Não se pode corrigir uma pessoa sem amor e sem caridade. Não se pode fazer uma cirurgia sem anestesia: não se pode, pois o doente morrerá de dor. E a caridade é como uma anestesia, que ajuda a receber o tratamento e aceitar a correção. Apartar-se e conversar, com mansidão e com amor.
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Não se deve dizer algo que não seja verdade. Quantas vezes nas nossas comunidades são ditas coisas de outra pessoa que não são verdadeiras: são calúnias. Ou, se são verdadeiras, se acaba com a fama daquela pessoa”. (...) As intrigas ferem, são chapadas na reputação de uma pessoa, no seu coração. (...) Certamente, quando nos dizem a verdade, não é belo ouvi-la, mas se dita com caridade e amor, é mais fácil aceitá-la.
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A correção fraterna é um ato para curar o corpo da Igreja. Há um buraco, ali, no tecido da Igreja que temos de consertar. E, como as mães e avós, quando remendam, o fazem com tanta delicadeza, assim se deve fazer a correção fraterna. Se não for capaz de fazê-la com amor, com caridade, na verdade e com humildade, irá ofender, magoará o coração pessoa visada, será uma conversa a mais, que fere; e se tornará um hipócrita cego, como diz Jesus; ‘Hipócrita, tire primeiro a trave do seu olho. ... '. Hipócrita! Reconheça que é mais pecador que o outro, mas como irmão deve ajudar a corrigi-lo.
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Um sinal que talvez nos possa ajudar é o facto de sentir “um certo prazer” quando “alguém vê algo errado”, e que considera necessário corrigir: há que ter cuidado, porque isso não é do Senhor.
Papa Francisco - excertos homilia Casa de Santa Marta 12.09.2014