O título desta reflexão pode parecer um pouco poético mas, de facto, o tema preferido dos poetas é o amor porque é o mais nobre sentimento do homem e seu exclusivo; só o ser humano é capaz de amar.
Bom... e se é assim recorrente o que há a reflectir sobre o amor ou, referindo-me ao título, amar perdidamente?
Simplesmente penso que só vale a pena amar se o amor for total e incondicional e constante.
Por isso, perdidamente, significa essa entrega, empenho e determinação de amar seja qual for o momento, circunstância ou estado de espírito, o amor estará sempre em primeiro lugar e rege, condiciona e enforma toda a minha vida.
Este é sem dúvida o único amor que me interessa e que decididamente quero ter.
Mas, amar assim… quem?
Só será possível ter este amor por quem me tem um amor ainda maior, incomensuravelmente maior e, esse é o Amor de Deus!
Não comparo com outros amores, por exemplo o que sinto pela Fernandinha ou pelas minhas Filhas porque esses pertencem como que a outra dimensão, não são portanto comparáveis nem incompatíveis, pelo contrário, diria que são consequentes porque não poderiam existir sem o Amor a Deus.
O amor é assim algo de grandioso sem medida nem barreiras porque tudo abarca, tudo contém, tudo satisfaz.
De facto, o amor a Deus parece ser algo tão extraordinário e sublime que, tendo-o - como desejo e quero - em primeiríssimo lugar, fico como que preso desse mesmo amor vivendo-o em plenitude que se traduz em acções de graças constantes, certo, como estou, que nada do que acontece, me acontece, é alheio a esse amor que o Senhor me tem.
Sinto que posso viver deste amor tendo-o como o principal alimento que necessito para tudo - absolutamente - para a minha vida.
Amar assim - como a Tua e minha Santíssima Mãe, como os Anjos e Santos - não me parece impossível já que, se o fosse, não valeria a pena tentar.
Se me perguntas como a Pedro: Tu, António, amas-me? Responderia não como ele que é Apóstolo e Santo, mas como o pobre homem que sou:
Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que quero, desejo com toda a minha alma, todo o meu ser, amar-te muito, muitíssimo mais que Pedro!
(ama, 2016)