Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Salve Regina

“Apoiar-vos-eis uns aos outros”

Se souberes querer aos outros e difundir, entre todos, esse carinho – caridade de Cristo, fina, delicada –, apoiar-vos-eis uns aos outros, e o que for a cair sentir-se-á amparado – e urgido – com essa fortaleza fraterna, para ser fiel a Deus. (Forja, 148)

Chega a plenitude dos tempos e, para cumprir essa missão, não aparece um génio filosófico, como Sócrates ou Platão; não se instala na terra um conquistador poderoso, como Alexandre Magno. Nasce um Menino em Belém. É o Redentor do mundo; mas, antes de começar a falar, demonstra o seu amor com obras. Não é portador de nenhuma fórmula mágica, porque sabe que a salvação que nos traz há-de passar pelo coração do homem. As suas primeiras acções são risos e choros de criança, o sono inerme de um Deus humanado; para que fiquemos tomados de amor, para que saibamos acolhê-Lo nos nossos braços.

Uma vez mais consciencializamos que isto é que é o Cristianismo. Se o cristão não ama com obras, fracassa como cristão, o que significa fracassar também como pessoa. Não podes pensar nos outros homens como se fossem números, ou degraus para tu subires; como se fossem massa, para ser exaltada ou humilhada, adulada ou desprezada, conforme os casos. Tens de pensar nos outros – antes de mais, nos que estão ao teu lado – vendo neles o que na verdade são: filhos de Deus, com toda a dignidade que esse título maravilhoso lhes confere.

Com os filhos de Deus, temos de comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário, tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega silenciosa. Este é o bonus odor Christi que arrancava uma exclamação aos que conviviam com os primeiros cristãos: Vede como se amam! (Cristo que passa, 36)

São Josemaría Escrivá

A necessidade de Deus (e de Cristo)

O ar do tempo acha que é completamente independente do cristianismo. O ar do tempo está errado. Mesmo que não acredite no mistério pascal (como eu o percebo), mesmo que não seja um cristão de fé, o cidadão ali da rua é um cristão cultural, educado numa cultura de direitos que só cresceu na civilização judaico-cristã.

Tal como defende Nicholas Wolterstorff, os tais "direitos inalienáveis" (a base ética e constitucional das nossas vidinhas) têm uma raiz bíblica . Por outras palavras, o Direito Natural precisa de uma base religiosa, precisa de uma comunicação com a transcendência divina. Porquê? A resposta não é simples, mas aqui vai: sem uma noção de transcendência, sem algo que nos liberte da prisão do aqui-e-agora, o poder político fica com as portas abertas para limitar os direitos inalienáveis dos indivíduos. Não por acaso, os regimes totalitários do século XX anularam por completo qualquer noção de transcendência, destruíram qualquer noção ética com origem em algo exterior à lei positiva determinada pelo chefão. O fascismo e o comunismo foram tiranias da imanência.

Muitos autores contemporâneos, como Alain Dershowitz, defendem um conceito de Direito Natural secular, sem qualquer apelo a Deus. Mas isso é o mesmo que ser do Benfica e gostar do Pinto da Costa ao mesmo tempo. Um Direito Natural completamente secularizado é uma contradição em termos, porque não tem uma gota de transcendência. Quando dizemos que cada indivíduo tem direitos inalienáveis que nenhum poder terreno pode pôr em causa, quando dizemos que cada pessoa tem direitos inalienáveis que nenhum direito positivo pode rasgar, estamos - na verdade - a dar um salto de fé em direcção a uma concepção de amor ao próximo, um concepção de amor que transcende a imanência da lei, da cultura e do nosso próprio corpo (i.e., Deus).

Portanto, convém perceber que a ideia de direitos inalienáveis não foi inventada de raiz pelo pensamento iluminista do século XVIII ou pelo optimismo científico e individualista do século XIX. Esta ideia já fazia parte do património bíblico. Neste sentido, a tese de Wolterstorff não é descabida: sem esta raiz cristã, a nossa cultura de direitos não teria sido desenvolvida. Os críticos desta tese poderão invocar Kant para a defesa de um Direito Natural absolutamente secular, mas ficarão sempre expostos a um ataque óbvio: Kant cresceu numa cultura cristã e não noutra qualquer; Kant não apareceu no paganismo indiano ou chinês. Não por acaso, Nietzsche dizia que Kant era um cristão manhoso, um cristão que inventou uma teoria secular de direitos apenas para fugir da questão de Deus e da fé.

Moral da história? Durante muito tempo, pensei que Kant chegava para as despesas do Direito Natural. Mas não chega.
  
Henrique Raposo AQUI texto transcrito tal e qual conforme publicado no Expresso 'online' salvo nas hiperligações

Resposta católica aos detractores da veneração de Nossa Senhora dos Santos e das suas imagens baseada nas Sagradas Escrituras

Divulgado programa da viagem papal ao México e a Cuba

Decorrerá de 23 a 29 de Março próximo, em plena Quaresma, a viagem do Papa ao México e a Cuba, anunciada pelo próprio Bento XVI na missa que celebrou na basílica de São Pedro a 12 de Dezembro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. O programa genérico da viagem foi agora divulgado na Cidade do México e em Havana pelas respectivas Conferências Episcopais.


No México, a viagem centra-se na cidade de León, onde o Santo Padre deverá chegar na tarde de 23 de Março, sexta-feira, acolhido oficialmente pelo presidente da República do México, com o qual terá um encontro no sábado, 24, à tarde. Encontrar-se-á também com as crianças e outros fiéis, numa praça da cidade de Guanajuato.


No domingo 25 de Março, a Missa presidida pelo Papa num amplo Parque, ao pé de uma colina dominada por um monumento a Cristo Rei. No final da celebração, um encontro com representantes das 91 dioceses do México. À tarde, na catedral de León, celebração de Vésperas. O Santo Padre dirigirá uma mensagem a todos os bispos mexicanos e outros bispos representando todo o episcopado da América Latina e Caraíbas.


Segunda feira, 26, partida, de manhã, para Cuba, com chegada à cidade de Santiago, acolhido pelo presidente Raul Castro e pela Conferência Episcopal Cubana. Ao fim da tarde, celebração eucarística numa praça da cidade.


Na manhã de 27, terça-feira, visita privada ao santuário mariano nacional de Nossa Senhora da Caridade, na localidade de Cobre, partindo depois, de avião, para a capital, Havana, onde deverá chegar ao meio-dia. De tarde, encontro com o presidente da República. Ao fim do dia, na nunciatura apostólica, encontro com os bispos cubanos.


Último número do programa desta viagem do Papa, na quarta-feira, 28, de manhã, a celebração eucarística na praça da Revolução, em Havana. De tarde, partida para Roma, onde chegará já no dia 29 de Março.


Rádio Vaticano

A simplicidade de uma grande oração, procuremos ter também nós este amor simples quando rezamos e comunicamos

Mãe,
ensina-me a ser nada,
para que Cristo seja tudo em mim.
Amen.
http://apenasoracao.blogspot.com/2012/01/santa-maria-mae-de-deus.html

Violência pouco familiar

Nas últimas semanas o País foi invadido pela foto de um cadáver nu de uma mulher horrivelmente espancada. Em revistas, outdoors, até no exterior de autocarros todo o Portugal foi confrontado com esta imagem de terrível violência. Quem terá feito tal barbaridade à pobre senhora? Não só os golpes mas a suprema infâmia de ser exposta desta forma inqualificável?
Aquela infeliz deve ter tido uma vida difícil, sofreu morte horrível, mas nem depois de morta conseguiu o respeito mínimo devido ao ser humano, sendo vergonhosamente explorada. Com a cara visível, identificável por conhecidos, a desgraçada sofreu uma das sortes mais lastimáveis. Até nos filmes violentos os cadáveres costumam ser tapados, filmados lateralmente, ao menos com a cara coberta. Aqui a obscenidade e degradação não conheceram limites, nem sequer na divulgação. Em todo o lado e circunstância, todo o País, incluindo crianças e pessoas impressionáveis, é forçado a contemplar esta imagem sumamente repulsiva.
Quem foi o monstro terrorista capaz de baixeza tão extrema? Apenas um tipo de pessoa chega a tais limites: quem se sente impelido por um fim sublime. Como o radicalismo religioso e o político mostram a cada passo, é quando os propósitos são mais nobres que os meios vêm mais descurados. Se por vingança alguém enchesse o País com imagens do corpo sangrento de Ben Laden ou Kadhafi seria imediatamente repudiado. Esta barbaridade, muito pior pela inocência da vítima, resiste à censura graças à elevação da apregoada finalidade. Aspirando ao melhor cometem-se as maiores atrocidades.
O cartaz não esconde a proveniência. Trata-se de uma campanha da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, instituição governamental alegadamente orientada para a promoção das virtudes cívicas e sociais. Que evidentemente precisa de lições básicas sobre direitos humanos elementares; não apenas do objecto mas também dos alvos das suas campanhas. Diz combater a violência doméstica cometendo violência visual pública e generalizada.
Afirmamos viver na sociedade mediática, mas estamos na época primitiva da era da informação. As gerações futuras vão considerar-nos o período troglodita da civilização digital. Perante a enxurrada incontrolável de imagens, mensagens e estímulos, o pobre cidadão fica indefeso nestes tempos de selvajaria visual. Uma forma garantida de captar a atenção é subir a intensidade do choque ao intolerável. Assim nasceu a publicidade degradante, popularizada pela Benetton e usada em muitos campos. Para vender camisolas, defender vítimas ou qualquer outro fim, vários acham-se com direito de agredir os cidadãos com imagens brutais.
O truque é infalível, porque a perturbação nas vítimas suscita indignação e conversas, que representam publicidade gratuita para o promotor. Afinal este texto que está a ler divulga a campanha da Comissão. A prática está interditada pelo Código da Publicidade: "É proibida a publicidade que (...) c) atente contra a dignidade da pessoa humana; (...) f) utilize linguagem obscena" (DL n.º 330/90 art 7.º n.º 1). Mas, como sempre, os grandes crimes ficam mais impunes que os pequenos. Numa sociedade hipócrita, apática, ainda com remorsos de antigas cen- suras, a selvajaria mediática costuma escapar.
Pior de tudo, a referida publicidade pode agravar seriamente o problema que diz abordar. Porque os assassinos de familares à pancada são evidentemente desequilibrados. Qual o efeito destas imagens obsessivas nessas mentes doentes? Que impacto tem este paroxismo de violência visual nas vidas das infelizes vítimas? Um dos dogmas desta infantil sociedade mediática é que se deve sempre denunciar o mal, ventilar problemas, debater publicamente todas as questões, uma supina ingenuidade, que se torna cruel em certos casos.
Não é evidente a utilidade pública da referida Comissão, se julga resolver problemas desviando para campanhas destas o dinheiro que deveria ir para a polícia. Mas ao menos nomeiem-se dirigentes que respeitem as regras elementares da sociedade civilizada.

João César das Neves in DN online

Defender a vida humana

“Na consciência moral Deus fala a cada um e convida a defender a vida humana em cada momento. Nesta ligação pessoal com o Criador está a dignidade profunda da consciência moral e a razão da sua inviolabilidade.”

(Bento XVI in discurso à Academia Pontifícia para a Vida em 26.II.2011)

MONUMENTO AO MENINO NÃO NASCIDO

Na Eslováquia, em outubro último, foi inaugurado um monumento ao menino não nascido, obra de um jovem escultor daquele país. O monumento expressa não só o pesar e arrependimento das mães que abortaram, mas também o perdão. A cerimonia de inauguração contou com a presença do ministro da Saúde. A ideia de construir um monumento aos bebés por nascer veio de grupo de mulheres jovens mães muito conscientes do valor de toda a vida humana e do mal que o aborto se inflige também à saúde da mulher.

(Fonte: O POVOonline AQUI )

O cristão e o materialista

O cristão tem toda a liberdade para acreditar que o universo está organizado de acordo com uma certa ordem, e sujeito a um desenvolvimento inevitável; já o materialista está impedido de admitir que exista, na sua impecável maquinaria, a menor partícula de espiritualismo ou de milagre. (…). O cristão admite que o universo é variado, admite mesmo que é uma miscelânea, e qualquer homem são sabe que ele próprio é um ser complexo. Eu diria mesmo que qualquer homem são sabe que tem uma parte de animal, uma parte de demónio, uma parte de santo, uma parte de cidadão; mais ainda, um homem que seja de facto são sabe que também tem uma parte de louco. Já o mundo do materialista é totalmente simples e sólido, tal como o louco tem a certeza absoluta de que está são. O materialista tem a certeza de que a história foi, pura e simplesmente, uma cadeia de causas e efeitos, tal como o sujeito atrás mencionado tem a certeza ele que é, pura e simplesmente, uma galinha. Os materialistas e os loucos nunca têm dúvidas.

"Ortodoxia" de Gilbert K. Chesterton – Alêtheia Editores (pág. 31)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1972

Em Roma, no fim da manhã diz a quem o acompanha: “Reza!, reza muito durante o dia todo!, para que Ele nos tenha na sua mão. Pedi-Lho umas quinhentas vezes esta manhã, além de muitas outras coisas pelas quais Lhe roguei: serve-me de acicate e de presença de Deus, para que saibamos sempre servi-Lo e só disto nos ocupemos”.


(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/02011972)

Teólogos e professores propõem uma nova economia baseada na ética (vídeos em espanhol e inglês)

Combater o mal

«Uma vez que este inimigo pode mais que nós, devemos aproveitar-nos do ‘escudo da fé’, que é coisa sobrenatural, ouvindo uma palavra de Deus, ou recebendo os Sacramentos, ou meditando a doutrina da Igreja. E crendo firme com o entendimento que Deus pode tudo».

(Audi, filia, cap. 30 – São João de Ávila)

Amo-Te, amo-Te, amo-Te, …

Salmo 139

SENHOR, Tu examinaste-me e conheces-me, 
sabes quando me sento e quando me levanto;
à distância conheces os meus pensamentos. 
Vês-me quando caminho e quando descanso;
estás atento a todos os meus passos.
Ainda a palavra me não chegou à boca,
já Tu, SENHOR, a conheces perfeitamente.
Tu me envolves por todo o lado
e sobre mim colocas a tua mão.
É uma sabedoria profunda, que não posso compreender;
tão sublime, que a não posso atingir!

Onde é que eu poderia ocultar-me do teu espírito?
Para onde poderia fugir da tua presença?
Se subir aos céus, Tu lá estás;
se descer ao mundo dos mortos, ali te encontras.
Se voar nas asas da aurora
ou for morar nos confins do mar
mesmo aí a tua mão há-de guiar-me
e a tua direita me sustentará.
Se disser: "Talvez as trevas me possam esconder,
ou a luz se transforme em noite à minha volta",
nem as trevas me ocultariam de ti
e a noite seria, para ti, brilhante como o dia.
A luz e as trevas seriam a mesma coisa!

Tu modelaste as entranhas do meu ser
e formaste-me no seio de minha mãe.
Dou-te graças por tão espantosas maravilhas;
admiráveis são as tuas obras.
Quando os meus ossos estavam a ser formados,
e eu, em segredo, me desenvolvia,
tecido nas profundezas da terra,
nada disso te era oculto.
Os teus olhos viram-me em embrião.
Tudo isso estava escrito no teu livro.
Todos os meus dias estavam modelados,
ainda antes que um só deles existisse.Como são insondáveis, ó Deus, os teus pensamentos!
Como é incalculável o seu número!
Se os quisesse contar, seriam mais do que a areia;
e, se pudesse chegar ao fim, estaria ainda contigo.

Ó Deus, faz com que os ímpios desapareçam;
afasta de mim os homens sanguinários.
Aqueles que maldosamente se revoltam,
em vão se levantam contra ti.
Não hei-de eu, SENHOR, odiar os que te odeiam?
Não hei-de aborrecer os que se voltam contra ti?
Odeio-os com toda a minha alma.
Considero-os como meus inimigos.

Examina-me, SENHOR, e vê o meu coração;
põe-me à prova para saber os meus pensamentos.
Vê se é errado o meu caminho
e guia-me pelo caminho eterno.

«No meio de vós está Aquele que não conheceis: é Ele quem vem após mim»

 Como é lógico, é o evangelista João quem introduz João Baptista no seu discurso sobre Deus, «o abismo que atrai o abismo» à voz dos mistérios divinos (Sl 41, 8): o evangelista conta a história do precursor. Aquele que recebeu a graça de conhecer «o Verbo no princípio» (Jo 1, 1) ensina-nos acerca daquele que recebeu a graça de vir à frente do Verbo encarnado. [...] Ele não diz simplesmente: houve um enviado de Deus, mas «houve um homem». Fala assim para distinguir o precursor, que participa apenas da humanidade, e o Homem que, unindo estreitamente em si divindade e humanidade, veio em seguida; para separar o voz que passa e o Verbo que permanece para sempre de maneira imutável; para sugerir que um é a estrela da manhã que aparece na aurora do Reino dos céus e declarar que o Outro é o Sol da justiça que lhe sucede (Ml 3, 20). Distingue a testemunha Daquele que o envia, a lâmpada vacilante da luz esplêndida que enche o universo (cf. Jo 5, 35) e que, para todo o género humano, dissipa as trevas da morte e do pecado. [...]

«Um homem foi enviado». Por quem? Pelo Deus Verbo que o precedeu. A sua missão era ser precursor. É num grito que ele envia a palavra à sua frente: «no deserto, uma voz grita» (Mt 3, 3). O mensageiro prepara a vinda do Senhor. «O seu nome era João» (Jo 1, 6): foi-lhe dada a graça de ser o precursor do Rei dos reis, o revelador do Verbo desconhecido, o que baptiza em ordem ao nascimento espiritual, a testemunha da luz eterna, pela sua palavra e pelo seu martírio.



João Escoto Erigena (?- c. 870), beneditino irlandês
Homilia sobre o Prólogo de João, cap. 15

Te Deum Laudamus

«Rectificai o caminho do Senhor»

«Preparai o caminho do Senhor.» Irmãos, mesmo que não estejais muito adiantados neste caminho, podeis sempre prepará-lo para que, a partir do ponto onde chegastes, possais ir sempre em frente, sempre em direcção àquilo que está mais além. Deste modo, a cada passo que dais, estando o caminho preparado para a Sua chegada, o Senhor virá à vossa frente, sempre novo, sempre maior. É pois com razão que o justo reza: «Instruí-me, Senhor, nos Vossos mandamentos e os guardarei com fidelidade» (Sl 118,33). E esse caminho é chamado «caminho do que é eterno» (Sl 138,24) [...] porque a bondade d'Aquele para o qual nos dirigimos não tem limites.


É por isso que o viajante ajuizado e determinado, mesmo chegando ao fim, pensará em começar; «esquecendo-se do que fica para trás» (Fl 3,13), ele pensará todos os dias: «começo agora» (Sl 76,11 Vulg). [...] Quanto a nós que falamos em percorrer este caminho, queiram os céus que estejamos pelo menos a caminho! Na minha opinião, quem quer que se ponha a caminho está já no bom caminho. É de facto preciso começar, encontrar «o caminho da Cidade habitável» (Sl 106,4) Pois «são poucos os que o encontram», diz a Verdade (Mt 7,14); são numerosos «os que erravam pelo deserto e pela solidão» (Sl 106,4). [...]


E Tu, Senhor, Tu preparaste-nos um caminho; se ao menos consentíssemos em percorrê-lo. [...] Pela Tua Lei, ensinaste-nos o caminho dos Teus mandamentos dizendo: «Este é o caminho, anda por ele sem te desviares à direita ou à esquerda» (Is 30,21). É o caminho que o profeta prometera: «O deserto será atravessado por um caminho [...] e os que o não conhecem não se perderão» (Is 35,8). [...] Nunca vi nenhum insensato perder-se ao seguir o Teu caminho, Senhor [...]; mas ai dos que se têm por sábios e se julgam espertos (Is 5,21), a vossa sabedoria afastou-vos do caminho da salvação e não vos permitiu seguir a insensatez do Salvador. Insensatez desejável que será chamada sabedoria no juízo de Deus e que não deixa que nos afastemos do Seu caminho.


Beato Guerric d'Igny (v. 1080-1157), abade cisterciense
Sermão 5 para o Advento


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 2 de Janeiro de 2012

Eis o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas a perguntar-lhe: «Quem és tu?». Ele confessou a verdade, não a negou; e confessou: «Eu não sou o Cristo». Eles perguntaram-lhe: «Quem és, pois? És tu Elias?». Ele respondeu: «Não sou». «És tu o profeta?». Respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és, pois, para que possamos dar resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?». Disse-lhes então: «”Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor”, como disse o profeta Isaías». Ora os que tinham sido enviados eram fariseus. Interrogaram-no, dizendo: «Como baptizas, pois, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo em água, mas no meio de vós está Quem vós não conheceis. Esse é O que há-de vir depois de mim, e eu não sou digno de desatar-Lhe as correias das sandálias». Estas coisas passaram-se em Betânia, além Jordão, onde João estava a baptizar.


Jo 1, 19-28