Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 12 de junho de 2022

A ânsia do poder

«O homem que se faz senhor da verdade e depois a põe de parte, quando não se deixa dominar, coloca o poder acima da verdade. O poder torna-se a sua norma. Mas precisamente assim ele perde-se a si mesmo. O trono sobre o qual se coloca é um trono falso, a sua pretensa ascensão é já, na realidade, a sua queda.»

(Joseph Ratzinger - Olhar para Cristo)

«Falas, criticas... Parece que sem ti nada se faz bem! Não te zangues se te disser que te comportas como um déspota arrogante»

(S. Josemaría Escrivá - Sulco 706)

Imaculado Coração da Virgem Santa Maria

A festa litúrgica do Coração de Maria passou por muitas vicissitudes. De acordo com a história, houve primeiramente uma devoção privada ininterrupta, que não chegou a formas públicas oficiais.

Efetivamente, a primeira festa litúrgica do Coração de Maria foi celebrada a 8 de Fevereiro de 1648, na diocese de Autun (França). Em 1864, alguns bispos pedem ao Papa a consagração do mundo ao Coração de Maria, aduzindo como justificativa e motivo a realeza de Maria. O pedido decisivo partiu de Fátima e do episcopado português. Inesperadamente, a 31 de Outubro de 1942, Pio XII, na sua mensagem radiofónica em português, consagrava o mundo ao Coração de Maria. O Papa Paulo VI, a 21 de Novembro de 1964, ao encerrar a terceira sessão do Concílio Vaticano II, renovava, na presença dos padres conciliares, a consagração ao Coração de Maria feita por Pio XII. Mais recentemente, João Paulo II, no fim de sua primeira encíclica, “Redemptor Hominis” (4 de Março de 1979), escreveu um significativo texto sobre o Coração de Maria. Ao tratar do mistério da redenção diz o Papa: “Este mistério formou-se, podemos dizer, no coração da Virgem de Nazaré, quando pronunciou o seu “fiat”. A partir de tal momento, este coração virginal e ao mesmo tempo materno, sob a ação particular do Espírito Santo, acompanha sempre a obra do seu Filho e dirige-se a todos os que Cristo abraçou e abraça continuamente no seu inesgotável amor. E por isso este coração deve ser também maternalmente inesgotável. A característica deste amor materno, que a mãe de Deus incute no mistério da redenção e na vida da Igreja, encontra sua expressão na sua singular proximidade do homem e de todas as suas vicissitudes. Nisso consiste o mistério da mãe”. 

A Exortação Apostólica “Marialis cultus” (2/2/1974), do Papa Paulo VI inclui a memória do Coração Imaculado da bem-aventurada Virgem Maria entre as “memórias ou festas que ... expressam orientações surgidas na piedade contemporânea”, colocando-a no dia seguinte à solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus.

Essa aproximação das duas festas (Sacratíssimo Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria) faz-nos voltar à origem histórica da devoção: na verdade, São João Eudes, nos seus escritos, jamais separa os dois corações. Aliás, durante nove meses, a vida do Filho de Deus feito carne pulsou seguindo o mesmo ritmo da vida do coração de Maria. Mas os textos próprios da missa do dia destacam mais a beleza espiritual do coração da primeira discípula de Cristo.

Ela, na verdade, trouxe Jesus mais no coração do que no ventre; gerou-o mais com a fé do que com a carne! De acordo com textos bíblicos, Maria escutava e meditava no seu coração a palavra do Senhor, que era para ela como um pão que nutria o íntimo, como que uma água borbulhante que irriga um terreno fecundo. Neste contexto, aparece a fase dinâmica da fé de Maria: recordar para aprofundar, confrontar para encarnar, reflectir para actualizar.

Maria nos ensina como hospedar Deus, como nutrir-nos com o seu Verbo, como viver tentando saciar a fome e a sede que temos dele. Maria tornou-se, assim, o protótipo dos que escutam a palavra de Deus e dela fazem o seu tesouro; o modelo perfeito dos que na Igreja devem descobrir, por meio de meditação profunda, o hoje desta mensagem divina. Imitar Maria nesta sua atitude quer dizer permanecer sempre atentos aos sinais do tempos, isto é, ao que de estranho e de novo Deus vai realizando na história por trás das aparências da normalidade; em uma palavra, quer dizer refletir, com o coração de Maria, sobre os acontecimentos da vida quotidiana, destes tirando, como ela o fazia, conclusões de fé. 

cf. Dicionário de Mariologia, 1995 - Editora Paulus 
(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O mistério da Santíssima Trindade visto por um simples crente

Adoração da Santíssima Trindade de Albrecht Dürer
Conheço algumas pessoas que têm dificuldade em contextualizar o Mistério da Santíssima Trindade, incluindo alguns Sacerdotes, todos eles profundamente crentes, mas que não conseguem verbalizar a sua Fé a este respeito.

Dito isto, peço-vos antecipadamente desculpa pelo meu aventureirismo, sobretudo considerando a minha formação extremamente elementar e sem quaisquer estudos em teologia, ao propor-me compartilhar convosco a minha visão sobre a Santíssima Trindade.

É-nos fácil entender que o Pai na Sua infinita bondade e para nossa salvação e melhor compreensão nos tenha enviado o Seu Filho, que na essência é Ele próprio feito homem, e que ao assumir a condição de humana, além da Divina que Lhe é inerente, nos permite na nossa simplicidade terrena ter uma forma de O “visualizar”.

Recebê-Lo, poder beijá-Lo no Presépio, colocá-Lo na palma da mão ou dar-Lhe colo, poder abraçá-Lo na Cruz, beijá-Lo, enfim, assumi-Lo como nosso Pai, Irmão, Mestre, Redentor, Salvador e Amor da nossa vida, dá-nos uma alegria humana imediata pois sentimo-Lo na Sagrada Eucaristia e vemo-Lo nos Evangelhos e na representação em imagem ou ícone.

Ora, o Pai através de Jesus Cristo, Seu amadíssimo Filho, foi ainda mais bondoso ao anunciar-nos que nos enviaria o Seu Espírito. É certo que O não vemos, mas com profundo sentido de Fé sabemos que está connosco desde o Baptismo, sentimo-Lo permanentemente no nosso coração, nos mais pequenos atos da nossa vida, quando dizemos ao próximo que o amamos ou nos preocupamos com ele, é o Espírito Santo que está a actuar nosso coração e discernimento. Quando beijamos a Virgem Santíssima ou lhe fazemos uma pequena jaculatória, é o Espírito Santo, que amável e bondosamente nos guia, ou seja, não há momento algum da nossa vida em que Ele não esteja presente, mesmo quando pecamos Ele está dentro de nós, nós é que empedernidos e cedendo às tentações das trevas, Lhe fechamos a porta e tapamos os ouvidos. Mas também é Ele, que sempre misericordioso nos ajuda a arrepender e a confessar os nossos pecados, às vezes, se calhar demasiadas vezes, demoramos tempo a ouvi-Lo, mas a Sua bondade e paciência são inesgotáveis.

Reparem na alegria que sentimos, cada vez que no exame de consciência, nos apercebemos de algo que não havíamos descortinado anteriormente, mas que é merecedor do nosso arrependimento, pois é Deus Pai, conjuntamente com Deus Filho e Deus Espírito Santo, que são um só Deus que na forma deste último, actua sobre nós e nos encaminha.

Bem-haja!

JPR

Festa da Santíssima Trindade

A Festa que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de "um Deus em três pessoas"; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.

Na primeira leitura, Jahwéh revela-se como o Deus da relação, empenhado em estabelecer comunhão e familiaridade com o seu Povo. É um Deus que vem ao encontro dos homens, que lhes fala, que lhes indica caminhos seguros de liberdade e de vida, que está permanentemente atento aos problemas dos homens, que intervém no mundo para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime e para nos oferecer perspetivas de vida plena e verdadeira.

A segunda leitura, confirma a mensagem da primeira: o Deus em quem acreditamos, não é um Deus distante e inacessível, que se demitiu do seu papel de criador e que assiste com indiferença e impassibilidade aos dramas dos homens; é um Deus que acompanha com paixão a caminhada da humanidade e que não desiste de oferecer aos homens a vida plena e definitiva.

No Evangelho, Jesus dá a entender que ser seu discípulo é aceitar o convite para se vincular com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Os discípulos de Jesus recebem a missão de testemunhar a sua proposta de vida no meio do mundo e são enviados a apresentar, a todos os homens e mulheres, sem exceção, o convite de Deus para integrar a comunidade trinitária.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)