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domingo, 31 de julho de 2022
Santo Inácio de Loyola
Santo Inácio nasceu em Loyola em Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar imobilizado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: "São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer".
Realmente fê-lo, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem "tudo para a maior glória de Deus", pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus "famosos" Exercícios Espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus. A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: "O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo".
Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora "com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade", repetia.
Santo Inácio de Loyola foi sobretudo um homem de Deus
Santo Inácio de Loiola foi antes de tudo um homem de Deus, que colocou no primeiro lugar da sua vida Deus, para sua maior glória e serviço; foi um homem de oração profunda, que tinha o seu centro e o seu ápice na Celebração eucarística quotidiana. Desta forma ele deixou aos seus seguidores uma herança espiritual preciosa que não deve ser perdida nem esquecida. Precisamente porque foi um homem de Deus, Santo Inácio foi servidor fiel da Igreja, na qual viu e venerou a esposa do Senhor e a mãe dos cristãos. E do desejo de servir a Igreja do modo mais útil e eficaz surgiu o voto de especial obediência ao Papa, por ele mesmo qualificado como "o nosso princípio e principal fundamento" (MI, Série III, I, pág. 162). Este carácter eclesial, tão específico da Companhia de Jesus, continue a estar presente nas vossas pessoas e na vossa atividade apostólica, queridos Jesuítas, para que possais ir fielmente ao encontro das atuais necessidades urgentes da Igreja. Entre elas parece-me importante assinalar o compromisso cultural nos campos da teologia e da filosofia, tradicionais âmbitos de presença apostólica da Companhia de Jesus, assim como o diálogo com a cultura moderna, que se por um lado se orgulha pelos maravilhosos progressos no campo científico, permanece fortemente marcada pelo cientismo positivista e materialista. Sem dúvida, o esforço de promover em cordial colaboração com as outras realidades eclesiais, uma cultura inspirada nos valores do Evangelho, exige uma intensa preparação espiritual e cultural. Precisamente por isto, Santo Inácio quis que os jovens jesuítas fossem formados durante longos anos na vida espiritual e nos estudos. É bom que esta tradição seja mantida e fortalecida, considerando também a crescente complexidade e vastidão da cultura moderna. Outra grande preocupação para ele foram a educação cristã e a formação cultural dos jovens: para isso procurou incrementar a instrução dos "colégios", os quais, depois da sua morte, se difundiram na Europa e no mundo. Continuai, queridos Jesuítas, este importante apostolado mantendo inalterado o espírito do vosso Fundador.
(Bento XVI no encontro com os participantes de uma Peregrinação organizada pela Companhia de Jesus em 22.06.2006)
Santo Inácio de Loyola - Fundador da Companhia de Jesus
«Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade, minha memória, minha inteligência e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo. De vós recebi; a vós, Senhor o restituo. Tudo é vosso; disponde de tudo inteiramente, segundo a vossa vontade. Dai-me o vosso amor e graça, que esta me basta».
(S. Inácio de Loyola - “Exercícios Espirituais”)
«sem equívocos nem hesitações, o seu caminho específico para Deus, como Santo Inácio traçou na ‘Formula instituti’: a fidelidade amorosa ao vosso carisma será uma fonte segura de fecundidade renovada»
(São João Paulo II - “Insegnamenti”, vol. XVIII/1, 1995, pág. 26)
«(…) a proposta de Santo Inácio de Loyola, dos retiros espirituais em casa, sem ser preciso sair de casa para se retirar para um convento ou para um mosteiro. Basta ir uma hora e meia por semana à Igreja para receber meditação e reflexão e depois leva-se trabalho para casa, para se fazer os retiros espirituais em casa. Nós temos coisas belíssimas e preciosas da nossa tradição, somos chamados como o escriba do Evangelho ‘a tirar coisas novas dos tesouros antigos’».
(D. António Marto, ao tempo Bispo de Viseu, hoje Bispo de Leiria-Fátima em 15-XI-2003)
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