Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Oração de joelhos

Um mês sem eutanásia, meu menino! (N. 'Spe Deus': a lucidez da ironia)

A Bélgica legalizou a eutanásia infantil. Vai ser possível a uma criança doente decidir que quer falecer. Julgo que a palavra de que o leitor está à procura é “inveja”. Aposto que nenhum pai belga foi obrigado a ter este diálogo com a filha:

— Vai para o banho.

— Não quero! Odeio banho! Odeio-te!

Passada meia hora:

— Sai do banho.

— Não quero! Adoro banho! Odeio-te!

Na Bélgica isto não sucede. E não é só porque os belgas têm uma relação bissexta com a higiene. É também porque, aparentemente, a volubilidade infantil não é uma característica das crianças belgas. Pelos vistos, os belgas conseguem fazer com que uma criança tome decisões finais sobre assuntos de relativa importância. Tenho inveja dos pais belgas. Principalmente no Natal. Crianças que têm a capacidade de se decidirem pela eutanásia, de certeza que não fazem uma birra no chão do Toys’R’us por não conseguirem escolher um presente.

Deve ter que ver com a maturidade específica do povo belga. É espantoso que seja mais fácil explicar a uma criança de Bruxelas que talvez seja boa ideia falecer do que a uma criança de Lisboa que é essencial não mastigar de boca aberta.

(A maturidade das crianças belgas é um facto historicamente comprovado. Tanto que, quando apareceu na Bélgica uma criança que se comportava infantilmente e se punha toda nua a fazer xixi para o ar, acharam tão divertido que lhe construíram uma estátua.)

Também não se pode excluir a hipótese de os belgas terem feito uma descoberta que os coloca na vanguarda da pedagogia. Hoje em dia é difícil punir uma criança. Se queremos proibir-lhes qualquer coisa, é complicado encontrar algo que efectivamente as chateie. Elas têm tudo: se tirarmos a Playstation, têm a Wii; se tirarmos os desenhos animados, têm o tablet; se tirarmos o telemóvel, têm iPod. Talvez a eutanásia seja a resposta, a chantagem que funciona mesmo. É que a eutanásia tem tudo para ser cobiçada: as crianças gostam de ser únicas a ter um brinquedo e é improvável haver outro menino na escola deles com eutanásia.

— Pai, quero uma eutanásia!

— Mas tu sabes o que é eutanásia?

— Não. Mas sei que mais ninguém tem. O António disse que ia ter, mas entretanto deixou de ir à escola.

Bem-aventurada a mãe belga que agora pode dizer: “Menina, ou comes a sopa toda ou não há eutanásia para ninguém!” Ou: “Eutanásia? Com essas notas?”

Agora, tirando a Bélgica e as suas bizarras crianças crescidas, isto da eutanásia não vai funcionar lá muito bem noutros países. Ou os petizes são muito jovens, susceptíveis de serem manipulados pelos elaborados truques retóricos dos adultos (i.e., a oferta de uma bolacha de chocolate); ou são mais velhos, naquela fase da adolescência em que qualquer pergunta tem como resposta um enfadado “tanto faz”.

Pessoalmente, não me vejo a usar a eutanásia como ferramenta. Em termos de educação, sou um liberal-zombeteiro didáctico, o que significa que deixo a criança tomar as suas próprias decisões para, quando elas se revelam em toda a sua estupidez, escarnecer: “Vês? Eu não disse? Quem é que tinha razão?” Lamentavelmente, a eutanásia não permite essa vanglória sobre a parva opção juvenil. De que me serve deixá-la escolher mal, se depois não posso fazer pirraça?

José Diogo Quintela in 'Público' online AQUI

Papa publicará amanhã carta dirigida às famílias (vídeo em espanhol)

A nossa casa é a Igreja

Seguir Jesus não é “uma ideia”, mas um “contínuo permanecer em casa”, a Igreja. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa desta manhã, na capela da Casa Santa Marta.

Na homilia, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, da cura do epilético endemoninhado que agitou a multidão. Jesus expulsa o espírito e ajuda o menino a se levantar:
Toda aquela desordem, aquela discussão acaba num gesto: Jesus que se abaixa e pega o menino. Esses gestos de Jesus nos fazem pensar. Jesus quando cura, quando vai em meio à multidão e cura uma pessoa, jamais a deixa só. Não é um mago, um bruxo, um curandeiro que vai, cura e continua: a cada um leva de volta ao seu lugar, não o abandona pelo caminho. E são gestos belíssimos do Senhor.

Eis o ensinamento, explicou o Papa: “Jesus sempre nos faz regressar à casa. Jamais nos deixa sós na estrada”. O Evangelho, recorda ele, está repleto desses gestos: a ressurreição de Lázaro, a vida doada à filha de Jairo e aquela ao jovem de uma mãe viúva. Mas também a ovelha perdida levada de volta ao redil ou a moeda perdida e encontrada pela mulher:
Porque Jesus não veio sozinho do Céu, é Filho de um povo. Jesus é a promessa feita a um povo e a sua identidade é também pertença àquele povo, que de Abraão caminha rumo à promessa. E esses gestos de Jesus nos ensinam que cada cura, cada perdão sempre nos faz voltar ao nosso povo, que é a Igreja.

Jesus sempre perdoa – prosseguiu o Papa – e os seus gestos se tornam também “revolucionários” ou “inexplicáveis” quando o seu perdão alcança quem se afastou “muito”, como o publicano Mateus ou o seu colega Zaqueu. Além disso, repetiu Francisco, Jesus sempre “quando perdoa, faz regressar à casa. Deste modo, não se pode entender Jesus sem o povo de Deus. É “um absurdo amar Cristo sem a Igreja, sentir Cristo mas não a Igreja, segui-Lo à margem da Igreja”, reiterou o Papa Francisco, citando e parafraseando mais uma vez Paulo VI. “Cristo e a Igreja estão unidos”, e “toda vez que Cristo chama uma pessoa, a leva à Igreja”. Por isso, acrescentou, é importante que uma criança seja batizada na Igreja, a Igreja mãe:
E esses gestos de tanta ternura de Jesus nos fazem entender isso: que a nossa doutrina, digamos assim, ou o nosso seguir Cristo, não é uma ideia, é um contínuo permanecer em casa. E se cada um de nós tem a possibilidade e a realidade de sair de casa por um pecado, um erro – Deus sabe –, a salvação é voltar para casa, com Jesus na Igreja. São gestos de ternura. Um por um, o Senhor nos chama assim, ao seu povo, dentro da sua família, a nossa mãe, a Santa Igreja. Pensemos nesses gestos de Jesus.

(Fonte: 'news.va')

Vídeo da ocasião em italiano

D. Gerhard Müller: o Concílio Vaticano II inovou sobre o divórcio? (agradecimento ‘É o Carteiro!’)


Perguntas: responsabilidade de "É o Carteiro!"

14- O Concílio Vaticano II, tendo sido tão inovador, o que foi que inovou quanto ao divórcio?
O Concílio Vaticano II propôs de novo uma doutrina teológica e espiritualmente profunda do matrimónio na Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo contemporâneo, expondo com clareza também o princípio da sua indissolubilidade.
O matrimónio é entendido como uma completa comunhão corporal e espiritual de vida e de amor entre homem e mulher, que se doam e se acolhem um ao outro enquanto pessoas.
Através do acto pessoal e livre do consentimento recíproco é fundada por direito divino uma instituição estável, orientada para o bem dos cônjuges e da prole, e não dependente do arbítrio do homem: «Esta união íntima, enquanto mútua doação de duas pessoas, assim como o bem dos filhos, exigem a plena fidelidade dos cônjuges e reclamam a sua unidade indissolúvel» (n. 48).

15- Lá está a ideia da indissolubilidade do matrimónio, mesmo do matrimónio que não seja sacramento. É caso para insistir: se um matrimónio for também sacramento, o que é que tem a mais?
Por meio do sacramento Deus concede aos cônjuges uma graça especial: «Com efeito, como outrora Deus tomou a iniciativa de uma aliança de amor e fidelidade com o seu povo assim agora o Salvador dos homens e esposo da Igreja vem ao encontro dos cônjuges cristãos através do sacramento do matrimónio. Além disso, permanece com eles para que, assim como ele amou a Igreja e se entregou por ela, também os cônjuges possam amar-se um ao outro fielmente, para sempre, com dedicação mútua» (ibid.).
Mediante o sacramento a indissolubilidade do matrimónio encerra um significado novo e mais profundo: ela torna-se imagem do amor de Deus pelo seu povo e da fidelidade irrevogável de Cristo à sua Igreja.

Não abandono a Igreja

“Queridos irmãos e irmãs, esta Palavra de Deus eu a sinto de modo particular dirigida a mim, neste momento da minha vida. O Senhor me chama a "subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao contrário. Se Deus me pede isso, é precisamente para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças.”

Bento XVI - Angelus (último do seu Pontificado) em 24.02.2013

Como fortalecer o casamento num país

Um grupo de investigadores norte-americanos projectou um índice para medir com critérios precisos o estado de saúde do casamento num país. Trata-se de uma ideia simples, mas inovadora: assim como se utilizam variáveis para tomar o pulso à economia de um país, não se poderia proceder do mesmo modo em relação ao casamento?

The Marriage Index, promovido pelo Institute for American Values e pelo National Center of African American Marriages and Parentig, apresenta cinco indicadores que permitem fazer um retrato-robô do estado actual do casamento num país. Os autores analisam o que aconteceu nos Estados Unidos entre 1970 e 2008.

Esses cinco indicadores são: a percentagem de adultos casados; a consciência de felicidade matrimonial; a percentagem de casamentos intactos; o número de nascimentos dentro do casamento; a percentagem de crianças que vivem com os pais casados.

Tal como acontece com os indicadores económicos, estes critérios também servem para fazer uma avaliação no tempo. Se comparamos os resultados de um ano com os dos anos anteriores, saberemos se a situação está a melhorar ou a piorar. Se está a piorar, logicamente perguntaremos: que podemos fazer para melhorar?

Os investigadores que se reuniram para estabelecer o índice procedem de diversas universidades e pertencem a diferentes tendências políticas. Não obstante, coincidem neste ponto: "o matrimónio é algo mais que uma simples relação privada entre dois adultos: é um bem social com sérias implicações no bem-estar dos filhos".

E mais à frente acrescentam: "Se o casamento consiste fundamentalmente em criar um vínculo entre adultos e filhos, qualquer índice que pretenda medir a saúde do casamento deve captar a força ou a debilidade deste vínculo".

Por isso, os critérios seleccionados - sobretudo, os dois últimos - referem-se, em última análise, à perspectiva do matrimónio como uma instituição social que une sexos e gerações.

Mesmo quando o índice tenta medir um dado tão pessoal como é o grau de satisfação dos cônjuges com o seu próprio casamento, os autores chamam a atenção para as repercussões que - para bem ou para mal - isso tem nos filhos: "Quando a relação matrimonial dos pais sofre, as crianças também irão sofrer".

«Ajuda a minha pouca fé»

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa 
Revelações do amor divino, cap. 11


Em verdade, eu percebi que tudo é obra de Deus, por mais pequeno que seja; que nada acontece por acaso, que tudo é ordenado pela sabedoria previdente de Deus. O facto de o homem ver nisso a sorte ou o acaso deve-se à nossa cegueira ou vista curta. As coisas que Deus, na sua sabedoria, previu desde toda a eternidade e que conduz de forma perfeita, incessante e gloriosamente até ao seu melhor fim, acontecem para nós de forma inesperada, e dizemos, na nossa cegueira e vista curta, que acontecem por acaso ou por acidente. Mas não é assim aos olhos do Senhor Deus. Devemos, por conseguinte, reconhecer que tudo o que é feito é bem feito, dado que é Deus que faz tudo. […] Mais tarde, Deus mostrou-me o pecado na sua nudez, bem como a forma como opera a sua misericórdia e a sua graça. […]

Vi perfeitamente que Deus nunca altera os seus desígnios, sejam eles quais forem, e que não os alterará por toda a eternidade. Não há nada que, na sua perfeita disposição das coisas, Ele não conheça desde toda a eternidade. […] Nada faltará nesse aspecto, porque foi na plenitude da sua bondade que Ele tudo criou. É por isso que a Santíssima Trindade nunca está plenamente satisfeita com as suas obras. Deus mostrou-mo para minha grande felicidade: «Olha! Sou Deus. Olha! Estou em todas as coisas. Olha! Faço todas as coisas! Olha! Nunca retiro a minha mão das minhas obras, e nunca a retirarei pelos séculos dos séculos. Olha! Conduzo todas as coisas até ao fim que lhes atribuí desde toda a eternidade, com o mesmo poder, a mesma sabedoria, o mesmo amor que quando te criei. O que poderá correr mal?»

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 24 de fevereiro de 2014

Chegando junto dos discípulos, viu uma grande multidão em volta, e os escribas a discutirem com eles. E logo toda aquela multidão supreendida por ver Jesus, correu para O saudar. Perguntou-lhes: «Que estais a discutir entre vós?». Um de entre a multidão respondeu-Lhe: «Mestre, eu trouxe-Te meu filho que está possesso de um espírito mudo, que, onde quer que se apodere dele, o lança por terra, e o menino espuma, range com os dentes, e fica rígido. Pedi aos Teus discípulos que o expulsassem e não puderam». Jesus respondeu-lhes: «Ó geração incrédula! Até quando hei-de estar convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-Mo cá». Trouxeram-Lho. Tendo visto Jesus, imediatamente o espírito o agitou com violência e, caído por terra, revolvia-se espumando. Jesus perguntou ao pai dele: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». Ele respondeu: «Desde a infância. O demónio tem-no lançado muitas vezes no fogo e na água, para o matar; porém Tu, se podes alguma coisa, ajuda-nos, tem compaixão de nós». Jesus disse-lhe: «Se podes...! Tudo é possivel a quem crê». Imediatamente o pai do menino exclamou: «Eu creio! Auxilia a minha falta de fé». Jesus, vendo aumentar a multidão, ameaçou o espírito imundo, dizendo-lhe: «Espírito mudo e surdo, Eu te mando, sai desse menino e não voltes a entrar nele!». Então, dando gritos e agitando-se com violência, saiu dele, e o menino ficou como morto, tanto que muitos diziam: «Está morto». Porém, Jesus, tomando-o pela mão, levantou-o, e ele pôs-se em pé. Depois de ter entrado em casa, Seus discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque o não pudemos nós expulsar?». Respondeu-lhes: «Esta casta de demónios não se pode expulsar senão mediante a oração». 

Mc 9, 14-29