Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 28 de julho de 2012

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, estivemos três dias na casa da Virgem Santíssima em Fátima, embora não podendo estar fisicamente o tempo e as vezes que desejaríamos e que Ela merece nos locais de culto, a Sua proximidade fez-nos sentir mais protegidos e mais próximos de Ti.

Querido Jesus, foi bom ver a Capelinha das Aparições com muita gente cheia de devoção e respeito, num espelho multinacional muito frequente em Fátima sobretudo nesta época do ano.

Mestre, pedimos-Te que por intercessão de Nossa Senhora de Fátima guies e protejas de todos os males este país em dificuldade, bem como o de todos aqueles, que não sendo portugueses Te amam a Ti e à Virgem Maria.

JPR

Os verdadeiros momentos de glória

A nova projecção, em coincidência com os Jogos Olímpicos de Londres, do extraordinário filme de 1981 de David Puttnam e Colin Welland, Chariots of Fire, traz à mente a vida incrível e o heroísmo de dois dos principais protagonistas. Um, o inglês Harold Abrahams, superou os preconceitos e exibiu uma extraordinária força física e mental para vencer os 100 metros nos Jogos Olímpicos de Paris de 1924. O outro é o missionário escocês Eric Liddell, que recusou correr ao domingo para não entrar em contraste com a sua crença religiosa (teve que se retirar dos 100 metros, a disciplina na qual rendia mais), mas que triunfou nos 400 metros, com um tempo recorde mundial, nas mesmas Olimpíadas parisienses. Não só um atleta. Mas posso orgulhar-me pelos vínculos indirectos com os dois.

Abrahams estudou na minha mesma alma mater, o Gonville and Caius College de Cambridge. Cambridge é o lugar onde se desenrola a famosa cena do filme na qual Abrahams e Lord Lindsay (baseando-se na personagem real de Lord Burghley) correm a "Trinity Great Court run" em volta do quadrângulo do Trinity College, procurando completar o percurso antes que a campainha do College acabe de ressoar os doze toques do meio-dia. No filme, Abrahams consegue fazê-lo mas Lindsay não. Com efeito, tinha sido Lord Burghley quem conseguiu, única pessoa que o fez até meados dos anos Noventa. O meu College, Gonville and Caius, orgulha-se de Abrahams e do seu sucesso em superar o anti-semitismo da época (inclusive o de Cambridge).

O vínculo com Liddell é ao contrário totalmente diverso e passa pelo meu tio-avô Noel, homem imponente que durante muitos anos serviu no regimento galês do exército britânico (depois de ter sido deixado pela sua mãe, isto é, a minha bisavó, no quartel para iniciar a sua carreira como trombeteiro quando tinha 12 anos). Noel era um atleta excelente e competia para o exército em diversas disciplinas, incluídos os 400 metros. O regimento galês estava com frequência no estrangeiro, sobretudo na Ásia, e foi precisamente ali que encontrou Liddell.

Segundo quanto contado pela minha avó, uma manhã, na China, no dia antes de um importante campeonato de atlética (talvez o campeonato da China setentrional de 1930, ou talvez uma competição inter-forças) Noel está a treinar-se na pista. Tinha dado algumas voltas para aquecer. A um certo ponto, um homem desajeitado com cabelos ruivos uniu-se a ele, com um forte sotaque escocês, perguntou-lhe se podiam correr juntos. O meu tio-avô aceitou, na realidade não muito contente, e assim deram ainda umas duas voltas à pista em silêncio. Quando pararam na meta, o estrangeiro ruivo disse a Noel: "Nada mal. Amanhã eu serei o primeiro e você o segundo". O tio-avô Noel não se impressionou minimamente com o seu comentário. "Quem pensa que é este desconhecido?", ponderou. Noel é um dos favoritos da competição e tinha a certeza que ia ganhar. O que não sabia era que o campeão olímpico de 1924, Eric Liddell, na época estava a trabalhar na China como missionário da London Missionary Society. No último momento tinha pedido aos organizadores para poder participar na competição, e obviamente eles tinham aceite. Quis dar algumas voltas para se treinar para a competição, e foi precisamente ali que encontrou o meu tio-avô Noel.

No dia da competição o meu tio-avô surpreendeu-se quando descobriu que tinha que correr contra o grande campeão olímpico Eric Liddell. E ficou ainda mais surpreendido quando o homem que se pôs com ele na linha de partida era precisamente a pessoa com a qual tinha corrido no dia anterior. Liddell sorriu-lhe e saudou-o. Ouviu-se o disparo. Os atletas começaram a correr. Eric Liddell chegou primeiro. O tio-avô Noel segundo. Eric Liddell era muito apreciado. Passou grande parte da sua vida na China, recusando-se a abandonar a sua actividade missionária quando houve a invasão do exército japonês. Foi internado em Tianjin em 1943 e, desgastado pelo ministério desempenhado pelos seus companheiros de prisão e pelas suas famílias, a 21 de Fevereiro de 1945, com 43 anos, faleceu no campo de internamento de Wishien. Em 2008, antes das Olimpíadas de Beijing, as autoridades chinesas revelaram que Liddell teria podido abandonar o campo depois de um acordo entre os japoneses e o governo britânico, mas que tinha deixado o seu lugar a uma mulher grávida. O vencedor britânico dos 100 metros nas Olimpíadas de Moscovo de 1980, o escocês Alan Wells, dedicou a sua vitória a Eric Liddell, que no calendário litúrgico da Igreja episcopal estado-unidense é honrado com uma festa a 22 de Fevereiro.

Quando estão para iniciar as Olimpíadas de Londres de 2012, recordemos os nossos heróis olímpicos. O afável Eric Liddell, que sabia que ia vencer o meu tio-avô Noel numa pista na China, nos anos Trinta, antes que a guerra os engolisse a todos, está no cimo da minha lista. 

Nigel Marcus Baker - Embaixador britânico junto da Santa Sé

(© L'Osservatore Romano - 28 de julho de 2012)

Imitação de Cristo, 3, 3, 2 - Como as palavras de Deus devem ser ouvidas com humildade e como muitos não as ponderam



A alma: E disse eu: Bem-aventurado o homem a quem instruís, Senhor, e lhe ensinais a vossa lei, para suavizar-lhe os dias maus e dar-lhe consolo neste mundo (Sl 93, 12.13).

Não é difícil converter o trabalho em oração

Trabalhemos, e trabalhemos muito e bem, sem esquecer que a nossa melhor arma é a oração. Por isso, não me canso de repetir que havemos de ser almas contemplativas no meio do mundo que procuram converter o seu trabalho em oração. (Sulco, 497)

Convencei-vos de que não se torna difícil converter o trabalho num diálogo de oração. Basta oferecê-lo a Deus e meter mãos à obra, pois Ele já nos está a ouvir e a alentar. Assim, nós, no meio do trabalho quotidiano, conquistamos o modo de ser das almas contemplativas, porque nos invade a certeza de que Deus nos olha, sempre que nos pede uma nova e pequena vitória: um pequeno sacrifício, um sorriso à pessoa importuna, começar pela tarefa menos agradável e mais urgente, ter cuidado com os pormenores de ordem, ser perseverante no dever quando era tão fácil abandoná-lo, não deixar para amanhã o que temos de terminar hoje... E tudo isto para dar gosto ao Nosso Pai Deus! Entretanto, talvez sobre a tua mesa ou num lugar discreto que não chame a atenção, para te servir de despertador do espírito contemplativo, pões o crucifixo, que já se tornou para a tua alma e para a tua mente o manual onde aprendes as lições de serviço.



Se te decidires – sem fazer coisas esquisitas, sem abandonar o mundo, no meio das tuas ocupações habituais – a entrar por estes caminhos de contemplação, sentir-te-ás imediatamente amigo do Mestre e com o encargo divino de abrir os caminhos divinos da terra a toda a humanidade. Sim, com esse teu trabalho contribuirás para que se estenda o reinado de Cristo em todos os continentes e seguir-se-ão, uma atrás da outra, as horas de trabalho oferecidas pelas longínquas nações que nascem para a fé, pelos povos do leste barbaramente impedidos de professar com liberdade as suas crenças, pelos países de antiga tradição cristã onde parece que se obscureceu a luz do Evangelho e as almas se debatem nas sombras da ignorância... 


Que valor adquire então essa hora de trabalho, esse continuar com o mesmo empenho durante um pouco mais de tempo, alguns minutos mais, até rematar a tarefa. Convertes assim, de um modo prático e simples, a contemplação em apostolado, como necessidade imperiosa do coração, que pulsa em uníssono com o dulcíssimo e misericordioso Coração de Jesus, Nosso Senhor.(Amigos de Deus, 67)


São Josemaría Escrivá

A multiplicação dos pães

Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja 
Comentário do Evangelho, 12, 1-4; SC 121

No deserto, Nosso Senhor multiplicou o pão e em Caná transformou a água em vinho. Deste modo, habituou a boca dos Seus discípulos ao Seu pão e ao Seu vinho, até à altura em que lhes daria o Seu corpo e o Seu sangue. Fez-lhes provar um pão e um vinho transitórios para fazer nascer neles o desejo do Seu corpo e do Seu sangue vivificantes. Deu-lhes estas pequenas coisas generosamente para que eles soubessem que a Sua dádiva suprema seria gratuita. Deu-lhas gratuitamente embora eles tivessem podido comprar-Lhas, para que ficassem a saber que não lhes pediria que pagassem uma coisa inestimável: porque, embora eles pudessem pagar o preço do pão e do vinho, não poderiam pagar o Seu corpo e o Seu sangue.


Não só nos ofereceu gratuitamente as Suas dádivas, como ainda nos tratou com afeição. Porque nos deu estas pequenas coisas gratuitamente para nos atrair, para irmos até Ele e recebermos gratuitamente o enorme bem que é a Eucaristia. Estas pequenas porções de pão e de vinho que ofereceu eram agradáveis à boca, mas a dádiva do Seu corpo e do Seu sangue é útil ao espírito. Ele atraiu-nos através daqueles alimentos agradáveis ao paladar, a fim de nos chamar para aquilo que dá vida à nossa alma. [...]


A obra do Senhor abarca tudo: num abrir e fechar de olhos, multiplicou um pedaço de pão. O que os homens fazem e transformam em dez meses de trabalho, fazem os Seus dez dedos num instante. [...] De uma pequena quantidade de pão nasceu uma quantidade enorme de pães; foi como na primeira bênção: «crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra» (Gn 1,28).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 29 de Julho de 2012

Dizia isto para o experimentar, porque sabia o que havia de fazer Filipe respondeu-Lhe: «Duzentos denários de pão não bastam para que cada um receba um pequeno bocado». Um de Seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-Lhe: «Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isso para tanta gente?». Jesus, porém, disse: «Mandai sentar essa gente». Havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se, pois; os homens em número de cerca de cinco mil. Tomou, então, Jesus os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre os que estavam sentados; e igualmente distribuiu os peixes, tanto quanto quiseram. Estando saciados, disse aos Seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca». Eles os recolheram, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que tinham comido. Vendo então aqueles homens o milagre que Jesus fizera, diziam: «Este é verdadeiramente o profeta que deve vir ao mundo». Jesus, sabendo que O viriam arrebatar para O fazerem rei, retirou-Se de novo, Ele só, para o monte.


Jo 6, 1-15

Escrito para o Céu

Mena:

Escrevo-te na noite em que velei o teu corpo morto. 

De repente, pus-me a pensar:
Não voltarás a esta casa que te viu nascer
E não sei o que contar
Ou escrever.

(Tu gostavas do que eu escrevia
E dizias sempre:
'O menino dê-me uma cópia!')

E agora?

Como te escrevo para o Céu?

Vou pedir a Nossa Senhora
Que seja a portadora
Deste escrito.

Não é grande coisa,
Bem sei...
Mas fica dito
O que te queria dizer:

Havemos de nos encontrar
Aí onde agora estás...

Mena: Guarda-me aí um lugar.

2012.07.18 Carvide

AMA AQUI

«... as tendências actuais para uma economia a curto se não mesmo curtíssimo prazo»

A diminuição do nível de tutela dos direitos dos trabalhadores ou a renúncia a mecanismos de redistribuição do rendimento, para fazer o país ganhar maior competitividade internacional, impede a afirmação de um desenvolvimento de longa duração. Por isso, há que avaliar atentamente as consequências que podem ter sobre as pessoas as tendências actuais para uma economia a curto se não mesmo curtíssimo prazo. Isto requer uma nova e profunda reflexão sobre o sentido da economia e dos seus fins[84], bem como uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento, para se corrigirem as suas disfunções e desvios.

[84] Cf. João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2000, 15: AAS 92 (2000), 366.

Caritas in veritate [II-32 (b)] – Bento XVI

O sim vencedor

«A fé é comunhão com Jesus, e deste modo libertação da repressão que se opõe à verdade, libertação do meu eu do seu fechamento em si mesmo para dele fazer uma resposta ao Pai, ao sim do amor, ao sim para o ser, àquele sim que é a nossa redenção e que vence o “mundo”».

(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

Beata Maria Teresa Kowalska, virgem e mártir, +1941

Beatificada por João Paulo II em 13 de Junho de 1999 conjuntamente com mais 107 mártires do nazismo

Nasceu em Varsóvia em 1902. Desconhece-se o nome e a profissão dos seus pais. Recebeu a sua primeira Comunhão no dia 21 de Junho de 1915, e o sacramento da Confirmação no dia 21 de Maio de 1920. O seu pai, simpatizante socialista, foi para a União Soviética na década de 1920 com grande parte da família.

Aos 21 anos, recebe a graça da vocação religiosa. Ingressou no Mosteiro das Clarissas Capuchinhas de Przasnysz no dia 23 de Janeiro de 1923. Tomou o hábito no dia 12 de Agosto de 1923 e recebeu o nome de Maria Teresa do Menino Jesus. Emitiu a sua primeira profissão no dia 15 de Agosto de 1924 e a profissão perpétua no dia 26 de Julho de 1928.

Era uma pessoa delicada e doente, mas disponível para todos e para tudo. No Mosteiro servia a Deus com devoção e piedade. Com o seu modo de ser conquistava o carinho de todos, diz uma das irmãs. Gozava de grande respeito e consideração por parte das superioras e das outras irmãs. Exerceu vários ofícios: porteira, sacristã, bibliotecária; Mestra de noviças e Conselheira. Maria Teresa vive a sua vida religiosa em silêncio, totalmente dedicada a Deus, com grande entusiasmo. Um dia este serviço a Deus foi posto a dura prova.

No dia 2 de Abril de 1941, os alemães irromperam no Mosteiro e prenderam todas as irmãs, levando-as para o Campo de concentração de Dzialdowo. Entre elas estava a Irmã Maria Teresa, doente com tuberculose. As 36 irmãs ficaram presas no mesmo local e suportaram umas condições de vida que ofendiam a dignidade humana: ambiente sujo, fome terrível, terror contínuo. As irmãs observavam com horror a tortura a que eram submetidas outras pessoas ao mesmo tempo, entre as quais se encontravam o Bispo de Plock, A. Nowowiejski e L. Wetmanski, e muitos outros sacerdotes. Depois de passar um mês naquelas condições de vida, a saúde das irmãs debilitou-se. A Irmã Maria Teresa foi uma das que mais se ressentiu, que pelo menos se mantinha de pé.

Sobreveio-lhe uma hemorragia pulmonar. Faltava não só o serviço médico mas também a água para matar a sede e para a higiene. Suportou o sofrimento com coragem e, até onde lhe foi possível, rezou junto com as restantes irmãs. Outras vezes rezava ela sozinha. Durante a prova, e consciente da proximidade da morte, dizia: “Eu, daqui, não sairei; entrego a minha vida para que as irmãs possam regressar ao Mosteiro”. Isso mesmo dizia à abadessa: “Madre, ainda falta muito?”. Morreu na noite de 25 de Julho de 1941. Desconhece-se o paradeiro dos seus restos mortais.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

A parábola do joio

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homílias sobre São Mateus, 46, 1-2

O método do diabo é sempre o de confundir a verdade com o mal, revestindo-o com a aparência e as cores da verdade, de modo a poder seduzir facilmente aqueles que se deixam enganar. É por isso que Nosso Senhor apenas fala do joio, porque esta planta é semelhante ao trigo. Seguidamente mostra como consegue o diabo enganar: «Enquanto os seus homens dormiam». Daí, vemos o grave perigo que correm os chefes, principalmente aqueles a quem foi confiada a guarda do campo; além disso, este perigo não ameaça apenas os chefes, mas também os seus subordinados. Isto revela-nos também que o erro vem depois da verdade. [...] Cristo disse-nos isto para que aprendamos a não nos deixarmos adormecer [...], donde a necessidade de uma vigilância permanente. É por isso que Ele diz: «Aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo» (Mt 10, 22) [...].

Consideremos agora o zelo dos servos. Eles querem retirar o joio imediatamente, sem reflectir, o que nos mostra a sua preocupação com a sementeira. Eles só querem uma coisa: não desejam vingar-se de quem semeou o joio, mas salvar a colheita, razão pela qual pensam como arrancar todo o mal. [...] O que responde então o Mestre? [...] Impede-os de o fazer por dois motivos: primeiro, o receio de prejudicar o trigo; e segundo, a certeza de que o castigo se abaterá inevitavelmente sobre aqueles que são tentados por esta doença mortal. Se eles desejam castigar, sem que a colheita sofra, esperem o momento oportuno. [...] Quem sabe se uma parte desse joio não se transforma em trigo? Então, se o arrancarem agora, a próxima colheita será afectada, pois arrancarão aqueles que poderiam transformar-se e tornar-se melhores.

«Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa»

Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra 
Sermões pregados em várias ocasiões, n°9, 2.6

Há escândalos na Igreja, coisas repreensíveis e vergonhosas; nenhum católico poderá negá-lo. Ela sempre incorreu na censura e na vergonha de ser mãe de filhos indignos; ela tem filhos que são bons e tem muitos mais que são maus. [...] Deus poderia ter instituído uma Igreja pura; mas previu que o joio semeado pelo inimigo permaneceria com o trigo até à ceifa, até ao fim do mundo. Afirmou que a Sua Igreja seria semelhante a uma rede de pescador «que apanha toda a espécie de peixes», que apenas são separados à noite (Mt 13,47ss). Indo mais longe, declarou que os maus e os imperfeitos seriam em maior número que os bons, «porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos» (Mt 22,14); e o Seu apóstolo diz que «aqueles que foram reservados segundo a escolha da graça, foram salvos» (Rm 11,5). Percebe-se assim que, na história e na vida dos católicos, há sempre muito para servir os interesses dos contraditores. [...]

Mas não baixamos a cabeça com vergonha, escondendo o rosto entre as mãos: levantamos as mãos e o rosto em direcção ao Redentor. «Assim como os olhos dos servos se fixam na mão dos seus senhores [...], assim também os nossos olhos estão postos no Senhor nosso Deus, até que Ele tenha piedade de nós» (Sl 122,2). [...] Apelamos a Ti, justo juiz, pois és Tu que olhas para nós. Não fazemos caso dos homens enquanto Te tivermos [...], enquanto tivermos a Tua presença nas nossas assembleias, o Teu testemunho e a Tua aprovação no nosso coração.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de Julho de 2012

Propôs-lhes outra parábola, dizendo: «O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Porém, enquanto os homens dormiam, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e foi-se. Tendo crescido a erva e dado fruto, apareceu então o joio. Chegando os servos do pai de família, disseram-lhe: “Senhor, porventura não semeaste tu boa semente no teu campo? Donde veio, pois, o joio?”. Ele, respondeu-lhes: “Foi um inimigo que fez isto”. Os servos disseram-lhe: “Queres que vamos e o arranquemos?”. Ele respondeu-lhes: “Não, para que talvez não suceda que, arrancando o joio, arranqueis juntamente com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à ceifa, e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: Colhei primeiramente o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro”».


Mt 13, 24-30