições que aparecem nos Evangelhos – muitas delas comprovadas por escavações arqueológicas – manifestam um conhecimento da cidade anterior a essa data. Também são dessa época os hebraísmos presentes no grego vulgar – língua em que foram escritos os relatos evangélicos. Além de tudo isto, os factos mais marcantes da vida de Jesus são perfeitamente comprováveis através de fontes históricas independentes.
Os Evangelhos parecem íntegros, uma vez que, desde os primeiros tempos, muitos cristãos fizeram deles numerosíssimas cópias – não há um fenómeno semelhante com nenhum outro livro da Antiguidade. Os testemunhos documentais, que hoje possuímos, são abundantes: mais de 6000 manuscritos gregos, 40000 manuscritos de traduções antiquíssimas – latim, copto, arménio –, frequentíssimas citações dos Evangelhos nas obras de escritores antigos.
E os copistas não poderiam ter acrescentado muita coisa? Havendo tantas cópias e de origens tão diversas, os copistas que modificassem alguma coisa seriam facilmente desmascarados. Os Evangelhos são – é um dado científico – os livros mais bem documentados de toda a Antiguidade. Possuem os manuscritos mais abundantes e mais próximos da época do seu autor.
E a veracidade? Pascal dizia que acreditava com mais facilidade nas histórias cujas testemunhas se deixam martirizar em comprovação do seu testemunho. De facto, conhecem-se poucos mentirosos dispostos a morrer para defender as suas mentiras. Além disso, os evangelistas não deixam de relatar os seus próprios defeitos, repreensões recebidas de Jesus e muitos factos embaraçosos que um falsificador poderia ter ocultado. De algum modo, é de agradecer que tenham surgido durante estes dois mil anos muitas críticas que tentaram eliminar a base histórica dos relatos evangélicos – não fizeram mais do que fortalecê-la.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1940
Realiza uma das suas frequentes viagens de Madrid a Valência. “Pelos primeiros anos da década de quarenta, ia muitas vezes a Valência. Não tinha nessa altura nenhum meio humano e, com os que se reuniam com este pobre sacerdote - como agora convosco –, fazia oração onde podíamos, algumas tardes numa praia solitária. Como os primeiros amigos do Mestre, lembras-te? Escreve São Lucas que, «ao sair de Tiro com Paulo, a caminho de Jerusalém, ‘acompanharam-nos todos com as suas mulheres e filhos até fora da cidade e, ajoelhados na praia, orávamos».”
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
«Felizes os que choram, porque serão consolados»
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo
Sermão 71, para a festa de Todos os Santos
«Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte [...] e começou a ensiná-los» A montanha a que Jesus subiu foi a da Sua própria felicidade e a da Sua essência, na qual Ele é um com Seu Pai. E foi seguido por uma grande multidão: é a multidão dos santos cuja festa se celebra hoje; todos O seguiram, cada um de acordo com a vocação a que Deus o chamou. Nisso devemos imitá-los, prestando antes de mais atenção à nossa vocação, para nos assegurarmos daquilo a que Deus nos chama e seguir então esta chamada. [...]
Chegado ao cimo da montanha, Jesus começou a falar e proclamou as oito bem-aventuranças. [...] «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.» A primeira virtude é a pobreza espiritual, porque ela é o início e a base de toda a perfeição. Viremos esta questão de todas as formas, no fundo, será sempre necessário que o homem seja despojado, desamarrado, livre, pobre e desligado de toda a riqueza, para que Deus realmente conclua a Sua obra. O homem tem de se desembaraçar de todo e qualquer laço; somente assim Deus poderá estar com ele. [...]
«Felizes os mansos, porque possuirão a terra» por toda a eternidade. Dá-se aqui um passo mais porque, pela verdadeira pobreza, libertamo-nos dos obstáculos, mas com a doçura penetramos mais nas profundezas, expulsamos toda a amargura, toda a irritabilidade e toda a imprudência. [...] Para quem é manso, nada é amargo. Para os que são bons, também tudo é bom; tudo vem do seu fundo bom e puro. [...] Quem é manso possui a terra, residindo na paz, aconteça-lhe o que lhe acontecer. Mas, se não agires assim, perderás simultaneamente esta virtude e a paz, e poder-se-á dizer de ti que és um quezilento e comparar-te a um cão tinhoso.
«Felizes os que choram [...].» Quem são por conseguinte estes que choram? Num certo sentido, são os que sofrem; noutro, são os que choram os seus pecados. Mas os nobres amigos de Deus, que neste aspecto são os mais felizes de todos, terminaram de chorar os seus pecados [...]; e contudo não deixam de chorar: choram os pecados e as faltas do seu próximo. [...] E assim, os verdadeiros amigos de Deus choram devido à cegueira e à miséria dos pecados do mundo.
Sermão 71, para a festa de Todos os Santos
«Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte [...] e começou a ensiná-los» A montanha a que Jesus subiu foi a da Sua própria felicidade e a da Sua essência, na qual Ele é um com Seu Pai. E foi seguido por uma grande multidão: é a multidão dos santos cuja festa se celebra hoje; todos O seguiram, cada um de acordo com a vocação a que Deus o chamou. Nisso devemos imitá-los, prestando antes de mais atenção à nossa vocação, para nos assegurarmos daquilo a que Deus nos chama e seguir então esta chamada. [...]
Chegado ao cimo da montanha, Jesus começou a falar e proclamou as oito bem-aventuranças. [...] «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.» A primeira virtude é a pobreza espiritual, porque ela é o início e a base de toda a perfeição. Viremos esta questão de todas as formas, no fundo, será sempre necessário que o homem seja despojado, desamarrado, livre, pobre e desligado de toda a riqueza, para que Deus realmente conclua a Sua obra. O homem tem de se desembaraçar de todo e qualquer laço; somente assim Deus poderá estar com ele. [...]
«Felizes os mansos, porque possuirão a terra» por toda a eternidade. Dá-se aqui um passo mais porque, pela verdadeira pobreza, libertamo-nos dos obstáculos, mas com a doçura penetramos mais nas profundezas, expulsamos toda a amargura, toda a irritabilidade e toda a imprudência. [...] Para quem é manso, nada é amargo. Para os que são bons, também tudo é bom; tudo vem do seu fundo bom e puro. [...] Quem é manso possui a terra, residindo na paz, aconteça-lhe o que lhe acontecer. Mas, se não agires assim, perderás simultaneamente esta virtude e a paz, e poder-se-á dizer de ti que és um quezilento e comparar-te a um cão tinhoso.
«Felizes os que choram [...].» Quem são por conseguinte estes que choram? Num certo sentido, são os que sofrem; noutro, são os que choram os seus pecados. Mas os nobres amigos de Deus, que neste aspecto são os mais felizes de todos, terminaram de chorar os seus pecados [...]; e contudo não deixam de chorar: choram os pecados e as faltas do seu próximo. [...] E assim, os verdadeiros amigos de Deus choram devido à cegueira e à miséria dos pecados do mundo.
As bem-aventuranças
As bem-aventuranças estão no coração da pregação de Jesus. O seu anúncio retorna as promessas feitas ao povo eleito, desde Abraão. A pregação de Jesus completa-as, ordenando-as, não já somente à felicidade resultante da posse duma terra, mas ao Reino dos céus:
«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a tema.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa» (Mt 5, 3-12).
(Catecismo da Igreja Católica § 1716)
«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a tema.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa» (Mt 5, 3-12).
(Catecismo da Igreja Católica § 1716)
As bem-aventuranças, um novo programa de vida
"As bem-aventuranças são um novo programa de vida para nos libertarmos dos falsos valores do mundo e nos abrirmos aos bens verdadeiros. Presentes e futuros. De facto quando Deus consola, sacia a fome e sede de justiça, enxuga as lágrimas dos aflitos, significa que, para além de recompensar cada um de maneira sensível abre o Reino dos Céus. As Bem aventuranças são a transposições da cruz e da ressurreição para a existência dos discípulos"
(Bento XVI - Angelus 30.01.2011)
(Bento XVI - Angelus 30.01.2011)
«A menina não morreu, está a dormir»
Beato João Paulo II
Discurso aos jovens do Chile, 02/04/1987
Queridos jovens, o futuro depende de vós; de vós depende o fim deste milénio e o início do novo. Por conseguinte, não sejais passivos: assumi as vossas responsabilidades em todos os domínios que se vos abrem no nosso mundo. [...] Tomai as vossas responsabilidades! «Estai prontos», animados pela fé no Senhor, «a dar a razão da vossa esperança» (1P 3,15). [...] Qual é o motivo da vossa confiança? A vossa fé, o reconhecimento e a aceitação do imenso amor que Deus revela continuamente pelos homens. [...] Jesus Cristo, «o mesmo, ontem, hoje e pelos séculos» (Heb 13,8), continua a revelar aos jovens o mesmo amor que o Evangelho descreve quando encontra um ou uma jovem.
Assim, podemos contemplar a ressurreição da filha de Jairo, que «tinha doze anos». [...] Jairo expõe a sua dor ao Mestre com sinceridade; com insistência suplica ao seu coração: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se cure e viva.» «Jesus foi com ele.» O coração Cristo, que se comoveu perante a dor humana deste homem e de sua filha, não fica indiferente aos nossos sofrimentos. Cristo ouve-nos sempre, mas pede-nos que recorramos a Ele com fé. [...] Todos os gestos e todas as palavras do Senhor exprimem este amor.
Quereria debruçar-me particularmente sobre as palavras recolhidas dos próprios lábios de Jesus: «A menina não morreu, está a dormir.» Estas palavras profundamente reveladoras incitam-me a pensar na misteriosa presença do Senhor da Vida num mundo que parece ter sucumbido ao impulso descarado do ódio, da violência e da injustiça. Mas não, este mundo, que é vosso, não morreu, está a dormir. No vosso coração, caros jovens, percebe-se o batimento forte da vida, do amor de Deus. A juventude não morre quando está próxima do Mestre. Sim, quando está próxima de Jesus: estais todos próximos de Jesus. Escutai todas as Suas palavras, todas as palavras, todas. Jovem, ama Jesus, procura Jesus. Encontra Jesus.
Discurso aos jovens do Chile, 02/04/1987
Queridos jovens, o futuro depende de vós; de vós depende o fim deste milénio e o início do novo. Por conseguinte, não sejais passivos: assumi as vossas responsabilidades em todos os domínios que se vos abrem no nosso mundo. [...] Tomai as vossas responsabilidades! «Estai prontos», animados pela fé no Senhor, «a dar a razão da vossa esperança» (1P 3,15). [...] Qual é o motivo da vossa confiança? A vossa fé, o reconhecimento e a aceitação do imenso amor que Deus revela continuamente pelos homens. [...] Jesus Cristo, «o mesmo, ontem, hoje e pelos séculos» (Heb 13,8), continua a revelar aos jovens o mesmo amor que o Evangelho descreve quando encontra um ou uma jovem.
Assim, podemos contemplar a ressurreição da filha de Jairo, que «tinha doze anos». [...] Jairo expõe a sua dor ao Mestre com sinceridade; com insistência suplica ao seu coração: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se cure e viva.» «Jesus foi com ele.» O coração Cristo, que se comoveu perante a dor humana deste homem e de sua filha, não fica indiferente aos nossos sofrimentos. Cristo ouve-nos sempre, mas pede-nos que recorramos a Ele com fé. [...] Todos os gestos e todas as palavras do Senhor exprimem este amor.
Quereria debruçar-me particularmente sobre as palavras recolhidas dos próprios lábios de Jesus: «A menina não morreu, está a dormir.» Estas palavras profundamente reveladoras incitam-me a pensar na misteriosa presença do Senhor da Vida num mundo que parece ter sucumbido ao impulso descarado do ódio, da violência e da injustiça. Mas não, este mundo, que é vosso, não morreu, está a dormir. No vosso coração, caros jovens, percebe-se o batimento forte da vida, do amor de Deus. A juventude não morre quando está próxima do Mestre. Sim, quando está próxima de Jesus: estais todos próximos de Jesus. Escutai todas as Suas palavras, todas as palavras, todas. Jovem, ama Jesus, procura Jesus. Encontra Jesus.
As minhas armas
«Também Deus me fabricou uma couraça que não é de metal, mas de justiça: me preparou um escudo não de bronze, mas de fé. Tenho na mão uma espada aguda, a palavra do Espírito (…). É necessário que a tua vitória seja a de um homem que transborda contentamento».
(Catequeses Baptismais, III, 12 – São João Crisóstomo)
São João Bosco
"Vinde benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo" Mt 25,34
Fundador e pai da família salesiana, viveu no apostolado a frase de São Dionísio: "Das coisas divinas a mais divina é cooperar com Deus para salvar as almas".
São João Bosco nasceu em 1815 próximo a Turim. Com dois anos de idade perdeu o pai, sendo que a mãe Dona Margarida batalhou contra a pobreza para criar seus filhos. Tamanha era a luta desta mãe, que diante do chamado de João ao sacerdócio, disse-lhe: "Eu nasci na pobreza, vivi sempre pobre e desejo morrer pobre. Se tu desejas tornar-te padre para ficar rico, eu nunca irei te visitar".
Providencialmente, todos os desafios e durezas da vida fizeram do coração do sacerdote, de vinte e seis anos então, um homem sensível aos problemas dos jovens abandonados ou que viviam longe de suas famílias como operários. Desta realidade começou a desabrochar o carisma que concretamente construiu os Oratórios, que eram - como ainda são - lugares de resgate das almas dos jovens. O método de apostolado de D. Bosco era o de partilhar em tudo a vida dos jovens; para isso abriu escolas de alfabetização, de artesanato, casas de hospedagem, campos de diversão para os jovens com catequese e orientação profissional (Oficinas de S.José); foi pioneiro dentro da educação em instituições católicas na educação preventiva com o accompanhamento individualizado de cada jovem, versus a prática até então da educação repressiva. Por esta razão, a Igreja reza: "Deus suscitou São João Bosco para dar à juventude um mestre e um pai".
Fundador e pai da família salesiana, viveu no apostolado a frase de São Dionísio: "Das coisas divinas a mais divina é cooperar com Deus para salvar as almas".
São João Bosco nasceu em 1815 próximo a Turim. Com dois anos de idade perdeu o pai, sendo que a mãe Dona Margarida batalhou contra a pobreza para criar seus filhos. Tamanha era a luta desta mãe, que diante do chamado de João ao sacerdócio, disse-lhe: "Eu nasci na pobreza, vivi sempre pobre e desejo morrer pobre. Se tu desejas tornar-te padre para ficar rico, eu nunca irei te visitar".
Providencialmente, todos os desafios e durezas da vida fizeram do coração do sacerdote, de vinte e seis anos então, um homem sensível aos problemas dos jovens abandonados ou que viviam longe de suas famílias como operários. Desta realidade começou a desabrochar o carisma que concretamente construiu os Oratórios, que eram - como ainda são - lugares de resgate das almas dos jovens. O método de apostolado de D. Bosco era o de partilhar em tudo a vida dos jovens; para isso abriu escolas de alfabetização, de artesanato, casas de hospedagem, campos de diversão para os jovens com catequese e orientação profissional (Oficinas de S.José); foi pioneiro dentro da educação em instituições católicas na educação preventiva com o accompanhamento individualizado de cada jovem, versus a prática até então da educação repressiva. Por esta razão, a Igreja reza: "Deus suscitou São João Bosco para dar à juventude um mestre e um pai".
Mesmo incompreendido por muitos e acusado de louco, conseguiu atrair a tantos jovens, que fundou a Congregação dos Salesianos, cujo nome é em homenagem à protecção de São Francisco de Sales. Também colaborou para o surgimento do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. De porte atlético, memória incomum, inclinado para a música e arte, D. Bosco tinha uma linguagem fácil, espírito de liderança e era óptimo escritor. Este grande apóstolo da juventude foi elevado para o céu no dia 31 de Janeiro de 1888, na cidade de Turim, e segundo os médicos a causa de sua morte deveu-se a exaustão física, consonante com o que afirmava ser o motivo da sua vida, estar neste mundo para o próximo.
«Ele falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: 'Cala-te'»
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, PS 54,10; CCL 39, 664
Estás no mar e surge uma tempestade. Não te resta senão gritar: «Salva-me, Senhor!» (Mt14, 30) Ele estende-te a mão, O que anda sobre as ondas sem temor, que te remove o medo, que assenta n'Ele próprio a tua segurança, que te fala ao coração e te diz: «Pensa no que já suportei. Sofres por causa de um mau irmão, de um inimigo exterior? Não tive Eu também os meus? À minha volta, os que arreganhavam dos dentes, mais perto de Mim, o discípulo que Me traiu».
É verdade, a tempestade causa estragos. Mas Cristo salva-nos «da pequenez da alma e da tempestade» (Sl 54, 9 LXX). O teu navio está agitado? Talvez seja porque em ti Cristo dorme. Sobre um mar furioso, o barco onde navegavam os discípulos estava agitado, e contudo Cristo dormia. Por fim, chegou o momento em que estes homens perceberam que estava com eles o Senhor e Criador dos ventos. Aproximaram-se de Cristo, despertaram-n'O: Cristo mandou calar os ventos e fez-se uma grande calma.
O teu coração perturba-se com razão, se esqueces em Quem crês; e o teu sofrimento torna-se insuportável se tudo o que Cristo sofreu por ti permanece distante do teu espírito. Se não pensas em Cristo, Ele dorme. Desperta Cristo, recorre à tua fé. Porque Cristo dorme em ti quando te esqueces da Sua Paixão; se a recordas, Cristo vela por ti. Quando tiveres meditado com todo o teu coração no que Cristo sofreu, não suportarás com mais perseverança as tuas aflições? E talvez te sintas, com alegria, levemente semelhante ao teu Rei no sofrimento. Sim, quando estes pensamentos começarem a consolar-te e a dar-te alegria, saberás que foi Cristo que Se levantou e que mandou calar os ventos; daí a calma que se faz em ti. «Espero, diz um salmo, Aquele que me salvará da pequenez de alma e da tempestade».
Discursos sobre os salmos, PS 54,10; CCL 39, 664
Estás no mar e surge uma tempestade. Não te resta senão gritar: «Salva-me, Senhor!» (Mt14, 30) Ele estende-te a mão, O que anda sobre as ondas sem temor, que te remove o medo, que assenta n'Ele próprio a tua segurança, que te fala ao coração e te diz: «Pensa no que já suportei. Sofres por causa de um mau irmão, de um inimigo exterior? Não tive Eu também os meus? À minha volta, os que arreganhavam dos dentes, mais perto de Mim, o discípulo que Me traiu».
É verdade, a tempestade causa estragos. Mas Cristo salva-nos «da pequenez da alma e da tempestade» (Sl 54, 9 LXX). O teu navio está agitado? Talvez seja porque em ti Cristo dorme. Sobre um mar furioso, o barco onde navegavam os discípulos estava agitado, e contudo Cristo dormia. Por fim, chegou o momento em que estes homens perceberam que estava com eles o Senhor e Criador dos ventos. Aproximaram-se de Cristo, despertaram-n'O: Cristo mandou calar os ventos e fez-se uma grande calma.
O teu coração perturba-se com razão, se esqueces em Quem crês; e o teu sofrimento torna-se insuportável se tudo o que Cristo sofreu por ti permanece distante do teu espírito. Se não pensas em Cristo, Ele dorme. Desperta Cristo, recorre à tua fé. Porque Cristo dorme em ti quando te esqueces da Sua Paixão; se a recordas, Cristo vela por ti. Quando tiveres meditado com todo o teu coração no que Cristo sofreu, não suportarás com mais perseverança as tuas aflições? E talvez te sintas, com alegria, levemente semelhante ao teu Rei no sofrimento. Sim, quando estes pensamentos começarem a consolar-te e a dar-te alegria, saberás que foi Cristo que Se levantou e que mandou calar os ventos; daí a calma que se faz em ti. «Espero, diz um salmo, Aquele que me salvará da pequenez de alma e da tempestade».
O Evangelho do dia 31 de Janeiro de 2012
Naquele mesmo dia, ao cair da tarde, disse-lhes: «Passemos à outra margem». Eles, deixando a multidão, levaram-n'O consigo, assim como estava, na barca. Outras embarcações O seguiram. Então levantou-se uma grande tempestade de vento, e as ondas lançavam-se sobre a barca, de tal modo que a barca se enchia de água. Jesus estava na popa a dormir sobre um travesseiro. Acordaram-n'O e disseram-Lhe: «Mestre, não Te importas que pereçamos?». Ele levantou-Se, ameaçou o vento e disse para o mar: «Cala-te, emudece». O vento amainou e seguiu-se uma grande bonança. Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?». Ficaram cheios de grande temor, e diziam uns para os outros: «Quem será Este, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».
Mc 4, 35-41
Mc 4, 35-41
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Amar a Cristo...
Contrariando o filósofo Sócrates, só sei que alguma coisa sei, que Te amo de alma e coração e que tudo o que tenho e sou a Ti o devo.
JPR
JPR
Imitação de Cristo, 1,1,3
Que te aproveita discutires sabiamente sobre a SS. Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus.
Não ponhas o coração em nada caduco
Não ponhas o coração em nada caduco: imita Cristo, que se fez pobre por nós e não tinha onde reclinar a cabeça. Pede-lhe que te conceda, no meio do mundo, um desprendimento efectivo, sem atenuantes. (Forja, 523)
Somos homens da rua, cristãos correntes, metidos na corrente circulatória da sociedade e o Senhor quer-nos santos, apostólicos, precisamente no nosso trabalho profissional, isto é, santificando-nos nesse trabalho, santificando esse trabalho e ajudando os outros a santificarem-se com esse trabalho. Convencei-vos de que Deus vos espera nesse ambiente, com solicitude de Pai, de Amigo. Pensai que com a vossa actividade profissional realizada com responsabilidade, além de vos sustentardes economicamente, prestais um serviço directíssimo ao desenvolvimento da sociedade, aliviais as cargas dos outros e ajudais a manter muitas obras assistenciais – a nível local e universal – em prol dos indivíduos e dos povos mais desfavorecidos.
Ao comportarmo-nos com normalidade – como os nossos semelhantes – e com sentido sobrenatural, não fazemos mais que seguir o exemplo de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Reparai que toda a sua vida está cheia de naturalidade. Passa trinta anos oculto, sem chamar a atenção, como qualquer outro trabalhador e conhecem-no na sua aldeia como o filho do carpinteiro. Ao longo da sua vida pública, também não se nota nada que destoe, que pareça estranho ou excêntrico. Rodeava-se de amigos, como qualquer dos seus concidadãos, e no seu porte não se diferenciava deles. De tal maneira que Judas, para o denunciar, precisa de combinar um sinal: aquele a quem eu beijar, é esse. Não havia em Jesus nenhum indício extravagante. A mim, emociona-me esta norma de conduta do nosso Mestre, que passa como mais um entre os homens. (Amigos de Deus, 120–121)
São Josemaría Escrivá
‘O teste definitivo’ por João César das Neves
Os temas da família são os que mais dividem o nosso tempo. Numa época que aceita pacificamente a liberdade, mercado e democracia, antes tão controversos, é nas questões do casamento, nascimento e morte que se travam os combates culturais. Mas aí existe um teste decisivo.
Portugal anda há muito a reboque das posições extremistas do Bloco de Esquerda. Em poucos anos a legislação saltou de uma atitude equilibrada no quadro mundial para soluções radicais na ponta do espectro. Até há meses a explicação podia ser a vacuidade de valores e oportunismo táctico do Governo Sócrates, cuja irresponsabilidade aliás foi geral. Mas esta explicação conveniente e simplista deve ser abandonada. Vigora um governo diferente e a situação, não só não melhorou, mas agravou-se.
O edifício legal antifamília, abusivamente construído pela maioria socialista, mantém-se intocado sem perspectivas de revisão. Pior, permanece toda a prática administrativa e financeira que aproveita esses diplomas para ir subsidiando o aborto, minando o casamento, prejudicando as famílias numerosas, anulando a liberdade educativa. Sobretudo, foi dada continuidade à cavalgada infame, abrindo-se agora a porta a filhos de mães múltiplas.
Perante tal realidade muitos alarmam-se ou desesperam, mas sem justificação. Vivemos uma vaga cultural, como tantas que as gerações anteriores enfrentaram. Hoje é a defesa da família, há cinquenta anos a empresa livre, há cem o voto das mulheres, há duzentos a extinção da escravatura. Em todos os casos havia uma linha ideológica que parecia dominante, imparável, avassaladora, mas que o tempo se encarregou de esgotar. No embate, o choque surge insuportável e definitivo, e muitos cedem, desviam-se, fogem. Depois, como nas violentas ondas do mar, tudo se esfuma.
Um exemplo nosso serve bem de ilustração. A 11 de Abril de 1975 CDS e PPD assinaram, junto com PCP, FSP, PS e MDP/CDE, o "Pacto MFA--Partidos", que preconizava a "continuação da revolução política, económica e social iniciada em 25 de Abril de 1974, dentro do pluralismo político e da via socializante". Hoje, quando sociedade sem classes e a ditadura do proletariado são personagens de pantomima, parece grotesco que partidos responsáveis tenham caído aí. Mas quem viveu esses tempos dramáticos entende-o bem. Daqui a 37 anos os mesmos partidos envergonhar-se-ão das actuais cedências no campo familiar, tanto quanto hoje se sentem embaraçados pelos compromissos do Verão quente.
Como lidar com uma vaga cultural? Esbracejar face à onda é tolice e fugir cobardia. Devem evitar-se a atitude apática e facilitista, que escamoteia a gravidade do tema em nome da paz podre, e o fanatismo intolerante, que transforma essa gravidade em agressão. Nestas discussões vitais existem três exigências básicas. Primeiro ter ideias claras e opiniões firmes, ao nível da importância do assunto, com argumentos sólidos e elaborados para as suportar. Depois respeitar sempre os opositores, por mais chocantes que sejam as suas posições, procurando um diálogo sereno e profundo. Acima de tudo, deve reinar a certeza que no fim a verdade triunfará. Lutamos, não pelo futuro que só pode ser melhor, mas pelas vítimas pontuais de um mal sem hipóteses.
O Pacto MFA-Partidos não teve consequências por ser parte da vaga marxista que já se aproximava do fim, após rugir há cem anos. Mas os ataques à família ainda crescem imparáveis para o auge. Será a tibieza do actual Governo mais parecida com os Acordos de Munique de 29 de Setembro de 1938, em que tímido Neville Chamberlain cedeu à violência triunfante de Hitler, precipitando como cúmplice a futura catástrofe?
A onda lasciva está mais perto do fim do que parece. Já chegou à velhice a geração do amor livre, Woodstock e Maio de 68. E será a velhice mais longa e solitária de sempre. Com uma pesada herança de famílias desfeitas, filhos e netos alheios ou não nascidos, promiscuidade, traição, luxúria, enfrenta agora o teste definitivo. As gerações seguintes aprenderão depressa esta triste lição.
João César das Neves in DN online
Estimular a dúvida...
Gilbert Keith Chesterton |
Para responder ao cético arrogante, não adianta insistir que deixe de duvidar. É melhor estimulá-lo a continuar a duvidar, para duvidar um pouco mais, para duvidar cada dia mais das coisas novas e loucas do universo, até que, enfim, por alguma estranha iluminação, ele venha a duvidar de si próprio.”
G. K. Chesterton
Tornar-se desejo de Deus
«Os Padres da Igreja dizem que orar não é senão tornar-se desejo de Deus. Em Maria cumpriu-se esta oração: ela é, por assim dizer, a concha aberta do desejo, na qual a vida se torna oração e a oração, vida».
(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)
(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)
Combater o mal
«Uma vez que este inimigo pode mais que nós, devemos aproveitar-nos do ‘escudo da fé’, que é coisa sobrenatural, ouvindo uma palavra de Deus, ou recebendo os Sacramentos, ou meditando a doutrina da Igreja. E crendo firme com o entendimento que Deus pode tudo».
(Audi, filia, cap. 30 – São João de Ávila)
As consequências imprevistas das uniões de lésbicas
Lisa Miller e Janet Jenkins conheceram-se em 1997. Pouco tempo depois, Miller deixou a sua casa na Virgínia e foi viver com Jenkins. Em fins de 2000 viajaram até Vermont, onde se tinham acabado de legalizar as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, para legalizar a sua. Compraram uma casa e instalaram-se nesse estado.
Em 2002 Miller concebeu por inseminação artificial e deu à luz uma menina, Isabella, que agora tem 7 anos. Um ano e meio depois, Miller separou-se de Jenkins, abandonou a prática homossexual e passou a fazer parte de um grupo evangélico.
Como na Virgínia não eram legais as uniões civis entre homossexuais, Miller conseguiu sem problemas a custódia exclusiva da sua filha. Mas então Jenkins, recorreu a um tribunal de Vermont, servindo-se da lei de uniões civis desse estado.
O juiz concedeu a Jenkins o direito de visitas sem reservas. A partir desse momento, começou uma batalha legal que envolveu já vários tribunais de ambos os estados, os meios de comunicação e diversos grupos de pressão.
Miller começou a pôr entraves às visitas de Jenkins, pois estava convencida que à sua filha Isabella não faziam bem. De facto, em 2007 denunciou a sua ex-companheira por abusar da menina. Mas os serviços de protecção de menores da Virgínia consideraram infundadas as acusações.
Durante os últimos meses, a tensão tem vindo a aumentar. No passado dia 20 de Novembro, um tribunal de Vermont decidiu dar a custódia exclusiva a Jenkins. A menina devia ser entregue a 1 de Janeiro, mas Miller não apareceu. Agora está com a filha em parte incerta.
Pensa duas vezes
Neste momento, o caso tem solução difícil. Uma coisa está clara: a pequena Isabella é que está a pagar a factura. Os tribunais implicados dizem que querem guiar-se pelo interesse da menor, mas o certo é que este critério pode servir para defender tanto uma coisa como a contrária.
Para Maggie Gallagher, presidente da National Organization for Marriage, este drama deveria servir ao menos para aprender uma lição: "Não cries uma união civil com alguém a quem não queiras dar os direitos legais sobre os teus filhos", diz em declarações a Catholic News Agency.
"E não confies demasiado no critério do ‘superior interesse do menor'. Porque se esse interesse entrar em conflito com as normas da última moda, tem como certo que aos tribunais não importa o que é o melhor para o filho".
De facto, nos Estados Unidos foi muito polémica a sentença que, no passado dia 6 de Outubro ditou o Tribunal Supremo de Montana, que reconhecia direitos parentais a uma lésbica sobre os filhos adoptados pela sua ex-companheira.
Barbara Maniaci adoptou um menino e uma menina enquanto vivia com Michelle Kulstad. As duas cuidaram deles até que se separaram em 2006. Após a ruptura, Kulstad exigiu continuar a ver os meninos, coisa a que Maniaci não estava disposta a deixar.
Kulstad pediu então ajuda à American Civil Liberties Union (ACLU), a mesma organização cujos serviços jurídicos defendem também agora Janet Jenkins. O seu principal argumento foi que se deviam ter em conta os direitos das crianças e não só os da sua ex-companheira.
Em 2008, o tribunal de Montana reconheceu o direito de visita a Kulstad. Mas Maniaci, que se casou com um homem depois de deixar a prática homossexual, recorreu para o Supremo Tribunal desse estado alegando que queria educar os seus filhos da maneira que ela e o seu marido consideravam correcta.
O Supremo Tribunal de Montana recusou o recurso de Maniaci e ratificou o argumento do juiz anterior, que considerava que Kulstad tinha direitos parentais sobre as crianças por ter estabelecido com elas uma relação materno-filial.
Juan Meseguer Velasco
(Fonte: Aceprensa)
Em 2002 Miller concebeu por inseminação artificial e deu à luz uma menina, Isabella, que agora tem 7 anos. Um ano e meio depois, Miller separou-se de Jenkins, abandonou a prática homossexual e passou a fazer parte de um grupo evangélico.
Como na Virgínia não eram legais as uniões civis entre homossexuais, Miller conseguiu sem problemas a custódia exclusiva da sua filha. Mas então Jenkins, recorreu a um tribunal de Vermont, servindo-se da lei de uniões civis desse estado.
O juiz concedeu a Jenkins o direito de visitas sem reservas. A partir desse momento, começou uma batalha legal que envolveu já vários tribunais de ambos os estados, os meios de comunicação e diversos grupos de pressão.
Miller começou a pôr entraves às visitas de Jenkins, pois estava convencida que à sua filha Isabella não faziam bem. De facto, em 2007 denunciou a sua ex-companheira por abusar da menina. Mas os serviços de protecção de menores da Virgínia consideraram infundadas as acusações.
Durante os últimos meses, a tensão tem vindo a aumentar. No passado dia 20 de Novembro, um tribunal de Vermont decidiu dar a custódia exclusiva a Jenkins. A menina devia ser entregue a 1 de Janeiro, mas Miller não apareceu. Agora está com a filha em parte incerta.
Pensa duas vezes
Neste momento, o caso tem solução difícil. Uma coisa está clara: a pequena Isabella é que está a pagar a factura. Os tribunais implicados dizem que querem guiar-se pelo interesse da menor, mas o certo é que este critério pode servir para defender tanto uma coisa como a contrária.
Para Maggie Gallagher, presidente da National Organization for Marriage, este drama deveria servir ao menos para aprender uma lição: "Não cries uma união civil com alguém a quem não queiras dar os direitos legais sobre os teus filhos", diz em declarações a Catholic News Agency.
"E não confies demasiado no critério do ‘superior interesse do menor'. Porque se esse interesse entrar em conflito com as normas da última moda, tem como certo que aos tribunais não importa o que é o melhor para o filho".
De facto, nos Estados Unidos foi muito polémica a sentença que, no passado dia 6 de Outubro ditou o Tribunal Supremo de Montana, que reconhecia direitos parentais a uma lésbica sobre os filhos adoptados pela sua ex-companheira.
Barbara Maniaci adoptou um menino e uma menina enquanto vivia com Michelle Kulstad. As duas cuidaram deles até que se separaram em 2006. Após a ruptura, Kulstad exigiu continuar a ver os meninos, coisa a que Maniaci não estava disposta a deixar.
Kulstad pediu então ajuda à American Civil Liberties Union (ACLU), a mesma organização cujos serviços jurídicos defendem também agora Janet Jenkins. O seu principal argumento foi que se deviam ter em conta os direitos das crianças e não só os da sua ex-companheira.
Em 2008, o tribunal de Montana reconheceu o direito de visita a Kulstad. Mas Maniaci, que se casou com um homem depois de deixar a prática homossexual, recorreu para o Supremo Tribunal desse estado alegando que queria educar os seus filhos da maneira que ela e o seu marido consideravam correcta.
O Supremo Tribunal de Montana recusou o recurso de Maniaci e ratificou o argumento do juiz anterior, que considerava que Kulstad tinha direitos parentais sobre as crianças por ter estabelecido com elas uma relação materno-filial.
Juan Meseguer Velasco
(Fonte: Aceprensa)
O Senhor protege os Seus filhos
«Quando a terna mãe ensina o seu filhinho a andar, ajuda-o e sustenta-o quando é necessário, deixando-o dar alguns passos pelos sítios menos perigosos e mais planos, tomando-lhe a mão e segurando-o, ou tomando-o nos seus braços e levando-o neles. Da mesma maneira Nosso Senhor tem cuidado contínuo dos passos dos Seus filhos»
(Tratado do amor de Deus, liv. 3, cap. 4 – São Francisco de Sales)
(Tratado do amor de Deus, liv. 3, cap. 4 – São Francisco de Sales)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1938
Escreve nos seus Apontamentos íntimos: “Muita vontade de solidão. Vejo-me como uma bola, lançada à parede uma vez e outra pelo meu Pai-Deus, ora atirado com o pé, ora recebendo uma carícia das suas mãos...”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
«Sai desse homem, espírito maligno.»
Bento XVI
Audiência geral de 03/12/08
O facto do poder do mal no coração humano e na História da humanidade é indesmentível. Mantém-se a questão: como explicar este mal? [...] A fé diz-nos que existem dois mistérios de luz e um mistério de noite que, no entanto, está rodeado pelos mistérios de luz. O primeiro mistério de luz é o seguinte: a fé diz-nos que não há dois princípios, um bom e um mau, mas um único princípio, o Deus criador, e que este princípio é bom, somente bom, sem sombra de mal. É por isso que o ser também não é um misto de bem e de mal: o ser como tal é bom, e portanto é bom ser, é bom viver. Tal é o anúncio feliz da fé: só existe uma origem, que é boa, o Criador. [...]
Em seguida vem um mistério de obscuridade, de noite. O mal não provém da origem do próprio ser, não é igualmente original. O mal provém de uma liberdade criada, de uma liberdade mal utilizada. Como foi isso possível? Como se produziu isso? As coisas permanecem obscuras. O mal não é lógico. Apenas Deus e o bem são lógicos, são luz. O mal permanece misterioso. [...] Podemos adivinhar, mas não explicar; não podemos falar dele como de um facto que se segue a outro, uma vez que se trata de uma realidade mais profunda. Continua a ser um mistério de obscuridade, de noite.
Mas surge de imediato um mistério de luz. O mal provém de uma origem subordinada. Deus é mais forte, com a Sua luz. É por isso que o mal pode ser ultrapassado. Então a criatura, o homem, pode ser curado. [...] Tanto assim é que, em última análise, vemos que o homem não só pode ser curado mas efectivamente o é. Deus introduziu a cura. Ele entrou pessoalmente na história. À origem permanente do mal, Ele opôs a origem do bem puro. Cristo crucificado e ressuscitado, novo Adão, contrapõe ao rio poluído do mal um rio de luz. E este rio está presente na História: lembremo-nos dos santos, dos grandes santos mas também dos santos humildes, dos simples fiéis, e perceberemos que o rio de luz que provém de Cristo está presente, é poderoso.
Audiência geral de 03/12/08
O facto do poder do mal no coração humano e na História da humanidade é indesmentível. Mantém-se a questão: como explicar este mal? [...] A fé diz-nos que existem dois mistérios de luz e um mistério de noite que, no entanto, está rodeado pelos mistérios de luz. O primeiro mistério de luz é o seguinte: a fé diz-nos que não há dois princípios, um bom e um mau, mas um único princípio, o Deus criador, e que este princípio é bom, somente bom, sem sombra de mal. É por isso que o ser também não é um misto de bem e de mal: o ser como tal é bom, e portanto é bom ser, é bom viver. Tal é o anúncio feliz da fé: só existe uma origem, que é boa, o Criador. [...]
Em seguida vem um mistério de obscuridade, de noite. O mal não provém da origem do próprio ser, não é igualmente original. O mal provém de uma liberdade criada, de uma liberdade mal utilizada. Como foi isso possível? Como se produziu isso? As coisas permanecem obscuras. O mal não é lógico. Apenas Deus e o bem são lógicos, são luz. O mal permanece misterioso. [...] Podemos adivinhar, mas não explicar; não podemos falar dele como de um facto que se segue a outro, uma vez que se trata de uma realidade mais profunda. Continua a ser um mistério de obscuridade, de noite.
Mas surge de imediato um mistério de luz. O mal provém de uma origem subordinada. Deus é mais forte, com a Sua luz. É por isso que o mal pode ser ultrapassado. Então a criatura, o homem, pode ser curado. [...] Tanto assim é que, em última análise, vemos que o homem não só pode ser curado mas efectivamente o é. Deus introduziu a cura. Ele entrou pessoalmente na história. À origem permanente do mal, Ele opôs a origem do bem puro. Cristo crucificado e ressuscitado, novo Adão, contrapõe ao rio poluído do mal um rio de luz. E este rio está presente na História: lembremo-nos dos santos, dos grandes santos mas também dos santos humildes, dos simples fiéis, e perceberemos que o rio de luz que provém de Cristo está presente, é poderoso.
«O homem que fora possesso suplicou-Lhe que o deixasse andar com Ele. [...] Disse-lhe antes: 'Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti'»
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love» (a partir da trad. de «Il n'y a pas de plus grand amour», Lattès 1997, p. 26)
Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus (Jo3, 16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para que sejamos o Seu amor, a Sua compaixão e a Sua presença através de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo.
Tomemos a palavra de Jesus a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na Sua presença. Pela contemplação a alma bebe directamente do coração de Deus as graças que a vida activa está encarregada de distribuir. As nossas vidas devem estar unidas a Cristo vivo que está em nós. Se não vivermos na presença de Deus, não podemos perseverar.
O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a Sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da Sua. [...] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto obscuro, mas por permitirmos a Jesus que viva a Sua Paixão, o Seu amor, a Sua humildade em nós, que reze connosco, que esteja connosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como mensagem Sua, pessoal, de amor (Mc 16, 15).
«No Greater Love» (a partir da trad. de «Il n'y a pas de plus grand amour», Lattès 1997, p. 26)
Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus (Jo3, 16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para que sejamos o Seu amor, a Sua compaixão e a Sua presença através de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo.
Tomemos a palavra de Jesus a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na Sua presença. Pela contemplação a alma bebe directamente do coração de Deus as graças que a vida activa está encarregada de distribuir. As nossas vidas devem estar unidas a Cristo vivo que está em nós. Se não vivermos na presença de Deus, não podemos perseverar.
O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a Sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da Sua. [...] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto obscuro, mas por permitirmos a Jesus que viva a Sua Paixão, o Seu amor, a Sua humildade em nós, que reze connosco, que esteja connosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como mensagem Sua, pessoal, de amor (Mc 16, 15).
«Jesus voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-Lhe que o deixasse andar com Ele. Não Lho permitiu»
Beato Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saara
Meditações sobre os Evangelhos, n°194
A verdadeira, a única perfeição, não é ter este ou aquele tipo de vida, é fazer a vontade de Deus; é ter a vida que Deus quer, onde Ele quer, e vivê-la como Ele próprio a viveria. Quando Ele nos permite escolher, então sim, procuremos segui-l'O passo a passo o mais exactamente possível, partilhar a Sua vida tal como ela foi, como os apóstolos o fizeram ao longo da Sua vida e após a Sua morte: o amor leva-nos a imitá-l'O. Se Deus permite esta escolha, esta liberdade, é precisamente porque quer que abramos as nossas velas ao vento do amor puro e, empurrados por ele, «corramos atrás do seu perfume» (Ct 1,4 LXX), em imitação perfeita, como São Pedro e São Paulo. [...]
E se um dia Deus quiser tirar-nos, por algum tempo ou para sempre, deste caminho tão belo e tão perfeito, não nos perturbemos nem nos surpreendamos. Os Seus desígnios são insondáveis: poderá fazer por nós, a meio ou no fim da caminho, o que fez ao geraseno no início. Obedeçamos, façamos a Sua vontade [...], andemos por onde Ele quiser, levemos a vida que a Sua vontade designar. Mas aproximemo-nos d'Ele com todas as nossas forças em toda a parte, e vivamos todas as situações, todas as condições, como Ele próprio as teria vivido, comportando-nos como Ele Se teria comportado se, pela vontade do Pai, Se tivesse encontrado na situação em que nós nos encontramos.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Meditações sobre os Evangelhos, n°194
A verdadeira, a única perfeição, não é ter este ou aquele tipo de vida, é fazer a vontade de Deus; é ter a vida que Deus quer, onde Ele quer, e vivê-la como Ele próprio a viveria. Quando Ele nos permite escolher, então sim, procuremos segui-l'O passo a passo o mais exactamente possível, partilhar a Sua vida tal como ela foi, como os apóstolos o fizeram ao longo da Sua vida e após a Sua morte: o amor leva-nos a imitá-l'O. Se Deus permite esta escolha, esta liberdade, é precisamente porque quer que abramos as nossas velas ao vento do amor puro e, empurrados por ele, «corramos atrás do seu perfume» (Ct 1,4 LXX), em imitação perfeita, como São Pedro e São Paulo. [...]
E se um dia Deus quiser tirar-nos, por algum tempo ou para sempre, deste caminho tão belo e tão perfeito, não nos perturbemos nem nos surpreendamos. Os Seus desígnios são insondáveis: poderá fazer por nós, a meio ou no fim da caminho, o que fez ao geraseno no início. Obedeçamos, façamos a Sua vontade [...], andemos por onde Ele quiser, levemos a vida que a Sua vontade designar. Mas aproximemo-nos d'Ele com todas as nossas forças em toda a parte, e vivamos todas as situações, todas as condições, como Ele próprio as teria vivido, comportando-nos como Ele Se teria comportado se, pela vontade do Pai, Se tivesse encontrado na situação em que nós nos encontramos.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 30 de Janeiro de 2012
Chegaram ao outro lado do mar, ao território dos gerasenos. Ao sair Jesus da barca, foi logo ter com Ele, saindo dos sepulcros, um homem possesso de um espírito imundo. Tinha o seu domicílio nos sepulcros, e já ninguém conseguia segurá-lo com cadeias. Tendo sido preso muitas vezes com grilhões e com cadeias, tinha quebrado as cadeias e despedaçado os grilhões e ninguém o podia dominar. E sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. Ao ver de longe Jesus, correu e prostrou-se diante d'Ele e clamou em alta voz: «Que tens Tu comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Por Deus eu Te conjuro que não me atormentes». Porque Jesus dizia-lhe: «Espírito imundo sai desse homem». Depois perguntou-lhe: «Como te chamas?». Ele respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos». E suplicava-Lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região. Andava ali, próximo do monte, uma grande vara de porcos a pastar. Os espíritos imundos suplicaram-Lhe: «Manda-nos para os porcos, para nos metermos neles». Jesus consentiu. Então os espíritos imundos saíram e entraram nos porcos, e a vara, que era de cerca de dois mil, precipitou-se por um despenhadeiro no mar onde se afogaram. Os guardadores fugiram e contaram o facto pela cidade e pelos campos. E o povo foi ver o que tinha sucedido. Foram ter com Jesus e viram o que tinha estado possesso do demónio sentado, vestido e são do juízo; ele, que tinha estado possesso de uma legião inteira; e tiveram medo. Os que tinham visto contaram-lhes o que tinha acontecido ao endemoninhado e aos porcos. Então começaram a pedir a Jesus que se retirasse do seu território. Quando Jesus subia para a barca, o que fora possesso do demónio começou a pedir-Lhe que lhe permitisse acompanhá-l'O. Mas Jesus não o permitiu, antes lhe disse: «Vai para tua casa, para os teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como teve piedade de ti». Ele retirou-se
Mc 5, 1-20
Mc 5, 1-20
domingo, 29 de janeiro de 2012
Imitação de Cristo, 1,1,2
A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam frequentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida.
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