Os cartazes serão colocados nas paróquias de todo o país. Cinco mil já estão prontas, com mais três mil a caminho.
As paróquias portuguesas estão a começar a receber os cartazes da visita da Portugal de Bento XVI, juntamente com um pedido do coordenador da Comissão Organizadora, D. Carlos Azevedo, para inclusão nas eucaristias de uma oração pela “fecundidade espiritual” da viagem que o Papa realiza ao nosso país entre 11 e 14 de Maio.
O site oficial da visita, www.bentoxviportugal.pt, revela o conteúdo da carta que acompanha a distribuição do cartaz e de informações sobre o material que está a ser produzido com a imagem oficial da visita.
D. Carlos Azevedo pede a colaboração dos responsáveis das 4386 paróquias portuguesas na divulgação aos fiéis da Nota Pastoral distribuída pela Conferência Episcopal Portuguesa, no passado dia 1 de Março, onde são apresentados os objectivos desta visita do Papa.
O processo de envio dos cartazes às paróquias deverá estar concluído até 19 de Março.
Ao fazer o balanço dos preparativos a menos de dois meses da chegada de Bento XVI, o coordenador da comissão organizadora da visita do Papa a Portugal referiu que a colocação dos cartazes nas entradas das igrejas será “uma maneira muito visual de chamar a atenção para a visita” e de se começar a preparar iniciativas relacionadas com a visita.
Do cartaz oficial, de distribuição gratuita, foi feita uma primeira edição de 5000 exemplares e está já prevista uma segunda edição de 3000 exemplares.
Ao apresentar a imagem oficial da visita, no passado dia 26 de Fevereiro, D. Carlos Azevedo afirmou que a fotografia do cartaz “captou a timidez e a amabilidade de Bento XVI”, bem como a “forma sublime como mostra a mão que nos acena, abençoa e saúda”. O prelado sublinhou igualmente a referência à cruz, que está presente como sinal gráfico e na disposição das letras.
(Fonte: site Rádio Renascença)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
quarta-feira, 17 de março de 2010
Na audiência geral o Papa confronta São Boaventura e São Tomás de Aquino
Mais de 11 mil fiéis congregaram-se na manhã desta quarta feira na Praça de São Pedro onde graças a um radioso dia de sol, Bento XVI voltou a presidir a audiência geral .
Existe uma maneira arrogante de fazer teologia, uma soberba da razão que se coloca acima da Palavra de Deus: afirmou o Papa, falando ainda da figura de São Boaventura.
Porém para Bento XVI existe uma maneira diferente de fazer teologia, movidos pelo amor de Deus, como faz aquele que procura conhecer melhor o Amado.
O amor - explicou citando o grande teólogo franciscano, alarga-se para além da razão, vê muito mais. Onde a razão já não vê, vê o amor.
Esta reflexão, para o Papa Ratzinger, não é testemunho de uma devoção sem conteúdo, mas uma expressão límpida e realista da espiritualidade franciscana.
Estas as palavras do Papa falando em português:
São Boaventura, ao lado de Santo Tomás de Aquino, seu contemporâneo, foi responsável por um grande desenvolvimento no diálogo entre a fé e a razão que caracteriza a Idade Média. Partindo de pressupostos comuns, ressaltaram aspectos diversos na sua reflexão teológica; Santo Tomás, por exemplo, insiste na primazia da verdade, enquanto que para Boaventura a categoria mais importante é o Bem. No fundo, trata-se de acentos diversos de uma visão fundamentalmente comum que mostram a fecundidade da fé na diversidade das suas expressões. Na teologia de Boaventura o primado do Amor se explica, por um lado, pelo próprio carisma franciscano e, por outro, pela influência das obras do chamado Pseudo-Dionísio Areopagita, um autor siríaco que afirmava que diante de Deus, quando a razão chega ao seu limite, o amor consegue penetrar mais profundamente no Mistério divino. Por fim, Boaventura afirma que toda criação fala de Deus, do Deus bom, belo; do seu amor, por isso, toda a nossa vida é uma peregrinação rumo a Deus.
-Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta visita aos lugares santificados pela pregação e martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo vos ajude a reafirmar sempre mais a fé que opera pela caridade. Que Deus abençoe a vós e às vossas famílias.
O exemplo de São Bento deve inspirar a formação de uma consciência atenta á solidariedade e á cultura da paz. Foi o que afirmou o Papa no final da audiência geral, saudando uma delegação da chama beneditina para a paz, guiada pelo arcebispo de Norcia–Espoleto, D. Renato Boccardo.
Joseph Ratzinger que eleito Papa assumiu o nome do fundador da Ordem dos Beneditinos, recordou que a delegação vem da diocese americana de Trenton, onde a chama foi acesa.
Possa tal empresa – sublinhou o Papa – contribuir para a formação de uma consciência atenta á solidariedade e á cultura da paz, seguindo o exemplo de São Bento, apostolo incansável entre os povos da Europa.
Depois da Bênção de Bento XVI a chama de São Bento, neste seu percurso europeu, proveniente de Colónia, chegará a Cassino, onde no próximo fim-de-semana terão lugar as celebrações em honra do santo padroeiro da Europa.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Cardeal Primaz da Irlanda pede desculpa
Na Missa celebrada esta Quarta-feira na Catedral de Armagh, Irlanda, o Cardeal Primaz do país recordou que esta semana foi confrontado com um “episódio doloroso” do seu passado.
“Escutei a reacção de pessoas acerca da minha actuação em acontecimentos ocorridos há 35 anos. Quero dizer a todos aqueles que foram prejudicados por alguma falha da minha parte que lhes peço desculpa de todo o meu coração”, afirmou D. Seán Brady na homilia.
“Olhando para trás, estou envergonhado por nem sempre ter conservado os valores que professo e em que acredito”, acrescentou o prelado.
O Primaz prevê que os próximos dois anos “estarão entre os mais críticos para nós desde o tempo de São Patrício”.
“Acredito profundamente que Deus nos chama a um novo começo”, declarou D. Seán Brady, para quem a “Carta Pastoral do Papa Bento XVI aos Fiéis da Irlanda” será uma importante fonte de renovação.
Para o prelado, a transformação da Igreja local passa por uma escuta “sincera” e “orante” da Palavra de Deus, pela atenção aos sinais do Espírito e por continuar “humildemente” a encarar a “enorme dor causada pelo abuso de crianças por parte de alguns padres e religiosos e a resposta irremediavelmente inadequada a esse abuso no passado”.
Até 2012, ano em que Dublin, capital da República da Irlanda, recebe o 50.º Congresso Eucarístico Internacional, deve haver um “reconhecimento sincero e verdadeiro do nosso pecado”.
Na análise do Cardeal Primaz, a “integridade” do testemunho do Evangelho desafia o episcopado a “assumir a responsabilidade” pelo “encobrimento” dos abusos em crianças.
O bem das vítimas da pedofilia, leigos, religiosos e padres exige que a Igreja detenha a revelação sucessiva destes casos, referiu D. Seán Brady.
Depois de assinalar que ninguém sabe até onde levará o “novo princípio” da Igreja irlandesa, o prelado assegurou que vai “reflectir cuidadosamente” sobre a situação durante a Semana Santa, Páscoa e Pentecostes.
O Cardeal Primaz concluiu a homilia dizendo que aproveitará esse tempo “para rezar, para reflectir na Palavra de Deus e para discernir a vontade do Espírito Santo. Reflectirei no que ouvi daqueles que foram feridos pelos abusos. Vou também falar com pessoas, padres, religiosos e com aqueles que conheço e amo”.
(Fonte: excerto notícia retirada do site da Agência Ecclesia)
“Escutei a reacção de pessoas acerca da minha actuação em acontecimentos ocorridos há 35 anos. Quero dizer a todos aqueles que foram prejudicados por alguma falha da minha parte que lhes peço desculpa de todo o meu coração”, afirmou D. Seán Brady na homilia.
“Olhando para trás, estou envergonhado por nem sempre ter conservado os valores que professo e em que acredito”, acrescentou o prelado.
O Primaz prevê que os próximos dois anos “estarão entre os mais críticos para nós desde o tempo de São Patrício”.
“Acredito profundamente que Deus nos chama a um novo começo”, declarou D. Seán Brady, para quem a “Carta Pastoral do Papa Bento XVI aos Fiéis da Irlanda” será uma importante fonte de renovação.
Para o prelado, a transformação da Igreja local passa por uma escuta “sincera” e “orante” da Palavra de Deus, pela atenção aos sinais do Espírito e por continuar “humildemente” a encarar a “enorme dor causada pelo abuso de crianças por parte de alguns padres e religiosos e a resposta irremediavelmente inadequada a esse abuso no passado”.
Até 2012, ano em que Dublin, capital da República da Irlanda, recebe o 50.º Congresso Eucarístico Internacional, deve haver um “reconhecimento sincero e verdadeiro do nosso pecado”.
Na análise do Cardeal Primaz, a “integridade” do testemunho do Evangelho desafia o episcopado a “assumir a responsabilidade” pelo “encobrimento” dos abusos em crianças.
O bem das vítimas da pedofilia, leigos, religiosos e padres exige que a Igreja detenha a revelação sucessiva destes casos, referiu D. Seán Brady.
Depois de assinalar que ninguém sabe até onde levará o “novo princípio” da Igreja irlandesa, o prelado assegurou que vai “reflectir cuidadosamente” sobre a situação durante a Semana Santa, Páscoa e Pentecostes.
O Cardeal Primaz concluiu a homilia dizendo que aproveitará esse tempo “para rezar, para reflectir na Palavra de Deus e para discernir a vontade do Espírito Santo. Reflectirei no que ouvi daqueles que foram feridos pelos abusos. Vou também falar com pessoas, padres, religiosos e com aqueles que conheço e amo”.
(Fonte: excerto notícia retirada do site da Agência Ecclesia)
Bento XVI assinará sexta-feira, dia de S. José, a sua carta aos católicos da Irlanda sobre a questão dos abusos sobre menores
A esperança do Papa é que a Carta aos católicos da Irlanda sobre os abusos sexuais efectuados por padres possa ajudar um processo de arrependimento, cura e renovação.
Falando em inglês durante a audiência geral desta quarta feira Bento XVI disse:
“Hoje é a festa de São Patrício e de maneira especial saúdo todos os fiéis e os peregrinos irlandeses aqui presentes.
Como sabeis, nos meses passados a Igreja na Irlanda foi profundamente abalada por causa da crise dos abusos sobre menores.
Como sinal da minha profunda preocupação escrevi uma carta pastoral que enfrenta esta situação dolorosa. Assinarei esta carta na próxima sexta-feira, solenidade de São José, guardião da Sagrada Família e patrono da Igreja universal e enviá-la-ei logo depois. Peço a todos que a leiam com coração aberto e em espírito de fé. A minha esperança é que ela possa ajudar um processo de arrependimento, cura e renovação".
(Fonte: site Radio Vaticana)
S. Patrício, patrono da Irlanda
Vídeo em espanhol
"Felizes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,28).
Todos já ouvimos falar da Catedral de São Patrício (Saint Patrick), de Nova York. Mas poucos se lembram que ele está profundamente ligado à Irlanda. E a Irlanda toda fala deste Santo.
São Patrício viveu no começo do século V. Tornou-se apóstolo, como padre e bispo, de toda a Irlanda. Além de converter os chefes dos diversos clãs, ele ainda criou os mosteiros, como centros de irradiação do cristianismo e da cultura. Até hoje, não se conhece país no mundo inteiro, que tenha tanta irradiação missionária, como a Irlanda. É uma bela tradição, atribuída a São Patrício, o Santo de hoje.
Ninguém é tão feliz quanto o missionário, que espalha a Palavra de Cristo e toca os corações dos homens.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Nota: o trevo de três folhas, símbolo nacional da Irlanda representa a Santíssima Trindade
S. Josemaría nesta data em 1937
Durante a guerra civil espanhola vê-se obrigado a esconder-se por causa da perseguição religiosa. Logo que chega à Legação de Honduras, em Madrid, escreve uma carta a alguns membros do Opus Dei que vivem em Valência. Fá-lo de modo encoberto para evitar a censura: “Vi o pobre Josemaría e afirmou que já não está no manicómio (é agora sua mania) e que se meteu nas honduras. Está muito feliz. O Doutor deixa-mo ver todos os dias”. (Isto é, celebrava a Missa todos os dias).
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Vida, morte e dignidade
A história dramática de uma mulher portuguesa a quem tinha sido diagnosticado um cancro que não lhe permitiria viver mais de um ano e que recorreu, para se suicidar, aos serviços da organização suíça Dignitas relançou entre nós o debate sobre a legalização da eutanásia.
Parece surgir agora também entre nós a promoção da actividade desta associação, a quem têm recorrido pessoas de vários países, precisamente quando o próprio governo suíço pretende limitar os abusos a que se tem prestado este verdadeiro "turismo da morte".
Contra esta prática de auxílio ao suicídio, vários argumentos podem ser esgrimidos, uns de princípio, atinentes aos alicerces do nosso património civilizacional e da nossa ordem jurídica, e outros que apelam a juízos prudenciais e a critérios de precaução.
O princípio aqui em jogo é o da inviolabilidade e indisponibilidade da vida humana. Esta é sempre um dom inestimável, um bem que é o pressuposto de todos os outros bens humanos, incluindo o da liberdade. Não pode invocar-se a autonomia contra a vida, pois só é livre quem vive. Este princípio já servia de base a Kant para, antes de quaisquer outras razões, negar legitimidade ao suicídio. E também tem alicerçado a noção de indisponibilidade dos direitos humanos fundamentais, que as primeiras históricas declarações sempre afirmaram como "inalienáveis", isto é, dotados de um valor objectivo e independente da vontade do seu titular. Por outro lado, o valor e a dignidade da vida humana são intrínsecos, não se graduam, nem se perdem, com a maior ou menor saúde ou idade.
Ao atingir este princípio, abre-se a porta à legalização de qualquer auxílio ao suicídio, mesmo para além das situações de doença terminal (como o demonstra o exemplo da Dignitas), e do próprio homicídio a pedido.
Para além desta questão de princípio, qualquer legalização nunca escaparia a dificuldades práticas de aplicação que sempre a desaconselhariam por uma questão de prudência. Como definir em termos absolutos um prognóstico de um, mais ou menos anos de vida? Ao saber do caso desta mulher portuguesa, veio-me à mente o de uma familiar muito próxima, também vítima de cancro, que viveu alguns anos mais do que os escassos meses inicialmente previstos. Anos preciosíssimos, para a própria e para todos os que a rodearam, que dela receberam nesse período uma eloquente lição sobre o sentido da vida, do sofrimento e da morte, talvez mais eloquente do que a lição dos seus anos de vida saudável, tão activa e frutuosa. Uma lição que fez lembrar a dos últimos anos da vida de João Paulo II, quando a morte também já se apresentava como inexorável.
E como afastar, por outro lado, a possibilidade de novos métodos de tratamento, que façam caducar qualquer prognóstico (o que, ao que julgo saber, tem sido cada vez mais frequente precisamente no âmbito do cancro)? Acabo de ouvir na rádio o relato de uma situação dessas, de quem, esperançosamente, aguarda a qualquer momento a descoberta de novos tratamentos para a sua doença.
Diz-se que se trata apenas de respeitar a vontade livre e consciente das pessoas em causa. Mas como garantir em termos absolutos a autenticidade dessa liberdade? Quando são frequentes, nestas situações, as oscilações entre fases de esperança ou apego à vida e fases de depressão ou desespero. E sendo que se trata da mais irreversível das decisões, de que já nunca poderá voltar-se atrás.
Um Estado que legaliza a eutanásia ou o auxílio ao suicídio não se limita a respeitar, com neutralidade, a vontade de quem os pede. Está a transmitir uma mensagem, a afirmar que a vida dessa pessoa, pela sua doença ou por qualquer outro motivo, deixou de ter valor e dignidade. Não é isso que certamente esperarão do Estado e da sociedade todas os milhares de pessoas que estão hoje na mesma situação da nossa desesperada compatriota que foi à Suíça suicidar-se. A mensagem que deve ser dada a essas pessoas é de que a sua vida continua a ter valor e sentido até ao fim, para elas e para todos nós. Não é do auxílio ao suicídio, mas da compaixão solidária, que passa pelos cuidados paliativos, que precisam essas pessoas para viver e morrer com dignidade.
Pedro Vaz Patto
Juiz
In jornal Público - 15-03-2010
Parece surgir agora também entre nós a promoção da actividade desta associação, a quem têm recorrido pessoas de vários países, precisamente quando o próprio governo suíço pretende limitar os abusos a que se tem prestado este verdadeiro "turismo da morte".
Contra esta prática de auxílio ao suicídio, vários argumentos podem ser esgrimidos, uns de princípio, atinentes aos alicerces do nosso património civilizacional e da nossa ordem jurídica, e outros que apelam a juízos prudenciais e a critérios de precaução.
O princípio aqui em jogo é o da inviolabilidade e indisponibilidade da vida humana. Esta é sempre um dom inestimável, um bem que é o pressuposto de todos os outros bens humanos, incluindo o da liberdade. Não pode invocar-se a autonomia contra a vida, pois só é livre quem vive. Este princípio já servia de base a Kant para, antes de quaisquer outras razões, negar legitimidade ao suicídio. E também tem alicerçado a noção de indisponibilidade dos direitos humanos fundamentais, que as primeiras históricas declarações sempre afirmaram como "inalienáveis", isto é, dotados de um valor objectivo e independente da vontade do seu titular. Por outro lado, o valor e a dignidade da vida humana são intrínsecos, não se graduam, nem se perdem, com a maior ou menor saúde ou idade.
Ao atingir este princípio, abre-se a porta à legalização de qualquer auxílio ao suicídio, mesmo para além das situações de doença terminal (como o demonstra o exemplo da Dignitas), e do próprio homicídio a pedido.
Para além desta questão de princípio, qualquer legalização nunca escaparia a dificuldades práticas de aplicação que sempre a desaconselhariam por uma questão de prudência. Como definir em termos absolutos um prognóstico de um, mais ou menos anos de vida? Ao saber do caso desta mulher portuguesa, veio-me à mente o de uma familiar muito próxima, também vítima de cancro, que viveu alguns anos mais do que os escassos meses inicialmente previstos. Anos preciosíssimos, para a própria e para todos os que a rodearam, que dela receberam nesse período uma eloquente lição sobre o sentido da vida, do sofrimento e da morte, talvez mais eloquente do que a lição dos seus anos de vida saudável, tão activa e frutuosa. Uma lição que fez lembrar a dos últimos anos da vida de João Paulo II, quando a morte também já se apresentava como inexorável.
E como afastar, por outro lado, a possibilidade de novos métodos de tratamento, que façam caducar qualquer prognóstico (o que, ao que julgo saber, tem sido cada vez mais frequente precisamente no âmbito do cancro)? Acabo de ouvir na rádio o relato de uma situação dessas, de quem, esperançosamente, aguarda a qualquer momento a descoberta de novos tratamentos para a sua doença.
Diz-se que se trata apenas de respeitar a vontade livre e consciente das pessoas em causa. Mas como garantir em termos absolutos a autenticidade dessa liberdade? Quando são frequentes, nestas situações, as oscilações entre fases de esperança ou apego à vida e fases de depressão ou desespero. E sendo que se trata da mais irreversível das decisões, de que já nunca poderá voltar-se atrás.
Um Estado que legaliza a eutanásia ou o auxílio ao suicídio não se limita a respeitar, com neutralidade, a vontade de quem os pede. Está a transmitir uma mensagem, a afirmar que a vida dessa pessoa, pela sua doença ou por qualquer outro motivo, deixou de ter valor e dignidade. Não é isso que certamente esperarão do Estado e da sociedade todas os milhares de pessoas que estão hoje na mesma situação da nossa desesperada compatriota que foi à Suíça suicidar-se. A mensagem que deve ser dada a essas pessoas é de que a sua vida continua a ter valor e sentido até ao fim, para elas e para todos nós. Não é do auxílio ao suicídio, mas da compaixão solidária, que passa pelos cuidados paliativos, que precisam essas pessoas para viver e morrer com dignidade.
Pedro Vaz Patto
Juiz
In jornal Público - 15-03-2010
Nossa Senhora do Líbano, Santuário do Oriente
O Santuário de Harissa, que a 600 metros de altitude domina a costa e está situado a 25 km da capital, Beirute, é muito importante para os libaneses. De facto, quer se trate de cristãos ou de muçulmanos, todos se dirigem a Maria como sua mãe.
Não surpreende que a pequena cidade de Harissa se tenha tornado, assim, o centro da cristandade oriental. Em Belém, Cristo nasceu; em Lourdes, inúmeros milagres foram realizados; da colina de Harissa, ao invés, eleva-se como os cedros do Líbano a Rainha dos Céus.
O Santuário de Nossa Senhora em Harissa foi inaugurado pelo Patriarca Maronita Elias Hoayek, a um de Maio de 1908, proclamado Solenidade de Nossa Senhora do Líbano, por ocasião dos 50 anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição por parte do Papa Pio IX.
Desde sua inauguração, o Santuário atraiu visitantes do Líbano, da Síria, da Jordânia, da Palestina e do Egipto, assim como dos Estados Unidos e da Europa. O nome de “Nossa Senhora do Líbano” tornou-se imediatamente conhecido nos países do Oriente e do além-mar. Onde quer que se encontre um libanês, lá está também um pouco de sua terra natal e de Nossa Senhora do Líbano.
Em 1954, 50 anos depois da construção do Santuário, o Cardeal Angelo Roncalli – que se tornou o Papa João XXIII – dirigiu-se ali em peregrinação em nome do Papa Pio XII.
Em Agosto de 1970, o Patriarca Boulos al Moouchi depositou a primeira pedra da Basílica de Nossa Senhora do Líbano, inaugurada em 1990 e capaz de acolher 4 mil fiéis.
Em 1997, João Paulo II visitou o Santuário em Harissa, encorajando os jovens a rezarem pela Virgem Maria, Nossa Senhora do Líbano, para que proteja esta terra e o seu povo.
Hoje, são poucas as cidades no Líbano que não possuem uma igreja dedicada à Virgem. De facto, é profunda no coração dos libaneses a devoção a Maria, que homenageiam como Senhora das montanhas e dos mares, Rainha e símbolo do Líbano, cuja pureza é a mesma do candor da neve, com o perfume das flores, e que se eleva ao céu como os cedros do Líbano.
“Imploramos à Virgem Maria, Nossa Senhora do Líbano, que cuide do nosso país e de seus habitantes, e que os assista na sua ternura materna, para que sejam os dignos herdeiros dos santos de sua terra. Assim, contribuirão a reflorescer o Líbano, país que faz parte dos Lugares santos que Deus ama, porque aqui veio para construir sua casa e nos recordar que devemos construir a cidade terrena com o olhar fixo nos valores do Reino”.
(Fonte: H2O News com edição de JPR)
Temas para reflexão
Meditação:
"Desperta, tu que dormes; levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará! (Ef 5,14). Compreende bem de que mortos se trata quando te dizem: "Levanta-te de entre os mortos!" Muitos vezes, até dos mortos visíveis, se diz que eles dormem; e, na verdade, dormem todos para aquele que os pode acordar. Um morto está mesmo morto para ti: podes bater-lhe, sacudi-lo que ele não acorda. Mas, para Cristo, estava apenas adormecido aquele a quem ordenou: "Levanta-te!" e imediatamente se levantou (Lc 7,14). É fácil despertar do seu leito uma pessoa que dorme; com mais facilidade ainda Cristo desperta um morto já sepultado...
"Há quatro dias que está morto; já cheira mal" (Jo 11,39). Mas eis que chega o Senhor para quem tudo é fácil. Diante da voz do Senhor não há amarras que resistam; as potências das moradas dos mortos tremem e Lázaro aparece vivo... Pela vontade vivificante de Cristo, mesmo os que estão mortos há muito tempo apenas estão a dormir.
Mas Lázaro saído do túmulo estava ainda incapaz de andar. Por isso, o Senhor ordena aos seus discípulos: "Soltem-no e deixem-no ir". Cristo tinha-o ressuscitado mas eles é que lhe soltariam as faixas da mortalha. Vede a parte do Senhor ao trazer alguém de novo à vida: escravo dos seus hábitos, ele ouve as exortações da Palavra divina... Quando são vivamente admoestados, os pecadores entram em si mesmos; começam a passar a sua vida em revista e a sentir o peso das cadeias dos seus maus hábitos. Decidem mudar de vida: ei-los ressuscitados. Mas, embora vivos, eles ainda não podem caminhar; é preciso que as suas faixas sejam soltas; é o papel dos apóstolos: "Aquilo que desligardes na terra será desligado nos céus" (Mt 18,18). (SANTO AGOSTINHO, Sermão 97)
Tema: Confissão Quaresmal 1
Cada Confissão contrita é uma aproximação à santidade de Deus, um novo encontro na própria verdade interior, perturbada e transtornada pelo pecado, uma libertação no mais profundo de si mesmo, e, com isso, uma recuperação da alegria perdida, a alegria de ser salvos, que a maioria dos homens do nosso tempo deixou de provar. (JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Reconciliatio et Paenitentia, 02.12.1984, II, 31)
Doutrina: Evangelium Vitae 24
A vida que Deus dá ao homem, é muito mais do que uma existência no tempo. É tensão para uma plenitude de vida; é germe de uma existência que ultrapassa os próprios limites do tempo: «Deus criou o homem para a incorruptibilidade, e fê-lo à imagem da sua própria natureza»" (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 34 e)
Agradecimento: António Mexia Alves
"Desperta, tu que dormes; levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará! (Ef 5,14). Compreende bem de que mortos se trata quando te dizem: "Levanta-te de entre os mortos!" Muitos vezes, até dos mortos visíveis, se diz que eles dormem; e, na verdade, dormem todos para aquele que os pode acordar. Um morto está mesmo morto para ti: podes bater-lhe, sacudi-lo que ele não acorda. Mas, para Cristo, estava apenas adormecido aquele a quem ordenou: "Levanta-te!" e imediatamente se levantou (Lc 7,14). É fácil despertar do seu leito uma pessoa que dorme; com mais facilidade ainda Cristo desperta um morto já sepultado...
"Há quatro dias que está morto; já cheira mal" (Jo 11,39). Mas eis que chega o Senhor para quem tudo é fácil. Diante da voz do Senhor não há amarras que resistam; as potências das moradas dos mortos tremem e Lázaro aparece vivo... Pela vontade vivificante de Cristo, mesmo os que estão mortos há muito tempo apenas estão a dormir.
Mas Lázaro saído do túmulo estava ainda incapaz de andar. Por isso, o Senhor ordena aos seus discípulos: "Soltem-no e deixem-no ir". Cristo tinha-o ressuscitado mas eles é que lhe soltariam as faixas da mortalha. Vede a parte do Senhor ao trazer alguém de novo à vida: escravo dos seus hábitos, ele ouve as exortações da Palavra divina... Quando são vivamente admoestados, os pecadores entram em si mesmos; começam a passar a sua vida em revista e a sentir o peso das cadeias dos seus maus hábitos. Decidem mudar de vida: ei-los ressuscitados. Mas, embora vivos, eles ainda não podem caminhar; é preciso que as suas faixas sejam soltas; é o papel dos apóstolos: "Aquilo que desligardes na terra será desligado nos céus" (Mt 18,18). (SANTO AGOSTINHO, Sermão 97)
Tema: Confissão Quaresmal 1
Cada Confissão contrita é uma aproximação à santidade de Deus, um novo encontro na própria verdade interior, perturbada e transtornada pelo pecado, uma libertação no mais profundo de si mesmo, e, com isso, uma recuperação da alegria perdida, a alegria de ser salvos, que a maioria dos homens do nosso tempo deixou de provar. (JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Reconciliatio et Paenitentia, 02.12.1984, II, 31)
Doutrina: Evangelium Vitae 24
A vida que Deus dá ao homem, é muito mais do que uma existência no tempo. É tensão para uma plenitude de vida; é germe de uma existência que ultrapassa os próprios limites do tempo: «Deus criou o homem para a incorruptibilidade, e fê-lo à imagem da sua própria natureza»" (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 34 e)
Agradecimento: António Mexia Alves
Comentário ao Evangelho do dia:
Carta a Diogneto (c. 200)
Cap. 9 (a partir da trad. de Orval; cf. SC 33 bis, p.68)
«Mais vontade tinham os judeus de O matar [...] [pois Ele] até chamava a Deus seu próprio Pai»
Até aos dias de hoje, que são os últimos, Deus permitiu-nos que nos deixássemos levar ao sabor de desordenadas inclinações, arrastados pelos prazeres e pelas paixões. Não é que tenha tido o menor dos prazeres com os nossos pecados; tolerava apenas este tempo de iniquidade, sem que nele consentisse. Preparava o tempo actual, o da justiça, para que, convencidos de termos sido indignos da vida durante esse período devido aos nossos erros, nos tornemos agora dignos dela pelo efeito da bondade divina [...].
Ele não nos odiou; não nos repeliu [...]. Tendo piedade de nós, tomou sobre Si a responsabilidade dos nossos erros, e enviou o Seu próprio Filho para nos resgatar: o santo para os ímpios, o inocente para os maus, «o justo para os injustos» (1Pe 3, 18), o incorrupto para os corruptos, o imortal para os mortais. Que outra coisa a não ser a Sua justiça poderia cobrir, anular, os nossos pecados? Em Quem poderíamos nós ser justificados, senão no Filho unigénito de Deus? Dulcíssima troca, insondável obra, inesperados dons ! O crime de muitos é coberto pela justiça de apenas Um, e a justiça de Um único justifica a muitos culpados. No passado, Ele convenceu a nossa natureza da sua incapacidade em obter a vida; agora mostrou-nos o Salvador capaz de salvar o que não podia ser salvo. Quis, destes dois modos, dar-nos a fé na Sua bondade e fazer-nos ver n'Ele Aquele que alimenta, Aquele que é o pai, o mestre, o conselheiro, o médico, a inteligência, a luz, a honra, a glória, a força e a vida.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Cap. 9 (a partir da trad. de Orval; cf. SC 33 bis, p.68)
«Mais vontade tinham os judeus de O matar [...] [pois Ele] até chamava a Deus seu próprio Pai»
Até aos dias de hoje, que são os últimos, Deus permitiu-nos que nos deixássemos levar ao sabor de desordenadas inclinações, arrastados pelos prazeres e pelas paixões. Não é que tenha tido o menor dos prazeres com os nossos pecados; tolerava apenas este tempo de iniquidade, sem que nele consentisse. Preparava o tempo actual, o da justiça, para que, convencidos de termos sido indignos da vida durante esse período devido aos nossos erros, nos tornemos agora dignos dela pelo efeito da bondade divina [...].
Ele não nos odiou; não nos repeliu [...]. Tendo piedade de nós, tomou sobre Si a responsabilidade dos nossos erros, e enviou o Seu próprio Filho para nos resgatar: o santo para os ímpios, o inocente para os maus, «o justo para os injustos» (1Pe 3, 18), o incorrupto para os corruptos, o imortal para os mortais. Que outra coisa a não ser a Sua justiça poderia cobrir, anular, os nossos pecados? Em Quem poderíamos nós ser justificados, senão no Filho unigénito de Deus? Dulcíssima troca, insondável obra, inesperados dons ! O crime de muitos é coberto pela justiça de apenas Um, e a justiça de Um único justifica a muitos culpados. No passado, Ele convenceu a nossa natureza da sua incapacidade em obter a vida; agora mostrou-nos o Salvador capaz de salvar o que não podia ser salvo. Quis, destes dois modos, dar-nos a fé na Sua bondade e fazer-nos ver n'Ele Aquele que alimenta, Aquele que é o pai, o mestre, o conselheiro, o médico, a inteligência, a luz, a honra, a glória, a força e a vida.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 17 de Março de 2010
São João 5,17-30
Naquela altura Jesus replicou-lhes: «O meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!»
Perante isto, mais vontade tinham os judeus de o matar, pois não só anulava o Sábado, mas até chamava a Deus seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus tomou, pois, a palavra e começou a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai, pois aquilo que este faz também o faz igualmente o Filho.
De facto, o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que Ele mesmo faz; e há-de mostrar-lhe obras maiores do que estas, de modo que ficareis assombrados.
Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer.
O Pai, aliás, não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento,
para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não é sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida.
Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora e é já em que os mortos hão-de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão,
pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo;
e deu-lhe o poder de fazer o julgamento, porque Ele é Filho do Homem.
Não vos assombreis com isto: é chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz,
e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação.
Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada: conforme ouço, assim é que julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou.»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Naquela altura Jesus replicou-lhes: «O meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!»
Perante isto, mais vontade tinham os judeus de o matar, pois não só anulava o Sábado, mas até chamava a Deus seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus tomou, pois, a palavra e começou a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai, pois aquilo que este faz também o faz igualmente o Filho.
De facto, o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que Ele mesmo faz; e há-de mostrar-lhe obras maiores do que estas, de modo que ficareis assombrados.
Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer.
O Pai, aliás, não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento,
para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não é sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida.
Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora e é já em que os mortos hão-de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão,
pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo;
e deu-lhe o poder de fazer o julgamento, porque Ele é Filho do Homem.
Não vos assombreis com isto: é chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz,
e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação.
Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada: conforme ouço, assim é que julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou.»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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