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segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Iniciada visita "ad limina Apostolorum" dos Bispos de Angola
Tem hoje início a visita “ad limina Apostolorum” dos Bispos de Angola e São Tomé e Príncipe. Nesta segunda-feira de manhã, Bento XVI recebeu, em audiências sucessivas:
- D. José de Queirós Alves, arcebispo de Huambo;- D. Damião António Franklin, arcebispo de Luanda, com o bispo auxiliar D. Anastácio Kahango e o arcebispo emérito, cardeal Alexandre do Nascimento; - e o arcebispo de Lubango, D. Gabriel Mbilingi (presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé), com o arcebispo emérito, D. Zacarias Kamwenho.
A visita "ad limina Apostolorum" (literalmente, "ao túmulo dos Apóstolos") tem lugar periodicamente, em princípio de cinco em cinco anos, da parte de todos os bispos da Igreja Católica, permitindo um contacto direto com o Santo Padre e com os diversos organismos da Cúria Romana, num esforço de avaliação da situação local de cada país e diocese, em vista de relançar e dinamizar a vida das Igrejas locais.
Rádio Vaticano
- D. José de Queirós Alves, arcebispo de Huambo;- D. Damião António Franklin, arcebispo de Luanda, com o bispo auxiliar D. Anastácio Kahango e o arcebispo emérito, cardeal Alexandre do Nascimento; - e o arcebispo de Lubango, D. Gabriel Mbilingi (presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé), com o arcebispo emérito, D. Zacarias Kamwenho.
A visita "ad limina Apostolorum" (literalmente, "ao túmulo dos Apóstolos") tem lugar periodicamente, em princípio de cinco em cinco anos, da parte de todos os bispos da Igreja Católica, permitindo um contacto direto com o Santo Padre e com os diversos organismos da Cúria Romana, num esforço de avaliação da situação local de cada país e diocese, em vista de relançar e dinamizar a vida das Igrejas locais.
Rádio Vaticano
“Senhor, não sei fazer oração!”
Escreveste-me: "Orar é falar com Deus. Mas de quê?". De quê?! D'Ele e de ti; alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas; e acções de graças e pedidos; e Amor e desagravo. Em duas palavras: conhecê-Lo e conhecer-te – ganhar intimidade! (Caminho, 91)
Como fazer oração? Atrevo-me a assegurar, sem temor de me enganar, que há muitas, infinitas maneiras de orar. Mas eu preferia para todos nós a autêntica oração dos filhos de Deus, não o palavreado dos hipócritas que hão-de ouvir de Jesus: nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus.
Os que são movidos pela hipocrisia podem talvez conseguir o ruído da oração – escrevia Santo Agostinho – mas não a sua voz, porque aí falta vida e há ausência de afã por cumprir a Vontade do Pai. Que o nosso clamor – Senhor! – vá unido ao desejo eficaz de converter em realidade essas moções interiores, que o Espírito Santo desperta na nossa alma. (...).
Nunca me cansei e, com a graça de Deus, nunca me cansarei de falar de oração. Por volta de 1930, quando se aproximavam de mim, sacerdote jovem, pessoas de todas as condições – universitários, operários, sãos e doentes, ricos e pobres, sacerdotes e leigos – que procuravam acompanhar mais de perto o Senhor, aconselhava-os sempre: rezai. E se algum me respondia: "não sei sequer como começar", recomendava-lhe que se pusesse na presença do Senhor e lhe manifestasse a sua inquietação, a sua dificuldade, com essa mesma queixa: "Senhor, não sei!" E muitas vezes, naquelas humildes confidências, concretizava-se a intimidade com Cristo, um convívio assíduo com Ele. (Amigos de Deus, nn. 243–244)
São Josemaría Escrivá
"Para uma reforma do sistema financeiro internacional, na perspetiva de uma Autoridade pública com competência internacional": documento do Conselho Pontifício Justiça e Paz
“A constituição de uma Autoridade pública mundial, ao serviço do bem comum” é “o único horizonte compatível com as novas realidades do nosso tempo”: afirma a Nota hoje publicada pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz tendo como título “Para uma reforma do sistema financeiro internacional na perspetiva de uma Autoridade pública com competência universal”. Deseja-se propor “um contributo aos responsáveis da terra e a todos os homens de boa vontade”, perante a atual crise económica e financeira mundial que “revelou comportamentos de egoísmo, de cobiça coletiva e de açambarcamento de bens em grande escala”.
O documento sublinha que “está em jogo o bem comum da humanidade e o próprio futuro”: mais de mil milhões de pessoas vivem com pouco mais de um dólar por dia, “aumentaram enormemente as desigualdades” no mundo, “gerando tensões e imponentes movimentos migratórios”. “Ninguém, em consciência – considera a Nota – pode aceitar o desenvolvimento de alguns países em detrimento de outros”, “ninguém se pode resignar a ver o homem viver como um lobo para o outro homem (Hobbes). “Se não se põe cobro” às injustiças que afligem o mundo, “os efeitos negativos que daí advêm para no plano social, político e económico estarão destinados a gerar um clima de crescente hostilidade e até mesmo de violência, ao ponto de minar as próprias bases das instituições democráticas, mesmo das que são consideradas mais sólidas”.
A Nota do Conselho Justiça e Paz denuncia entre as causas da atual crise, “antes de mais” o “liberalismo económico sem regras nem controlo, como já Paulo VI denunciava profeticamente, em 1967, na Encíclica “Populorum Progressio”. Por sua vez, João Paulo II, “depois da falência do coletivismo marxista”, tinha advertido do risco de “uma idolatria do mercado, que ignora a existência de bens que, por sua natureza, não são nem podem ser simples mercadoria”.
A Nota denuncia, concretamente, “a existência de mercados monetários e financeiros de caráter prevalentemente especulativo, nocivos para a economia real, especialmente dos países mais débeis”. Fala de “uma economia mundial cada vez mais dominada pelo utilitarismo e pelo materialismo”, caraterizada por uma expansão excessiva do crédito e por bolhas especulativas, que geraram “crise de solvência e de confiança”, fenómeno que culminou em 2008 na “falência de um importante instituto financeiro internacional” – nos Estados Unidos – decidido na sequência de “uma orientação de tipo liberal, reticente em relação a intervenções públicas nos mercados”, com consequências nefastas sobre biliões de pessoas.
Esta crise – sublinha a Nota – é causada por outras ideologias com “um efeito devastante”: antes de mais o utilitarismo e o individualismo, que consideram que o”o lucro pessoal conduz ao bem da comunidade”. Ora a realidade é que, não obstante os progressos da economia mundial , não aumentou a equidade na distribuição da riqueza; pelo contrário, tem piorado. É indispensável a solidariedade, superando a visão e a prática de “uma nova ideologia, denunciada por Bento XVI na “Caritas in veritate”: a ideologia da tecnocracia”, daquela “absolutização da técnica que tende a produzir uma incapacidade de advertir tudo o que não se explica com a simples matéria”, minimizando por outro lado o valor das opções do indivíduo humano concreto que atua no sistema económico-financeiro, reduzindo-as a meras variáveis técnicas”, tendo como consequência empobrecer “cada vez mais, no plano material e moral, as principais vítimas da crise”.
Ora, como advertiu também Bento XVI na sua Encíclica social, a raiz da crise “não é apenas de natureza económica e financeira, mas é, acima de tudo, de natureza moral”. Para funcionar corretamente, a economia tem necessidade da ética. “Há que recuperar o primado do espiritual e da ética – e o primado da política, responsável do bem comum – sobre a economia e a finança”. É também necessário superar o desfasamento entre “a formação ética e a preparação técnica”.
Passando a sugestões mais concretas, a Nota do Conselho Pontifício Justiça e Paz sugere, como hipótese, “medidas de imposição de impostos para as transações financeiras”, porventura visando “a constituição de uma reserva mundial para apoiar as economias dos países afetados pela crise”; “formas de recapitalização da banca, com fundos públicos condicionando este apoio a comportamentos virtuosos que visem desenvolver a economia real”; e ainda fixar o âmbito da atividade do crédito ordinário e o dos investimentos bancários (Investment Banking), distinção que permita uma disciplina mais eficaz dos “mercados sombra” isentos de qualquer controlo ou limite.
A Nota fala também da “reforma do sistema monetário internacional”, dando vida a “alguma forma de controlo monetário global”, redescobrindo “a lógica de fundo, de paz, coordenação e prosperidade comum que levaram em 1944 aos Acordos de Bretton Woods, sobre a regulamentação da política monetária internacional (acordos suspensos, aliás, em 1971). Acordos que levaram então à instituição do Fundo Monetário Internacional, que hoje em dia perdeu a sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças a nível mundial. Trata-se de pôr em “em discussão os atuais sistemas de câmbio”, para chegar a “modos eficazes de coordenação e supervisão”, num “processo que deve envolver também os países emergentes e os em vias de desenvolvimento”. É necessário “um corpus mínimo de regras compartilhadas”, para gerir o “mercado financeiro global, que cresceu muito mais rapidamente do que a economia real”, e isso em razão da “ab-rogação generalizada do controlo sobre os movimentos de capital” e a “desregulamentação das atividades bancárias e financeiras. Perspetiva-se “a exigência de um organismo que desempenhe as funções de uma espécie de Banco central mundial que regulamente o fluxo e o sistema dos intercâmbios monetários.
Rádio Vaticano
O documento sublinha que “está em jogo o bem comum da humanidade e o próprio futuro”: mais de mil milhões de pessoas vivem com pouco mais de um dólar por dia, “aumentaram enormemente as desigualdades” no mundo, “gerando tensões e imponentes movimentos migratórios”. “Ninguém, em consciência – considera a Nota – pode aceitar o desenvolvimento de alguns países em detrimento de outros”, “ninguém se pode resignar a ver o homem viver como um lobo para o outro homem (Hobbes). “Se não se põe cobro” às injustiças que afligem o mundo, “os efeitos negativos que daí advêm para no plano social, político e económico estarão destinados a gerar um clima de crescente hostilidade e até mesmo de violência, ao ponto de minar as próprias bases das instituições democráticas, mesmo das que são consideradas mais sólidas”.
A Nota do Conselho Justiça e Paz denuncia entre as causas da atual crise, “antes de mais” o “liberalismo económico sem regras nem controlo, como já Paulo VI denunciava profeticamente, em 1967, na Encíclica “Populorum Progressio”. Por sua vez, João Paulo II, “depois da falência do coletivismo marxista”, tinha advertido do risco de “uma idolatria do mercado, que ignora a existência de bens que, por sua natureza, não são nem podem ser simples mercadoria”.
A Nota denuncia, concretamente, “a existência de mercados monetários e financeiros de caráter prevalentemente especulativo, nocivos para a economia real, especialmente dos países mais débeis”. Fala de “uma economia mundial cada vez mais dominada pelo utilitarismo e pelo materialismo”, caraterizada por uma expansão excessiva do crédito e por bolhas especulativas, que geraram “crise de solvência e de confiança”, fenómeno que culminou em 2008 na “falência de um importante instituto financeiro internacional” – nos Estados Unidos – decidido na sequência de “uma orientação de tipo liberal, reticente em relação a intervenções públicas nos mercados”, com consequências nefastas sobre biliões de pessoas.
Esta crise – sublinha a Nota – é causada por outras ideologias com “um efeito devastante”: antes de mais o utilitarismo e o individualismo, que consideram que o”o lucro pessoal conduz ao bem da comunidade”. Ora a realidade é que, não obstante os progressos da economia mundial , não aumentou a equidade na distribuição da riqueza; pelo contrário, tem piorado. É indispensável a solidariedade, superando a visão e a prática de “uma nova ideologia, denunciada por Bento XVI na “Caritas in veritate”: a ideologia da tecnocracia”, daquela “absolutização da técnica que tende a produzir uma incapacidade de advertir tudo o que não se explica com a simples matéria”, minimizando por outro lado o valor das opções do indivíduo humano concreto que atua no sistema económico-financeiro, reduzindo-as a meras variáveis técnicas”, tendo como consequência empobrecer “cada vez mais, no plano material e moral, as principais vítimas da crise”.
Ora, como advertiu também Bento XVI na sua Encíclica social, a raiz da crise “não é apenas de natureza económica e financeira, mas é, acima de tudo, de natureza moral”. Para funcionar corretamente, a economia tem necessidade da ética. “Há que recuperar o primado do espiritual e da ética – e o primado da política, responsável do bem comum – sobre a economia e a finança”. É também necessário superar o desfasamento entre “a formação ética e a preparação técnica”.
Passando a sugestões mais concretas, a Nota do Conselho Pontifício Justiça e Paz sugere, como hipótese, “medidas de imposição de impostos para as transações financeiras”, porventura visando “a constituição de uma reserva mundial para apoiar as economias dos países afetados pela crise”; “formas de recapitalização da banca, com fundos públicos condicionando este apoio a comportamentos virtuosos que visem desenvolver a economia real”; e ainda fixar o âmbito da atividade do crédito ordinário e o dos investimentos bancários (Investment Banking), distinção que permita uma disciplina mais eficaz dos “mercados sombra” isentos de qualquer controlo ou limite.
A Nota fala também da “reforma do sistema monetário internacional”, dando vida a “alguma forma de controlo monetário global”, redescobrindo “a lógica de fundo, de paz, coordenação e prosperidade comum que levaram em 1944 aos Acordos de Bretton Woods, sobre a regulamentação da política monetária internacional (acordos suspensos, aliás, em 1971). Acordos que levaram então à instituição do Fundo Monetário Internacional, que hoje em dia perdeu a sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças a nível mundial. Trata-se de pôr em “em discussão os atuais sistemas de câmbio”, para chegar a “modos eficazes de coordenação e supervisão”, num “processo que deve envolver também os países emergentes e os em vias de desenvolvimento”. É necessário “um corpus mínimo de regras compartilhadas”, para gerir o “mercado financeiro global, que cresceu muito mais rapidamente do que a economia real”, e isso em razão da “ab-rogação generalizada do controlo sobre os movimentos de capital” e a “desregulamentação das atividades bancárias e financeiras. Perspetiva-se “a exigência de um organismo que desempenhe as funções de uma espécie de Banco central mundial que regulamente o fluxo e o sistema dos intercâmbios monetários.
Rádio Vaticano
Uma imitação requentada: Nota sobre o romance "O último segredo", de José Rodrigues dos Santos
O romance de José Rodrigues dos Santos, intitulado “O último segredo”, é formalmente uma obra literária. Nesse sentido, a discussão sobre a sua qualidade literária cabe à crítica especializada e aos leitores. Mas como este romance do autor tem a pretensão de entrar, com um tom de intolerância desabrida, numa outra área, a história da formação da Bíblia por um lado, e a fiabilidade das verdades de Fé em que os católicos acreditam por outro, pensamos que pode ser útil aos leitores exigentes (sejam eles crentes ou não) esclarecer alguns pontos de arbitrariedade em que o dito romance incorre.
1. Em relação à formação da Bíblia e ao debate em torno aos manuscritos, José Rodrigues dos Santos propõe-se, com grande estrondo, arrombar uma porta que há muito está aberta. A questão não se coloca apenas com a Bíblia, mas genericamente com toda a Literatura Antiga: não tendo sido conservados os manuscritos que saíram das mãos dos autores torna-se necessário partir da avaliação das diversas cópias e versões posteriores para reconstruir aquilo que se crê estar mais próximo do texto original. Este problema coloca-se tanto para o Livro do Profeta Isaías, por exemplo, como para os poemas de Homero ou os Diálogos de Platão. Ora, como é que se faz o confronto dos diversos manuscritos e como se decide perante as diferenças que eles apresentam entre si? Há uma ciência que se chama Crítica Textual (Critica Textus, na designação latina) que avalia a fiabilidade dos manuscritos e estabelece os critérios objetivos que nos devem levar a preferir uma variante a outra. A Crítica Textual faz mais ainda: cria as chamadas “edições críticas”, isto é, a apresentação do texto reconstruído, mas com a indicação de todas as variantes existentes e a justificação para se ter escolhido uma em lugar de outra. O grau de certeza em relação às escolhas é diversificado e as próprias dúvidas vêm também assinaladas.
Tanto do texto bíblico do Antigo como do Novo Testamento há extraordinárias edições críticas, elaboradas de forma rigorosíssima do ponto de vista científico, e é sobre essas edições que o trabalho da hermenêutica bíblica se constrói. É impensável, por exemplo, para qualquer estudioso da Bíblia atrever-se a falar dela, como José Rodrigues dos Santos o faz, recorrendo a uma simples tradução. A quantidade de incorreções produzidas em apenas três linhas, que o autor dedica a falar da tradução que usa, são esclarecedoras quanto à indigência do seu estado de arte. Confunde datas e factos, promete o que não tem, fala do que não sabe.
2. Chesterton dizia, com o seu notável humor, que o problema de quem faz da descrença profissão não é deixar de acreditar em alguma coisa, mas passar a acreditar em demasiadas. Poderíamos dizer que é esse o caso do romance de José Rodrigues dos Santos. A nota a garantir que tudo é verdade, colocada estrategicamente à entrada do livro, seria já suficientemente elucidativa. De igual modo, o apontamento final do seu romance, onde arvora o método histórico-crítico como a única chave legítima e verdadeira para entender o texto bíblico. A validade do método de análise histórico-crítica da Bíblia é amplamente reconhecida pela Igreja Católica, como se pode ver no fundamental documento “A interpretação da Bíblia na Igreja Católica” (de 1993). Aí se recomenda o seguinte: «os exegetas católicos devem levar em séria consideração o caráter histórico da revelação bíblica. Pois os dois Testamentos exprimem em palavras humanas, que levam a marca do seu tempo, a revelação histórica que Deus fez… Consequentemente, os exegetas devem servir-se do método histórico-crítico». Mas o método histórico-crítico é insuficiente, como aliás todos os métodos, chamados a operar em complementaridade. Isso ficou dito, no século XX, por pensadores da dimensão de Paul Ricoeur ou Gadamer. José Rodrigues dos Santos parece não saber o que é um teólogo, e dir-se-ia mesmo que desconhece a natureza hipotética (e nesse sentido científica) do trabalho teológico. O positivismo serôdio que levanta como bandeira fá-lo, por exemplo, chamar “historiadores” aos teólogos que pretende promover, e apelide apressadamente de “obras apologéticas” as que o contrariam.
3. A nota final de José Rodrigues dos Santos esconde, porém, a chave do seu caso. Nela aparecem (mal) citados uma série de teólogos, mas o mais abundantemente referido, e o que efetivamente conta, é Bart D. Ehrman. Rodrigues dos Santos faz de Bart D.Ehrman o seu teleponto, a sua revelação. Comparar o seu “Misquoting Jesus. The Story Behind who Changed the Bible and Why” com o “O Último segredo” é tarefa com resultados tão previsíveis que chega a ser deprimente. Ehrman é um dos coordenadores do Departamento de Estudos da Religião, da Universidade da Carolina do Norte, e um investigador de erudição inegável. Contudo, nos últimos anos, tem orientado as suas publicações a partir de uma tese radical, claramente ideológica, longe de ser reconhecida credível. Ehrman reduz o cristianismo das origens a uma imensa batalha pelo poder, que acaba por ser tomado, como seria de esperar, pela tendência mais forte e intolerante. E em nome desse combate pelo poder vale tudo: manobras políticas intermináveis, perseguições, fabricação de textos falsos… Essa luta é transportada para o interior do texto bíblico que, no dizer de Ehrman, está texto repleto de manipulações. O que os seus pares universitários perguntam a Ehrman, com perplexidade, é em que fontes textuais ele assenta as hipóteses extremadas que defende.
4. Resumindo: é lamentável que José Rodrigues dos Santos interrogue (e se interrogue) tão pouco. É lamentável que escreva centenas de páginas sobre um assunto tão complexo sem fazer ideia do que fala. O resultado é bastante penoso e desinteressante, como só podia ser: uma imitação requentada, superficial e maçuda. O que a verdadeira literatura faz é agredir a imitação para repropor a inteligência. O que José Rodrigues dos Santos faz é agredir a inteligência para que triunfe o pastiche. E assim vamos.
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
© SNPC | 23.10.11 em http://www.snpcultura.org/uma_imitacao_requentada_nota_sobre_o_ultimo_segredo_jose_rodrigues_santos.html
1. Em relação à formação da Bíblia e ao debate em torno aos manuscritos, José Rodrigues dos Santos propõe-se, com grande estrondo, arrombar uma porta que há muito está aberta. A questão não se coloca apenas com a Bíblia, mas genericamente com toda a Literatura Antiga: não tendo sido conservados os manuscritos que saíram das mãos dos autores torna-se necessário partir da avaliação das diversas cópias e versões posteriores para reconstruir aquilo que se crê estar mais próximo do texto original. Este problema coloca-se tanto para o Livro do Profeta Isaías, por exemplo, como para os poemas de Homero ou os Diálogos de Platão. Ora, como é que se faz o confronto dos diversos manuscritos e como se decide perante as diferenças que eles apresentam entre si? Há uma ciência que se chama Crítica Textual (Critica Textus, na designação latina) que avalia a fiabilidade dos manuscritos e estabelece os critérios objetivos que nos devem levar a preferir uma variante a outra. A Crítica Textual faz mais ainda: cria as chamadas “edições críticas”, isto é, a apresentação do texto reconstruído, mas com a indicação de todas as variantes existentes e a justificação para se ter escolhido uma em lugar de outra. O grau de certeza em relação às escolhas é diversificado e as próprias dúvidas vêm também assinaladas.
Tanto do texto bíblico do Antigo como do Novo Testamento há extraordinárias edições críticas, elaboradas de forma rigorosíssima do ponto de vista científico, e é sobre essas edições que o trabalho da hermenêutica bíblica se constrói. É impensável, por exemplo, para qualquer estudioso da Bíblia atrever-se a falar dela, como José Rodrigues dos Santos o faz, recorrendo a uma simples tradução. A quantidade de incorreções produzidas em apenas três linhas, que o autor dedica a falar da tradução que usa, são esclarecedoras quanto à indigência do seu estado de arte. Confunde datas e factos, promete o que não tem, fala do que não sabe.
2. Chesterton dizia, com o seu notável humor, que o problema de quem faz da descrença profissão não é deixar de acreditar em alguma coisa, mas passar a acreditar em demasiadas. Poderíamos dizer que é esse o caso do romance de José Rodrigues dos Santos. A nota a garantir que tudo é verdade, colocada estrategicamente à entrada do livro, seria já suficientemente elucidativa. De igual modo, o apontamento final do seu romance, onde arvora o método histórico-crítico como a única chave legítima e verdadeira para entender o texto bíblico. A validade do método de análise histórico-crítica da Bíblia é amplamente reconhecida pela Igreja Católica, como se pode ver no fundamental documento “A interpretação da Bíblia na Igreja Católica” (de 1993). Aí se recomenda o seguinte: «os exegetas católicos devem levar em séria consideração o caráter histórico da revelação bíblica. Pois os dois Testamentos exprimem em palavras humanas, que levam a marca do seu tempo, a revelação histórica que Deus fez… Consequentemente, os exegetas devem servir-se do método histórico-crítico». Mas o método histórico-crítico é insuficiente, como aliás todos os métodos, chamados a operar em complementaridade. Isso ficou dito, no século XX, por pensadores da dimensão de Paul Ricoeur ou Gadamer. José Rodrigues dos Santos parece não saber o que é um teólogo, e dir-se-ia mesmo que desconhece a natureza hipotética (e nesse sentido científica) do trabalho teológico. O positivismo serôdio que levanta como bandeira fá-lo, por exemplo, chamar “historiadores” aos teólogos que pretende promover, e apelide apressadamente de “obras apologéticas” as que o contrariam.
3. A nota final de José Rodrigues dos Santos esconde, porém, a chave do seu caso. Nela aparecem (mal) citados uma série de teólogos, mas o mais abundantemente referido, e o que efetivamente conta, é Bart D. Ehrman. Rodrigues dos Santos faz de Bart D.Ehrman o seu teleponto, a sua revelação. Comparar o seu “Misquoting Jesus. The Story Behind who Changed the Bible and Why” com o “O Último segredo” é tarefa com resultados tão previsíveis que chega a ser deprimente. Ehrman é um dos coordenadores do Departamento de Estudos da Religião, da Universidade da Carolina do Norte, e um investigador de erudição inegável. Contudo, nos últimos anos, tem orientado as suas publicações a partir de uma tese radical, claramente ideológica, longe de ser reconhecida credível. Ehrman reduz o cristianismo das origens a uma imensa batalha pelo poder, que acaba por ser tomado, como seria de esperar, pela tendência mais forte e intolerante. E em nome desse combate pelo poder vale tudo: manobras políticas intermináveis, perseguições, fabricação de textos falsos… Essa luta é transportada para o interior do texto bíblico que, no dizer de Ehrman, está texto repleto de manipulações. O que os seus pares universitários perguntam a Ehrman, com perplexidade, é em que fontes textuais ele assenta as hipóteses extremadas que defende.
4. Resumindo: é lamentável que José Rodrigues dos Santos interrogue (e se interrogue) tão pouco. É lamentável que escreva centenas de páginas sobre um assunto tão complexo sem fazer ideia do que fala. O resultado é bastante penoso e desinteressante, como só podia ser: uma imitação requentada, superficial e maçuda. O que a verdadeira literatura faz é agredir a imitação para repropor a inteligência. O que José Rodrigues dos Santos faz é agredir a inteligência para que triunfe o pastiche. E assim vamos.
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
© SNPC | 23.10.11 em http://www.snpcultura.org/uma_imitacao_requentada_nota_sobre_o_ultimo_segredo_jose_rodrigues_santos.html
A VERGONHA (não perca, seja qual for a sua nacionalidade. Obrigado!)
Cada época vive valores que considera supremos, descurando os complementares. A França da revolução dedicou-se à liberdade e igualdade, cometendo atrocidades em seu nome, como os imperialistas de Oitocentos deixaram o amor pela glória e honra cair na opressão. As gerações seguintes costumam condenar as tristes consequências das omissões, esquecendo a grandiosidade dos objectivos.
Uma sociedade deve sempre envergonhar-se de tudo o que faz de mal, mesmo se o sacrificou a belos ideais. A pior vergonha cultural não está, porém, nos crimes cometidos em nomes de grandes princípios. A degradação máxima é ser infiel àquilo mesmo que se erigiu como supremo. Robespierre, que assassinou centenas em nome da liberdade, é menos vil que Napoleão, que assassinou a liberdade em nome da liberdade. A maior baixeza é trair o próprio ideal.
A geração actual é herdeira de outras que cometeram terríveis violações dos direitos humanos. A nossa marca de dignidade é ter proclamado esses princípios como referência fundamental. Os futuros certamente terão muito a criticar-nos, como nós o fazemos aos antigos, mas nunca nos poderão tirar a glória dos largos esforços em prol da dignidade, liberdade e realização pessoal de todos os seres humanos. Este é o padrão por que queremos ser julgados, a referência que tomámos como guia.
É verdade que, apesar disso, na era dos direitos humanos permanecem muitas e graves violações. Todas são de lamentar, mas as mais infames são cometidas pelos que juram seguir esses ideais. Os terríveis abusos de Kadhafi, Mugabe e Chávez envergonham menos esta geração que as atrocidades de Guantánamo, defendidas por George W. Bush em nome da lei. Os primeiros atacam os direitos, enquanto o segundo os manipula dizendo defendê-los.
Nem estes casos isolados são os piores. A maior traição, a vergonha máxima seria uma sociedade que, defendendo um princípio sagrado, viesse a aceitar toda ela uma clara violação de tal valor por puro interesse. A situação mais ignóbil seria uma cultura que hipocritamente aceitasse, aberta e assumidamente, a institucionalização daquilo mesmo que jura repudiar, só porque dá jeito. Não é fácil encontrar situações dessas, mas o nosso tempo conseguiu-o. Existem seres humanos correntemente privados por lei dos seus mais elementares direitos, perante a passividade geral e o aplauso de alguns.
Ninguém pode duvidar de que um embrião constitui uma vida humana. E ela pode ser legalmente assassinada. Qualquer que seja o prisma de onde se aborde, o aborto é matar uma pessoa em gestação, violação gravíssima do direito supremo à vida. Alguém que, segundo o Código Civil pode ser perfilhado (arts. 1847.º, 1854.º e 1855.º), receber doações (952.º) e heranças (2033.º), mas a quem não se respeita a mais elementar defesa, e cuja morte é subsidiada pelo Estado. Simplesmente porque essa vida é inconveniente. Aplicada a qualquer outra, tais raciocínios levantariam objecções enfurecidas em nome dos valores actuais. Indignamo-nos pelo menor atropelo à dignidade de alguém, mas isto aceitamos sem problemas.
É verdade que tal incongruência tem razões ponderosas. Neste caso, a sociedade foi apanhada num terrível conflito de referências básicas. Dentro dos direitos humanos, o nosso tempo apregoa acima de tudo a liberdade pessoal. Somos visceralmente contra qualquer limite e opressão. Orgulhamo-nos de combater as tiranias político-económicas, mas existe outra que, sendo de foro íntimo, gostamos ainda mais de desafiar. O império do pudor e decência é muito forte; daí o axioma básico que no campo sexual deve vigorar a mais completa liberdade. Todos os comportamentos voluntários são admissíveis, e até equivalentes, em nome da sagrada liberdade erótica.
O drama surge quando esse ideal choca com os direitos básicos de alguém, que para mais não tem voz nem voto. Nesse confronto, o nosso tempo já fez a escolha. Perdeu o direito à vida. Temos toneladas de elaborações retóricas para justificar a injúria. É precisamente por isso que esta é a nossa maior vergonha.
João César das Neves in DN online
Steve Jobs poderia estar vivo se não houvesse atrasado uma cirurgia por crer na magia e no espiritismo
A sua fé no “pensamento mágico” e em dietas macrobióticas. O co-fundador da Apple recusou por durante 9 meses a medicina convencional, o que impediu a cura do cancro de que padecia.
Religión en Libertad | Tradução: Fratres in Unum.com (com adaptação de JPR) – O recentemente falecido fundador e ex-CEO da Apple, Steve Jobs, poderia estar vivo se não tivesse atrasado a cirurgia para tratar o cancro do pâncreas, acreditando que um “pensamento mágico”, conselhos espiritualistas e dietas o salvariam, assegura seu biógrafo Walter Isaacson.
Isaacson, ex-editor da revista Time e ex-diretor geral da CNN comentou em entrevista ao programa da CBS '60 Minutes', que irá para o ar este domingo, que Jobs lhe disse que “não queria que abrissem seu corpo. Basicamente pensava que, se queremos que algo não exista, basta haver um pensamento mágico que o elimine”.
Enquanto isso, o “visionário” da tecnologia, arte e comunicação procurou espíritas e experimentou, sem resultados positivos, uma dieta macrobiótica. “Ele tentou combater o cancro com uma dieta. Consultou espíritas e tentou combatê-lo à base de uma dieta macrobiótica, sem ser submetido a nenhuma operação” até que “finalmente compreendeu que tinha que se operar de imediato”, assegurou Isaacson sobre o fundador da Apple, um conhecido seguidor de correntes espirituais.
Quando Jobs, animado pelas pessoas que lhe eram mais próximas, decidiu submeter-se a uma cirurgia em 2004, nove meses depois de ser diagnosticado, “era tarde demais, pois quando o operaram, os cirurgiões avisaram que o cancro se havia espalhado muito”, observou Isaacson na entrevista.
O cristão e a globalização
O Cristianismo proveio desde sempre do mesmo Senhor e do mesmo Pão que quer fazer de nós um só Corpo, com vista à unificação de toda a humanidade. Se nós, precisamente no momento em que se torna efectiva uma unificação exterior da humanidade, outrora impensável, falhamos como cristãos e supomos que não podemos ou não devemos nada mais dar, carregamos sobre nós uma pesada culpa.
(A Caminho de Jesus Cristo – Joseph Ratzinger)
(A Caminho de Jesus Cristo – Joseph Ratzinger)
Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio “Porta fidei” do Sumo Pontífice Bento XVI (7º ponto)
7. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando». O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus. Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um património de riqueza incomparável e consentem ainda a tantas pessoas à procura de Deus de encontrarem o justo percurso para chegar à «porta da fé».
Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.
Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1942
“As contradições, suportadas por amor a Deus, trazem sempre fecundidade”, escreve.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Do Catecismo da Igreja Católica (CIC)
§1796. A consciência moral é um juízo da razão, pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral dum acto concreto.
«Mulher, estás livre da tua enfermidade»
«Um dia de sábado, ensinava Jesus numa sinagoga. Estava lá certa mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não podia endireitar-se completamente.» [...] O pecador, preocupado com as coisas da terra e não procurando as do Céu, torna-se incapaz de olhar para o alto: ao seguir os desejos que o conduzem para baixo, a sua alma, perdendo a rectidão, curva-se, e apenas vê aquilo em que pensa incessantemente. Voltai para dentro do vosso coração, irmãos muito estimados, e examinai continuamente os pensamentos que não cessam de agitar o vosso espírito. Um pensa nas honras, outro no dinheiro, outra ainda em aumentar as suas propriedades. Todas essas coisas são inferiores e, quando o espírito investe nisso, altera-se, perdendo a sua rectidão. E, porque não se engrandece para desejar os bens do alto, está como esta mulher curvada, que não consegue absolutamente olhar para cima. [...]
Efectivamente, o salmista descreveu bem a nossa curvatura quando disse de si próprio, como símbolo de todo o género humano: «Ando cabisbaixo e profundamente abatido» (Sl 37,7). Considerava que o homem, tendo sido criado para contemplar a luz do alto, fora expulso do paraíso devido aos seus pecados, e que, consequentemente, as trevas reinavam na sua alma, fazendo-o perder o apetite das coisas do alto e arrastando toda a sua atenção para as inferiores. [...] Se o homem que perdeu de vista as coisas do Céu, pensasse apenas nas necessidades deste mundo, seria sem dúvida curvado e humilhado, mas não «em excesso». Ora, como não é só a necessidade que faz descer os seus pensamentos [...], mas também o prazer proibido que o esmaga, não fica somente curvado, mas «curvado em excesso».
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja
Homílias sobre o Evangelho, n°31
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Efectivamente, o salmista descreveu bem a nossa curvatura quando disse de si próprio, como símbolo de todo o género humano: «Ando cabisbaixo e profundamente abatido» (Sl 37,7). Considerava que o homem, tendo sido criado para contemplar a luz do alto, fora expulso do paraíso devido aos seus pecados, e que, consequentemente, as trevas reinavam na sua alma, fazendo-o perder o apetite das coisas do alto e arrastando toda a sua atenção para as inferiores. [...] Se o homem que perdeu de vista as coisas do Céu, pensasse apenas nas necessidades deste mundo, seria sem dúvida curvado e humilhado, mas não «em excesso». Ora, como não é só a necessidade que faz descer os seus pensamentos [...], mas também o prazer proibido que o esmaga, não fica somente curvado, mas «curvado em excesso».
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja
Homílias sobre o Evangelho, n°31
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 24 de Outubro de 2011
Jesus estava a ensinar numa sinagoga em dia de sábado. Estava lá uma mulher possessa de um espírito que a tinha doente havia dezoito anos; andava encurvada, e não podia levantar a cabeça. Jesus, vendo-a, chamou-a, e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua doença». Impôs-lhe as mãos e imediatamente ficou direita e glorificava a Deus. Mas, tomando a palavra o chefe da sinagoga, indignado porque Jesus tivesse curado em dia de sábado, disse ao povo: «Há seis dias para trabalhar; vinde, pois, nestes e sede curados, mas não em dia de sábado». O Senhor disse-lhe: «Hipócritas, qualquer um de vós não solta aos sábados o seu boi ou o seu jumento da manjedoura para os levar a beber? E esta filha de Abraão, que Satanás tinha presa há dezoito anos, não devia ser livre desta prisão ao sábado?». Dizendo estas coisas, todos os Seus adversários envergonhavam-se e alegrava-se todo o povo com todas as maravilhas que Ele realizava.
LC 13, 10-17
LC 13, 10-17
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