Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (7)

Joaquim, tu amas-me?

Senhor, sabes bem que eu gosto de Ti.

Joaquim, tu amas-me?

Senhor, sabes bem que eu gosto muito de Ti.

Joaquim, de verdade, tu amas-me?

Oh Senhor, Tu que tudo sabes e vês, não sabes bem que eu Te amo?

Oh Joaquim, gostar não é amar!

Pois não, Senhor, mas a verdade é que algumas vezes “apenas” gosto de Ti.

Então porquê?

Porque, Senhor, às vezes precisava de perceber melhor o caminho e Tu não mo mostras. Às vezes precisava sentir-Te mais perto de mim e Tu não me tocas. Às vezes peço-Te coisas que Tu não me dás.

Bem, Joaquim, tu acreditas que Eu te amo com amor infinito?

Sim, Senhor, acredito.

Acreditas que Eu sou omnisciente e portanto sei o que é melhor para ti e aquilo que te pode afastar do meu caminho?

Sim, Senhor, acredito.

Então, Joaquim, se acreditas que Eu te amo com amor infinito, que só Eu sei o que é bom e mau para ti, como podes duvidar de que estou a teu lado e que tudo o que faço e te dou, é para teu bem?

Mas, Senhor, eu não compreendo porque é certas coisas que me parecem boas, e assim sendo mas poderias conceder, afinal, por aquilo que me dizes, não serão boas para mim?

Lembras-te de quando eras mais novo e os teus pais te diziam para não fazeres isto ou aquilo porque depois te ias arrepender?

Sim, Senhor, lembro-me bem.

E eles não tinham razão? Não constaste isso mesmo na tua vida?

Oh sim, Senhor, ainda hoje em dia faço a mesma coisa aos meus filhos e eles não percebem e julgam que naqueles momentos não gosto deles, por não lhes dar o que me pedem.

Vês, percebes agora? Tu para mim és um filho muito querido, mas ainda uma criança que procura a verdadeira vida, a vida que Eu te quero dar. Por isso tenho que velar constantemente por ti. Um dia, quando viveres a vida que não acaba, a vida que já não precisa de fé, pois já é toda só amor, perceberás porque é que o meu amor te dava apenas o que verdadeiramente precisavas.

Obrigado, Senhor! Quero perceber melhor e amar-te mais, cada vez mais, e por causa desse amor, fazer apenas a tua vontade.

Marinha Grande, 16 de Dezembro de 2014

Joaquim Mexia Alves

'Vaidade e debilidade' pelo Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Roberto tinha acabado de chegar àquele pequeno vilarejo nos limites fronteiriços da nação. O contingente militar ao qual pertencia fora destacado para lá. Era um jovem oficial gracioso, solteiro e possuidor de uma brilhante carreira militar. Além de todas estas qualidades, usava com aprumo o seu uniforme. Poucos dias depois da sua chegada, foi convidado, juntamente com outros jovens oficiais, para participar num baile tradicional daquele povoado. Claro que a “tradição” não dependia das datas do calendário, mas sim da chegada ou não de novas caras àquela região perdida.

O sarau era promovido por uma das famílias mais importantes do lugar. Evidentemente, a iniciativa era estimulada e alentada por todas as raparigas solteiras da região. Cheias de boas intenções, elas desejavam conhecer pessoalmente os novos oficiais que tinham visto desfilar com os seus uniformes pelas ruelas do vilarejo.

Durante o baile, Roberto deu-se conta de que havia uma rapariga sentada que ninguém convidava para dançar. Movido por nobres sentimentos, dirigiu-se na sua direcção e formulou-lhe o convite com toda a delicadeza que lhe era característica. Somente depois de acabar de falar é que se apercebeu de que Margarida ― assim se chamava a rapariga ― estava sentada numa cadeira de rodas. A gaffe cometida não podia ter sido maior!

Roberto regressou ao quartel com o coração na mão. Estava muito preocupado com o que Margarida teria ficado a pensar dele. É verdade que ele agira cheio de boas intenções e que pedira imensas desculpas pelo monumental mal-entendido. Porém ― pensava ele com excessiva preocupação pela própria imagem ― e se Margarida não tivesse acreditado? E se ela dissesse a toda a gente que ele tinha feito uma brincadeira de mau gosto?

A verdade, porém, não era essa. Margarida acreditara sinceramente nas desculpas do jovem oficial. No entanto, Roberto não conseguia controlar o seu mundo interior. Estava cheio de uma preocupação doentia pelo que podiam pensar os outros dele. Resolveu, então, enviar à rapariga um magnífico ramo de flores com um novo pedido de desculpas. No cartão que o acompanhava, Roberto escreveu umas palavras tão ardentes e fascinantes que Margarida quando as leu ficou convencida de que o jovem oficial estava profundamente apaixonado por ela.

Uns dias mais tarde, ao encontrar-se casualmente com ela, Roberto deu-se conta do erro com que tinham sido interpretadas as suas flores. Pensou em desfazer o equívoco quanto antes. Teria sido, evidentemente, uma demonstração de genuína caridade! No entanto, o medo de dizer algo que pudesse “ferir” fê-lo calar-se. Isso gerou, posteriormente, muito mais sofrimento ao coração de Margarida quando ela descobriu a verdade. Roberto, porém, só pensava nos seus próprios sentimentos. E, com a desculpa de não querer ferir Margarida, encobria o seu egoísmo e a sua debilidade.

Esta história faz-nos pensar que, como alguém disse alguma vez, o pior deste mundo não procede da maldade, mas da debilidade. E a vaidade é um dos impulsos mais fortes das pessoas débeis.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Converter-se aos apelos de João Batista, que prepara o caminho do Senhor

Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense 
5º sermão para o Advento


É uma alegria para mim, irmãos, evocar convosco esse caminho do Senhor […] de que Isaías fazia tão belo elogio: «Haverá ali uma estrada e um caminho que se chamará via sagrada» (Is 35,8), pois ela é a santificação dos pecadores e a salvação para os que andam perdidos. […]

«Nenhum impuro passará por ele.» Caro Isaías, queres dizer que aqueles que são impuros passarão por outro caminho? Ah não! Que venham todos a este caminho, e que nele avancem! Foi sobretudo para os impuros que Cristo o traçou, Ele que «veio procurar e salvar o que estava perdido» (Lc 19,10). […] Então o impuro vai passar pela via sagrada? Queira Deus que não! Por muito sujo que esteja ao começá-la, já estará limpo depois de passar por ela; pois, logo que nela ponha os pés, a sujidade desparecerá. Com efeito, o caminho sagrado está aberto ao homem impuro; mas, logo que o acolhe, purifica-o, apagando nele todo o mal que tiver cometido. […] Este caminho não o deixará passar com a sua sujidade, pois ele é «a porta estreita» e, por assim, dizer «o fundo da agulha» (Mt 7,14; 19,24). […]

Assim pois, se já estás no caminho, não te afastes dele; senão, o Senhor deixar-te-á errar no «caminho do teu próprio coração» (Is 57,17). […] Se achas a via demasiado estreita, considera o termo para onde te conduz. […] Mas, se não conseguires ver tão longe, confia em Isaías, o vidente. Ele, que conseguia ver ao mesmo tempo a estreiteza e o fim da estrada, acrescentava: «Apenas passarão os remidos. Os que o Senhor libertar é que passarão por ela. Chegarão a Sião entre cânticos de júbilo, com a alegria estampada no rosto, transbordando de gozo e de alegria; nos seus corações, não haverá mais tristeza nem aflição» (35,9-10).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 16 de dezembro de 2014

«Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Aproximando-se do primeiro, disse-lhe: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”. Ele respondeu: “Não quero”. Mas, depois, arrependeu-se e foi. Dirigindo-se em seguida ao outro, falou-lhe do mesmo modo. E ele respondeu: “Eu vou, senhor”, mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?». Eles responderam: «O primeiro». Disse-lhes Jesus: «Na verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino de Deus. Porque veio a vós João pelo caminho da justiça, e não crestes nele; e os publicanos e as meretrizes creram nele. E vós, vendo isto, nem assim fizestes penitência depois, crendo nele.

Mt 21, 28-32