Obrigado, Perdão Ajuda-me
sábado, 11 de dezembro de 2010
Boa noite!
– Jesus, considerando agora mesmo as minhas misérias, digo-te: Deixa-te enganar pelo teu filho, como esses pais bons, carinhosos, que põem nas mãos do seu menino a dádiva que dele querem receber..., porque sabem muito bem que as crianças nada têm. E que alvoroço o do pai e o do filho, ainda que ambos estejam no segredo!
(São Josemaría Escrivá - Forja, 195)
A vida de oração e de penitência e a consideração da nossa filiação divina transformam-nos em cristãos profundamente piedosos, como meninos pequenos diante de Deus. A piedade é a virtude dos filhos e, para que o filho possa entregar-se nos braços do seu pai, há-de ser e sentir-se pequeno, necessitado. Tenho meditado com frequência na vida de infância espiritual, que não se contrapõe à fortaleza, porque requer uma vontade rija, uma maturidade bem temperada, um carácter firme e aberto.
Piedosos, portanto, como meninos; mas não ignorantes, porque cada um há-de esforçar-se, na medida das suas possibilidades, pelo estudo sério e científico da fé. E o que é isto, senão teologia? Piedade de meninos, sim, mas doutrina segura de teólogos.
O afã por adquirir esta ciência teológica – a boa e firme doutrina cristã – deve-se, em primeiro lugar, ao desejo de conhecer e amar a Deus. Simultaneamente é consequência da preocupação geral da alma fiel por alcançar a mais profunda compreensão deste mundo, que é uma realização do Criador. Com periódica monotonia, há pessoas que procuram ressuscitar uma suposta incompatibilidade entre a fé e a ciência, entre a inteligência humana e a Revelação divina. Tal incompatibilidade só pode surgir, e só na aparência, quando não se entendem os termos reais do problema.
Se o mundo saiu das mãos de Deus, se Ele criou o homem à sua imagem e semelhança e lhe deu uma chispa da sua luz, o trabalho da inteligência deve ser – embora seja um trabalho duro – desentranhar o sentido divino que naturalmente já têm todas as coisas. E, com a luz da fé, compreendemos também o seu sentido sobrenatural, que resulta da nossa elevação à ordem da graça. Não podemos admitir o medo da ciência, visto que qualquer trabalho, se é verdadeiramente científico, tende para a verdade. E Cristo disse: Ego sum veritas. Eu sou a verdade.
(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 10)
(São Josemaría Escrivá - Forja, 195)
A vida de oração e de penitência e a consideração da nossa filiação divina transformam-nos em cristãos profundamente piedosos, como meninos pequenos diante de Deus. A piedade é a virtude dos filhos e, para que o filho possa entregar-se nos braços do seu pai, há-de ser e sentir-se pequeno, necessitado. Tenho meditado com frequência na vida de infância espiritual, que não se contrapõe à fortaleza, porque requer uma vontade rija, uma maturidade bem temperada, um carácter firme e aberto.
Piedosos, portanto, como meninos; mas não ignorantes, porque cada um há-de esforçar-se, na medida das suas possibilidades, pelo estudo sério e científico da fé. E o que é isto, senão teologia? Piedade de meninos, sim, mas doutrina segura de teólogos.
O afã por adquirir esta ciência teológica – a boa e firme doutrina cristã – deve-se, em primeiro lugar, ao desejo de conhecer e amar a Deus. Simultaneamente é consequência da preocupação geral da alma fiel por alcançar a mais profunda compreensão deste mundo, que é uma realização do Criador. Com periódica monotonia, há pessoas que procuram ressuscitar uma suposta incompatibilidade entre a fé e a ciência, entre a inteligência humana e a Revelação divina. Tal incompatibilidade só pode surgir, e só na aparência, quando não se entendem os termos reais do problema.
Se o mundo saiu das mãos de Deus, se Ele criou o homem à sua imagem e semelhança e lhe deu uma chispa da sua luz, o trabalho da inteligência deve ser – embora seja um trabalho duro – desentranhar o sentido divino que naturalmente já têm todas as coisas. E, com a luz da fé, compreendemos também o seu sentido sobrenatural, que resulta da nossa elevação à ordem da graça. Não podemos admitir o medo da ciência, visto que qualquer trabalho, se é verdadeiramente científico, tende para a verdade. E Cristo disse: Ego sum veritas. Eu sou a verdade.
(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 10)
Intolerância contra os cristãos: editorial de Padre F. Lombardi na Rádio Vaticano
Foi apresentado esta sexta feira em Viena o relatório sobre a intolerância e as discriminações contra os cristãos na Europa. Um documento que põe em realce o crescimento do fenómeno da intolerância em relação aos cristãos do Velho continente.
Sobre este dado preocupante detém-se o director geral da Rádio Vaticano Padre Federico Lombardi no seu editorial para Octava Dies do semanário informativo do Centro Televisivo Vaticano.
“O relatório do Observatório sobre a intolerância e as discriminações contra os cristãos na Europa é um documento que merece atenção. Justamente- por causa de atentados horríveis – fala-se sobretudo das violências e das discriminações contra os cristãos em vários países do Médio Oriente, mas os cristãos encontram crescentes dificuldades também noutras situações geográficas e culturais.
Na cimeira da Organização para a cooperação e o desenvolvimento da Europa em Astana, há poucos dias, o cardeal Secretario de Estado Bertone, afirmava com decisão que a comunidade internacional deve combater a intolerância e a discriminação contra os cristãos com a mesma determinação com a qual luta contra o ódio em relação a outras comunidades religiosas e descrevia uma ampla gama de formas de intolerância em áreas diferentes. Por outro lado, também o Papa, no já famoso discurso em Westminter Hall, em Londres manifestava a sua preocupação perante a crescente marginalização da religião, em particular do cristianismo …. Também em nações que atribuem á tolerância um grande valor.
A importância do novo relatório está precisamente em dar uma longa e circunstanciada serie de exemplos de intolerância em relação aos cristãos na Europa: actos de vandalismo, de ódio, para com igrejas e símbolos religiosos, manifestações de ódio e ofensas ás pessoas. É uma base sobre a qual avaliar as dimensões e a natureza do fenómeno. Uma oferta importante para a reflexão e o empenho, não só de quem milita na defesa do cristianismo e dos seus valores, ma também de todas as pessoas honestas realmente desejosas de tutelar os valores de tolerância e de liberdade de expressão e de religião. Porque como observava com fineza e profundidade o Papa em Westminter Hall: a religião não é um problema para resolver, mas um factor que contribui de maneira vital para o debate publico. Os ingleses escutaram com atenção e respeito. Esperamos que o façam todos.”
(Fonte: site Rádio Vaticano)
Sobre este dado preocupante detém-se o director geral da Rádio Vaticano Padre Federico Lombardi no seu editorial para Octava Dies do semanário informativo do Centro Televisivo Vaticano.
“O relatório do Observatório sobre a intolerância e as discriminações contra os cristãos na Europa é um documento que merece atenção. Justamente- por causa de atentados horríveis – fala-se sobretudo das violências e das discriminações contra os cristãos em vários países do Médio Oriente, mas os cristãos encontram crescentes dificuldades também noutras situações geográficas e culturais.
Na cimeira da Organização para a cooperação e o desenvolvimento da Europa em Astana, há poucos dias, o cardeal Secretario de Estado Bertone, afirmava com decisão que a comunidade internacional deve combater a intolerância e a discriminação contra os cristãos com a mesma determinação com a qual luta contra o ódio em relação a outras comunidades religiosas e descrevia uma ampla gama de formas de intolerância em áreas diferentes. Por outro lado, também o Papa, no já famoso discurso em Westminter Hall, em Londres manifestava a sua preocupação perante a crescente marginalização da religião, em particular do cristianismo …. Também em nações que atribuem á tolerância um grande valor.
A importância do novo relatório está precisamente em dar uma longa e circunstanciada serie de exemplos de intolerância em relação aos cristãos na Europa: actos de vandalismo, de ódio, para com igrejas e símbolos religiosos, manifestações de ódio e ofensas ás pessoas. É uma base sobre a qual avaliar as dimensões e a natureza do fenómeno. Uma oferta importante para a reflexão e o empenho, não só de quem milita na defesa do cristianismo e dos seus valores, ma também de todas as pessoas honestas realmente desejosas de tutelar os valores de tolerância e de liberdade de expressão e de religião. Porque como observava com fineza e profundidade o Papa em Westminter Hall: a religião não é um problema para resolver, mas um factor que contribui de maneira vital para o debate publico. Os ingleses escutaram com atenção e respeito. Esperamos que o façam todos.”
(Fonte: site Rádio Vaticano)
Conhecimento e amor pilares da teologia - Discurso de Bento XVI à Plenária da Comissão Teológica Internacional
"Conhecimento e amor apoiam-se reciprocamente" na pesquisa teológica: disse o Papa aos membros da Comissão Teológica Internacional, recebidos em audiência na manhã de sexta-feira, 3 de Dezembro, na Sala do Consistório, na conclusão dos trabalhos da Plenária.
Senhor Cardeal Venerados Irmãos no Episcopado Ilustres Professores e estimados colaboradores! É com alegria que vos recebo, no final dos trabalhos da vossa Sessão Plenária anual. Desejo antes de tudo expressar um sentido agradecimento pelas palavras de homenagem que, em nome de todos, Vossa Eminência, Senhor Cardeal, como Presidente da Comissão Teológica Internacional, me quis dirigir. Os trabalhos deste oitavo "quinquénio" da Comissão, como Vossa Eminência recordou, enfrentam os seguintes temas: a teologia e a sua metodologia; a questão do único Deus em relação com as três religiões monoteístas; a integração da Doutrina social da Igreja no contexto mais amplo da Doutrina cristã.
"De facto, o amor de Cristo possui-nos; e nós sabemos bem que um morreu por todos, portanto todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem já não vivam para si, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por eles" (2 Cor 5, 14-15). Como não sentir também nossa esta bonita reacção do apóstolo Paulo ao seu encontro com Cristo ressuscitado? Precisamente esta experiência está na base de três importantes temas que aprofundastes na vossa Sessão Plenária que acabastes de concluir.
Quem descobriu o amor de Deus, infundido pelo Espírito Santo nos nossos corações, deseja conhecer melhor Aquele pelo qual é amado e que ama. Conhecimento e amor apoiam-se reciprocamente. Como afirmaram os Padres da Igreja, todo aquele que ama Deus é estimulado a tornar-se teólogo, mesmo se nem sempre profissionalmente. Poder estudar de modo profissional o próprio Deus e poder falar - contemplari et contemplata docere (São Tomás de Aquino, Super Sent., lib. 3 d. 35 q. 1 a. 3 qc. 1 arg 3) - é um grande privilégio. A vossa reflexão sobre a visão cristã de Deus poderá ser uma contribuição preciosa quer para a vida dos fiéis quer para o nosso diálogo com os crentes de outras religiões e também com os não crentes. De facto a própria palavra "teo-logia" revela este aspecto comunicativo do vosso trabalho - na teologia procuramos, através do "logos", comunicar o que "vimos e ouvimos" (1 Jo 1, 3). Mas sabemos bem que a palavra "logos" possui um significado muito mais amplo, que inclui também o sentido de "ratio", "razão". E este facto conduz-nos a um segundo ponto bastante importante. Podemos pensar em Deus e comunicar o que pensamos porque Ele nos dotou de uma razão em harmonia com a sua natureza. Não é por acaso que o Evangelho de João começa com a afirmação "No princípio era o Logos... e o Logos era Deus" (Jo 1, 1). Acolher este Logos - este pensamento divino - é por fim também uma contribuição para a paz no mundo. De facto, conhecer Deus na sua verdadeira natureza é também o modo seguro para garantir a paz. Um Deus que não fosse percebido como fonte de perdão não poderia ser luz no caminho da paz.
Dado que o homem tende sempre a relacionar os seus conhecimentos uns com os outros, também o conhecimento de Deus se organiza de modo sistemático. Mas nenhum sistema teológico pode subsistir se não estiver permeado do amor do seu divino "Objecto", se não for sempre alimentado pelo diálogo - quer do acolhimento na mente quer no coração do teólogo - com o Logos divino, Criador e Redentor. Além disso nenhuma teologia é tal se não estiver integrada na vida e se não for reflexão da Igreja através do tempo e do espaço. Sim, é verdade que, para ser científica, a teologia deve argumentar de modo racional, mas também deve ser fiel à natureza da fé eclesial: centrada em Deus, radicada na oração, numa comunhão com os outros discípulos do Senhor garantida pela comunhão com o Sucessor de Pedro e com todo o Colégio episcopal.
Este acolhimento e transmissão do Logos tem também como consequência que a própria racionalidade da teologia ajuda a purificar a razão humana libertando-a de certos preconceitos e ideias que podem exercer uma forte influência no pensamento de todas as épocas. Por outro lado, é preciso relevar que a teologia vive sempre em continuidade e em diálogo com os crentes e com os teólogos que vieram antes de nós: dado que a comunhão eclesial é diacrónica, também a teologia o é. O teólogo nunca começa de zero, mas considera como mestres os Padres e os teólogos de toda a tradição cristã.
Radicada na Sagrada Escritura, lida com os Padres e com os Doutores, a teologia pode ser escola de santidade, como nos testemunhou o beato John Henry Newman. Fazer descobrir o valor permanente da riqueza transmitida do passado não é uma contribuição de pouco valor da teologia ao conjunto das ciências.
Cristo morreu por todos, mesmo se nem todos o sabem ou o aceitam. Tendo recebido o amor de Deus, como poderíamos não amar aqueles pelos quais Cristo deu a própria vida? "Ele deu a sua vida por nós; portanto nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos" (1 Jo 3, 16). Tudo isto nos leva ao serviço dos outros no nome de Cristo; por outras palavras, o compromisso social dos cristãos deriva necessariamente da manifestação do amor divino.
Contemplação de Deus revelado e caridade pelo próximo não se podem separar, mesmo se são vividos segundo carismas diversos. Num mundo que com frequência aprecia muitos dons do Cristianismo - como por exemplo a ideia de igualdade democrática, filha do monoteísmo evangélico - sem compreender a raíz dos próprios ideais, é particularmente importante mostrar que os frutos morrem se a raíz da árvore for cortada. De facto, não há justiça sem verdade, e a justiça não se desenvolve plenamente se o seu horizonte se limita ao mundo material. Para nós, cristãos, a solidariedade social tem sempre uma perspectiva de eternidade.
Queridos amigos teólogos, o nosso encontro de hoje manifesta de modo precioso e singular a unidade indispensável que deve reinar entre teólogos e Pastores. Não se pode ser teólogos em solidão: os teólogos precisam do ministério dos Pastores da Igreja, assim como o Magistério precisa de teólogos que realizam até ao fim o seu serviço, com toda a ascese que isto exige. Através da vossa Comissão, desejo agradecer portanto a todos os teólogos e encorajá-los a ter fé no grande valor do seu empenho. Ao apresentar-vos os meus votos pelo vosso trabalho, concedo-vos com afecto a minha Bênção.
(© L'Osservatore Romano - 11 de Dezembro de 2010)
Senhor Cardeal Venerados Irmãos no Episcopado Ilustres Professores e estimados colaboradores! É com alegria que vos recebo, no final dos trabalhos da vossa Sessão Plenária anual. Desejo antes de tudo expressar um sentido agradecimento pelas palavras de homenagem que, em nome de todos, Vossa Eminência, Senhor Cardeal, como Presidente da Comissão Teológica Internacional, me quis dirigir. Os trabalhos deste oitavo "quinquénio" da Comissão, como Vossa Eminência recordou, enfrentam os seguintes temas: a teologia e a sua metodologia; a questão do único Deus em relação com as três religiões monoteístas; a integração da Doutrina social da Igreja no contexto mais amplo da Doutrina cristã.
"De facto, o amor de Cristo possui-nos; e nós sabemos bem que um morreu por todos, portanto todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem já não vivam para si, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por eles" (2 Cor 5, 14-15). Como não sentir também nossa esta bonita reacção do apóstolo Paulo ao seu encontro com Cristo ressuscitado? Precisamente esta experiência está na base de três importantes temas que aprofundastes na vossa Sessão Plenária que acabastes de concluir.
Quem descobriu o amor de Deus, infundido pelo Espírito Santo nos nossos corações, deseja conhecer melhor Aquele pelo qual é amado e que ama. Conhecimento e amor apoiam-se reciprocamente. Como afirmaram os Padres da Igreja, todo aquele que ama Deus é estimulado a tornar-se teólogo, mesmo se nem sempre profissionalmente. Poder estudar de modo profissional o próprio Deus e poder falar - contemplari et contemplata docere (São Tomás de Aquino, Super Sent., lib. 3 d. 35 q. 1 a. 3 qc. 1 arg 3) - é um grande privilégio. A vossa reflexão sobre a visão cristã de Deus poderá ser uma contribuição preciosa quer para a vida dos fiéis quer para o nosso diálogo com os crentes de outras religiões e também com os não crentes. De facto a própria palavra "teo-logia" revela este aspecto comunicativo do vosso trabalho - na teologia procuramos, através do "logos", comunicar o que "vimos e ouvimos" (1 Jo 1, 3). Mas sabemos bem que a palavra "logos" possui um significado muito mais amplo, que inclui também o sentido de "ratio", "razão". E este facto conduz-nos a um segundo ponto bastante importante. Podemos pensar em Deus e comunicar o que pensamos porque Ele nos dotou de uma razão em harmonia com a sua natureza. Não é por acaso que o Evangelho de João começa com a afirmação "No princípio era o Logos... e o Logos era Deus" (Jo 1, 1). Acolher este Logos - este pensamento divino - é por fim também uma contribuição para a paz no mundo. De facto, conhecer Deus na sua verdadeira natureza é também o modo seguro para garantir a paz. Um Deus que não fosse percebido como fonte de perdão não poderia ser luz no caminho da paz.
Dado que o homem tende sempre a relacionar os seus conhecimentos uns com os outros, também o conhecimento de Deus se organiza de modo sistemático. Mas nenhum sistema teológico pode subsistir se não estiver permeado do amor do seu divino "Objecto", se não for sempre alimentado pelo diálogo - quer do acolhimento na mente quer no coração do teólogo - com o Logos divino, Criador e Redentor. Além disso nenhuma teologia é tal se não estiver integrada na vida e se não for reflexão da Igreja através do tempo e do espaço. Sim, é verdade que, para ser científica, a teologia deve argumentar de modo racional, mas também deve ser fiel à natureza da fé eclesial: centrada em Deus, radicada na oração, numa comunhão com os outros discípulos do Senhor garantida pela comunhão com o Sucessor de Pedro e com todo o Colégio episcopal.
Este acolhimento e transmissão do Logos tem também como consequência que a própria racionalidade da teologia ajuda a purificar a razão humana libertando-a de certos preconceitos e ideias que podem exercer uma forte influência no pensamento de todas as épocas. Por outro lado, é preciso relevar que a teologia vive sempre em continuidade e em diálogo com os crentes e com os teólogos que vieram antes de nós: dado que a comunhão eclesial é diacrónica, também a teologia o é. O teólogo nunca começa de zero, mas considera como mestres os Padres e os teólogos de toda a tradição cristã.
Radicada na Sagrada Escritura, lida com os Padres e com os Doutores, a teologia pode ser escola de santidade, como nos testemunhou o beato John Henry Newman. Fazer descobrir o valor permanente da riqueza transmitida do passado não é uma contribuição de pouco valor da teologia ao conjunto das ciências.
Cristo morreu por todos, mesmo se nem todos o sabem ou o aceitam. Tendo recebido o amor de Deus, como poderíamos não amar aqueles pelos quais Cristo deu a própria vida? "Ele deu a sua vida por nós; portanto nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos" (1 Jo 3, 16). Tudo isto nos leva ao serviço dos outros no nome de Cristo; por outras palavras, o compromisso social dos cristãos deriva necessariamente da manifestação do amor divino.
Contemplação de Deus revelado e caridade pelo próximo não se podem separar, mesmo se são vividos segundo carismas diversos. Num mundo que com frequência aprecia muitos dons do Cristianismo - como por exemplo a ideia de igualdade democrática, filha do monoteísmo evangélico - sem compreender a raíz dos próprios ideais, é particularmente importante mostrar que os frutos morrem se a raíz da árvore for cortada. De facto, não há justiça sem verdade, e a justiça não se desenvolve plenamente se o seu horizonte se limita ao mundo material. Para nós, cristãos, a solidariedade social tem sempre uma perspectiva de eternidade.
Queridos amigos teólogos, o nosso encontro de hoje manifesta de modo precioso e singular a unidade indispensável que deve reinar entre teólogos e Pastores. Não se pode ser teólogos em solidão: os teólogos precisam do ministério dos Pastores da Igreja, assim como o Magistério precisa de teólogos que realizam até ao fim o seu serviço, com toda a ascese que isto exige. Através da vossa Comissão, desejo agradecer portanto a todos os teólogos e encorajá-los a ter fé no grande valor do seu empenho. Ao apresentar-vos os meus votos pelo vosso trabalho, concedo-vos com afecto a minha Bênção.
(© L'Osservatore Romano - 11 de Dezembro de 2010)
A minha experiência no Hospital dos Lusíadas em Lisboa (dito privado)
Começo por vos dizer que este texto será enviado ao Hospital por e-mail e que além do blogue divulgá-lo-ei em ‘B.c.c.’ à minha lista de contactos. Perguntar-me-ão porque não usei o Livro de Reclamações, ao que apenas vos direi, que depois de mais de 12 horas nas Urgências, que deu direito a um intervalo de duas horas para jantar, já que não havia almoçado, não só não me sentia em condições de o fazer, além de a minha experiência de vida me dizer que em Portugal ‘a culpa morre sempre solteira’.
E porquê trazer para a esfera pública algo que se passou com o signatário? Para que aqueles, que como eu estava, que estejam convencidos que estas coisas só sucedem no Hospitais Públicos, saibam que afinal os ditos privados, pois o Hospital em questão pertence ao grupo CGD, praticamente não trazem grande melhoria em relação aos públicos dos quais infelizmente tenho uma vasta experiência. Atenção estou-me apenas a referir a Portugal, já que tenho experiências extraordinariamente positivas na CUN – Clínica Universitária de Navarra em Pamplona.
Resumindo, entrei às 10h56 e saí às 23h22 depois de me terem feito vários exames desnecessários, bastava que houvesse o conhecimento médico dos efeitos secundários provocados pela medicação que me mantém vivo há quase 11 anos, e teria saído com o mesmo antibiótico e bronco-dilatador certamente cerca das 13h00. Mas não, sujeitaram-me a novos exames e análises, por mera ignorância incluindo a colocação de uma máscara pois receava-se que pudesse padecer de Tuberculose (TB), chegaram-me a dizer que tinha um sério problema hepático e que o meu fígado praticamente já não depurava qualquer tipo de gordura, enfim...
Durante as longuíssimas horas de espera acompanhado pela minha mulher, pedi ao Senhor e a Nossa Senhora que permitissem controlar a natural ira e ofereci este contra-tempo pela saúde do Santo Padre.
Desculpem-me, mas é mais forte do que eu e não resisto a comentar uma frase em “inglês” e em letras garrafais que vem nos envelopes dos RX e das Ecos, “health of the new generation” o que pura e simplesmente, além de ser uma snobeira ridícula de uma unidade hospitalar em Portugal, não significa rigorosamente nada, salvo se estiverem a promover a área de Pediatria aonde se encontram os nossos concidadãos da mais recente geração. “Healthcare of the latest (or newest) generation (or technology)” seria a forma correcta de expressar aquilo que se presume tenha sido a intenção do seu autor, cujo inglês deve ter sido tirado, na felizmente já extinta Universidade Independente, via fax e que provavelmente será um bom amigo de um dos ex-Administradores da CGD que entretanto passou pelo BCP.
Ah! Mas a saga não se fica por aqui, pois quando finalmente me mandaram para casa e desejei pagar os 10% com me competiam em relação ao meu Seguro de Saúde, fui informado que pensaram que eu me tinha ido embora sem pagar e enviaram-me a conta para casa, ou seja, ainda fiz figura de caloteiro, facto que apenas deixo aqui expresso pelo caricato, pois perante Aquele a quem tenho de prestar as verdadeiras contas, sei que nada tenho a justificar.
Desculpem este desabafo, mas faço-o sobretudo por uma questão de cidadania e não para acusar ninguém individualmente além da instituição.
Bem-hajam!
João Paulo dos Prazeres Reis
E porquê trazer para a esfera pública algo que se passou com o signatário? Para que aqueles, que como eu estava, que estejam convencidos que estas coisas só sucedem no Hospitais Públicos, saibam que afinal os ditos privados, pois o Hospital em questão pertence ao grupo CGD, praticamente não trazem grande melhoria em relação aos públicos dos quais infelizmente tenho uma vasta experiência. Atenção estou-me apenas a referir a Portugal, já que tenho experiências extraordinariamente positivas na CUN – Clínica Universitária de Navarra em Pamplona.
Resumindo, entrei às 10h56 e saí às 23h22 depois de me terem feito vários exames desnecessários, bastava que houvesse o conhecimento médico dos efeitos secundários provocados pela medicação que me mantém vivo há quase 11 anos, e teria saído com o mesmo antibiótico e bronco-dilatador certamente cerca das 13h00. Mas não, sujeitaram-me a novos exames e análises, por mera ignorância incluindo a colocação de uma máscara pois receava-se que pudesse padecer de Tuberculose (TB), chegaram-me a dizer que tinha um sério problema hepático e que o meu fígado praticamente já não depurava qualquer tipo de gordura, enfim...
Durante as longuíssimas horas de espera acompanhado pela minha mulher, pedi ao Senhor e a Nossa Senhora que permitissem controlar a natural ira e ofereci este contra-tempo pela saúde do Santo Padre.
Desculpem-me, mas é mais forte do que eu e não resisto a comentar uma frase em “inglês” e em letras garrafais que vem nos envelopes dos RX e das Ecos, “health of the new generation” o que pura e simplesmente, além de ser uma snobeira ridícula de uma unidade hospitalar em Portugal, não significa rigorosamente nada, salvo se estiverem a promover a área de Pediatria aonde se encontram os nossos concidadãos da mais recente geração. “Healthcare of the latest (or newest) generation (or technology)” seria a forma correcta de expressar aquilo que se presume tenha sido a intenção do seu autor, cujo inglês deve ter sido tirado, na felizmente já extinta Universidade Independente, via fax e que provavelmente será um bom amigo de um dos ex-Administradores da CGD que entretanto passou pelo BCP.
Ah! Mas a saga não se fica por aqui, pois quando finalmente me mandaram para casa e desejei pagar os 10% com me competiam em relação ao meu Seguro de Saúde, fui informado que pensaram que eu me tinha ido embora sem pagar e enviaram-me a conta para casa, ou seja, ainda fiz figura de caloteiro, facto que apenas deixo aqui expresso pelo caricato, pois perante Aquele a quem tenho de prestar as verdadeiras contas, sei que nada tenho a justificar.
Desculpem este desabafo, mas faço-o sobretudo por uma questão de cidadania e não para acusar ninguém individualmente além da instituição.
Bem-hajam!
João Paulo dos Prazeres Reis
Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:
Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero e mártir
Sermão sobre a santa Teofania; PG 10, 852 (a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p.136 rev.)
«Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que ele.»
Veneremos a compaixão de um Deus que veio salvar e não julgar o mundo. João, o percursor do Mestre, que até então desconhecia este mistério, logo que percebeu que Jesus era verdadeiramente o Senhor, clamou àqueles que tinham vindo pedir o baptismo: «Raça de víboras» (Mt 3, 6), porque me olhais com tanta insistência? Eu não sou o Cristo. Sou um servo e não o Mestre. Sou um simples súbdito, não sou o rei. Sou uma ovelha, não o pastor. Sou um homem, não um Deus. Curei a esterilidade da minha mãe vindo ao mundo, mas não tornei fecunda a sua virgindade; fui tirado de baixo, não desci das alturas. Emudeci a língua do meu pai (Lc 1, 20), não manifestei a graça divina. [...] Sou miserável e pequeno, mas depois de mim virá Aquele que é antes de mim (Jo 1, 30). Ele vem depois, no tempo; mas anteriormente estava na luz inacessível e inefável da divindade. «Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu e não sou digno de Lhe descalçar as sandálias. Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo» (Mt 3, 11). Eu estou subordinado; Ele é livre. Eu estou sujeito ao pecado, Ele destrói o pecado. Eu ensino a Lei, Ele traz-nos a luz da graça. Eu prego como escravo, Ele legisla como mestre. Eu tenho por leito o chão, Ele os Céus. Eu dou-vos o baptismo do arrependimento, Ele dá a graça da adopção. «Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo». Porque me venerais? Eu não sou o Cristo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sermão sobre a santa Teofania; PG 10, 852 (a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p.136 rev.)
«Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que ele.»
Veneremos a compaixão de um Deus que veio salvar e não julgar o mundo. João, o percursor do Mestre, que até então desconhecia este mistério, logo que percebeu que Jesus era verdadeiramente o Senhor, clamou àqueles que tinham vindo pedir o baptismo: «Raça de víboras» (Mt 3, 6), porque me olhais com tanta insistência? Eu não sou o Cristo. Sou um servo e não o Mestre. Sou um simples súbdito, não sou o rei. Sou uma ovelha, não o pastor. Sou um homem, não um Deus. Curei a esterilidade da minha mãe vindo ao mundo, mas não tornei fecunda a sua virgindade; fui tirado de baixo, não desci das alturas. Emudeci a língua do meu pai (Lc 1, 20), não manifestei a graça divina. [...] Sou miserável e pequeno, mas depois de mim virá Aquele que é antes de mim (Jo 1, 30). Ele vem depois, no tempo; mas anteriormente estava na luz inacessível e inefável da divindade. «Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu e não sou digno de Lhe descalçar as sandálias. Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo» (Mt 3, 11). Eu estou subordinado; Ele é livre. Eu estou sujeito ao pecado, Ele destrói o pecado. Eu ensino a Lei, Ele traz-nos a luz da graça. Eu prego como escravo, Ele legisla como mestre. Eu tenho por leito o chão, Ele os Céus. Eu dou-vos o baptismo do arrependimento, Ele dá a graça da adopção. «Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo». Porque me venerais? Eu não sou o Cristo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho de Domingo dia 12 de Dezembro de 2010
São Mateus 11,2-11
2 E como João, estando no cárcere, tivesse ouvido falar das obras de Cristo, enviou dois dos seus discípulos,3 a perguntar-Lhe: «És Tu Aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?».4 Jesus respondeu-lhes: «Ide e contai a João o que ouvistes e vistes:5 “Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, os pobres são evangelizados”;6 e bem-aventurado aquele que não encontrar em Mim motivo de escândalo».7 Tendo eles partido, começou Jesus a falar de João às turbas: «Que fostes vós ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?8 Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas delicadas? Mas os que vestem roupas delicadas vivem nos palácios dos reis.9 Mas que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo Eu, e ainda mais do que profeta.10 Porque este é aquele de quem está escrito: “Eis que Eu envio o Meu mensageiro à Tua frente, que preparará o caminho diante de Ti”.11 «Na verdade vos digo que entre os nascidos de mulher não veio ao mundo outro maior que João Baptista; mas o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.
2 E como João, estando no cárcere, tivesse ouvido falar das obras de Cristo, enviou dois dos seus discípulos,3 a perguntar-Lhe: «És Tu Aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?».4 Jesus respondeu-lhes: «Ide e contai a João o que ouvistes e vistes:5 “Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, os pobres são evangelizados”;6 e bem-aventurado aquele que não encontrar em Mim motivo de escândalo».7 Tendo eles partido, começou Jesus a falar de João às turbas: «Que fostes vós ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?8 Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas delicadas? Mas os que vestem roupas delicadas vivem nos palácios dos reis.9 Mas que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo Eu, e ainda mais do que profeta.10 Porque este é aquele de quem está escrito: “Eis que Eu envio o Meu mensageiro à Tua frente, que preparará o caminho diante de Ti”.11 «Na verdade vos digo que entre os nascidos de mulher não veio ao mundo outro maior que João Baptista; mas o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1972
Diz aos que tem a seu lado: “por temporadas, a minha oração e a minha mortificação é viver continuamente n’Ele: abandono-me em Ti! (…) Ponho-me nos braços de meu Pai Deus, recorro a minha Mãe Santa Maria, e confio plenamente, apesar das asperezas do caminho”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
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Bom Dia!
Da Melhoria Pessoal e da Vida Interior
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Pretensão…
O vaidoso é egocêntrico, o arrogante também o é, mas sobretudo é opressor, pois pela sua atitude visa condicionar terceiros. O Senhor nos livre de o ser e nos faça sempre humildes.
(JPR)
«A arrogância de querer fazer de Deus um objecto e de Lhe aplicar as nossas condições laboratoriais, não é capaz de O encontrar. Por si mesmo, isso pressupõe que nós negamos Deus enquanto Deus, na medida em que nos colocamos acima d’Ele. Também porque, assim, perdemos a dimensão total do amor e da escuta interior, ao ponto de não reconhecermos como verdadeiro nada que não seja experimentável e que possamos manipular».
(A Caminho de Jesus Cristo – Joseph Ratzinger)
(JPR)
«A arrogância de querer fazer de Deus um objecto e de Lhe aplicar as nossas condições laboratoriais, não é capaz de O encontrar. Por si mesmo, isso pressupõe que nós negamos Deus enquanto Deus, na medida em que nos colocamos acima d’Ele. Também porque, assim, perdemos a dimensão total do amor e da escuta interior, ao ponto de não reconhecermos como verdadeiro nada que não seja experimentável e que possamos manipular».
(A Caminho de Jesus Cristo – Joseph Ratzinger)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Oeuvres, ed. Assemani, t. 1, p. 486 (a partir da trad. Thèmes et figures, DDB 1984, coll. Pères dans la foi 28-29, p. 285)
Elias no Monte Horeb
«Eis que o Senhor vai passar. Nesse momento, passou diante dele um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não estava naquele vento» (1Rs 19, 11). Em seguida, após o furacão, ocorreram tremores de terra e relâmpagos; Elias percebeu que Deus também não estava ali. O objectivo destes fenómenos era o de conter o zelo, aliás louvável, do profeta nos limites da sua responsabilidade e ensinar-lhe, a exemplo dos sinais da autoridade divina, que a severidade devia ser temperada com misericórdia. De acordo com o sentido oculto, os turbilhões de vento que precederam a vinda de Deus, os tremores de terra, os incêndios ateados pelos ventos, eram sinais precursores do juízo universal. [...]
«Após o fogo, ouviu-se um murmúrio». Através deste símbolo, Deus refreia o zelo imoderado de Elias. Com isto quer dizer-lhe: «Vês que os ventos impetuosos não Me agradam, nem os terríveis tremores de terra, e que também não gosto dos relâmpagos e dos raios: porque não imitas a doçura do teu Deus? Porque não abrandas um pouco esse zelo que te consome, a fim de te tornares protector dos homens do teu povo, em vez de seres seu acusador?» O doce murmúrio representa a alegria da vida bem aventurada que será dada aos justos quando, no fim dos tempos, tiver lugar o temível juízo final. [...]
«Após ter escutado este murmúrio, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou de pé à entrada da gruta e eis que uma voz lhe falou: 'Elias, que fazes aqui?' Ele respondeu: 'Sinto um zelo ardente pelo meu Senhor, o Deus dos exércitos, pois os filhos de Israel abandonaram a Tua aliança'». O profeta manteve-se à entrada da gruta, sem ousar aproximar-se de Deus que chegava, e cobriu o rosto, pensando que não era digno de ver Deus. [...] No entanto, tinha perante os seus olhos um sinal da clemência divina e, facto que devia tê-lo tocado ainda mais, passava pessoalmente pela experiência da bondade maravilhosa de Deus nas palavras que Ele lhe dirigia. Quem não ficaria seduzido pela benevolência de uma tão grande majestade, por uma pergunta tão doce: «Elias, que fazes aqui?»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Oeuvres, ed. Assemani, t. 1, p. 486 (a partir da trad. Thèmes et figures, DDB 1984, coll. Pères dans la foi 28-29, p. 285)
Elias no Monte Horeb
«Eis que o Senhor vai passar. Nesse momento, passou diante dele um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não estava naquele vento» (1Rs 19, 11). Em seguida, após o furacão, ocorreram tremores de terra e relâmpagos; Elias percebeu que Deus também não estava ali. O objectivo destes fenómenos era o de conter o zelo, aliás louvável, do profeta nos limites da sua responsabilidade e ensinar-lhe, a exemplo dos sinais da autoridade divina, que a severidade devia ser temperada com misericórdia. De acordo com o sentido oculto, os turbilhões de vento que precederam a vinda de Deus, os tremores de terra, os incêndios ateados pelos ventos, eram sinais precursores do juízo universal. [...]
«Após o fogo, ouviu-se um murmúrio». Através deste símbolo, Deus refreia o zelo imoderado de Elias. Com isto quer dizer-lhe: «Vês que os ventos impetuosos não Me agradam, nem os terríveis tremores de terra, e que também não gosto dos relâmpagos e dos raios: porque não imitas a doçura do teu Deus? Porque não abrandas um pouco esse zelo que te consome, a fim de te tornares protector dos homens do teu povo, em vez de seres seu acusador?» O doce murmúrio representa a alegria da vida bem aventurada que será dada aos justos quando, no fim dos tempos, tiver lugar o temível juízo final. [...]
«Após ter escutado este murmúrio, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou de pé à entrada da gruta e eis que uma voz lhe falou: 'Elias, que fazes aqui?' Ele respondeu: 'Sinto um zelo ardente pelo meu Senhor, o Deus dos exércitos, pois os filhos de Israel abandonaram a Tua aliança'». O profeta manteve-se à entrada da gruta, sem ousar aproximar-se de Deus que chegava, e cobriu o rosto, pensando que não era digno de ver Deus. [...] No entanto, tinha perante os seus olhos um sinal da clemência divina e, facto que devia tê-lo tocado ainda mais, passava pessoalmente pela experiência da bondade maravilhosa de Deus nas palavras que Ele lhe dirigia. Quem não ficaria seduzido pela benevolência de uma tão grande majestade, por uma pergunta tão doce: «Elias, que fazes aqui?»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 11 de Dezembro de 2010
São Mateus 17,10-13
10 Os discípulos perguntaram-Lhe: «Porque dizem, pois, os escribas que Elias deve vir primeiro?».11 Ele respondeu-lhes: «Elias certamente há-de vir e restabelecerá todas as coisas.12 Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram, antes fizeram dele o que quiseram. Assim também o Filho do Homem há-de padecer às suas mãos».13 Então os discípulos compreenderam que falava de João Baptista.
10 Os discípulos perguntaram-Lhe: «Porque dizem, pois, os escribas que Elias deve vir primeiro?».11 Ele respondeu-lhes: «Elias certamente há-de vir e restabelecerá todas as coisas.12 Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram, antes fizeram dele o que quiseram. Assim também o Filho do Homem há-de padecer às suas mãos».13 Então os discípulos compreenderam que falava de João Baptista.
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