Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Maria, Mãe do Príncipe da Paz (Is 9,5)

São João Paulo II (1920-2005), papa 
Mensagem Urbi et Orbi 25/12/2002 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)


«Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado» (Is 9,5). […] Com Maria contemplamos o rosto de Cristo: naquela Criança, […] é Deus que vem visitar-nos para guiar os nossos passos no caminho da paz (cf Lc 1,79). Maria contempla-O, […] interrogando-se sobre o sentido dos prodígios que envolvem o mistério do Natal.

Mistério de alegria é o Natal! Os Anjos cantaram na noite, […], descrevendo o acontecimento aos pastores como «uma grande alegria para todo o povo» (Lc 2,10), que o é apesar de estarem longe de casa, da pobreza na manjedoira, da indiferença do povo, da hostilidade do poder. […]

Mistério de amor é o Natal! Amor do Pai, que enviou ao mundo o seu Filho unigénito, para nos doar a sua mesma vida (cf 1 Jo 4,8-9). Amor do «Deus connosco», o Emanuel, que veio à terra para morrer na Cruz. Na gélida cabana, envolvida no silêncio, a Virgem Mãe […] já sente o drama cruento do Calvário. […] O Príncipe da paz (Is 9,5), nascido hoje em Belém, dará a sua vida no Gólgota para que na terra reine o amor.

Mistério de paz é o Natal! Desde a gruta de Belém eleva-se hoje um apelo urgente para que o mundo não ceda à desconfiança, à suspeita, ao desânimo, mesmo quando o trágico fenómeno do terrorismo aumenta incertezas e temores. Os crentes de todas as religiões, juntamente com todos os homens de boa vontade, banindo toda e qualquer forma de intolerância e discriminação, são chamados a construir a paz. […]

Junto a Vós, ó Virgem Mãe, ficamos a pensar diante da manjedoira onde jaz o Menino, para partilhar do vosso assombro perante a imensa condescendência de Deus. Dai-nos os vossos olhos, ó Maria, para decifrarmos o mistério que se esconde nos frágeis membros do vosso Filho. Ensinai-nos a reconhecer a sua face nas crianças de todas as raças e culturas. Ajudai-nos a ser testemunhas credíveis da sua mensagem de paz e de amor, para que também os homens e as mulheres da nossa época, marcada ainda por fortes contrastes e incríveis violências, saibam reconhecer no Menino que está nos vossos braços o único Salvador do mundo, fonte inesgotável da paz verdadeira por que, no íntimo, todo o coração anseia.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 1 de Janeiro de 2014 - Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

Foram a toda a pressa, e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Vendo isto, conheceram o que lhes tinha sido dito acerca deste Menino.E todos os que ouviram, se admiraram das coisas que os pastores lhes diziam. Maria conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, conforme lhes tinha sido dito. Depois que se completaram os oito dias para ser circuncidado o Menino, deram-Lhe o nome de Jesus, como Lhe tinha chamado o anjo, antes que fosse concebido no ventre materno.

Lc 2, 16-21

Celebração do Solene “Te Deum” de Acção de Graças

«Diante do Menino, que Maria envolve em panos e coloca na manjedoira, parece que tudo pára. Aquele que é o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, geme entre os braços de uma mulher: o Criador nasceu entre nós!

Em Jesus o Pai celeste quis resgatar-nos do pecado e adoptar-nos como filhos (cf. Gl 4, 5). Detenhamo-nos com Maria em silêncio e em adoração face a um mistério tão grande!»
(...)
«"Fiat misericordia tua, Domine, super nos, quemadmodum speravimus in Te A Tua misericórdia esteja connosco: em Ti esperamos".

A tua misericórdia, Senhor! Nesta Liturgia de fim de ano o louvor e a acção de graças são acompanhados por um sincero exame de consciência pessoal e comunitário. Pedimos perdão ao Senhor pelas faltas de que somos culpados, com a certeza de que Deus, rico em misericórdia, é infinitamente maior que os nossos pecados.»

(São João Paulo II - Homilia a 31-XII-2002)

«E o Verbo fez-Se carne»

Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra 
Sermão «A Encarnação», PPS, t. 2, n°3


O Verbo era, desde a origem, o Filho Unigénito de Deus. Antes de os mundos terem sido criados, antes mesmo de o tempo existir, já Ele existia no seio do Pai eterno, Deus de Deus e Luz de Luz, sumamente bendito no conhecimento que tinha do Pai e no conhecimento que o Pai tinha dele, recebendo dele todas as perfeições divinas, mas sempre uno com Aquele que O tinha engendrado. Como está escrito no início do Evangelho: «No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus.» […]

Na verdade, quando o homem caiu, Ele poderia ter permanecido na glória que tinha com o Pai antes da criação do mundo. Mas o amor insondável que se revelara na origem da nossa criação, insatisfeito ao ver a sua obra arruinada, fê-Lo descer do seio do Pai para cumprir a sua vontade e reparar o mal de que o pecado era a causa. Com indulgência admirável, já não veio revestido de poder mas de fraqueza, sob a forma de um servo, sob a aparência do homem caído que vinha levantar. Assim humilhou-Se, sofrendo todas as enfermidades da nossa natureza, com uma carne semelhante à nossa carne pecadora, semelhante ao pecador com excepção do pecado, puro de todo o erro mas submetido a toda a tentação e no fim «obediente até à morte e morte de cruz» (Fil 2,8). […]

Deste modo, o Filho de Deus tornou-Se Filho do homem — mortal, mas não pecador; herdeiro das nossas enfermidades, mas não dos nossos erros; descendente da antiga raça, mas «princípio da nova criação de Deus» (cf Ap 3,14). Maria, sua Mãe […], foi escolhida para dar uma natureza criada Àquele que era o seu Criador. Assim, Ele não veio a este mundo sobre as nuvens do céu, mas nascido aqui em baixo, nascido de uma mulher: Ele, o Filho de Maria, e Ela, a Mãe de Deus. […] Era verdadeiramente Deus e homem, mas era uma só pessoa […], um só Cristo.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 31 de dezembro de 2014

No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. No princípio Ele estava em Deus. Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens. A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz. O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu.Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade. João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'» Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças. É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo. A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.

Jo 1, 1-18

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (8)

Senhor, aproxima-se o começo de um novo ano e no meu coração e na minha mente tenho um grande desejo de mudar coisas na minha vida.

Então, meu filho, e o que pretendes mudar?

Oh, Senhor, mudar o meu feitio, (por vezes um pouco irrascível), as criticas e julgamentos que faço aos outros, a minha ânsia, por vezes, de protagonismo, o meu orgulho e a minha vaidade.
Tantas coisas, Senhor, que preciso de mudar.

Pois, meu filho, essa é uma boa mudança, mas sabes bem que não acontece apenas por prometeres fazê-la, sabes bem que essa é uma mudança de combate diário.

É verdade, Senhor, e eu percebo bem isso, porque tantas vezes prometo, tantas vezes começo e tantas vezes vou arranjando desculpas para me convencer que afinal está tudo bem.

Sabes, meu filho, a maior parte das vezes que começas essas mudanças esqueces-te que Eu estou aqui e que te posso e quero ajudar, mostrando-te caminho para o fazeres.

Tens razão, Senhor, empenho-me muito, mas rapidamente perco forças para continuar a mudança que quero fazer.

E já me perguntaste o que realmente deves mudar em ti? Tens a certeza de que é isso que Eu quero que mudes em ti? Não serão essas coisas reflexo de outras que deverias mudar e assim talvez estas de que agora falas acabassem por não te incomodar ou parecer tão importantes na tua conversão diária?

Talvez, Senhor, talvez! Mas como fazer, como perceber a tua vontade, como perceber o que queres que eu mude em mim, ou melhor que deixe Tu mudares em mim?

Disseste tudo, meu filho! Que tu deixes Eu mudar em ti! Para isso é preciso estares cada vez mais perto de Mim, mais em comunhão comigo, ou seja, que não me excluas de nada da tua vida, nem mesmo dos erros em que cais como qualquer homem cai.

E como faço isso, Senhor?

Procura-me mais na Eucaristia, na Comunhão, na oração, sobretudo no teu coração. Se assim fizeres conseguirás, comigo, as mudanças que necessitas fazer para a tua conversão ser uma realidade diária. Sabes porquê?

Não, Senhor, diz-me por favor?

Porque «Eu renovo todas as coisas»*!

*Ap 21,5

Marinha Grande, 30 de Dezembro de 2014

Joaquim Mexia Alves

Com este texto quero desejar a todas as amigas e amigos, bem como a todos as/os que visitam esta página, um Bom Ano Novo, cheio das bênçãos de Deus.

UM ANO QUE PASSOU E UM ANO QUE CHEGA.

Está a chegar um novo ano!
Olho para trás e quero perceber aquilo que mais me marcou neste ano que passou.

E a primeira coisa que me vem à memória e ao coração, é a humildade.

A humildade de Bento XVI, (o tal “pastor alemão” irredutível), que resigna ao seu pontificado, por reconhecer a “fraqueza” das suas forças, motivada pelos seus muitos anos de vida.

A humildade de Francisco que no seu primeiro acto público pede aos fiéis que rezem por ele, humildade demonstrada depois nos muitos gestos que vão preenchendo o dia-a-dia do seu pontificado.

A humildade de tantos cristãos perseguidos por esse mundo fora, e que humildemente baixam a cabeça em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A humildade de tantos Bispos e Sacerdotes que apontam Jesus Cristo, que mostram o Caminho, sem querer ser reconhecidos, fazendo-se “pequenos” perante o Senhor e os homens, sendo trabalhadores da Messe, sem esperar outra recompensa que não seja a graça de Deus.

A humildade de tantos fiéis anónimos que servem a Deus em Igreja, ensinando, catequizando, secretariando, limpando e embelezando as igrejas, sem querer um momento de “glória” ou de elogio, mas apenas para servir a Deus, servindo a Igreja.

A humildade daqueles casais que se amam em doação, procurando o bem e a felicidade do outro, sabendo reconhecer os seus erros, para todos os dias renovarem com ou sem palavras o seu Matrimónio cristão.

A humildade daqueles pais e daqueles filhos, que se dedicam uns aos outros, reconhecendo exageros e irritações, perdoando-se mutuamente, para todos os dias construírem a igreja doméstica que é a família cristã.

A humildade daqueles que, “feridos” por uma qualquer situação irregular nas suas vidas conjugais, aceitam em amor a Doutrina da Igreja, e procuram na obediência o caminho em Igreja, ao encontro do Senhor que sempre se faz presente.

A humildade dos que foram capazes de se aproximar daqueles que ofenderam, ou por eles foram ofendidos, e pediram perdão ou perdoaram.

A humildade que o Senhor coloca no meu coração, (por mim tal humildade não aconteceria), cada vez que se deixa tocar por mim, para que O possa dar como alimento divino, àqueles que O procuram e O reconhecem como Deus e Senhor.

Como Deus faz as coisas bem feitas!

Naquilo que supostamente me poderia humanamente orgulhar, (ah, e eu sei bem o que é o orgulho!), ser Ministro Extraordinário da Comunhão, (a graça maior que Ele entendeu dar-me este ano), é quando me sinto mais fraco, mais pecador, mais servidor.
É então que reconheço que só com Ele, a humildade é graça e caminho para Deus, com Deus e em Deus.

Um Feliz Ano Novo para todos, cheio das graças e das bênçãos de Deus Pai, Filho e Espírito Santo!

Monte Real, 30 de Dezembro de 2013

Joaquim Mexia Alves AQUI

O verdadeiro crente

«Um crente que se deixa formar e conduzir na fé da Igreja deveria ser, com todas as suas fraquezas e todas as suas dificuldades, uma janela para a luz de Deus vivo, e se verdadeiramente o crê também o é de facto. Contra as forças que sufocam a verdade, contra este muro de preconceitos que em nós bloqueia o olhar para Deus, o crente deveria ser uma força antagonista.»

(Joseph Ratzinger - Olhar para Cristo)

O cântico novo: «Ana proclamava os louvores de Deus»

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo 
Protéptico 1, 6-8; SC 2


Sendo do alto, o Verbo, a Palavra de Deus, era e é o divino começo de todas as coisas. Mas, agora que recebeu como nome «Aquele-que-foi-consagrado», ou seja, «Cristo», eu chamo-Lhe «cântico novo» (Sl 33, 144, 149, etc.). O Verbo fazia-nos existir desde há muito, porque estava em Deus; por Ele a nossa existência é boa. Ora este Verbo acaba de aparecer aos homens, Ele que é Deus e Homem; Ele é para nós a causa de todos os bens. Tendo aprendido com Ele a viver bem, somos por Ele introduzidos na vida eterna. Porque, como nos diz o apóstolo do Senhor, «a graça de Deus, fonte de salvação, apareceu a todos os homens; ela ensina-nos a renunciar à impiedade e às cobiças do mundo, e a viver no tempo presente com temperança, justiça e piedade, aguardando com jubilosa esperança a revelação da glória do grande Deus, Jesus Cristo, nosso Salvador» (Tit 2,11-13).

Eis o cântico novo: a manifestação do Verbo que existia desde o princípio e que acaba de resplandecer entre nós. […] Porque Aquele que existia como Salvador desde sempre acaba de aparecer; Aquele que é Deus apareceu como mestre; o Verbo por Quem tudo foi criado apareceu (Jo 1,10). Como Criador, Ele deu a vida no princípio; agora, tendo aparecido como Mestre, ensina-nos a viver bem, de maneira que um dia nos possa dar, enquanto Deus, a vida eterna. Não foi hoje a primeira vez que Ele teve piedade de nós por andarmos perdidos; foi desde o princípio.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de dezembro de 2014

Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada. Tinha vivido sete anos com o seu marido, após o seu tempo de donzela, e tinha permanecido viúva até aos oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações. Ela também, vindo nesta mesma ocasião, louvava a Deus e falava de Jesus a todos os de Jerusalém que esperavam a redenção. Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. O Menino crescia e fortificava-Se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

Lc 2, 36-40

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Domingo dia 4 de Janeiro às 17h Entrada Livre - Pequenos Cantores dos Jerónimos Igreja de Santa Maria de Belém


ANO VELHO, ANO NOVO de Joaquim Mexia Alves

Será que é mesmo um ano velho que se desapega de nós, para dar lugar a um novo ano, ou será que os dias continuam iguais e a coisa nova só acontece quando nós nos abrimos ao Novo?

Que interessa verdadeiramente que um ano acabe e outro comece, se em nós tudo continua igual e os momentos se sucedem numa continuidade de noites e dias, em que tudo permanece igual e a rotina se instala?

E podemos nós fazer diferente, sentir diferente, viver diferente?
E podemos nós fazer de cada momento um tempo novo, cheio de novidade, de confiança, de esperança?

Não, nunca o poderemos fazer, sentir ou viver se continuarmos a confiar apenas em nós, nas nossas capacidades, no nosso querer!
Não nunca o poderemos fazer, sentir ou viver, porque somos seres diminutos, num mundo enorme que não nos olha, não nos conhece, que nos toma a todos como coisa igual e sempre efémera!

Onde está então o golpe de asa que faz de nós mais além, que faz de nós coisa nova sempre diferente, que faz de nós iguais nessas diferenças, que faz de nós senhores do mundo e da nossa liberdade?

Está ali, está aqui, está em todo o lugar e em todo o momento, está em cada um, e em todos ao mesmo tempo!
Não se agarra, não se possui, mas sente-se e vive-se em cada um!
Se retido no egoísmo perde-se e não se encontra, se dado no amor, transforma-se e faz-se encontrado na vida!
Se vivido, comungado, partilhado, faz-se Um em todos e todos no Um, e vive-se na alegria da paz serena, porque é confiança e esperança sem fim!

Por isso, o ano velho não acaba em Dezembro, tal como o ano novo não começa em Janeiro!
O ano velho acaba quando saímos de nós, e o ano novo começa quando O deixamos viver em nós!

Porque então é tudo novo!
A tristeza que era só triste, veste-se agora de esperança, a alegria que era só ruído, torna-se agora paz e serenidade!
A saúde que era estar bem, agradece-se e faz-se graça, a doença que era dor, entrega-se agora, e faz-se amor!
A adversidade que era triste companheira, faz-se agora apenas coisa passageira, e a felicidade que era efémera, faz-se agora coisa eterna!
Até a vida que parecia acabar na morte, percebe agora a morte como passagem para a vida!

Ah sim, acaba então o ano velho, do passado sem vida, da igualdade dos dias à espera do esperado fim, para começar o ano novo, vivido na esperança de cada novo e diferente dia, na confiança do prometido amanhã!

E tudo isto porque o Jesus que nasceu, para todos e cada um, se faz assim Deus entregue, dado por simples amor, para ser vida em nós todos, por ser vida em cada um.

E então não há mais ano velho, porque tudo n’Ele é sempre novo!

Podemos mudar os dias, fazê-los sempre diferentes, podemos viver o mundo, vivendo em liberdade, podemos ser todos diferentes, fazendo-nos mais iguais, e podemos tudo isto, tudo isto e muito mais, porque nós nada fazemos, a não ser darmos o que somos, para que Ele tudo faça em nós, e nos demais.

Já não tenho ano velho, nem dele me posso desapegar, porque em mim é ano novo, ano novo permanente, porque é assim que Ele me transforma, a mim e a toda a gente, que a Ele se quer entregar!

Monte Real, 30 de Dezembro de 2009

Joaquim Mexia Alves AQUI

O Evangelho do dia 29 de dezembro de 2014

Depois que se completaram os dias da purificação de Maria, segundo a Lei de Moisés, levaram-n'O a Jerusalém para O apresentar ao Senhor segundo o que está escrito na Lei do Senhor: “Todo o varão primogénito será consagrado ao Senhor”, e para oferecerem em sacrifício, conforme o que também está escrito na Lei do Senhor: “Um par de rolas ou dois pombinhos”. Havia então em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso; esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro o Cristo do Senhor. Foi ao templo conduzido pelo Espírito. E, levando os pais o Menino Jesus, para cumprirem as prescrições usuais da Lei a Seu respeito, ele tomou-O nos braços e louvou a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz segundo a Tua palavra; porque os meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste em favor de todos os povos; luz para iluminar as nações, e glória de Israel, Teu povo». O Seu pai e a Sua mãe estavam admirados das coisas que d'Ele se diziam. Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe: «Eis que este Menino está posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. E uma espada trespassará a tua alma. Assim se descobrirão os pensamentos escondidos nos corações de muitos».

Lc 2, 22-35

sábado, 27 de dezembro de 2014

Ano mariano pela família, no Opus Dei

Começará amanhã dia 28 de dezembro de 2014, Festa da Sagrada Família, um ano mariano no Opus Dei para rezar a Nossa Senhora pelas famílias do mundo.

O Prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría, convocou um ano mariano que começará no próximo dia 28 de Dezembro para rezar pela família. Precisamente nesse dia celebra-se a festa litúrgica da Sagrada Família. O ano mariano terminará na mesma festa em 2015, que terá lugar no dia 27 de dezembro.
Deste modo, deseja-se "colocar nas mãos de Nossa Senhora todas as necessidades da Igreja e da humanidade e secundar fielmente as intenções do Papa", salientou o Prelado.
O Prelado estendeu este convite a todas as pessoas que recebem formação cristã através das atividades organizadas pela Prelatura.
Entre outras sugestões para viver este ano mariano, o Prelado convida a rezar em família e, com especial devoção, as diversas orações dedicadas à Mãe de Deus, como o Terço e o Angelus. "Através de Nossa Senhora – disse D. Javier Echevarría – o Senhor derramará abundantes graças sobre a Igreja e a sociedade civil".

«Simeão tomou-O nos braços e bendisse a Deus»

Bem-aventurado Guerric d'Igny (c. 1080-1157), prior cisterciense
1º Sermão para a Purificação (a partir da trad. cf SC 166, pp. 309ss.)

«Tende na mão as vossas lâmpadas acesas» (Lc 12, 35). Mostremos assim, através deste sinal visível, a alegria que partilhamos com Simeão, que tem nas mãos a luz do mundo. [...] Sejamos ardentes pela nossa devoção e luminosos pelas nossas obras, e, com Simeão, levaremos Cristo em nossas mãos. [...] Hoje a Igreja tem o hábito tão belo de nos fazer levar velas. [...] Por conseguinte, quem é que hoje, tendo a sua vela acesa na mão, não se lembra do bem aventurado ancião? Nesse dia, ele tomou Jesus nos braços, o Verbo presente na carne, semelhante à luz na cera, testemunhando que Ele era «a Luz para se revelar às nações». É verdade que o próprio Simeão era «uma luz ardente e brilhante», que prestava homenagem à luz (Jo 5, 35; 1, 7). Foi por isso que ele veio ao Templo, conduzido pelo Espírito, do qual estava repleto, «para receber, ó Deus, a Tua misericórdia no meio do Teu Templo» (Sl 47, 10) e para proclamar que ela era a misericórdia e a luz do Teu povo.

Ó ancião cintilando de paz, não tinhas apenas a luz em tuas mãos, foste penetrado por ela. Tu estavas tão iluminado por Cristo, que vias antecipadamente como Ele iluminaria as nações [...], como resplandeceria hoje o brilho da nossa fé. Regozija-te agora, santo ancião; vê hoje o que tinhas entrevisto antecipadamente: as trevas do mundo dissiparam-se; «as nações caminham à Sua luz»; «toda a terra está repleta da Sua glória» (Is 60, 3; 6, 3).

O Evangelho de Domingo dia 28 de dezembro de 2014 - Festa da Sagrada Família


Depois que se completaram os dias da purificação de Maria, segundo a Lei de Moisés, levaram-n'O a Jerusalém para O apresentar ao Senhor segundo o que está escrito na Lei do Senhor: “Todo o varão primogénito será consagrado ao Senhor”, e para oferecerem em sacrifício, conforme o que também está escrito na Lei do Senhor: “Um par de rolas ou dois pombinhos”. Havia então em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso; esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro o Cristo do Senhor. Foi ao templo conduzido pelo Espírito. E, levando os pais o Menino Jesus, para cumprirem as prescrições usuais da Lei a Seu respeito, ele tomou-O nos braços e louvou a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz segundo a Tua palavra; porque os meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste em favor de todos os povos; luz para iluminar as nações, e glória de Israel, Teu povo». O Seu pai e a Sua mãe estavam admirados das coisas que d'Ele se diziam. Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe: «Eis que este Menino está posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. E uma espada trespassará a tua alma. Assim se descobrirão os pensamentos escondidos nos corações de muitos». Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada. Tinha vivido sete anos com o seu marido, após o seu tempo de donzela, e tinha permanecido viúva até aos oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações. Ela também, vindo nesta mesma ocasião, louvava a Deus e falava de Jesus a todos os de Jerusalém que esperavam a redenção. Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. O Menino crescia e fortificava-Se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.


Lc 2, 22-40

«O que existia desde o princípio, […] o que contemplámos, […] isso vos anunciamos» (1Jo 1,1-3)

João Escoto Erígena (?-c. 870), beneditino irlandês 
Homilia sobre o prólogo do evangelho de João, § 2


Pedro e João correm para o túmulo. O túmulo de Cristo é a Sagrada Escritura, na qual os mistérios mais obscuros da divindade e da humanidade de Jesus estão defendidos, por assim dizer, por uma muralha de rocha. Mas João corre mais depressa que Pedro, pois o poder da contemplação totalmente purificada penetra os segredos das obras divinas com um olhar mais agudo e mais vivo que o poder da acção ainda não totalmente pura.

Contudo, é Pedro quem entra primeiro no sepulcro; João segue-o. Os dois correm e entram os dois. Aqui, Pedro é a imagem da fé e João representa a inteligência. […] Portanto, a fé deve entrar em primeiro lugar no sepulcro, que é imagem da Sagrada Escritura, e a inteligência deve segui-la. […]

Pedro, que representa também a prática das virtudes, vê, pelo poder da fé e da acção, o Filho de Deus encerrado dum modo inexprimível e maravilhoso nos limites da carne. João, que representa a mais alta contemplação da verdade, admira o Verbo de Deus, perfeito em Si próprio e infinito na sua origem, isto é, em seu Pai. Pedro, conduzido pela revelação divina, olha ao mesmo tempo para as coisas eternas e para as coisas deste mundo, unidas em Cristo. João contempla e anuncia a eternidade do Verbo para O dar a conhecer às almas crentes.

Digo, portanto, que João é uma águia espiritual de voo rápido, que vê Deus; chamo-lhe teólogo. Ele domina toda a criação visível e invisível, vai para além das faculdades do intelecto, e entra divinizado em Deus, que com ele partilha a sua própria vida divina.

Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 27 de dezembro de 2014

Correu então, e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo a quem Jesus amava, e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Partiu, pois, Pedro com o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam ambos juntos, mas o outro discípulo corria mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Tendo-se inclinado, viu os lençóis no chão, mas não entrou. Chegou depois Simão Pedro, que o seguia, entrou no sepulcro e viu os lençóis postos no chão, e o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus, que não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.8 Entrou também, então, o outro discípulo que tinha chegado primeiro ao sepulcro. Viu e acreditou.

Jo 20, 2-8

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

«Is there a Santa Claus?»

Um editorial do jornal norte-americano «The Sun», de 1897 (sim!, do século XIX!), ficou tão popular que ainda hoje é conhecido e considerado um clássico. Dizem que faz parte da história dos EUA. O pequeno texto, intitulado «Is there a Santa Claus?», é a resposta a uma minúscula carta ao Director, enviada por uma menina de 8 anos. O editorial teve um tal impacto que inspirou filmes e programas de televisão, canções, livros e peças de museu. E o original da pequenina carta, na realidade um pequeno quadrado de papel rabiscado por uma criança, está avaliado em dezenas de milhares de dólares, mais cobiçado que muitos documentos históricos importantes.

Esta parte do jornal de 1897 pode ler-se nesta reprodução fotográfica:

Porque é que este editorial teve tanto impacto? O que dizia a carta?

A criança, Virginia O’Halon, perguntou se o Pai Natal (Santa Claus, em inglês) existia e o jornal respondeu que sim. A frase mais célebre do artigo é «Yes, Virginia, there is a Santa Claus» (pois é, Virginia, existe um Pai Natal) que, de tão repetida, se tornou uma expressão idiomática nos Estados Unidos.

Se alguém não conhece este editorial do «The Sun», pode ler estas quatro citações, que resumem o essencial:

«Virginia, os teus amiguinhos [que desconfiam do Pai Natal] não têm razão. Eles estão influenciados pelo cepticismo destes tempos cépticos. Eles só acreditam no que vêem».

«Pois é, Virginia, existe um Pai Natal. É tão certo ele existir, como o amor e a generosidade e a dedicação, e sabes como eles se encontram em todo o lado e enchem a vida com a sua beleza mais sublime e a alegria».

«O mundo seria terrível sem o Pai Natal (...). Não haveria poesia, nem romance para tornarem esta vida tolerável. Não teríamos gosto, excepto no que se toca e se vê».

«Isto é real? Ah, Virginia, só isto, neste mundo, é real e eterno».

Não sei o que um leitor açoriano acha destas divagações. A cidade de Nova York comoveu-se e a emoção alastrou a todo o país e continua, passado mais de um século.
Claro que há qualquer coisa de importante neste elogio do sonho; se não tocasse o coração humano, já ninguém se lembrava do episódio.

As histórias de crianças têm valor, transmitem a realidade. A Bela Adormecida, ou o Pinóquio, ou os Três Porquinhos, significam algo para além do enredo. Como a história da água que dança, da maçã que canta e do pássaro que fala. Ou a história pungente do rouxinol e da rosa («The Nightingale and the Rose»), de Oscar Wilde.

Eu compreendo todas estas histórias, excepto a do Pai Natal. Não nasci nos Estados Unidos. Aqueles gorduchos vermelhos não me dizem respeito. Gosto mais da água que dança e do pássaro que fala.

Presépio na Praça de São Pedro em Roma - Natal 2014
De qualquer modo, o Natal, o nascimento de Jesus Cristo, é outra história, absolutamente incomparável. Com muito mais ternura! Com uma lição muito mais forte de amor, de alegria de viver, de capacidade de resistir. É a diferença entre um conto pelo qual ninguém arriscaria a vida e um facto que justifica a lealdade heróica dos mártires. É a diferença entre a simples imagem e a realidade propriamente dita.

O Natal é de um realismo impressionante, por isso precisa também do sonho. A parte do sonho são os presépios enfeitados com musgo e estrelas de papel, são as guloseimas e as canções. Todos nós precisamos disso, desse bocadinho de sonho que nos empurra para dentro da realidade. A barriga do Pai Natal não empurra para lado nenhum, mas, minha querida Virginia, Jesus verdadeiro sorri. Sabemos que nos vê e gosta de nós, mas precisamos do presépio para olhar para Ele e sorrirmos também.

José Maria C.S. André 

«Correio dos Açores», Natal 2014

Laudate Dominum - W.A.Mozart - Kv339

Coroados juntos pelo humilde Rei da Glória

São Fulgêncio de Ruspas (467-532), bispo 
Sermon 3, 1-3, 5-6 ; CCL 91 A, 905-909 (trad. breviário)


Ontem, celebrámos o nascimento temporal do nosso Rei eterno ; hoje celebramos o martírio triunfal do seu soldado. […] O nosso Rei, o Altíssimo, humilhou-Se por nós; mas a sua vinda não foi em vão: Ele trouxe grandes dons aos seus soldados, a quem não só enriqueceu abundantemente, mas também fortaleceu para serem invencíveis na luta: trouxe-lhes o dom da caridade, que torna os homens participantes da natureza divina. […]

A mesma caridade que Cristo trouxe do céu à terra fez subir Estêvão da terra ao céu. […] Para merecer a coroa que o seu nome significava, Estêvão tomou como arma a caridade e com ela triunfava em toda a parte. Por amor de Deus, não cedeu perante os judeus que o atacavam; por amor do próximo, intercedia pelos que o apedrejavam. Pela caridade, argumentava contra os que estavam no erro, para que se corrigissem; pela caridade, orava pelos que o apedrejavam, para que não fossem castigados. Confiado na força da caridade, venceu a crueldade de Saulo e mereceu ter como companheiro no céu aquele que na terra foi seu perseguidor. Movido por santa e infatigável caridade, desejava conquistar com a sua oração aqueles que não pôde converter com as suas palavras. E agora, Paulo alegra-se com Estêvão, com Estêvão goza da glória de Cristo, com Estêvão triunfa, com Estêvão reina. Onde entrou primeiro Estêvão, martirizado pelas obras de Paulo, entrou depois Paulo, ajudado pelas orações de Estêvão.

(Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 26 de dezembro de 2014

Acautelai-vos dos homens, porque vos farão comparecer nos seus tribunais e vos açoitarão nas sinagogas. Sereis levados por Minha causa à presença dos governadores e dos reis, para dar testemunho diante deles e diante dos gentios. Quando vos entregarem, não cuideis como ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é o que falará em vós. O irmão entregará à morte o seu irmão e o pai o seu filho; os filhos se levantarão contra os pais e lhes darão a morte. Vós, por causa do Meu nome, sereis odiados por todos; aquele, porém, que perseverar até ao fim será salvo.

Mt 10, 17-22

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Mensagem 'Urbi et 'Orbi' do Santo Padre Papa Francisco

Queridos irmãos e irmãs, bom Natal!

Jesus, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, nasceu para nós. Nasceu em Belém de uma virgem, dando cumprimento às profecias antigas. A virgem chama-se Maria; o seu esposo, José.

São as pessoas humildes, cheias de esperança na bondade de Deus, que acolhem Jesus e O reconhecem. Assim o Espírito Santo iluminou os pastores de Belém, que acorreram à gruta e adoraram o Menino. E mais tarde o Espírito guiou até ao templo de Jerusalém Simeão e Ana, humildes anciãos, e eles reconheceram em Jesus o Messias. «Meus olhos viram a salvação – exclama Simeão – que ofereceste a todos os povos» (Lc 2, 30-31).

Sim, irmãos, Jesus é a salvação para cada pessoa e para cada povo!

A Ele, Salvador do mundo, peço hoje que olhe para os nossos irmãos e irmãs do Iraque e da Síria que há tanto tempo sofrem os efeitos do conflito em curso e, juntamente com os membros de outros grupos étnicos e religiosos, padecem uma perseguição brutal. Que o Natal lhes dê esperança, como aos inúmeros desalojados, deslocados e refugiados, crianças, adultos e idosos, da Região e do mundo inteiro; mude a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento, para que todos aqueles que agora estão na provação possam receber a ajuda humanitária necessária para sobreviver à rigidez do inverno, retornar aos seus países e viver com dignidade. Que o Senhor abra os corações à confiança e dê a sua paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra abençoada do seu nascimento, sustentando os esforços daqueles que estão activamente empenhados no diálogo entre Israelitas e Palestinianos.

Jesus, Salvador do mundo, olhe para quantos sofrem na Ucrânia e conceda àquela amada terra a graça de superar as tensões, vencer o ódio e a violência e embocar um caminho novo de fraternidade e reconciliação.

Cristo Salvador dê paz à Nigéria, onde – mesmo nestas horas – mais sangue foi derramado e muitas pessoas se encontram injustamente subtraídas aos seus entes queridos e mantidas reféns ou massacradas. Invoco paz também para outras partes do continente africano. Penso de modo particular na Líbia, no Sudão do Sul, na República Centro-Africana e nas várias regiões da República Democrática do Congo; e peço a quantos têm responsabilidades políticas que se empenhem, através do diálogo, a superar os contrastes e construir uma convivência fraterna duradoura.

Jesus salve as inúmeras crianças vítimas de violência, feitas objecto de comércio ilícito e tráfico de pessoas, ou forçadas a tornar-se soldados; crianças, tantas crianças vítimas de abuso. Dê conforto às famílias das crianças que, na semana passada, foram assassinadas no Paquistão. Acompanhe todos os que sofrem pelas doenças, especialmente as vítimas da epidemia de ébola, sobretudo na Libéria, Serra Leoa e Guiné. Ao mesmo tempo que do íntimo do coração agradeço àqueles que estão trabalhando corajosamente para assistir os doentes e os seus familiares, renovo um premente apelo a que sejam garantidas a assistência e as terapias necessárias.

Jesus Menino. Penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo duma cultura que não ama a vida; seja nas crianças desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo. Verdadeiramente há tantas lágrimas neste Natal que se juntam às lágrimas de Jesus Menino!

Queridos irmãos e irmãs, que hoje o Espírito Santo ilumine os nossos corações, para podermos reconhecer no Menino Jesus, nascido em Belém da Virgem Maria, a salvação oferecida por Deus a cada um de nós, a todo o ser humano e a todos os povos da terra. Que o poder de Cristo, que é libertação e serviço, se faça sentir a tantos corações que sofrem guerras, perseguições, escravidão. Que este poder divino tire, com a sua mansidão, a dureza dos corações de tantos homens e mulheres imersos no mundanismo e na indiferença, na globalização da indiferença. Que a sua força redentora transforme as armas em arados, a destruição em criatividade, o ódio em amor e ternura. Assim poderemos dizer com alegria: «Os nossos olhos viram a vossa salvação».

Com estes pensamentos, a todos bom Natal!