Hoje jantámos, o núcleo central, Pais, filhos e netos, não somos muitos, somos sete mas muito amigos e sempre prontos para nos ajudarmos mutuamente e ao próximo. Rimos, brincámos, os apaixonados da bola iam espreitando a TV sem nunca porem deixarem de estar presentes, mas sobretudo estivemos juntos, que me desculpem o egoísmo, mas diria só nós sem apêndices o que nos tempos que correm é cada vez mais difícil e só nestes momentos extravasa totalmente o amor desinibido, não condicionado pela presença de terceiros, que por muito que amemos não são membros deste núcleo central.
Ah, o menos importante, a comida estava muito boa e foi devidamente apreciada por todos à excepção do pequeno toque de picante que não é do total agrado da Mãe e Avó, mas que esta deitou para trás das costas em prol da alegria de todos.
Obrigado meu Deus e meu Senhor pela família que nos oferecestes e pelo belíssimo momento de união que nos proporcionastes.
JPR
Obrigado, Perdão Ajuda-me
sábado, 26 de janeiro de 2013
"somente abrindo-se à verdade de Deus é possível compreender e realizar concretamente a vida matrimonial e familiar"
O Papa Bento XVI recebeu neste sábado os membros do Tribunal da Rota Romana, para a inauguração do ano judiciário.
No seu discurso, o Santo Padre refletiu de modo particular, sobre alguns aspectos da relação entre fé e matrimónio, observando que “a atual crise de fé em várias partes do mundo traz consigo uma crise da união conjugal, com toda a carga de sofrimento e mal-estar que recai também sobre os filhos”. E recordou o Código Canónico que designa a realidade natural do matrimónio, como um pacto irrevogável entre um homem e uma mulher.
Prosseguindo sua meditação sobre o matrimónio, Bento XVI ressaltou que “no plano teológico, a relação entre fé e matrimónio adquire um significado ainda mais profundo. O vínculo matrimonial, de facto, embora realidade natural, entre os batizados foi elevado por Cristo à dignidade de Sacramento”.
“O pacto de indissolubilidade entre homem e mulher, não exige, para fins de sacramentalidade, a fé pessoal dos esposos; aquilo que se requer, como condição mínima necessária, é a intenção de fazer aquilo que a Igreja faz. Mas é importante não confundir o problema da intenção com aquele da fé dos pretendentes. Porém, não é possível separar isto totalmente”.
Referindo-se ao discurso do beato João Paulo II ao mesmo tribunal, há 10 anos, Bento XVI precisou que “uma atitude do noivos que não leva em consideração a dimensão sobrenatural do casamento pode torná-lo inválido somente se isso afeta a validade no plano natural no qual é colocado o mesmo sinal sacramental”.
Bento XVI advertiu que “a cultura contemporânea, marcada por um acentuado subjetivismo e relativismo ético e religioso, coloca a pessoa e a família diante de prementes desafios. Em primeiro lugar em relação à capacidade de um ser humano de unir-se, e se é possível que essa união dure toda uma vida e se isto corresponde realmente à natureza humana, ou mesmo, se esta união não estaria em contraste com a liberdade humana e com a sua auto-realização. Isto faz parte – prossegue o pontífice - de uma mentalidade muito difundida de que a pessoa se torna ela mesmo, permanecendo autónoma e entrando com contato com o outro somente através de relações que podem ser interrompidas a qualquer momento”.
A esta questão o Santo Padre responde – fazendo referência ao Evangelho de João 15, 5 «Quem permanece em mim e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim, nada podeis fazer» - que “somente abrindo-se à verdade de Deus é possível compreender e realizar concretamente a vida conjugal e familiar”. E adverte que “a recusa da proposta divina conduz a um profundo desequilíbrio em todas as relações humanas”, “levando a uma falsa compreensão da liberdade e da auto-realização, que unida à fuga diante de sofrimentos que exigem paciência, condena o homem a fechar-se no seu egocentrismo”.
Bento XVI recorda em seguida, que “a fé em Deus, sustentada pela graça divina, é um elemento muito importante para viver a mútua dedicação e a fidelidade conjugal. “Não se pretende com isto afirmar que a fidelidade, como as outras propriedades, não seja possível no matrimónio natural, contrato entre não batizados. Este, de facto, não é privado dos bens que provém de Deus Criador e se inserem em modo intrínseco no amor esponsal que une Cristo à Igreja”.
Referindo-se à célebre “Carta à mulher”, de Tertuliano, o Pontífice explica que ele “escreve que os cônjuges cristãos são verdadeiramente uma só carne e onde a carne é única, único também é o espírito. Juntos rezam, juntos se prostram e juntos jejuam; um admoesta o outro, um honra o outro, um apoia o outro”.
Usando o exemplo dos santos que viveram a união matrimonial e familiar numa perspectiva cristã, Bento XVI recorda que “conseguiram superar também as situações mais adversas, alcançando muitas vezes, a santificação do cônjuge e dos filhos com um amor sempre mais reforçado por uma sólida confiança em Deus, de uma sincera piedade religiosa e de uma intensa vida sacramental”. “Estas experiências marcadas pela fé – continuou o Santo Padre – fazem compreender como, ainda hoje, é precioso o sacrifício oferecido pelo cônjuge abandonado ou que tenha sofrido o divórcio, se - reconhecendo a indissolubilidade do vínculo matrimonial válido , consegue não deixar-se «envolver em uma nova união...Em tal caso o seu exemplo de fidelidade e de coerência cristã assume um particular valor de testemunho diante do mundo e da Igreja»”.
A seguir o Papa refletiu a importância da fé no matrimónio cristão, destacando que ela “é importante na realização do autêntico bem conjugal, que consiste simplesmente no querer sempre o bem do outro” e “que esta faz crescer e frutificar o amor dos esposos, dando espaço à presença do Deus Trinitário”.
Concluindo seu discurso aos juízes da Rota Romana, o Pontífice afirmou que “com as presentes considerações, não pretendo certamente sugerir algum fácil automatismo entre carência de fé e nulidade da união matrimonial, mas antes, individuar como tal carência possa, embora não necessariamente, ferir também os bens dos matrimónio, a partir do momento que a referência à ordem natural desejada por Deus seja inerente ao pacto conjugal”.
Rádio Vaticano
Vídeo da ocasião em italiano
No seu discurso, o Santo Padre refletiu de modo particular, sobre alguns aspectos da relação entre fé e matrimónio, observando que “a atual crise de fé em várias partes do mundo traz consigo uma crise da união conjugal, com toda a carga de sofrimento e mal-estar que recai também sobre os filhos”. E recordou o Código Canónico que designa a realidade natural do matrimónio, como um pacto irrevogável entre um homem e uma mulher.
Prosseguindo sua meditação sobre o matrimónio, Bento XVI ressaltou que “no plano teológico, a relação entre fé e matrimónio adquire um significado ainda mais profundo. O vínculo matrimonial, de facto, embora realidade natural, entre os batizados foi elevado por Cristo à dignidade de Sacramento”.
“O pacto de indissolubilidade entre homem e mulher, não exige, para fins de sacramentalidade, a fé pessoal dos esposos; aquilo que se requer, como condição mínima necessária, é a intenção de fazer aquilo que a Igreja faz. Mas é importante não confundir o problema da intenção com aquele da fé dos pretendentes. Porém, não é possível separar isto totalmente”.
Referindo-se ao discurso do beato João Paulo II ao mesmo tribunal, há 10 anos, Bento XVI precisou que “uma atitude do noivos que não leva em consideração a dimensão sobrenatural do casamento pode torná-lo inválido somente se isso afeta a validade no plano natural no qual é colocado o mesmo sinal sacramental”.
Bento XVI advertiu que “a cultura contemporânea, marcada por um acentuado subjetivismo e relativismo ético e religioso, coloca a pessoa e a família diante de prementes desafios. Em primeiro lugar em relação à capacidade de um ser humano de unir-se, e se é possível que essa união dure toda uma vida e se isto corresponde realmente à natureza humana, ou mesmo, se esta união não estaria em contraste com a liberdade humana e com a sua auto-realização. Isto faz parte – prossegue o pontífice - de uma mentalidade muito difundida de que a pessoa se torna ela mesmo, permanecendo autónoma e entrando com contato com o outro somente através de relações que podem ser interrompidas a qualquer momento”.
A esta questão o Santo Padre responde – fazendo referência ao Evangelho de João 15, 5 «Quem permanece em mim e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim, nada podeis fazer» - que “somente abrindo-se à verdade de Deus é possível compreender e realizar concretamente a vida conjugal e familiar”. E adverte que “a recusa da proposta divina conduz a um profundo desequilíbrio em todas as relações humanas”, “levando a uma falsa compreensão da liberdade e da auto-realização, que unida à fuga diante de sofrimentos que exigem paciência, condena o homem a fechar-se no seu egocentrismo”.
Bento XVI recorda em seguida, que “a fé em Deus, sustentada pela graça divina, é um elemento muito importante para viver a mútua dedicação e a fidelidade conjugal. “Não se pretende com isto afirmar que a fidelidade, como as outras propriedades, não seja possível no matrimónio natural, contrato entre não batizados. Este, de facto, não é privado dos bens que provém de Deus Criador e se inserem em modo intrínseco no amor esponsal que une Cristo à Igreja”.
Referindo-se à célebre “Carta à mulher”, de Tertuliano, o Pontífice explica que ele “escreve que os cônjuges cristãos são verdadeiramente uma só carne e onde a carne é única, único também é o espírito. Juntos rezam, juntos se prostram e juntos jejuam; um admoesta o outro, um honra o outro, um apoia o outro”.
Usando o exemplo dos santos que viveram a união matrimonial e familiar numa perspectiva cristã, Bento XVI recorda que “conseguiram superar também as situações mais adversas, alcançando muitas vezes, a santificação do cônjuge e dos filhos com um amor sempre mais reforçado por uma sólida confiança em Deus, de uma sincera piedade religiosa e de uma intensa vida sacramental”. “Estas experiências marcadas pela fé – continuou o Santo Padre – fazem compreender como, ainda hoje, é precioso o sacrifício oferecido pelo cônjuge abandonado ou que tenha sofrido o divórcio, se - reconhecendo a indissolubilidade do vínculo matrimonial válido , consegue não deixar-se «envolver em uma nova união...Em tal caso o seu exemplo de fidelidade e de coerência cristã assume um particular valor de testemunho diante do mundo e da Igreja»”.
A seguir o Papa refletiu a importância da fé no matrimónio cristão, destacando que ela “é importante na realização do autêntico bem conjugal, que consiste simplesmente no querer sempre o bem do outro” e “que esta faz crescer e frutificar o amor dos esposos, dando espaço à presença do Deus Trinitário”.
Concluindo seu discurso aos juízes da Rota Romana, o Pontífice afirmou que “com as presentes considerações, não pretendo certamente sugerir algum fácil automatismo entre carência de fé e nulidade da união matrimonial, mas antes, individuar como tal carência possa, embora não necessariamente, ferir também os bens dos matrimónio, a partir do momento que a referência à ordem natural desejada por Deus seja inerente ao pacto conjugal”.
Rádio Vaticano
Vídeo da ocasião em italiano
Amar a Cristo...
Amado Jesus, Filho de Maria Santíssima, hoje dirigimo-nos a Ela como pecadores que somos que caímos e voltamos a levantar-nos, peço-Te que por Sua intercessão me ajudes a aceitar as incompreensões e com humildade e entrega total a Ti, incluindo a arrogância mesmo que ofensiva da parte de terceiros.
JPR
JPR
Cristãos contra a corrente
"O cristão não deve ter medo de ir "contra a corrente" para viver a própria fé, resistindo à tentação de "se conformar"", afirmou o Papa durante a audiência geral de quarta-feira 23 de Janeiro, na sala Paulo VI, propondo o testemunho bíblico de Abraão no início de um ciclo de reflexões dedicadas ao "Credo".
Prezados irmãos e irmãs
Neste Ano da fé, hoje gostaria de começar a meditar convosco sobre o Credo, ou seja, sobre a solene profissão de fé que acompanha a nossa vida de fiéis. O Credo começa assim: "Creio em Deus". É uma afirmação fundamental, aparentemente simples na sua essencialidade, mas que abre ao mundo infinito da relação com o Senhor e com o seu mistério. Acreditar em Deus implica adesão a Ele, acolhimento da sua Palavra e obediência jubilosa à sua revelação. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, "a fé é um acto pessoal, uma resposta livre do homem à proposta de Deus que se revela" (n. 166). Portanto, poder dizer que se crê em Deus é um dom - Deus revela-se, vem ao nosso encontro - e, ao mesmo tempo um compromisso, é graça divina e responsabilidade humana, numa experiência de diálogo com Deus que, por amor, "fala aos homens como a amigos" (Dei Verbum, 2), fala-nos a fim de que, na fé e com a fé, possamos entrar em comunhão com Ele.
Onde podemos ouvir Deus e a sua palavra? É fundamental a Sagrada Escritura, onde podemos ouvir a Palavra de Deus que é alimento para a nossa vida de "amigos" de Deus. A Bíblia inteira narra o revelar-se de Deus à humanidade; toda a Bíblia fala de fé e ensina-nos a fé, narrando uma história em que Deus faz progredir o seu desígnio de redenção, tornando-se próximo de nós, homens, através de muitas figuras luminosas de pessoas que acreditam nele e a Ele se confiam, até à plenitude da revelação no Senhor Jesus.
A este propósito, é muito bonito o capítulo 11 da Carta aos Hebreus, que há pouco ouvimos. Ali, fala-se da fé e põem-se em evidência as grandes figuras bíblicas que a viveram, tornando-se modelo para todos os fiéis. No primeiro versículo, o texto reza: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê" (11, 1). Por conseguinte, os olhos da fé são capazes de ver o invisível, e o coração do crente pode esperar além de toda a esperança precisamente como Abraão, de quem na Carta aos Romanos Paulo afirma que "acreditou, esperando contra toda a esperança" (4, 18).
E é precisamente sobre Abraão, que gostaria de chamar a nossa atenção, porque ele é a primeira grande figura de referência para falar de fé em Deus: Abraão, o grande patriarca, modelo exemplar, pai de todos os crentes (cf. Rm 4, 11-12). A Carta aos Hebreus apresenta-o assim: "Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu sem saber para onde ia. Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacob, co-herdeiros da mesma promessa. Porque tinha a esperança fixa na cidade assentada sobre os fundamentos eternos, cujo arquitecto e construtor é Deus" (11, 8-10).
Aqui, o autor da Carta aos Hebreus faz referência à vocação de Abraão, narrada no Livro do Génesis, o primeiro livro da Bíblia. O que pede Deus a este patriarca? Pede-lhe que parta, abandonando a própria terra para ir rumo à terra que lhe indicar: "Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar" (Gn 12, 1). Como teríamos respondido nós a um convite semelhante? Com efeito, trata-se de uma partida às escuras, sem saber para onde Deus o levará; é um caminho que exige uma obediência e uma confiança radicais, ao qual só a fé permite aceder. Mas a escuridão do desconhecido - onde Abraão deve ir - é iluminado pela luz de uma promessa; Deus acrescenta ao mandato uma palavra tranquilizadora que abre diante de Abraão um futuro de vida em plenitude: "Farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei e exaltarei o teu nome... e todas as famílias da terra serão benditas em ti" (Gn 12, 2.3).
Na Sagrada Escritura, a bênção está vinculada primariamente ao dom da vida que vem de Deus e manifesta-se em primeiro lugar na fecundidade, numa vida que se multiplica, passando de geração em geração. E à bênção está ligada também a experiência da posse de uma terra, de um lugar estável onde viver e crescer em liberdade e segurança, temendo Deus e construindo uma sociedade de homens fiéis à Aliança, "reino de sacerdotes e nação santa" (cf. Êx 19, 6).
Por isso, no desígnio divino, Abraão está destinado a tornar-se "pai de uma multidão de povos" (Gn 17, 5; cf. Rm 4, 17-18) e a entrar numa nova terra onde habitar. E no entanto Sara, sua esposa, é estéril, não pode ter filhos; e o país para o qual Deus o conduz é distante da sua terra de origem, já é habitado por outras populações, e nunca lhe pertencerá verdadeiramente. O narrador bíblico sublinha-o, mas com muita discrição: quando Abraão chegou ao lugar da promessa de Deus: "Os Cananeus já viviam naquela terra" (Gn 12, 6). A terra que Deus oferece a Abraão não lhe pertence, ele é um estrangeiro e tal permanecerá para sempre, com tudo o que isto comporta: não ter finalidades de posse, sentir sempre a própria pobreza, ver tudo como dádiva. Esta é também a condição espiritual de quem aceita seguir o Senhor, de quem decide partir, acolhendo a sua chamada, sob o sinal da sua bênção invisível mas poderosa. E Abraão, "pai dos crentes", aceita esta chamada na fé. Na Carta aos Romanos são Paulo escreve: "Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e tornou-se pai de muitas nações, segundo o que lhe fora dito: "Assim será a tua descendência". Não vacilou na fé, embora tenha reconhecido o seu próprio corpo sem vigor - pois tinha quase cem anos - e o seio de Sara igualmente amortecido. Diante da promessa de Deus, não vacilou, não desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus. Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso, para cumprir o que prometera" (Rm 4, 18-21). A fé leva Abraão a percorrer um caminho paradoxal. Ele será abençoado, mas sem os sinais visíveis da bênção: recebe a promessa de se tornar um grande povo, mas com uma vida marcada pela esterilidade da sua esposa Sara; é levado para uma nova pátria, mas nela deverá viver como estrangeiro; e a única posse da terra que se lhe permitirá será a de um lote de terreno para ali sepultar Sara (cf. Gn 23, 1-20). Abraão é abençoado porque, na fé, sabe discernir a bênção divina, indo além das aparências, confiando na presença de Deus até quando os seus caminhos lhe parecem misteriosos.
O que significa isto para nós? Quando afirmamos: "Creio em Deus", nós dizemos como Abraão: "Confio em ti; confio-me a ti, ó Senhor!", mas não como a alguém, ao qual recorrer apenas nos momentos de dificuldade, ou a quem dedicar alguns momentos do dia ou da semana. Dizer "Creio em Deus" significa fundar sobre Ele a minha própria vida, deixar que a sua Palavra a oriente todos os dias, nas escolhas concretas, sem medo de perder algo de mim mesmo. Quando, no Rito do Baptismo, por três vezes somos interrogados: "Credes?" em Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo, na santa Igreja católica e nas outras verdades de fé, a tríplice resposta é no singular: "Creio", porque é a minha existência pessoal que deve passar por uma transformação mediante o dom da fé; é a minha existência que deve mudar, converter-se. Cada vez que participamos num baptizado, deveríamos perguntar-nos como vivemos diariamente o grande dom da fé. Abraão, o crente, ensina-nos a fé; e, como estrangeiro na terra, indica-nos a pátria verdadeira. A fé torna-nos peregrinos na terra, inseridos no mundo e na história, mas a caminho da pátria celestial. Portanto, crer em Deus torna-nos portadores de valores que muitas vezes não coincidem com a moda, nem com a opinião do momento, exige que adoptemos critérios e assumamos comportamentos que não pertencem ao modo de pensar comum. O cristão não deve ter medo de ir "contra a corrente" para viver a sua fé, resistindo à tentação de "se conformar". Em numerosas das nossas sociedades, Deus tornou-se o "grande ausente" e no seu lugar existem muitos ídolos, ídolos extremamente diferentes entre si, e sobretudo a posse e o "eu" autónomo. E também os progressos notáveis e positivos da ciência e da técnica suscitaram no homem uma ilusão de omnipotência e de auto-suficiência, e um egocentrismo crescente criou não poucos desequilíbrios no contexto das relações interpessoais e dos comportamentos sociais.
E no entanto, a sede de Deus (cf. Sl 63, 2) não foi saciada e a mensagem evangélica continua a ressoar através das palavras e das obras de numerosos homens e mulheres de fé. Abraão, o pai dos crentes, continua a ser pai de muitos filhos que aceitam caminhar no seu sulco e põem-se a caminho, em obediência à vocação divina, confiando na presença benévola do Senhor e acolhendo a sua bênção, a fim de se fazer bênção para todos. É o mundo abençoado da fé, ao qual todos somos chamados, para caminhar sem medo no seguimento do Senhor Jesus Cristo. Trata-se de um caminho por vezes difícil, que conhece também a prova e a morte, mas que abre à vida, numa transformação radical da realidade, que unicamente os olhos da fé são capazes de ver e saborear em plenitude.
Então, afirmar "Creio em Deus" impele-nos a partir, a sair de modo incessante de nós mesmos, precisamente como Abraão, para levar à realidade quotidiana em que vivemos a certeza que nos deriva da fé: ou seja, a certeza da presença de Deus na história, também hoje; uma presença que traz vida e salvação, abrindo-nos a um futuro com Ele, para uma plenitude de vida que nunca conhecerá ocaso.
(© L'Osservatore Romano - 26 de Janeiro de 2013)
Prezados irmãos e irmãs
Neste Ano da fé, hoje gostaria de começar a meditar convosco sobre o Credo, ou seja, sobre a solene profissão de fé que acompanha a nossa vida de fiéis. O Credo começa assim: "Creio em Deus". É uma afirmação fundamental, aparentemente simples na sua essencialidade, mas que abre ao mundo infinito da relação com o Senhor e com o seu mistério. Acreditar em Deus implica adesão a Ele, acolhimento da sua Palavra e obediência jubilosa à sua revelação. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, "a fé é um acto pessoal, uma resposta livre do homem à proposta de Deus que se revela" (n. 166). Portanto, poder dizer que se crê em Deus é um dom - Deus revela-se, vem ao nosso encontro - e, ao mesmo tempo um compromisso, é graça divina e responsabilidade humana, numa experiência de diálogo com Deus que, por amor, "fala aos homens como a amigos" (Dei Verbum, 2), fala-nos a fim de que, na fé e com a fé, possamos entrar em comunhão com Ele.
Onde podemos ouvir Deus e a sua palavra? É fundamental a Sagrada Escritura, onde podemos ouvir a Palavra de Deus que é alimento para a nossa vida de "amigos" de Deus. A Bíblia inteira narra o revelar-se de Deus à humanidade; toda a Bíblia fala de fé e ensina-nos a fé, narrando uma história em que Deus faz progredir o seu desígnio de redenção, tornando-se próximo de nós, homens, através de muitas figuras luminosas de pessoas que acreditam nele e a Ele se confiam, até à plenitude da revelação no Senhor Jesus.
A este propósito, é muito bonito o capítulo 11 da Carta aos Hebreus, que há pouco ouvimos. Ali, fala-se da fé e põem-se em evidência as grandes figuras bíblicas que a viveram, tornando-se modelo para todos os fiéis. No primeiro versículo, o texto reza: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê" (11, 1). Por conseguinte, os olhos da fé são capazes de ver o invisível, e o coração do crente pode esperar além de toda a esperança precisamente como Abraão, de quem na Carta aos Romanos Paulo afirma que "acreditou, esperando contra toda a esperança" (4, 18).
E é precisamente sobre Abraão, que gostaria de chamar a nossa atenção, porque ele é a primeira grande figura de referência para falar de fé em Deus: Abraão, o grande patriarca, modelo exemplar, pai de todos os crentes (cf. Rm 4, 11-12). A Carta aos Hebreus apresenta-o assim: "Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu sem saber para onde ia. Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacob, co-herdeiros da mesma promessa. Porque tinha a esperança fixa na cidade assentada sobre os fundamentos eternos, cujo arquitecto e construtor é Deus" (11, 8-10).
Aqui, o autor da Carta aos Hebreus faz referência à vocação de Abraão, narrada no Livro do Génesis, o primeiro livro da Bíblia. O que pede Deus a este patriarca? Pede-lhe que parta, abandonando a própria terra para ir rumo à terra que lhe indicar: "Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar" (Gn 12, 1). Como teríamos respondido nós a um convite semelhante? Com efeito, trata-se de uma partida às escuras, sem saber para onde Deus o levará; é um caminho que exige uma obediência e uma confiança radicais, ao qual só a fé permite aceder. Mas a escuridão do desconhecido - onde Abraão deve ir - é iluminado pela luz de uma promessa; Deus acrescenta ao mandato uma palavra tranquilizadora que abre diante de Abraão um futuro de vida em plenitude: "Farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei e exaltarei o teu nome... e todas as famílias da terra serão benditas em ti" (Gn 12, 2.3).
Na Sagrada Escritura, a bênção está vinculada primariamente ao dom da vida que vem de Deus e manifesta-se em primeiro lugar na fecundidade, numa vida que se multiplica, passando de geração em geração. E à bênção está ligada também a experiência da posse de uma terra, de um lugar estável onde viver e crescer em liberdade e segurança, temendo Deus e construindo uma sociedade de homens fiéis à Aliança, "reino de sacerdotes e nação santa" (cf. Êx 19, 6).
Por isso, no desígnio divino, Abraão está destinado a tornar-se "pai de uma multidão de povos" (Gn 17, 5; cf. Rm 4, 17-18) e a entrar numa nova terra onde habitar. E no entanto Sara, sua esposa, é estéril, não pode ter filhos; e o país para o qual Deus o conduz é distante da sua terra de origem, já é habitado por outras populações, e nunca lhe pertencerá verdadeiramente. O narrador bíblico sublinha-o, mas com muita discrição: quando Abraão chegou ao lugar da promessa de Deus: "Os Cananeus já viviam naquela terra" (Gn 12, 6). A terra que Deus oferece a Abraão não lhe pertence, ele é um estrangeiro e tal permanecerá para sempre, com tudo o que isto comporta: não ter finalidades de posse, sentir sempre a própria pobreza, ver tudo como dádiva. Esta é também a condição espiritual de quem aceita seguir o Senhor, de quem decide partir, acolhendo a sua chamada, sob o sinal da sua bênção invisível mas poderosa. E Abraão, "pai dos crentes", aceita esta chamada na fé. Na Carta aos Romanos são Paulo escreve: "Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e tornou-se pai de muitas nações, segundo o que lhe fora dito: "Assim será a tua descendência". Não vacilou na fé, embora tenha reconhecido o seu próprio corpo sem vigor - pois tinha quase cem anos - e o seio de Sara igualmente amortecido. Diante da promessa de Deus, não vacilou, não desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus. Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso, para cumprir o que prometera" (Rm 4, 18-21). A fé leva Abraão a percorrer um caminho paradoxal. Ele será abençoado, mas sem os sinais visíveis da bênção: recebe a promessa de se tornar um grande povo, mas com uma vida marcada pela esterilidade da sua esposa Sara; é levado para uma nova pátria, mas nela deverá viver como estrangeiro; e a única posse da terra que se lhe permitirá será a de um lote de terreno para ali sepultar Sara (cf. Gn 23, 1-20). Abraão é abençoado porque, na fé, sabe discernir a bênção divina, indo além das aparências, confiando na presença de Deus até quando os seus caminhos lhe parecem misteriosos.
O que significa isto para nós? Quando afirmamos: "Creio em Deus", nós dizemos como Abraão: "Confio em ti; confio-me a ti, ó Senhor!", mas não como a alguém, ao qual recorrer apenas nos momentos de dificuldade, ou a quem dedicar alguns momentos do dia ou da semana. Dizer "Creio em Deus" significa fundar sobre Ele a minha própria vida, deixar que a sua Palavra a oriente todos os dias, nas escolhas concretas, sem medo de perder algo de mim mesmo. Quando, no Rito do Baptismo, por três vezes somos interrogados: "Credes?" em Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo, na santa Igreja católica e nas outras verdades de fé, a tríplice resposta é no singular: "Creio", porque é a minha existência pessoal que deve passar por uma transformação mediante o dom da fé; é a minha existência que deve mudar, converter-se. Cada vez que participamos num baptizado, deveríamos perguntar-nos como vivemos diariamente o grande dom da fé. Abraão, o crente, ensina-nos a fé; e, como estrangeiro na terra, indica-nos a pátria verdadeira. A fé torna-nos peregrinos na terra, inseridos no mundo e na história, mas a caminho da pátria celestial. Portanto, crer em Deus torna-nos portadores de valores que muitas vezes não coincidem com a moda, nem com a opinião do momento, exige que adoptemos critérios e assumamos comportamentos que não pertencem ao modo de pensar comum. O cristão não deve ter medo de ir "contra a corrente" para viver a sua fé, resistindo à tentação de "se conformar". Em numerosas das nossas sociedades, Deus tornou-se o "grande ausente" e no seu lugar existem muitos ídolos, ídolos extremamente diferentes entre si, e sobretudo a posse e o "eu" autónomo. E também os progressos notáveis e positivos da ciência e da técnica suscitaram no homem uma ilusão de omnipotência e de auto-suficiência, e um egocentrismo crescente criou não poucos desequilíbrios no contexto das relações interpessoais e dos comportamentos sociais.
E no entanto, a sede de Deus (cf. Sl 63, 2) não foi saciada e a mensagem evangélica continua a ressoar através das palavras e das obras de numerosos homens e mulheres de fé. Abraão, o pai dos crentes, continua a ser pai de muitos filhos que aceitam caminhar no seu sulco e põem-se a caminho, em obediência à vocação divina, confiando na presença benévola do Senhor e acolhendo a sua bênção, a fim de se fazer bênção para todos. É o mundo abençoado da fé, ao qual todos somos chamados, para caminhar sem medo no seguimento do Senhor Jesus Cristo. Trata-se de um caminho por vezes difícil, que conhece também a prova e a morte, mas que abre à vida, numa transformação radical da realidade, que unicamente os olhos da fé são capazes de ver e saborear em plenitude.
Então, afirmar "Creio em Deus" impele-nos a partir, a sair de modo incessante de nós mesmos, precisamente como Abraão, para levar à realidade quotidiana em que vivemos a certeza que nos deriva da fé: ou seja, a certeza da presença de Deus na história, também hoje; uma presença que traz vida e salvação, abrindo-nos a um futuro com Ele, para uma plenitude de vida que nunca conhecerá ocaso.
(© L'Osservatore Romano - 26 de Janeiro de 2013)
Imitação de Cristo, 3, 49, 1 - Do desejo da vida eterna e quantos bens estão prometidos aos que combatem
Jesus: Filho, quando sentires que o céu te inspira saudades da bem-aventurança e o desejo de deixar o tabernáculo do corpo para contemplar minha glória sem sombra de mudanças, alarga o teu coração e recebe esta santa inspiração com todo afeto. Dá muitas graças à Bondade soberana, que usa de tanta liberdade para contigo, com tanta clemência te visita, tanto te anima, tão poderosamente te levanta, para que teu próprio peso não te arraste para as coisas terrenas. Pois isto não te vem por teus pensamentos ou esforços, mas só pela mercê da graça celeste e do beneplácito divino para que te adiantes nas virtudes, sobretudo na humildade, e te prepares para futuras pelejas; para que te entregues a mim com todo o afeto do teu coração e me sirvas com ardente amor.
Um encontro pessoal com Deus
Creio que não vou dizer nada de novo, se afirmar que alguns cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa e que ela é para muitos um mero rito exterior, quando não um convencionalismo social. Isto acontece, porque os nossos corações, de si tão mesquinhos, são capazes de viver com rotina a maior doação de Deus aos homens. Na Santa Missa, nesta Missa que agora celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma, pois vamos ouvir Deus, falar com Ele, vê-Lo, saboreá-Lo. E se as palavras não forem suficientes, poderemos cantar, incitando a nossa língua – Pange, lingua! – a que proclame, na presença de toda a Humanidade, as grandezas do Senhor.
Viver a Santa Missa é manter-se em oração contínua, convencermo-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com Deus, em que O adoramos, O louvamos, Lhe pedimos, Lhe damos graças, reparamos os nossos pecados, nos purificamos e nos sentimos uma só coisa em Cristo com todos os cristãos.. (Cristo que passa, 87–88)
O Evangelho de Domingo dia 27 de janeiro de 2013
Visto que muitos já empreenderam pôr em ordem a narração das coisas que entre nós se verificaram, como no-las referiram os que desde o principio foram testemunhas oculares e vieram a ser ministros da palavra, pareceu-me bem também a mim, depois de ter investigado tudo cuidadosamente desde o princípio, escrever-te por ordem a sua narração, excelentíssimo Teófilo, para que reconheças a firmeza dos ensinamentos que recebeste. Voltou Jesus, sob o impulso do Espírito, para a Galileia, e a Sua fama divulgou-se por toda a região circunvizinha. Ensinava nas suas sinagogas e era aclamado por todos. Foi a Nazaré, onde Se tinha criado, entrou na sinagoga, segundo o Seu costume, em dia de sábado, e levantou-Se para fazer a leitura. Foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías. Quando desenrolou o livro, encontrou o lugar onde estava escrito: “O Espírito do Senhor repousou sobre Mim; pelo que Me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; Me enviou para anunciar a redenção aos cativos, e a recuperação da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a pregar um ano de graça da parte do Senhor”. Tendo enrolado o livro, deu-o ao encarregado, e sentou-Se. Os olhos de todos os que se encontravam na sinagoga estavam fixos n'Ele. Começou a dizer-lhes: «Hoje cumpriu-se este passo da Escritura que acabais de ouvir».
Lc 1, 1-4. 4, 14-21
Lc 1, 1-4. 4, 14-21
"Comunhão na mesma fé é a base para o ecumenismo"
Ontem, Sexta-Feira dia 25 pelas 17.30 foram celebradas aqui em Roma na Basílica de S. Paulo Fora dos Muros, as Solenes Vésperas pela Unidade dos Cristãos. Estiveram presentes juntamente com o Papa Bento XVI o Arcebispo-Metropolita Ortodoxo de Itália e Malta Sua Eminência Gennadios Zervos, o Representante do Arcebispo de Cantuária na Santa Sé, Reverendo David Richardson e o Cardeal Kurt Koch, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Estiveram ainda presentes os representantes do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, da Igreja Anglicana, das Igrejas ortodoxas, das Igrejas ortodoxas orientais e das diferentes comunidades eclesiais . Em nome de todos, falou o Cardeal Kurt Koch numa saudação especial a Bento XVI.
Esta celebração concluiu a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Na homilia que proferiu o Santo Padre considerou ser esta Semana um dom de Deus que necessita desses gestos concretos para curar recordações e relações. Começou por salientar o seguinte:
"Esta celebração insere-se no contexto do Ano da Fé, iniciado a 11 de Outubro, cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II. A comunhão na mesma fé é a base para o ecumenismo. A unidade, efectivamente, é dada por Deus como inseparável da fé; exprime-o de maneira eficaz São Paulo: Um só Corpo e um só Espírito, como uma só é a esperança à qual fostes chamados, aquela da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só baptismo."
Foi junto ao túmulo do apóstolo Paulo que Bento XVI falou sobre a unidade dos cristãos que deve florescer numa sociedade em que a mensagem cristã parece cada vez menos importante para a vida pessoal e comunitária.
"A unidade é em si mesma um meio privilegiado quase um pressuposto para anunciar a fé de um modo cada vez mais credível a quem não conhece ainda o Salvador ou a quem, mesmo já tendo recebido o dom precioso do Evangelho, o esqueceu. O escândalo da divisão foi o impulso que deu início ao movimento ecuménico como hoje o conhecemos. A plena e visível comunhão entre os cristãos deve ser entendida como uma característica fundamental para um testemunho ainda mais claro."
E o Santo Padre de seguida invocou todos a procurarem o caminho da plena unidade:
Hoje há grande necessidade de reconciliação, de diálogo e de compreensão recíproca, numa perspectiva não moralista, mas precisamente de autenticidade cristã para uma presença mais incisiva na realidade do nosso tempo.
A unidade entre os cristãos, antes de ser fruto de esforços humanos, é obra e dom do Espírito Santo, explicou o Papa. A oração, o ecumenismo espiritual é o coração do empenho ecuménico que sem a fé se reduziria a uma forma de contrato ao qual aderir por um interesse comum. Portanto, a premissa para uma mútua fraternidade é a comunhão com o Pai. O Santo Padre continuou a sua homilia considerando que o diálogo, quando reflete a prioridade da fé, permite abrir-se à ação de Deus com a firme confiança de que sozinhos não podemos construir a unidade, mas é o Espírito Santo que nos guia rumo à plena comunhão, e faz colher a riqueza espiritual presente nas diferentes Igrejas e Comunidades eclesiais.
O dom da unidade é inseparável do dom da fé, e a fé é inseparável da santidade pessoal, bem como da busca da justiça. Pensando nos cristãos da Índia que prepararam os subsídios para a reflexão durante a Semana de Oração deste ano, celebrada com o tema "O que o Senhor exige de nós" – extraído do livro do profeta Miquéias – o Papa recordou as condições difíceis em que eles por vezes são chamados a dar testemunho que só através da radicalidade da fé, como Abraão, confiando em Deus, conseguem caminhar para além das barreiras do ódio, do racismo e da discriminação social e religiosa.
E citou S. Paulo para sintetizar a sua mensagem:
Como afirma S. Paulo, os cristãos devem ser os primeiros a oferecer um exemplo luminoso na busca da reconciliação e da comunhão em Cristo, que supere todo o tipo de divisão. Na Carta aos Gálatas o Apóstolo afirma: Todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois que como batizados em Cristo, estais revestidos de Cristo. Não há judeu, nem grego; não há escravo nem homem livre; não há homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus."
Rádio Vaticano
Vídeo em italiano
Esta celebração concluiu a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Na homilia que proferiu o Santo Padre considerou ser esta Semana um dom de Deus que necessita desses gestos concretos para curar recordações e relações. Começou por salientar o seguinte:
"Esta celebração insere-se no contexto do Ano da Fé, iniciado a 11 de Outubro, cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II. A comunhão na mesma fé é a base para o ecumenismo. A unidade, efectivamente, é dada por Deus como inseparável da fé; exprime-o de maneira eficaz São Paulo: Um só Corpo e um só Espírito, como uma só é a esperança à qual fostes chamados, aquela da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só baptismo."
Foi junto ao túmulo do apóstolo Paulo que Bento XVI falou sobre a unidade dos cristãos que deve florescer numa sociedade em que a mensagem cristã parece cada vez menos importante para a vida pessoal e comunitária.
"A unidade é em si mesma um meio privilegiado quase um pressuposto para anunciar a fé de um modo cada vez mais credível a quem não conhece ainda o Salvador ou a quem, mesmo já tendo recebido o dom precioso do Evangelho, o esqueceu. O escândalo da divisão foi o impulso que deu início ao movimento ecuménico como hoje o conhecemos. A plena e visível comunhão entre os cristãos deve ser entendida como uma característica fundamental para um testemunho ainda mais claro."
E o Santo Padre de seguida invocou todos a procurarem o caminho da plena unidade:
Hoje há grande necessidade de reconciliação, de diálogo e de compreensão recíproca, numa perspectiva não moralista, mas precisamente de autenticidade cristã para uma presença mais incisiva na realidade do nosso tempo.
A unidade entre os cristãos, antes de ser fruto de esforços humanos, é obra e dom do Espírito Santo, explicou o Papa. A oração, o ecumenismo espiritual é o coração do empenho ecuménico que sem a fé se reduziria a uma forma de contrato ao qual aderir por um interesse comum. Portanto, a premissa para uma mútua fraternidade é a comunhão com o Pai. O Santo Padre continuou a sua homilia considerando que o diálogo, quando reflete a prioridade da fé, permite abrir-se à ação de Deus com a firme confiança de que sozinhos não podemos construir a unidade, mas é o Espírito Santo que nos guia rumo à plena comunhão, e faz colher a riqueza espiritual presente nas diferentes Igrejas e Comunidades eclesiais.
O dom da unidade é inseparável do dom da fé, e a fé é inseparável da santidade pessoal, bem como da busca da justiça. Pensando nos cristãos da Índia que prepararam os subsídios para a reflexão durante a Semana de Oração deste ano, celebrada com o tema "O que o Senhor exige de nós" – extraído do livro do profeta Miquéias – o Papa recordou as condições difíceis em que eles por vezes são chamados a dar testemunho que só através da radicalidade da fé, como Abraão, confiando em Deus, conseguem caminhar para além das barreiras do ódio, do racismo e da discriminação social e religiosa.
E citou S. Paulo para sintetizar a sua mensagem:
Como afirma S. Paulo, os cristãos devem ser os primeiros a oferecer um exemplo luminoso na busca da reconciliação e da comunhão em Cristo, que supere todo o tipo de divisão. Na Carta aos Gálatas o Apóstolo afirma: Todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois que como batizados em Cristo, estais revestidos de Cristo. Não há judeu, nem grego; não há escravo nem homem livre; não há homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus."
Rádio Vaticano
Vídeo em italiano
'Viva a Pepa!' de Gonçalo Portocarrero de Almada
Quando a Pepa decidiu publicar na blogosfera algumas impressões sobre 2012 e os seus desejos para o novo ano, meio mundo sentiu-se indignado.
Não conheço a protagonista das controversas declarações e que é certamente uma óptima pessoa. Mas esta sua prestação foi deveras caricata. Que alguém confidencie publicamente umas quantas banalidades é, com efeito, censurável. A sua própria inconsciência em relação às previsíveis consequências desta sua futilidade é também significativa. Como digna de reparo, a sua aparente insensibilidade social, expressiva da vacuidade ética que abunda entre muita gente miúda e graúda.
De todos os modos, sem querer justificar o injustificável, nem assumir a defesa oficiosa da infeliz jovem, cuja reputação não está em causa, importa sublinhar que o seu discurso, não obstante a sua ligeireza, é muito mais potável do que o palavreado de muito boa gente, mais ou menos intelectual, que por aí pontifica impunemente. Se a Pepa, em vez de bloguista fosse bloquista, e tivesse feito uma declaração politicamente correcta advogando, por hipótese, a igualdade de género, a liberalização das drogas, o aborto livre ou a eutanásia, é certo e sabido que as suas palavras teriam suscitado, na opinião pública e nos meios de comunicação social uma reacção menos negativa. Ora tais propostas, como muitas outras que por aí circulam livremente, são bastante piores e sobretudo muito mais nocivas em termos sociais do que as suas tolas mas inocentes declarações sobre o ano transacto e as suas pueris mas inofensivas expectativas para este novo ano.
Seguramente a Pepa não é nenhum Einstein, nem uma nova Teresa de Calcutá. Mas também não é porta-voz de nenhuma aberração social, ao contrário de muitas mentes brilhantes que, não obstante a monstruosidade objectiva das suas teses, beneficiam da complacência pública e da benevolência dos comentadores.
Bem vistas as coisas, antes a Pepa!
Gonçalo Portocarrero de Almada
(Fonte: ‘i’ online AQUI)
Que significa "ser apóstolo" no século XXI? (com vídeo legendado em PT)
Sonsoles é uma estudante que assistiu a uma tertúlia com D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei. Perguntou-lhe - perante milhares de jovens como ela - que significa "ser apóstolo", e como sê-lo na prática.
- Padre, que alegría estar connosco. Chamo-me Sonsoles, sou de Madrid.
- Sonsoles? Pois o nosso Padre foi a Sonsoles e ficava comovido com os olhos tão bonitos que a Senhora tem, São como sóis! Que todas e todos tenhamos os olhos da alma como essa imagem de Nossa Senhora.
- Padre, como ter força para superar a comodidade e o medo e para ser verdadeiramente um apóstolo ao lidar com as minhas amigas, transmitir de modo atrativo a necessidade que todos temos de alimentar a fé todos os dias? Obrigada, Padre.
- Sê valente, sê valente como o nosso Padre que teve de deixar tantas coisas, mas deixou-as sabendo que não era uma mudança para pior, mas uma mudança para melhor.
Era um homem de grandes desejos, era uma pessoa muito dotada, com muitas condições para levar a cabo muitas coisas neste mundo.
O Senhor pediu-lhe que seguisse outro rumo e fê-lo, fê-lo pensando em primeiro lugar em dar glória a Deus e em segundo lugar nessas almas de quem estava à espera.
Por isso também vos dizia que quando rezamos o Angelus me lembrava do nosso Padre com esse olhar tão seu, de homem enamorado, porque o cristão, a cristã que segue Cristo não é uma mulher ou um homem que não sabe amar. Pelo contrário, desenvolvemos toda a potência do nosso amor dirigindo-o para o Senhor e com Deus para todas as almas.
E lembrava-me de quando deu a bênção com o Santíssimo via "três, trinta, trezentos"... E ali estavam vocês. E numa ocasião comentou-nos: "sofri muito, tive de rezar muito, mas não me arrependo do que sofri nem do que tive de rezar, e se tivesse de voltar a começar fá-lo-ia bem e melhor com a ajuda de Deus. Pois, minha filha, o Senhor está à tua procura, no teu encalço, dizendo: não tenhas medo, não tenhas medo de te comprometer, para ser uma cristã e se for preciso para dar a vida e seguir o que Deus te for pedindo. Que Deus te abençoe.
(Fonte: site do Opus Dei-Portugal em http://www.opusdei.pt/art.php?p=47213)
- Padre, que alegría estar connosco. Chamo-me Sonsoles, sou de Madrid.
- Sonsoles? Pois o nosso Padre foi a Sonsoles e ficava comovido com os olhos tão bonitos que a Senhora tem, São como sóis! Que todas e todos tenhamos os olhos da alma como essa imagem de Nossa Senhora.
- Padre, como ter força para superar a comodidade e o medo e para ser verdadeiramente um apóstolo ao lidar com as minhas amigas, transmitir de modo atrativo a necessidade que todos temos de alimentar a fé todos os dias? Obrigada, Padre.
- Sê valente, sê valente como o nosso Padre que teve de deixar tantas coisas, mas deixou-as sabendo que não era uma mudança para pior, mas uma mudança para melhor.
Era um homem de grandes desejos, era uma pessoa muito dotada, com muitas condições para levar a cabo muitas coisas neste mundo.
O Senhor pediu-lhe que seguisse outro rumo e fê-lo, fê-lo pensando em primeiro lugar em dar glória a Deus e em segundo lugar nessas almas de quem estava à espera.
Por isso também vos dizia que quando rezamos o Angelus me lembrava do nosso Padre com esse olhar tão seu, de homem enamorado, porque o cristão, a cristã que segue Cristo não é uma mulher ou um homem que não sabe amar. Pelo contrário, desenvolvemos toda a potência do nosso amor dirigindo-o para o Senhor e com Deus para todas as almas.
E lembrava-me de quando deu a bênção com o Santíssimo via "três, trinta, trezentos"... E ali estavam vocês. E numa ocasião comentou-nos: "sofri muito, tive de rezar muito, mas não me arrependo do que sofri nem do que tive de rezar, e se tivesse de voltar a começar fá-lo-ia bem e melhor com a ajuda de Deus. Pois, minha filha, o Senhor está à tua procura, no teu encalço, dizendo: não tenhas medo, não tenhas medo de te comprometer, para ser uma cristã e se for preciso para dar a vida e seguir o que Deus te for pedindo. Que Deus te abençoe.
(Fonte: site do Opus Dei-Portugal em http://www.opusdei.pt/art.php?p=47213)
Ajuda Divina
«(…): quem segue a vontade de Deus sabe que, no meio de todos os horrores que possa encontrar, nunca perderá uma última protecção. Sabe que o fundamento do mundo é o amor e, consequentemente, mesmo onde ninguém o pode ou quer ajudar, ele pode prosseguir colocando a sua confiança n’Aquele que o ama».
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
Lamúrias
Nós homens somos famosos quando estamos adoentados, e da fama dificilmente nos livraremos, de sermos muito mais lamúrias e de darmos muito mais trabalho a quem nos acompanha e acarinha, que as mulheres. Parece estranho, mas de facto não o é, tomemos o exemplo da Nossa Mãe, no fiat, no guardar no coração para meditar tudo o que sucedia com o seu Filho, na angústia, mágoa e profunda tristeza com que acompanhou Jesus Cristo no Calvário, à Sua crucificação e morte, quantos homens teriam esta disponibilidade e amor?
Lembremo-nos ainda daquele episódio em que o Senhor chega a casa de Simão Pedro e a sogra deste se encontrava com febre, o Senhor curou-a, mas ela de imediato se levantou e começou a servir quem O acompanhava, esta disponibilidade e prontidão enaltece-a a ela e à generalidade das mulheres sempre prontas para ajudar.
Pessoalmente tento evitar queixar-me, reparem que escrevi evitar, porque uma lamúria ou outra sempre me sai, mas sobretudo e desde há alguns dias, além de oferecer a Deus Nosso Senhor qualquer dificuldade como é meu hábito, passei a fazê-lo tendo como intenção a beatificação de D. Álvaro del Portillo e de imediato me sinto reconfortado.
JPR (texto escrito há dois anos e que se mantém plenamente actual incluindo a intenção)
Lembremo-nos ainda daquele episódio em que o Senhor chega a casa de Simão Pedro e a sogra deste se encontrava com febre, o Senhor curou-a, mas ela de imediato se levantou e começou a servir quem O acompanhava, esta disponibilidade e prontidão enaltece-a a ela e à generalidade das mulheres sempre prontas para ajudar.
Pessoalmente tento evitar queixar-me, reparem que escrevi evitar, porque uma lamúria ou outra sempre me sai, mas sobretudo e desde há alguns dias, além de oferecer a Deus Nosso Senhor qualquer dificuldade como é meu hábito, passei a fazê-lo tendo como intenção a beatificação de D. Álvaro del Portillo e de imediato me sinto reconfortado.
JPR (texto escrito há dois anos e que se mantém plenamente actual incluindo a intenção)
‘Mãe’ poema-oração de Joaquim Mexia Alves
Sim,
palavra tão pequena
e no entanto,
por ela tudo se realizou.
Cabeça baixa,
não de vergonha,
mas de humildade,
aquela que tudo aceitou,
disse sim,
fez-se mãe da humanidade.
E Ele nasceu,
viveu e cresceu,
e Ela,
mãe incomparável,
percebendo a cada momento
que o Filho não era só dela,
mas se tinha feito Carne,
para cada um,
para todos.
Ele dá-se aos outros,
nem A recebe,
quando O procura,
mas não há ciúme,
apenas e só oração,
como quem tudo guarda…
no coração.
Buscam-no,
para O matar,
com o beijo da perfídia,
como se fosse possível,
matar a própria vida.
Ela a tudo assiste,
quieta, calada
tranquila e em paz.
Não há sequer um queixume,
um ai,
um lamento,
por ver o Filho de Deus
sofrer um tal tormento.
Aos pés da Cruz,
levanta finalmente a cabeça,
para olhar para a humildade,
que ali se faz presença.
O seu coração,
abre-se num grito mudo,
já não por Aquele que morre,
mas por aqueles que nada tendo,
não querem perceber,
que naquela Cruz,
está o Todo,
está o Tudo.
Mãe de infinita graça,
Mãe da humildade serena,
Mãe de Cristo,
Mãe de todos,
Mãe de mim.
Que o Nome do teu Filho,
e o teu minha doce Mãe,
estejam na minha boca,
e no meu coração,
também,
quando chegar a hora,
de eu ir para o Pai,
oh Mãe!
Monte Real, 23 de Janeiro de 2012
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2012/01/mae.html
palavra tão pequena
e no entanto,
por ela tudo se realizou.
Cabeça baixa,
não de vergonha,
mas de humildade,
aquela que tudo aceitou,
disse sim,
fez-se mãe da humanidade.
E Ele nasceu,
viveu e cresceu,
e Ela,
mãe incomparável,
percebendo a cada momento
que o Filho não era só dela,
mas se tinha feito Carne,
para cada um,
para todos.
Ele dá-se aos outros,
nem A recebe,
quando O procura,
mas não há ciúme,
apenas e só oração,
como quem tudo guarda…
no coração.
Buscam-no,
para O matar,
com o beijo da perfídia,
como se fosse possível,
matar a própria vida.
Ela a tudo assiste,
quieta, calada
tranquila e em paz.
Não há sequer um queixume,
um ai,
um lamento,
por ver o Filho de Deus
sofrer um tal tormento.
Aos pés da Cruz,
levanta finalmente a cabeça,
para olhar para a humildade,
que ali se faz presença.
O seu coração,
abre-se num grito mudo,
já não por Aquele que morre,
mas por aqueles que nada tendo,
não querem perceber,
que naquela Cruz,
está o Todo,
está o Tudo.
Mãe de infinita graça,
Mãe da humildade serena,
Mãe de Cristo,
Mãe de todos,
Mãe de mim.
Que o Nome do teu Filho,
e o teu minha doce Mãe,
estejam na minha boca,
e no meu coração,
também,
quando chegar a hora,
de eu ir para o Pai,
oh Mãe!
Monte Real, 23 de Janeiro de 2012
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2012/01/mae.html
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1932
Escreve o texto que depois se converterá no ponto n. 1 de Caminho: “Que a tua vida não seja uma vida estéril. – Sê útil, deixa rasto. – Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor. Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio. – E incendeia todos os caminhos da Terra com o fogo de Cristo que levas no coração”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Timóteo e Tito: dois colaboradores de Paulo
Foto corresponde a uma audiência em 2010 |
Audiência geral de 13/12/2006
Três Cartas, tradicionalmente atribuídas a Paulo, são destinadas a estes dois colaboradores mais próximos, Timóteo e a Tito. Timóteo é um nome grego e significa "o que honra Deus". Enquanto Lucas nos Actos o menciona seis vezes, Paulo nas suas cartas faz referência a ele dezassete vezes (além disso, encontramo-lo uma vez na Carta aos Hebreus). Deduz-se que, aos olhos de Paulo, ele gozava de grande consideração. [...]
Quanto à figura de Tito, cujo nome é de origem latina, sabemos que era grego de nascença, isto é, pagão (cf. Gal 2, 3). Paulo levou-o consigo a Jerusalém para o chamado Concílio apostólico, no qual foi solenemente aceite a pregação do Evangelho aos pagãos. [...] Depois da partida de Timóteo de Corinto, Paulo enviou Tito a essa cidade com a tarefa de reconduzir à obediência aquela comunidade pouco dócil.
Se considerarmos em conjunto as duas figuras de Timóteo e Tito, apercebemo-nos de alguns dados muito significativos. O mais importante é que Paulo se serviu de colaboradores para o desempenho das suas missões. Ele permanece certamente o Apóstolo por excelência, fundador e pastor de muitas Igrejas. Contudo, é evidente que não fazia tudo sozinho, mas que se apoiava em pessoas de confiança que partilhavam as suas obras e as suas responsabilidades. Outra observação refere-se à disponibilidade destes colaboradores. As fontes relativas a Timóteo e a Tito realçam bem a disponibilidade deles para assumir vários cargos, que muitas vezes consistiam em representar Paulo também em ocasiões pouco fáceis.
Numa palavra, eles ensinam-nos a servir o Evangelho com generosidade, sabendo que isto obriga também a um serviço da própria Igreja. [...] Mediante o nosso compromisso concreto, devemos e podemos [...] ser, nós também, ricos em boas obras e assim abrir as portas do mundo a Cristo, nosso Salvador.
Vídeo em espanhol com catequese de Bento XVI em 28.01.2009
S. Timóteo e S. Tito, bispos e companheiros de S. Paulo, séc. I
São Timóteo
Sobre São Timóteo, São Paulo diz: "Lembro-me de ti, noite e dia, em minhas orações. Conserva a lembrança da fé sincera que há em ti; fé que habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe, Eunice". E o Apóstolo dá ainda, a São Timóteo o excelente conselho de empenhar-se inteiramente na sua missão de velar sobre sua pessoa, bem como sobre o seu ensino. E termina, dizendo: "Perseverando nessas duas missões, salvar-te-ás e aos que te escutam". Nas duas epístolas que São Paulo escreveu a Timóteo, os sacerdotes de todos os tempos puderam encontrar conforto e incentivo para sua missão e sua vida.
São Tito
São Tito, exímio colaborador de São Paulo, recebeu uma carta preciosa, em que se lê: "Exorta os jovens a serem equilibrados em tudo, mostrando-te como modelo de boa conduta, correcção e ensino, dignidade, palavra sã e irrepreensível". São Tito foi o chefe da comunidade cristã de Creta, onde deve ter sofrido muitos dissabores, apesar de sua grande habilidade.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sobre São Timóteo, São Paulo diz: "Lembro-me de ti, noite e dia, em minhas orações. Conserva a lembrança da fé sincera que há em ti; fé que habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe, Eunice". E o Apóstolo dá ainda, a São Timóteo o excelente conselho de empenhar-se inteiramente na sua missão de velar sobre sua pessoa, bem como sobre o seu ensino. E termina, dizendo: "Perseverando nessas duas missões, salvar-te-ás e aos que te escutam". Nas duas epístolas que São Paulo escreveu a Timóteo, os sacerdotes de todos os tempos puderam encontrar conforto e incentivo para sua missão e sua vida.
São Tito
São Tito, exímio colaborador de São Paulo, recebeu uma carta preciosa, em que se lê: "Exorta os jovens a serem equilibrados em tudo, mostrando-te como modelo de boa conduta, correcção e ensino, dignidade, palavra sã e irrepreensível". São Tito foi o chefe da comunidade cristã de Creta, onde deve ter sofrido muitos dissabores, apesar de sua grande habilidade.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Timóteo e Tito levam por todo o mundo a fé dos Apóstolos
São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja
18.ª Catequese aos Iluminandos, 23-25
A Igreja é chamada católica ou universal porque está espalhada por todo o mundo, de uma à outra extremidade da terra, e porque universalmente e sem erro ensina toda a doutrina que os homens devem conhecer, sobre as coisas visíveis ou invisíveis, celestes ou terrestres. É chamada católica também porque conduz ao verdadeiro culto toda a classe de homens, autoridades e súbditos, doutos e incultos. É católica finalmente porque cura e sara todo o género de pecados, tanto os da alma como os do corpo, e possui todo o género de virtudes, qualquer que seja o seu nome, em obras e palavras e nos mais diversos dons espirituais.
Com toda a propriedade é chamada Igreja, quer dizer, assembleia convocada, porque convoca e reúne a todos na unidade, tal como o Senhor determina no Levítico: «convoca toda a assembleia para a entrada da tenda da reunião» (8,3) [...]. E, no Deuteronómio, diz Deus a Moisés: «convoca o povo para junto de Mim, a fim de ouvirem as Minhas palavras» (4,10). [...] Também o Salmista proclama: «eu Te darei graças na solene assembleia, e Te louvarei no meio da multidão» (Salmo 35/34,18) [...].
Mas foi a partir das nações gentias que depois o Salvador instituiu uma segunda assembleia, a nossa Santa Igreja dos cristãos, acerca da qual disse a Pedro: «e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela» (Mt 16,18). [...] E logo que a primeira assembleia fundada na Judeia foi destruída, multiplicaram-se por toda a terra as Igrejas de Cristo. Delas falam os Salmos, que dizem: «Aleluia! Cantai ao Senhor um cântico novo, louvai-O na assembleia dos fiéis!» (149,1). [...] E é a respeito desta nova Igreja Santa e Católica que Paulo escreve a Timóteo: «quero que saibas como deves proceder na casa de Deus, esta Igreja do Deus vivo, coluna e sustentáculo da Verdade» (1Tm 3,15).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
18.ª Catequese aos Iluminandos, 23-25
A Igreja é chamada católica ou universal porque está espalhada por todo o mundo, de uma à outra extremidade da terra, e porque universalmente e sem erro ensina toda a doutrina que os homens devem conhecer, sobre as coisas visíveis ou invisíveis, celestes ou terrestres. É chamada católica também porque conduz ao verdadeiro culto toda a classe de homens, autoridades e súbditos, doutos e incultos. É católica finalmente porque cura e sara todo o género de pecados, tanto os da alma como os do corpo, e possui todo o género de virtudes, qualquer que seja o seu nome, em obras e palavras e nos mais diversos dons espirituais.
Com toda a propriedade é chamada Igreja, quer dizer, assembleia convocada, porque convoca e reúne a todos na unidade, tal como o Senhor determina no Levítico: «convoca toda a assembleia para a entrada da tenda da reunião» (8,3) [...]. E, no Deuteronómio, diz Deus a Moisés: «convoca o povo para junto de Mim, a fim de ouvirem as Minhas palavras» (4,10). [...] Também o Salmista proclama: «eu Te darei graças na solene assembleia, e Te louvarei no meio da multidão» (Salmo 35/34,18) [...].
Mas foi a partir das nações gentias que depois o Salvador instituiu uma segunda assembleia, a nossa Santa Igreja dos cristãos, acerca da qual disse a Pedro: «e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela» (Mt 16,18). [...] E logo que a primeira assembleia fundada na Judeia foi destruída, multiplicaram-se por toda a terra as Igrejas de Cristo. Delas falam os Salmos, que dizem: «Aleluia! Cantai ao Senhor um cântico novo, louvai-O na assembleia dos fiéis!» (149,1). [...] E é a respeito desta nova Igreja Santa e Católica que Paulo escreve a Timóteo: «quero que saibas como deves proceder na casa de Deus, esta Igreja do Deus vivo, coluna e sustentáculo da Verdade» (1Tm 3,15).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Timóteo e Tito, sucessores dos apóstolos
Catecismo da Igreja Católica
§§ 863-865
§§ 863-865
Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a actividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Cristo à terra inteira» (Vaticano II).
«Sendo Cristo, enviado do Pai, a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja», é evidente que a fecundidade do apostolado, tanto dos ministros ordenados como dos leigos, depende da sua união vital com Cristo. Segundo as vocações, as exigências dos tempos e os vários dons do Espírito Santo, o apostolado toma as formas mais diversas. Mas é sempre a caridade, haurida principalmente na Eucaristia, «que é como que a alma de todo o apostolado» (Vaticano II).
A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua identidade profunda e última, porque é nela que existe desde já, e será consumado no fim dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de Deus», que veio até nós na Pessoa de Cristo e que cresce misteriosamente no coração dos que n'Ele estão incorporados, até à sua plena manifestação escatológica. Então, todos os homens por Ele resgatados e n' Ele tornados «santos e imaculados na presença de Deus no amor» (Ef 1,4), serão reunidos como o único povo de Deus, «a Esposa do Cordeiro», «a Cidade santa descida do céu, de junto de Deus, trazendo em si a glória do mesmo Deus»; e «a muralha da cidade assenta sobre doze alicerces, cada um dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos do Cordeiro» (Ap 21,14).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 26 de janeiro de 2013
Depois disto, o Senhor escolheu outros setenta e dois, e mandou-os dois a dois à Sua frente por todas as cidades e lugares onde havia de ir. Disse-lhes: «Grande é na verdade a messe, mas os operários poucos. Rogai, pois, ao dono da messe que mande operários para a Sua messe. Ide; eis que Eu vos envio como cordeiros entre lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem calçado, e não saudeis ninguém pelo caminho. Na casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz seja nesta casa. Se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; senão, tornará para vós. Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que tiverem, porque o operário é digno da sua recompensa. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que vos puserem diante; curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: Está próximo de vós o reino de Deus.
Lc 10, 1-9
Lc 10, 1-9
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