Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Querer a todos, compreender, desculpar

O amor às almas, por Deus, faz-nos querer a todos, compreender, desculpar, perdoar... Devemos ter um amor que cubra a multidão das deficiências das misérias humanas. Devemos ter uma caridade maravilhosa, "veritatem facientes in caritate", defendendo a verdade, sem ferir. (Forja, 559)

Se vos examinardes com valentia na presença de Deus, vós, tal como eu, sentir-vos-eis diariamente carregados de muitos erros. Quando lutamos por arrancá-los com a ajuda divina, carecem de verdadeira importância e podem ser superados, embora pareça que nunca conseguimos desarraigá-los totalmente. Além disso, independentemente dessas fraquezas, tu contribuirás para remediar as grandes deficiências dos outros, sempre que te empenhares em corresponder à graça de Deus. Reconhecendo-te tão fraco como eles – capaz de todos os erros e de todos os horrores – serás mais compreensivo, mais delicado e, ao mesmo tempo, mais exigente, para que todos nos decidamos a amar a Deus com o coração inteiro.

Nós, os cristãos, os filhos de Deus, temos de prestar assistência aos outros, pondo em prática honradamente o que aqueles hipócritas retorcidamente elogiavam ao Mestre: Não olhas à condição das pessoas. Isto é, havemos de rejeitar por completo a acepção de pessoas – interessam-nos todas as almas! – embora, logicamente, devamos começar por ocupar-nos daquelas que, por esta ou aquela circunstância, e até só por motivos aparentemente humanos, Deus colocou ao nosso lado. (Amigos de Deus, 162)

São Josemaría Escrivá 

A grandeza do Amor divino

E assim chegaremos muito bem preparados à terceira solenidade litúrgica, a do Sagrado Coração de Jesus, na qual a grandeza do Amor divino manifesta-se-nos de forma eloquente. Ao tratar agora do Coração de Jesus – escreveu S. Josemaria – , manifestamos a certeza do amor de Deus e a verdade da Sua entrega a nós [13]. Que maior prova podia Ele dar-nos que a de nos mostrar o Seu Coração atravessado pela lança, aberto de par em par, como um convite a descansar n’Ele, a encontrar n’Ele o nosso refúgio nos momentos de dor ou de tribulação? Queiramos, além disso, desagravá-Lo pelos pecados com que é ofendido: os nossos e os de tantos que não reconhecem a grandeza do Seu sacrifício por cada homem e por cada mulher, sem excepções.

Excerto carta de Junho 2009 de D. Javier Echevarría

[13] S. Josemaria, Cristo que passa, n. 164.

(Fonte: http://www.opusdei.pt/art.php?p=34072)

O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Salvador Dali (1962)
Desde sempre o coração foi visto e sentido, pelo homem, como a fonte do amor, o gerador dos sentimentos do homem.
É normal ouvir-se dizer que uma pessoa boa é uma pessoa de bom coração.
O coração é assim, (para além dos conceitos médico/científicos), o centro da vida do homem em tudo aquilo que ele vive física, emocional, sentimental e até espiritualmente.

Que dizer então do Coração do Homem perfeito, daquele que sendo Homem era Deus, e sendo Deus se fez Homem?
Que dizer do Coração de Jesus Cristo?

É afinal o Coração de Deus, do Deus que se fez Homem, do Deus que quis ter coração como o coração dos homens.

Mas o Coração de Jesus, Coração de Deus, Coração do Homem, é:
Um Coração que “apenas” sabe amar.
Um Coração que “apenas” sabe querer.
Um Coração que “apenas” sabe acolher.
Um Coração tão grande e infinito que nele todos cabem: os que O amam, os que não O amam, os que O rejeitam, os que Lhe dedicam indiferença.

“Dou-te o meu coração”, dizemos nós, quando queremos mostrar o nosso amor por alguém. Mas é sempre, obviamente, uma afirmação simbólica, um desejo que nunca conseguimos cumprir na totalidade.

“Dou-te o meu Coração”, diz Jesus, e dá-O efectivamente, entrega-O, esgota-O, (embora Ele nunca se esgote), é enfim um desejo divino que se torna inteira e total realidade.

No Coração de Jesus encontramos o tudo da salvação, o amor e o perdão, o acolhimento e o envio, o divino e o humano, a vida agora e a vida para além da morte, a porta aberta de um Coração que não aprisiona, porque “apenas” ama, e o amor é sempre liberdade.

Sabemos bem que todos estamos no Coração de Deus!
A pergunta que nos devemos fazer é saber se nos nossos corações está também, por nossa vontade, o Sagrado Coração de Jesus.

Marinha Grande, 19 de Junho de 2014

Joaquim Mexia Alves

Nota:
Texto publicado no “Grãos de Areia”, boletim mensal da paróquia da Marinha Grande.

Na Festa do Sagrado Coração de Jesus – homilia de São Josemaría Escrivá a 17 de Junho 1966

Tesouros inesgotáveis 
Deus Pai dignou-Se conceder-nos, no Coração do Filho, infinitos dilectionis thesauros, tesouros inesgotáveis de amor, de misericórdia, de ternura. Se quisermos descobrir com evidência que Deus nos ama - que não só escuta as nossas orações, mas até Se nos antecipa - basta-nos seguir o mesmo raciocínio de S. Paulo: “Aquele que nem ao seu próprio Filho perdoou, mas O entregou à morte por nós, corno não nos dará, com Ele, todas as coisas?”. Cristo que passa, 162 

As palavras não são necessárias 
Cristo na Cruz, com o Coração trespassado de Amor pelos homens, é uma resposta eloquente - as palavras não são necessárias - à pergunta sobre o valor das coisas e das pessoas. Pois valem tanto os homens, a sua vida, a sua felicidade, que o próprio Filho de Deus Se entrega para os remir, para os purificar, para os elevar! Quem não amará o seu coração tão ferido? - perguntava uma alma contemplativa. E continuava a perguntar: Quem não dará amor por amor? Quem não abraçará um Coração tão puro?  Nós, que somos de carne, pagaremos amor com amor, abraçaremos o Ferido que encontrámos, Aquele a quem os ímpios atravessaram as mãos e os pés, o lado e o Coração. Peçamos-lhe que Se digne prender o nosso coração com o vínculo do seu amor, feri-lo com uma lança, pois é ainda duro e impenitente. 

O que é preciso para entendê-lo 
São pensamentos, afectos e palavras que as almas enamoradas desde sempre dedicaram a Jesus. Mas, para entender essa linguagem, para saber na verdade o que é o coração humano e o Coração de Cristo e o amor de Deus, são precisas a Fé e a humildade. Foi com Fé e humildade que Santo Agostinho escreveu para nós estas palavras universalmente famosas: “criastes-nos, Senhor, para Vós, e o nosso coração está inquieto enquanto em Vós não repousa”. Cristo que passa, 165 

Que nos dê um coração bom 
Na festa de hoje, havemos de pedir ao Senhor que nos dê um coração bom, capaz de se compadecer das penas das criaturas, capaz de compreender que, para remediar os tormentos que acompanham e tanto angustiam as almas neste mundo, o verdadeiro bálsamo é o amor, a caridade; todas as outras consolações só servem para nos distrair por um momento e deixar depois amargura e desespero. 

O resumo de toda a lei 
Se queremos ajudar os outros, temos de os amar - deixai-me insistir - com um amor que seja compreensão e entrega, afecto e humildade voluntária. Assim compreenderemos por que quis o Senhor resumir toda a Lei nesse duplo mandamento, que é afinal um mandamento só: o amor de Deus e o amor do próximo, com todo o coração. Cristo que passa, 167 Viver no Coração de Jesus, unir-nos a Ele estreitamente é, portanto, convertermo-nos em morada de Deus. Aquele que Me ama será amado pelo meu Pai, anunciou o Senhor. E Cristo e o Pai, no Espírito Santo, vêm à alma e fazem nela a sua morada. 

A nossa maneira de ser transforma-se 
Quando compreendemos - ainda que seja só um poucochinho - estas verdades fundamentais, a nossa maneira de ser transforma-se. Passamos a ter fome de Deus e fazemos nossas as palavras do Salmo: Meu Deus, eu Te procuro solícito; sedenta de Ti está a minha alma; a minha carne deseja-Te, como terra árida, sem água. E Jesus, que suscitou as nossas ansiedades, vem ao nosso encontro e diz-nos: se alguém tem sede, venha a Mim e beba.  

Descanso e fortaleza 
E oferece-nos o seu Coração, para encontrarmos nele o nosso repouso e a nossa fortaleza. Se aceitarmos o seu chamamento, veremos como as suas palavras são verdadeiras, e aumentará a nossa fome e a nossa sede, até desejarmos que Deus estabeleça no nosso coração o lugar do seu repouso e não afaste de nós o seu calor e a sua luz. Cristo que passa, 170 

Ler o texto completo: O Coração de Cristo, Paz dos cristãos, Homilia pronunciada no dia 17 de Junho de 1966, Festa do Sagrado Coração de Jesus.