No Sábado publiquei no facebook uma fotografia do Santuário de Fátima, onde estava a fazer a recolecção anual dos Ministros Extraordinários da Comunhão da Diocese de Leiria-Fátima.
Com o meu “particular jeito” para a fotografia, a mesma saiu com uma falha, a qual o Pe Patrício, Vigário Paroquial da “minha” Paróquia da Marinha Grande, meu amigo e meu vizinho, companheiro de muitas orações, logo notou, e com o seu particular humor, que eu muito aprecio, comentou: «Tire o dedo da lente.»
E eu, como sempre, fui rindo e pensando se poderia retirar alguma lição do acontecido para a minha vivência cristã.
Ora bem, o dedo na lente não permitiu, não permite, que a grandeza e beleza do Santuário de Fátima seja vista na sua totalidade, ou seja, retira, mesmo que pouco, a dimensão, (não só de espaço, mas também espiritual), que afinal a fotografia queria mostrar/dar a outros.
Também nós temos vários “dedos” que, colocados nas nossas vidas, não nos deixam “ver” Deus em toda a sua dimensão de amor, não nos deixam, por isso mesmo, viver o nosso Deus que a todos se oferece inteira e continuamente, e não aos “bocados” ou só em certos momentos, como esses “dedos” acabam por provocar.
É o “dedo” do orgulho, o “dedo” da vaidade, o “dedo” da indiferença, o “dedo” da falta de perdão, o “dedo” do medo da mudança, o “dedo” das nossas “certezas”, o “dedo” das nossas vergonhas, e tantos mais “dedos” que cada um, com certeza, reconhece na sua vida.
Então, chegamos à conclusão que esses “dedos” nos retiram a “possibilidade” de “ver Deus por “inteiro”, de viver Deus em todo o seu amor, de comungar Deus em toda a sua entrega, e tal como Pe Patrício comentou, deveremos dizer a nós próprios e aos outros também: «Tira os “dedos” da tua vida … para poderes ver e viver Deus que se faz presente para ti.»
Marinha Grande, 23 de Janeiro de 2017
Joaquim Mexia Alves