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sábado, 29 de março de 2014
529
No passado dia 24 de Março, um tribunal egípcio condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana, dando por provado o seu envolvimento em manifestações, no Verão passado, de que resultou a morte de um polícia. A sentença à pena capital foi declarada na terceira audiência e sem que os advogados dos réus tivessem sido, sequer, ouvidos.
Portugal foi, praticamente, o primeiro país da Europa a abolir a pena de morte. O inédito acontecimento provocou uma entusiasta reacção de Vítor Hugo: “ Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! (…) A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos ”.
Ninguém ignora as atrocidades cometidas pelos apoiantes da Irmandade Muçulmana, nomeadamente contra os cristãos, depois da queda do regime de Hosni Mubarak. Mas à violência, em tempos de paz, responde-se com a justiça. Há que reconhecer aos agressores os direitos que eles não reconheceram às suas vítimas, sob pena de as autoridades judiciais mais não serem do que terroristas estatais. À razão da força opõe-se, num Estado de Direito, a força da razão.
Winston Churchill disse: “ Na guerra determinação; na derrota, resistência; na vitória, magnanimidade; na paz, boa vontade ”. E os italianos têm um termo, “ stravincere”, para exprimir o excesso na vitória, que a transforma em vil vingança.
Em nome da liberdade política e religiosa, o mundo saudou a queda do totalitarismo islâmico implantado pelo deposto presidente Morsi. Mas, … assim não! Que o diga Portugal, em nome da sua tradição humanista e cristã, honrando a glória de ter sido um dos primeiros países do mundo a abolir a pena de morte.
Gonçalo Portocarrero de Alma in 'i' online AQUI
«Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam»
Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Comentário do Diatesseron, 16, 28-31 (a partir da trad. SC 121, pp. 299ss.)
«Fez lama com a saliva e ungiu-lhe os olhos». E a luz jorrou da terra, como no começo, quando [...] as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus Se movia sobre a superfície das águas. Deus disse: «Faça-se a luz» e a luz foi feita (Gn 1, 2-3). Assim, curou um defeito que existia desde a nascença, para mostrar que Ele, cuja mão terminava aquilo que faltava à natureza, era Aquele que, com a Sua mão, tinha dado origem à Criação, no princípio. E como se recusavam a crer que Ele era antes de Abraão (Jo 8, 57), provou com esta acção que era o Filho d'Aquele que, com a Sua mão, «formou o homem do pó da terra» (Gn 2, 7).
Ele fez isso para aqueles que procuravam os milagres a fim de acreditarem: «Os judeus pedem sinais» (1Cor 1, 22). Não foi a piscina de Siloé que abriu os olhos ao cego, tal como não foram as águas do Jordão que purificaram Naamã (2Rs 5, 14): foi a ordem do Senhor que realizou tudo. Mais do que isso, não é a água do nosso baptismo, mas os nomes da Trindade que se pronunciam sobre ela que nos purificam. Ele ungiu-lhe os olhos com lama, para que os fariseus pudessem limpar a cegueira do seu coração. [...] Aqueles que viam a luz física foram conduzidos por um cego que via a luz do espírito; e, na sua noite, o cego era conduzido por aqueles que viam exteriormente, mas que eram espiritualmente cegos.
O cego lavou a lama dos seus olhos e viu-se a si próprio; os outros lavaram a cegueira do coração, e examinaram-se a si mesmos. Assim, ao abrir exteriormente os olhos dum cego, Nosso Senhor abria secretamente os olhos de muitos outros cegos. [...] Nestas poucas palavras do Senhor estavam escondidos tesouros admiráveis e, nesta cura, estava esboçado um símbolo: Jesus, o Filho do Criador.
O Evangelho de Domingo dia 30 de março de 2014
Passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Os Seus discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem pecou, este ou os seus pais, para que nascesse cego?». Jesus respondeu: «Nem ele nem seus pais pecaram; mas foi para se manifestarem nele as obras de Deus. Importa que Eu faça as obras d'Aquele que Me enviou enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo». Dito isto, cuspiu no chão, fez lodo com a saliva, e ungiu com o lodo os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé!», que quer dizer “Enviado”. Foi, lavou-se e voltou com vista. Então os seus vizinhos e os que o tinham visto antes a mendigar diziam: «Não é este aquele que estava sentado e pedia esmola?». Uns diziam: «É este!». Outros, porém: «Não é, mas é outro, que se parece com ele!». Porém ele dizia: «Sou eu mesmo!». Perguntaram-lhe: «Como se abriram os teus olhos?». Ele respondeu: «Aquele homem, que se chama Jesus, fez lodo, ungiu os meus olhos e disse-me: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo». Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?». Respondeu: «Não sei». Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. Ora era dia de sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Perguntaram-lhe, pois, também os fariseus de que modo tinha adquirido a vista. Respondeu-lhes: «Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo». Então, alguns fariseus diziam: «Este homem, que não guarda o sábado, não é de Deus». Porém, outros diziam: «Como pode um homem pecador fazer tais prodígios?». E havia desacordo entre eles. Disseram, por isso, novamente ao cego: «Tu que dizes d'Aquele que te abriu os olhos?». Ele respondeu: «Que é um profeta!». Mas os judeus não acreditaram que ele tivesse sido cego e recuperado a vista, enquanto não chamaram os pais. Interrogaram-nos: «É este o vosso filho, que dizeis que nasceu cego? Como vê, pois, agora?». Seus pais responderam: «Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego; mas não sabemos como ele agora vê e também não sabemos quem lhe abriu os olhos; perguntai-o a ele mesmo. Tem idade; ele próprio fale de si!». Seus pais falaram assim porque tinham medo dos judeus; porque estes tinham combinado que, se alguém confessasse que Jesus era o Messias, fosse expulso da sinagoga. Por isso é que os pais disseram: «Ele tem idade, interrogai-o a ele!». Tornaram, pois, a chamar o homem que tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador». Então disse-lhes ele: «Se é pecador, não sei; o que sei é que eu era cego, e agora vejo».2Disseram-lhe pois: «Que é que Ele te fez? Como te abriu os olhos?».2Respondeu-lhes: «Eu já vo-lo disse e vós não me destes atenção; porque o quereis ouvir novamente? Quereis, porventura, fazer-vos também Seus discípulos?». Então, injuriaram-no e disseram: «Discípulo d'Ele sejas tu; nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés; mas Este não sabemos donde é». O homem respondeu-lhes: «É de admirar que vós não saibais donde Ele é, e que me tenha aberto os olhos. Nós sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas quem honra a Deus e faz a Sua vontade, esse é ouvido por Deus. Desde que existe o mundo, nunca se ouviu dizer que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se Este não fosse de Deus, não podia fazer nada». Responderam-lhe: «Tu nasceste coberto de pecados e queres ensinar-nos?». E lançaram-no fora. Jesus ouviu dizer que o tinham lançado fora e, tendo-o encontrado, disse-lhe: «Tu crês no Filho de Deus?». Ele respondeu: «Quem é, Senhor, para eu acreditar n'Ele?». Jesus disse-lhe: «Estás a vê-l'O; é Aquele mesmo que fala contigo». Então ele disse: «Creio, Senhor!». E O adorou. Jesus disse: «Eu vim a este mundo para exercer um justo juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos». Ouviram isto alguns dos fariseus que estavam com Ele, e disseram-Lhe: «Porventura também nós somos cegos?». Jesus disse-lhes: «Se vós fosseis cegos, não teríeis culpa; mas, pelo contrário, vós dizeis: Nós vemos! E permanece o vosso pecado».
Jo 9, 1-41
«Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.»
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 48, para o 11.º domingo depois da Santíssima Trindade
Sermão 48, para o 11.º domingo depois da Santíssima Trindade
Crede-me, caras irmãs: em boa verdade, se eu encontrasse um homem com os mesmíssimos sentimentos do cobrador de impostos, isto é, que se tivesse a si próprio por pecador, desde que nesse sentimento de humildade estivesse o desejo de ser bom, […] dar-lhe-ia de bom grado de dois em dois dias a Comunhão do Corpo do Senhor. […] Se quisermos guardar-nos das nossas quedas e faltas graves, é absolutamente necessário que tomemos deste alimento nobre e forte. […] Por conseguinte, não devemos abster-nos da Comunhão de ânimo leve, só porque nos sabemos pecadores; pelo contrário, precisamente por isso devemos apressar-nos a frequentar a Santa Mesa, uma vez que é aí que se escondem, e daí que advêm, a força, a santidade, a ajuda e a consolação.
Mas também não devemos julgar aqueles que lá não vão […], nem sequer levemente, a fim de não ficarmos parecidos com o fariseu que se gloriava de si próprio e condenava aquele que tinha atrás de si. Guardai-vos disso como da perda da vossa alma. […]. Guardai-vos do perigoso pecado da censura […].
Quando acontece ao homem atingir o cume da perfeição, nada se lhe torna mais necessário do que descer às mais baixas profundezas da humildade e permanecer junto da sua raiz. Do mesmo modo que a altura da árvore lhe advém da profundidade das suas raízes, assim a elevação da nossa vida nos vem da fundura da nossa humildade. Eis por que razão o cobrador de impostos, tendo conhecido as profundezas da sua baixeza ao ponto de nem sequer levantar os olhos ao céu, foi elevado às alturas, e «voltou justificado para sua casa» (Lc 18,14).
Mas também não devemos julgar aqueles que lá não vão […], nem sequer levemente, a fim de não ficarmos parecidos com o fariseu que se gloriava de si próprio e condenava aquele que tinha atrás de si. Guardai-vos disso como da perda da vossa alma. […]. Guardai-vos do perigoso pecado da censura […].
Quando acontece ao homem atingir o cume da perfeição, nada se lhe torna mais necessário do que descer às mais baixas profundezas da humildade e permanecer junto da sua raiz. Do mesmo modo que a altura da árvore lhe advém da profundidade das suas raízes, assim a elevação da nossa vida nos vem da fundura da nossa humildade. Eis por que razão o cobrador de impostos, tendo conhecido as profundezas da sua baixeza ao ponto de nem sequer levantar os olhos ao céu, foi elevado às alturas, e «voltou justificado para sua casa» (Lc 18,14).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 29 de março de 2014
Disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros: «Subiram dois homens ao templo a fazer oração: um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava no seu interior desta forma: Graças Te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, conservando-se a distância, não ousava nem sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e o outro não; porque quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Lc 18, 9-14
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