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sexta-feira, 13 de março de 2015
Aconteceu um milagre ao Papa Francisco? (Agradecimento 'É o Cartaz!')
O enigma é este: como explicar o forte contraste entre o cardeal Jorge Mario Bergoglio da Argentina e o Papa Francisco
de hoje?
Obviamente, o contraste não é absoluto.
Nos seus 15 anos de arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio esteve comprometido com os pobres, tentou reacender o fogo missionário da Igreja, viveu uma vida de simplicidade evangélica.
Tudo isso ele trouxe para o papado.
No entanto, há claramente uma diferença de
estilo e personalidade, porque o Bergoglio da Argentina jamais faria pensar nele como uma estrela de popularidade.
Enquanto cardeal raramente apareceu em público e quase nunca deu entrevistas formais.
Quando teve de aparecer no espaço público, os amigos acharam-no "tímido" e os críticos "chato".
Ninguém disse que ele tinha deslumbrado o mundo com o seu sorriso. De facto, é difícil encontrar uma foto com um Bergoglio radiante, antes da sua eleição, há dois anos.
Ele nunca foi a "máquina" de produzir "sound bites" que hoje o mundo vê. Ele era muito controlado, mais cauteloso, preferindo sempre actuar nos bastidores, e não à vista de todos.
Quando em abril de 2013 perguntei à irmã o que ela pensava desta mudança, Maria Elena Bergoglio, disse-me em tom de brincadeira:
"Eu não reconheço esse tipo!"
A questão, portanto, é: o que é que
aconteceu?
Por natureza, não sou dado a tentar explicações sobrenaturais das coisas, sou muitas vezes céptico quando tais teses pairam por aí.
No entanto, seguindo Sherlock Holmes, que dizia que depois de termos eliminado o impossível, aquilo que resta, por mais improvável, deve ser a verdade, acho que estamos perante um caso em que é necessária uma explicação mística.
Vamos pôr a questão doutra maneira, o próprio Papa Francisco parece
convencido de que há um fundo místico para o tipo de papa em que ele se tornou.
Eis um relato vindo de dentro que publico no meu livro e que toca no ponto:
"Durante o Natal de 2013, um veterano cardeal latino-americano que conhece Bergoglio há décadas marcou audiência para ver o seu velho amigo em Santa Marta, o alojamento do Vaticano, onde o papa escolheu viver.
(Ocupa o quarto 201, um quarto ligeiramente maior do que aquele em que ficou durante o conclave que o elegeu, e que tem espaço suficiente para o pontífice para receber convidados confortavelmente).
O cardeal, que não quis ser identificado, disse que ele olhou para o Papa Francisco e, referindo-se à exuberância e espontaneidade que agora são marcas da sua imagem pública, disse-lhe à queima-roupa:
"Tu não és o mesmo homem que eu conheci
em Buenos Aires.
O que é que te aconteceu?
De acordo com o cardeal, esta foi a resposta
de Francisco:
'Na noite da minha eleição, eu tive uma experiência da proximidade de Deus que me deu uma grande sensação de liberdade interior e paz e essa sensação nunca mais me abandonou.'
Por outras palavras, Francisco acredita que experimentou um milagre.
A Igreja alemã assume-se como de César
Nem comentamos
se se assume como de Deus, pois em face das recentes posições e declarações do
Presidente da Conferência Episcopal dos Bispos Alemães, temos algumas dúvidas.
A hierarquia
da Igreja ao admitir como possível a anulação de casamentos com o argumento da
falta de fé a ser discutida no Sínodo de outubro abriu a Caixa de Pandora e
permitirá que usando o mesmo argumento, batizados em criança venham a invoca-lo
para pedir a nulidade do batismo. Diga-se em abono da verdade, que duas semanas
antes de resignar Bento XVI ainda que com muita cautela já o havia admitido (vide AQUI)
Ora sucede que
na Alemanha tal não convém à Igreja que tudo faz para colectar a tristemente
famosa taxa aos batizados Kirchensteuer,
que no caso dos estrangeiros residentes no país chega ao extremo de as dioceses
alemãs pedirem às do país de origem a confirmação se um determinado cidadão é
batizado não reconhecendo a sua declaração como não crente ou manifestar o desejo de sair da Igreja Kirchenaustritt (saída da Igreja) levando o fisco alemão a cobrar a
taxa. (vide ‘Le Figaro’ AQUI)
Poder-se-á dizer que o
sistema está implementado há décadas pelo estado alemão como forma de
financiamento às instituições religiosas, mas tal não significa que o sistema
não esteja errado e ver uma parte da minha Igreja aferrada a tal sistema
provoca-me um enorme desconforto e desconfiança, mas quem sou eu para julgar?
Não é bem assim, se amamos a Jesus Cristo e o queremos seguir em tudo não
podemos nem devemos pecar por omissão e silêncio.
Aliás, está-se a pecar
por simonia, Simão Mago, “Pedro porém disse-lhe: «O teu dinheiro pereça
contigo, visto que julgaste que o dom de Deus se pode adquirir com dinheiro»” (Act 8, 20).
JPR
O amor de Deus e dos homens
São (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
Ep 3, 1246,1010
Ep 3, 1246,1010
Sou consumido por uma dupla chama: o amor de Deus e o amor dos homens. É como se tivesse dentro de mim um vulcão sempre em erupção, que Jesus pôs no meu coração, embora ele seja muito pequenino. [...]
Meu Deus, continua sempre e cada vez mais presente no meu pobre coração e termina em mim a obra que começaste. Ouço no mais íntimo de mim essa voz que me repete: «Santifica-te e santifica os outros!»
Efectivamente é o que desejo, querido filho a quem escrevo tudo isto, mas não sei por onde começar. Ajuda-me. Sei que Jesus te ama muito e que o mereces. Fala-Lhe, pois, por mim: peço-Lhe a graça de ser um filho menos indigno de São Francisco, que possa servir de exemplo aos meus irmãos de modo que mantenham o seu fervor e que ele aumente em mim, até fazer de mim um capuchinho perfeito.
Meu Deus, continua sempre e cada vez mais presente no meu pobre coração e termina em mim a obra que começaste. Ouço no mais íntimo de mim essa voz que me repete: «Santifica-te e santifica os outros!»
Efectivamente é o que desejo, querido filho a quem escrevo tudo isto, mas não sei por onde começar. Ajuda-me. Sei que Jesus te ama muito e que o mereces. Fala-Lhe, pois, por mim: peço-Lhe a graça de ser um filho menos indigno de São Francisco, que possa servir de exemplo aos meus irmãos de modo que mantenham o seu fervor e que ele aumente em mim, até fazer de mim um capuchinho perfeito.
O Evangelho do dia 13 de março de 2015
Vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?». Jesus respondeu-lhe: «O primeiro de todos os mandamentos é este: “Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças”. O segundo é este: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Não há outro mandamento maior do que estes». Então o escriba disse-Lhe: «Mestre, disseste bem e com verdade que Deus é um só, e que não há outro fora d'Ele; e que amá-l'O com todo o coração, com todo o entendimento, com toda a alma, e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios». Vendo Jesus que tinha respondido sabiamente, disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». Desde então ninguém mais ousava interrogá-l'O.
Mc 12, 28b-34
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