Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Papa Francisco na Audiência geral (resumo em português)

Locutor: A Viagem Apostólica à Albânia, no domingo passado, quis mostrar a solidariedade do Sucessor de Pedro com um País que, após passar muito anos sob a opressão de um regime ateu e desumano, está vivendo agora uma experiência de convivência pacífica entre as religiões. Isso mesmo foi visível no encontro inter-religioso, demonstrando que é possível e praticável estabelecer um diálogo frutuoso entre as religiões, sem que isto signifique dar espaço ao relativismo ou ao menosprezo da identidade de cada um. Por sua vez, o encontro com os sacerdotes, pessoas consagradas, seminaristas e movimentos laicais foi uma ocasião para fazer memória dos numerosos mártires da fé daquele País, lembrança perene de que a força da Igreja não vem da sua capacidade organizativa nem das estruturas, mas do amor de Cristo. De fato, a lembrança de um passado duro deve se converter numa maior abertura aos irmãos, especialmente aos mais fracos, para assim dar testemunho do dinamismo da caridade, tão necessária no mundo de hoje.

Santo Padre:
Rivolgo un cordiale saluto ai pellegrini di lingua portoghese, in particolare ai brasiliani venuti da Novo Hamburgo, Jundiaí, Santo André e Bahia, augurando che questo pellegrinaggio sia per voi occasione di contemplare la bellezza della fede e dell’unione con Cristo, per vivere pienamente la vostra vocazione cristiana. Dio vi benedica. Grazie!

Locutor: Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, em particular aos brasileiros vindos de Novo Hamburgo, Jundiaí, Santo André e da Bahia, com votos de que esta peregrinação seja para vós uma oportunidade de contemplar a beleza da fé e da união com Cristo, para viver plenamente a vossa vocação cristã. Que Deus vos abençoe! Obrigado.

A Igreja (que) Somos Nós

Tiago Teles de Abreu Tarré*

Estamos nos primeiros dias do Ano da Fé. Bento XVI espera que, neste ano, “todos os fiéis compreendam mais profundamente que o fundamento da fé cristã é o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte”. No entanto, «dentro» da Igreja há quem queira deliberadamente recusar este encontro. O leitor pode ficar perplexo. Mas parece ser mesmo assim. Um grupo muito restrito e auto-denominado por Nós Somos Igreja, tem ultimamente aparecido em público afirmar ser aquilo que acredita não ser.

O seu manifesto centra-se na visão pretensamente progressista do alargamento do Sacramento da Ordem às mulheres. Claro que também subscrevem outras reformas. Umas que não chegam a ser, porque na verdade sempre fizeram parte da missão da Igreja. É o caso do empenho na defesa dos direitos da pessoa, da promoção da paz, da justiça. Outras que são de facto novidade, como sejam, a mudança ao nível da moral sexual da Igreja e ao nível da estrutura e organização internas da Igreja. De qualquer forma, o que o Nós Somos Igreja realmente quer é uma Igreja que ordene mulheres.

Está claro que podemos discutir em tese todos os temas que entendermos. Desde a Imaculada Conceição de Maria à sua gloriosa Assunção aos Céus em corpo e alma, passando até pela própria Ressurreição de Cristo – tudo é passível de ser debatido. Mas a adesão plena à Igreja implica uma fé humilde, implica um “sim” ao estilo da Mãe de Deus. Para pertencer à Igreja, não basta receber o Baptismo. É preciso aceitar dizer um “sim”, sem reservas nem excepções, ao Credo, aos Sacramentos e à Igreja, que é governada por Cristo através do Papa e dos Bispos (cf. Lumen Gentium, 14).

A questão da ordenação sacerdotal de mulheres ganhou especial relevância no séc. XX. No Ocidente, num ambiente marcado pelos movimentos femininistas, começou então a equacionar-se se as boas mudanças que se verificavam na sociedade poderiam estender-se também à Igreja. Se as mulheres passavam a ter acesso aos mesmo direitos, responsabilidades e profissões que os homens, por que não acederem ao sacerdócio? Ainda que ser Padre, Bispo ou Papa, não constitua propriamente um direito ao exercício de uma profissão, mas uma resposta a um chamamento que vem de Deus, a Igreja quis reflectir sobre a temática que nesse tempo se colocava.

O Papa Paulo VI encarregou a Congregação para a Doutrina da Fé de analisar o assunto e, em 1976, aprovou a Declaração Inter Insigniores. Nesta pode ler-se que “a Igreja, por um motivo de fidelidade ao exemplo do seu Senhor, não se considera autorizada a admitir as mulheres à Ordenação sacerdotal”. De uma forma sumária, são três as grandes razões que sustentam esta conclusão: a atitude de Cristo, a prática dos Apóstolos e a Tradição. É importante notar que Jesus escolheu os Doze Apóstolos conforme quis (cf. Mc 3, 13). E “se Ele agia desse modo, não era para se conformar com os usos da época, porque a atitude de Jesus em relação às mulheres contrasta singularmente com aquela que existia no seu meio ambiente e assinala uma ruptura voluntária e corajosa” (vd. Inter Insigniores, 2). Contrariamente à linha de pensamento do Nós Somos Igreja, na Igreja que vivemos não há, nem nunca houve, nenhuma lógica de inferioridade da mulher. “A Igreja é um corpo diferenciado, onde cada um tem a sua função; as funções são distintas e não devem ser confundidas, como não dão azo à superioridade de uns sobre os outros […]. Os maiores no Reino dos Céus não são os ministros, mas sim os santos” (vd. ibid., 6). E no que toca à santidade, embora não existam estatísticas oficiais, a percepção que temos é que as mulheres superam largamente os homens… 

Apesar da clareza impressa neste documento, nos anos que se seguiram à sua publicação, prosseguiu-se o debate acerca deste tema em certos meios intelectuais. Acaba por ser João Paulo II, através da Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, que, em 1994, coloca um ponto final na questão. “Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja” (vd. Ordinatio Sacerdotalis, 4).

Para os católicos, estas palavras são significativas por dois motivos. Primeiro, porque não são escritas pela mão de Karol Wojtyla, mas pela mão do 263.º sucessor de S. Pedro e do 264.º vigário de Cristo na Terra. Segundo, e como esclareceu em 1995 o então Cardeal Ratzinger, estas palavras são infalíveis, definitivas, irrevogáveis e pertencem ao depósito da fé. 

A Igreja, que somos todos e cada um de nós, não anda ao sabor de modas, conveniências ou apetites. Ser Igreja é amar incondicionalmente a Cristo, que é “a cabeça do Corpo que é a Igreja” (Cl 1, 18). Ser Igreja implica decidir livremente abandonar a nossa opinião pessoal e, carregando a nossa cruz, estar disponível para O seguir sempre e em qualquer parte.

A Igreja que somos é, e sempre será, una, santa, católica e apostólica. Pois é Cristo, através do Espírito Santo, que assim o quer (cf. CIC, n. 811).     

* Gestor e Docente Universitário

Foram de aldeia em aldeia, anunciando a boa nova

Papa Francisco 
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A alegria do Evangelho» §§ 181-183 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)


O mandato de Cristo é: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda criatura» (Mc 16,15), porque toda «a criação se encontra em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus» (Rom 8, 19). «Toda a criação» significa também todos os aspectos da vida humana. […] Os ensinamentos da Igreja acerca das situações contingentes estão sujeitos a maiores ou novos desenvolvimentos e podem ser objecto de discussão, mas não podemos evitar ser concretos. […] Os pastores, acolhendo as contribuições das diversas ciências, têm o direito de exprimir opiniões sobre tudo aquilo que diz respeito à vida das pessoas, dado que a tarefa da evangelização implica e exige uma promoção integral de cada ser humano.

Já não se pode afirmar que a religião deve limitar-se ao âmbito privado e serve apenas para preparar as almas para o céu. Sabemos que Deus deseja a felicidade dos seus filhos também nesta terra, embora estejam chamados à plenitude eterna, porque Ele criou todas as coisas «para nosso usufruto» (1Tim 6,17), para que todos possam usufruir delas. Por isso, a conversão cristã exige rever «especialmente tudo o que diz respeito à ordem social e consecução do bem comum». (São João Paulo II)

Por conseguinte, ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocuparmos com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciarmos sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos. Quem ousaria encerrar num templo e silenciar a mensagem de São Francisco de Assis e da Beata Teresa de Calcutá? Eles não o poderiam aceitar. Uma fé autêntica – que nunca é cómoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, de transmitir valores, de deixar a Terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 24 de setembro de 2014

Convocados os doze Apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demónios, e para curar as doenças. Enviou-os a pregar o reino de Deus e a curar os doentes. Disse-lhes: «Não leveis nada para o caminho, nem bastão, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, nem leveis duas túnicas. Em qualquer casa em que entrardes, ficai lá, e não saiais dela até à vossa partida, e se alguém não vos receber, ao sair dessa cidade, sacudi até o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles». Tendo eles partido, andavam de aldeia em aldeia pregando a boa nova, e fazendo curas por toda a parte.

Lc 9, 1-6