A canonização do Beato Nuno de Santa Maria, D. Nuno Álvares Pereira, conhecerá no próximo Sábado, 21 de Fevereiro, um passo decisivo, com a realização de um Consistório público ordinário para a votação de dez causas de canonização, na presença do Papa, entre as quais se inclui esta.
O anúncio é feito em comunicado por D. Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, publicado na sala de imprensa da Santa Sé.
Este é um acto formal em que Bento XVI pede o parecer de um conjunto de Cardeais sobre as causas, sendo que os mesmos já responderam antes do Consistório se concordam ou não com a canonização.
O Beato Nuno de Santa Maria (1360-1431) foi beatificado em 1918 por Bento XV e nos últimos anos, a Ordem do Carmo (onde ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização. A sua memória litúrgica celebra-se, actualmente, no dia 6 de Novembro.
O processo de canonização foi reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com a sessão solene presidida por D. José Policarpo.
A cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe.
A cura de Guilhermina de Jesus, depois de ter pedido a intervenção do Santo Condestável, foi observada por diversos médicos em Portugal e foi analisada por uma equipa de cinco médicos e teólogos em Roma, que a consideraram miraculosa.
A história deste processo já poderia ter conhecido o seu epílogo quando, em 1947, o papa Pio XII se manifestou interessado em canonizar o Beato português por decreto. O estado de uma Europa destruída pela II Guerra Mundial fez, porém, com que a Igreja portuguesa recusasse este motivo de festa.
Trabalhos levados a cabo pelos Cardeais Patriarcas de Lisboa D. José III (1883-1907) e D. António I (1907-1929), secundados pela Ordem do Carmo, culminaram com o Decreto da Congregação dos Ritos “Clementissimus Deus” de 15 de Janeiro de 1918, ratificado e aprovado pelo Papa Bento XV em 23 do mesmo mês e ano. Esses trabalhos, retomados pelo Episcopado Português, culminaram com a já referida permissão de Pio XII para que o processo da canonização prosseguisse.
Perfil
Nasceu em 1360, tendo falecido em 1431. Filho de D. Álvaro Gonçalves Pereira, entrou aos 13 anos na corte de D. Fernando (rei de 1367 a 1383) como pajem da rainha D. Leonor de Teles. Destacando-se logo em jovem num ataque dos castelhanos a Lisboa, for armado cavaleiro. Aspirava à vida virginal, mas as necessidades do mundo impuseram-lhe que se casasse a 15 de Agosto de 1376 com uma viúva, D. Leonor de Alvim, de quem teve a sua filha D. Beatriz. A morte do rei criou a perigosa crise dinástica, com a possibilidade da coroação de D. João de Castela (rei de 1379 a 1390) como rei de Portugal. Um partido nacionalista reuniu-se à volta do mestre da Ordem de Avis, D. João, irmão do rei D. Fernando, que o povo de Lisboa elevou a regedor e defensor do reino. D. Nuno é chamado pelo Mestre para o Conselho de Governo.
Em breve lhe foi entregue o perigoso cargo de fronteiro de entre Tejo e Guadiana, por onde passariam as operações militares decisivas. Usando tácticas inspiradas nas britânicas da Guerra dos Cem Anos, o fronteiro venceu os Castelhanos a 6 de Abril de 1384, em Atoleiros. Na batalha, Nuno Álvares Pereira conseguiu, com um bando de camponeses, derrotar um forte corpo de cavalaria castelhana. Esse facto influiu no desfecho da guerra, porque mostrou a possibilidade de uma resistência apoiada nas forças populares. A partir da vitória dos Atoleiros, Nuno Álvares, que tinha sido recebido com grande desconfiança pelos Alentejanos, transformou-se num herói popular e conseguiu mobilizar toda a força da revolta camponesa para a defesa da causa do Mestre de Avis. Precisamente um ano depois, este foi aclamado rei D. João I (rei de 1385 a 1433) em Coimbra e no dia seguinte D. Nuno foi nomeado o Condestável do Reino. Conquistou o Minho para a causa e, depois da vitória de Trancoso em Maio ou Junho, cortou a arrojada avançada castelhana com a memorável Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385. As forças portuguesas, dispostas em quadrado, aguentaram com firmeza o assalto da cavalaria feudal e infligiram-lhe uma derrota que teve consequências políticas definitivas. A realeza do Mestre e a independência portuguesa foram a partir de então factos irreversíveis. A guerra arrastou-se por alguns anos, limitada a campanhas fronteiriças de pequena envergadura; o mais conhecido episódio é o do combate de Valverde, vencido por Nuno Álvares na região de Mérida. A paz veio a ser assinada em 1411.
A seguir à crise de 1383-85, o Condestável ficara dono de quase meio país. Quando se estabeleceu a paz, quis entregar uma parte do que recebera aos que mais o tinham ajudado, fazendo-os seus vassalos. O rei não o permitiu e fez recolher ao património da coroa as terras doadas. Depois negociou o casamento de um seu filho bastardo com a filha única de Nuno Álvares; a imensa fortuna do herói voltou assim ao controlo da coroa e foi origem da Casa de Bragança.
Assegurado o reino, Nuno Álvares começou a dedicar-se a outras obras. Mandou construir a Capela de São Jorge de Aljubarrota em Outubro de 1388 e o Convento do Carmo em Lisboa, terminado em Julho de 1389 e onde entraram em 1397 os Frades Carmelitas. Dedicou em Vila Viçosa uma capela à Virgem para a qual mandou vir de Inglaterra uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que 250 anos depois seria proclamada Rainha de Portugal. A morte da filha, D. Beatriz, em 1414, cortou o último laço com o mundo, e abriu o desejo da clausura. Ainda participou na expedição a Ceuta de 1415, primeiro passo da gesta ultramarina portuguesa, onde o seu valor ficou de novo marcado. Mas em breve olharia para outras fronteiras. Em 1422, distribuiu os títulos e propriedades pelos netos, e a 15 de Agosto de 1423, festa da Assunção, aniversário do seu casamento e dia seguinte ao da Batalha de Aljubarrota, professou no Convento do Carmo. Frei Nuno de Santa Maria foi um humilde frade, que viveu em oração, penitência e caridade, pedindo esmola pelas casas durante mais de sete anos. Morreu na sua pobre cela, rodeado do rei e dos príncipes.
Foi beatificado pelo Papa Bento XV a 23 de Janeiro de 1918. Padroeiro secundário do Patriarcado de Lisboa, a sua Memória (Festa na Ordem Carmelita, na Ordem dos Carmelitas Descalços e na Sociedade Missionária da Boa Nova) é liturgicamente assinalada a 6 de Novembro. A 3 de Julho de 2008, Bento XVI autorizou a promulgação de dois decretos que reconhecem um milagre do Beato, abrindo as portas á sua canonização.
João César das Neves, in “Os Santos de Portugal”, Lucerna; José Hermano Saraiva, in “História Concisa de Portugal”, Europa-América.
Nacional Agência Ecclesia 16/02/2009 10:40 6934 Caracteres 171 Carmelitas
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Dever de apostolado
«Ensinar alguém, para o trazer à fé, [...] é dever de todo o pregador e, mesmo, de todo o crente»
(Summa theologiae, 3 q. 71, a. 4, ad 3 - São Tomás de Aquino)
(Summa theologiae, 3 q. 71, a. 4, ad 3 - São Tomás de Aquino)
Definir bem os critérios de acção em tempo de crise em conformidade com a Doutrina Social da Igreja
D. António Vitalino pede que em vez de “projectos megalómanos, que podem dar trabalho a algumas pessoas e enriquecer alguns grupos, há que viabilizar as pequenas empresas, que são a força do tecido social e contribuem para um desenvolvimento coeso e sustentável”. O Bispo de Beja, numa nota enviada à Agência ECCLESIA, pede que “empresas e governos encontrem soluções dignas para a pessoa”, evitando causar a “dependência da solidariedade social a pessoa em idade de construírem a sua personalidade”, indicando “as camadas jovens”.
O bispo de Beja lamenta que a organização socio-laboral e política tenha apenas em conta o desenvolvimento económico, a riqueza material e esqueça a dignidade das pessoas. “Não é de admitir que em nome do progresso tecnológico e da rentabilidade económica se faça uma racionalização das empresas que lance no desemprego os trabalhadores, sobretudo quando não se encontram alternativas de trabalho digno”.
Em tempos de crise, sublinha o Bispo, é preciso “não perder de vista a hierarquia de valores, de modo a não se deixar absorver pelo imediato e esquecer ou negligenciar o que é mais importante”, pois “a pessoa humana e a sua dignidade está acima das realidades económicas e financeiras”.
D. António Vitalino frisa não ser “racional nem justo” colocar a solidez financeira ou económica “acima do bem das pessoas e muito menos quando essa solidez apenas diz respeito a alguma elite social”.
O Bispo de Beja indica que num contexto actual de crise, “em que muitos sentem na pele a instabilidade financeira e económica”, a relação da pessoa com o seu trabalho “não se baseia na forma de subsistência “mas também como realização da própria pessoa.
Pelo trabalho a pessoa “constrói a sua identidade, afirma a sua responsabilidade, contribui para o progresso e desenvolvimento do mundo, para o bem comum da sociedade e para o bem-estar próprio e daqueles que lhe estão ligados por laços de sangue ou de amizade”.
D. António Vitalino pede uma leitura atenta dos textos da Doutrina Social da igreja a respeito do trabalho “para definirmos bem os critérios de acção em tempo de crise”.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
O bispo de Beja lamenta que a organização socio-laboral e política tenha apenas em conta o desenvolvimento económico, a riqueza material e esqueça a dignidade das pessoas. “Não é de admitir que em nome do progresso tecnológico e da rentabilidade económica se faça uma racionalização das empresas que lance no desemprego os trabalhadores, sobretudo quando não se encontram alternativas de trabalho digno”.
Em tempos de crise, sublinha o Bispo, é preciso “não perder de vista a hierarquia de valores, de modo a não se deixar absorver pelo imediato e esquecer ou negligenciar o que é mais importante”, pois “a pessoa humana e a sua dignidade está acima das realidades económicas e financeiras”.
D. António Vitalino frisa não ser “racional nem justo” colocar a solidez financeira ou económica “acima do bem das pessoas e muito menos quando essa solidez apenas diz respeito a alguma elite social”.
O Bispo de Beja indica que num contexto actual de crise, “em que muitos sentem na pele a instabilidade financeira e económica”, a relação da pessoa com o seu trabalho “não se baseia na forma de subsistência “mas também como realização da própria pessoa.
Pelo trabalho a pessoa “constrói a sua identidade, afirma a sua responsabilidade, contribui para o progresso e desenvolvimento do mundo, para o bem comum da sociedade e para o bem-estar próprio e daqueles que lhe estão ligados por laços de sangue ou de amizade”.
D. António Vitalino pede uma leitura atenta dos textos da Doutrina Social da igreja a respeito do trabalho “para definirmos bem os critérios de acção em tempo de crise”.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
O Evangelho do dia 16 de Fevereiro de 2009
São Marcos 8, 11-13
Naquele tempo, apareceram alguns fariseus e começaram a discutir com Jesus. Para O porem à prova, pediam-Lhe um sinal do céu.
Jesus suspirou do fundo da alma e respondeu-lhes: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: não se dará nenhum sinal a esta geração».
Depois deixou-os, voltou a subir para o barco e foi para a outra margem do lago.
Naquele tempo, apareceram alguns fariseus e começaram a discutir com Jesus. Para O porem à prova, pediam-Lhe um sinal do céu.
Jesus suspirou do fundo da alma e respondeu-lhes: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: não se dará nenhum sinal a esta geração».
Depois deixou-os, voltou a subir para o barco e foi para a outra margem do lago.
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