Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bento XVI: a tristeza imensa de uma alegria ilimitada - por Nuno Serras Pereira

Levei várias horas a recompor-me da notícia inesperada da resignação do Papa Bento XVI. A tristeza, como que um luto abissal, que me invadiu não há palavras que a descrevam. Desde o meu noviciado, se a memória não me atraiçoa, em 1981 que os seus escritos alimentaram, confirmaram, robusteceram a minha Fé. A sua cooperação leal, corajosa e sintónica com o Santo Padre João Paulo II foi um prodigioso milagre providencial que salvou e fortaleceu a Fé e a Igreja no mundo inteiro, em especial no ocidente.

A sua admirável inteligência, a sua profundidade espiritual, a sua grandíssima coragem, a invulgar, mesmo genial, penetração teológica, o seu singular amor e fidelidade à Verdade, a extraordinária capacidade de diálogo, sem a mínima renúncia ao anúncio do Evangelho, a excepcional humildade, o seu amor inaudito por Jesus Cristo, a Sua Igreja e por todos os homens, tudo isto, e muito mais, garantem-lhe um lugar destacado na história da Igreja e, assim o creio firmemente, a futura canonização. Não há dúvidas que temos de dar muitíssimas Graças a Deus por nos ter concedido este Papa.

Mas apesar do meu intenso sentimento de orfandade, tenho a certeza firme que Bento XVI nunca teria resignado se não tivesse uma iluminação particular de Deus que o movesse a tal, para maior bem do mundo e da Igreja. Daí que a minha ilimitada melancolia se tenha transformado numa alegria imensa.

É Deus que guia a Sua Igreja. Ele providenciará para que daqui advenha um maior bem para todos.

O que agora a Igreja quer, e seguramente o Papa Bento XVI o deseja com todas as veras, é que todos os católicos rezemos ao Espírito Santo implorando-Lhe que ilumine os Cardeais eleitores para que seja escolhido aquele que Ele quer como sucessor de Pedro e Vigário de Jesus Cristo na terra.

Uma última palavra sobre este Papa e o dia que hoje vivemos. Faz hoje, dia de Nossa Senhora de Lurdes - a Imaculada Conceição -, 6 anos que a maioria dos portugueses, que foram às urnas, votou criminosa e ignobilmente a liberalização do homicídio, em forma de aborto provocado, dos mais inocentes, vulneráveis e indefesos. Desde então só ao abrigo desta “lei” infame e abominável, sem ter em conta os clandestinos que continuam a proliferar, já se dizimaram oitenta mil portugueses. Esta tragédia inominável revela com uma clareza meridiana o elevadíssimo grau de demência suicido-parricida a que chegamos. Depois espantam-se com o aumento exponencial quer de suicídios de mulheres, quer de mães que assassinam brutalmente seus filhos já nascidos para logo em seguida se matarem.

Ora neste breve Pontificado de Bento XVI - coisa que é, sabe-se lá porquê, habitualmente silenciada nas conferências, palestras e debates sobre o seu Magistério - a quantidade e alta qualidade das suas intervenções sobre a defesa da vida é verdadeiramente impressionante.

De importância semelhante são as numerosas intervenções que fez quer como Cardeal quer como Papa em defesa do Crucifixo (Crucificado) no espaço público. Por isso parece boa-ideia homenagearmos o ainda Papa Bento XVI dependurando das janelas e varandas das nossas casas o estandarte de Cristo para o Ano da Fé.

(Fonte: blogue ‘Logos’ AQUI)

Resenha biográfica de Bento XVI (vídeos em espanhol e inglês)

Amar a Cristo...

Querido Jesus, santificado seja o Teu nome, é nosso dever fazê-lo com amor, respeito e profunda devoção glorificando-Te conjuntamente com o Pai e o Espírito Santo.

Senhor Jesus ajuda-nos a fazê-lo hoje e sempre levando-Te a quem ainda não Te conhece ou Te recusa!

JPR

A Quaresma

Em meados do mês começa a Quaresma, um tempo especialmente adequado para revermos o nosso comportamento e ver se estamos a ser generosos com Deus e com os outros por Deus. Na segunda leitura de Quarta-feira de Cinzas, o Apóstolo das gentes diz-nos, da parte do Senhor: No tempo favorável, ouvi-te. No dia da salvação, vim em teu auxílio. É este o tempo favorável, é este o dia da salvação [12]. Mais adiante, na mesma Epístola, anima-nos a servir a Deus em todo o momento: com muita paciência nas tribulações, nas necessidades e nas angústias (…), nas fadigas, nas vigílias e nos jejuns, pela pureza e pela ciência, pela magnanimidade e pela bondade, no Espírito Santo, com sincera caridade [13].

Estas palavras do Apóstolo – escreveu S. Josemaria – devem encher-vos de alegria, porque são como que uma canonização da vossa vocação de cristãos correntes, vivendo no meio do mundo, compartilhando com os outros, vossos iguais, ideais, trabalhos e alegrias. Tudo isso é caminho divino. O que o Senhor vos pede é que a todo o momento atueis como Seus filhos e servidores.

Mas estas circunstâncias normais da vida só serão caminho divino se realmente nos convertermos, se nos entregarmos. S. Paulo, na verdade, usa uma linguagem dura. Promete ao cristão uma vida difícil, arriscada, em perpétua tensão. Como se tem desfigurado o Cristianismo quando se tem pretendido fazer dele um caminho cómodo! Mas também é uma desfiguração da verdade pensar que essa vida profunda e séria, que conhece de forma real todos os obstáculos da existência humana, é uma vida de angústia, de opressão ou de medo.

O cristão é realista, de um realismo sobrenatural e humano, sensível a todos os matizes da vida: a dor e a alegria, o sofrimento próprio e alheio, a certeza e a perplexidade, a generosidade e a tendência para o egoísmo... O cristão conhece tudo e com tudo se enfrenta, cheio de integridade humana e de fortaleza recebida de Deus [14].

[12]. Missal Romano, quarta feira de cinzas, Segunda Leitura (2 Cor 6, 2).
[13]. 2 Cor 6, 4-6.
[14] . S. Josemaria, Cristo que passa, n. 60.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2013)

Palavras do Card. Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, ao Papa, após o anúncio da renúncia

"Santidade, amado e venerado sucessor de Pedro! Foi como um raio do céu que ressoou nesta sala a sua comovida comunicação. Ouvimo-la com um sentimento de perplexidade, quase completamente incrédulos. Nas suas palavras percebemos o grande afecto que sempre teve para com a Santa Igreja de Deus, para com esta Igreja que tanto amou. Agora permita-me que lhe diga, em nome deste cenáculo apostólico, o Colégio cardinalício, em nome desses seus queridos colaboradores, permita que lhe diga que estamos mais do que nunca próximos a si, como estivemos nestes brilhantes oito anos de seu pontificado. No dia 19 de Abril de 2005, se bem me lembro, no fim do Conclave, eu perguntei a si, com voz trémula da minha parte, "Aceitas a tua eleição canónica como Sumo Pontífice?", e não tardou, embora com trepidação, de responder dizendo que aceitava confiando na graça do Senhor e na materna intercessão de Maria, Mãe da Igreja.

Como Maria, naquele dia, Sua santidade disse o seu "Sim" e iniciou o seu luminoso pontificado na linha da continuidade, daquela continuidade de que tanto nos falou na história da Igreja, em continuidade com os seus 265 antecessores na cátedra de Pedro, ao longo de 2 mil anos de história, partindo do apóstolo Pedro, o humilde pescador da Galileia, até aos grandes Papas do século passado, de São Pio X ao beato João Paulo II. Santo Padre, antes do dia 28 de Fevereiro, como disse, dia em que deseja colocar a palavra fim a este seu serviço pontifical feito com tanto amor, com tanta humildade, antes de 28 de Fevereiro, teremos ocasião de exprimir-lhe melhor os nossos sentimentos. Assim farão tantos pastores e fiéis espalhados pelo mundo, assim farão também tantos homens de boa vontade, juntamente com as autoridades de muitos Países. Depois, ainda neste mês teremos a alegria de ouvir a sua voz de pastor, já na quarta-feira dia das Cinzas, e em seguida na quinta-feira com o clero de Roma, nos Angelus destes Domingos, nas audiências da quarta-feira.

Haverá, portanto, várias ocasiões ainda para ouvirmos a sua voz paterna. A sua missão, contudo, continuará. Disse que sempre estará perto de nós com o seu testemunho e com a sua oração. É claro, as estrelas no céu continuam sempre a brilhar e assim brilhará sempre nomeio de nós a estrela do seu pontificado. Estamos perto de si, Santo Padre, e nos bendiga.

Rádio Vaticano

Resignação deveu-se a motivos de saúde

Fevereiro de 2013
O irmão do Papa, Georg Ratzinger, disse hoje que a resignação de Bento XVI, hoje anunciada, fica a dever-se a motivos de saúde.

“A idade oprime”, disse Georg Ratzinger, de 89 anos, em declarações à agência alemã de notícias DPA, a partir de Ratisbona, no sul da Alemanha.


Georg Ratzinger referiu que o médico do Papa aconselhou-o a não realizar mais viagens transatlânticas.

O irmão de Bento XVI afirmou, também, que o sumo pontífice tem cada vez mais dificuldades em andar, o que complica as suas aparições públicas, e sublinhou que o "irmão quer mais tranquilidade, na sua idade".

O Papa fica muitas vezes cansado, explicou Georg Ratzinger, que classificou como um "processo natural" a anunciada renúncia de Bento XVI, reconhecendo que já conhecia de antemão a decisão anunciada esta manhã.

Actualmente aposentado, Georg Ratzinger foi professor de música da Catedral de Regensburg.

(Fonte: Rádio Renascença AQUI)

Bento XVI viverá em clausura e oração no Mosteiro Mater Ecclisae no Vaticano


Segundo esclarecimento do porta-voz da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, o Papa quando se der início à Sede Vacante transferir-se-á num primeiro momento para Castelogandolfo enquanto decorrem trabalhos de adaptação no Mosteiro de Clausura Mater Ecclesiae situado junto ao muro de Leão IV dentro da cidade do Vaticano e aonde depois viverá em clausura e oração.

(Fonte: ‘Il Sole 24 ORE’ AQUI)

Sede Vacante – Como se processará a transição até à eleição de um novo Papa (vídeos em espanhol e inglês)

Imitação de Cristo, 3, 51, 2 - Que devemos praticar as obras humildes quando somos incapazes para as mais altas

Então te convém recorrer a humildes ocupações exteriores e recrear-te nas boas obras; esperar, com firme confiança, minha vinda e visita celestial; levar com paciência o teu desterro e secura de espírito, até que de novo venha a visitar-te e te livre de todas as penas. Porque eu te farei esquecer os trabalhos e gozar do sossego interior. Abrir-te-ei o jardim delicioso das Sagradas Escrituras, para que, com o coração dilatado, comeces a correr pelo caminho dos meus mandamentos. E então dirás: Não têm proporção as penas desta vida com a futura glória que se nos há de revelar (Rom 8,18).

Mais se honra o Senhor com o abatimento dos teus talentos do que com o seu uso vão

O teu talento, a tua simpatia, as tuas condições... perdem-se; não te deixam aproveitá-las. – Pensas bem nestas palavras de um autor espiritual: "Não se perde o incenso que se oferece a Deus. – Mais se honra o Senhor com o abatimento dos teus talentos do que com o seu uso vão". (Caminho, 684) 

E, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra. Detenhamo-nos um pouco para entender este passo do Santo Evangelho. Como é possível que nós, que nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus? Diz a Escritura: toda a dádiva e todo o dom perfeito vem do alto. O homem não consegue descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu conhecesses o dom de Deus... – responde Jesus à mulher samaritana. Jesus Cristo ensinou-nos a esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça, porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas necessidades. 

Na economia da salvação, o nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro. Portanto, podia parecer inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise; dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei.

Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós. Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence. Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração. Vedes? Se compartilha, não fica satisfeito: quer tudo para si. Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí – e só daí – advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor. (Cristo que passa, 35)


São Josemaría Escrivá

Obrigado Bento XVI estás e estarás sempre no nosso coração


Obrigado Joseph Ratzinger

Meu querido e amado Papa …

Ainda que com profunda tristeza humana sei que o anúncio da sua resignação está certamente inspirada pelo Divino Espírito Santo e que esta visa o bem da Santa Madre Igreja, a Igreja de Jesus Cristo que também é de todos os que nela se revêem.

Com muito amor e confesso que lavado em lágrimas, prostro-me diante do Senhor e em oração suplico-Lhe que proteja Joseph Ratzinger, aliás como todos os dias o fazia, pedindo a intercessão da Virgem Maria.

Hoje Dia Mundial do Doente entrego as minhas orações pelo Papa a Nossa Senhora de Lourdes confiante na Sua intercessão por ele e por toda a Igreja.

Termino repetindo a palavra que me enche a mente neste momento, GRATIDÃO, GRATIDÃO, GRATIDÃO, … 

Louvado seja Deus Nosso Senhor pelo extraordinário Papa que nos ofereceu!

JPR

«Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor» 

(Bento XVI - Enc. Spe salvi, 37)

Bento XVI anuncia renúncia



Bento XVI anunciou esta segunda-feira que se renunciairá no dia 28 de fevereiro. Eis o texto integral do anúncio:

Caríssimos Irmãos,

convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI

(Fonte: Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil AQUI)

Destruir Portugal (excerto)

Somos a geração que está a destruir Portugal. Daqui a décadas, aqueles que viverem nos escombros do que foi Portugal olharão para trás e culpar-nos-ão da sua situação. Apesar do nosso hábito pedante de condenar épocas antigas por males que lhes assacamos, as acusações que um dia ouviremos nunca as pudemos atribuir aos antigos.
(…)
Aqueles que agora contemplam a desgraça que cairá sobre nós começam logo por se considerar totalmente inocentes. São sempre outros os culpados. Como se um punhado de vilões, mesmo em posição de poder, conseguisse uma devastação destas. Muitos até dizem identificar os bandidos, lançando-se afanosamente em intensa e mesquinha campanha de denúncia e insulto. Assim manifestam a mesma desgraçada grosseria.
Pior é que o diagnóstico da situação, os males considerados e as curas recomendadas são tão laterais, incipientes e tolas que, em si mesmas, manifestam o vício que destrói Portugal. A razão por que tantos bramam que se arruína o País tem a ver com... dinheiros. É espantoso, mas muitos estão mesmo convencidos de que a recessão será irremediável e as dificuldades económicas fatais. O nosso problema é, afinal, falência de lojas e restaurantes, desemprego alto, dívida pública.
Isto permite compreender a desgraçada atitude que arrasa um povo. Pondo a nossa esperança a esse nível, colocando a nossa ânsia nesses temas, tendo a razão de ser em coisas dessas, não admira que se devaste uma nação. "Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração." (Mt 6,21)
De facto, a destruição de Portugal não tem nada a ver com isso. Esta crise estará esquecida dentro de anos, como tantas para trás, a maioria bastante pior. Aquilo que o tempo não pode apagar, aquilo que chega para aniquilar o País é a destruição da família e a extinção da natalidade. Com a taxa de fertilidade mais baixa da Europa Ocidental e das mais baixas do mundo, o casamento em vias de extinção, o divórcio em níveis nunca vistos e a educação na quinta década sucessiva de crise, não admira que as próximas gerações acusem este tempo dos seus males.
Em 2010, último ano com dados para a amostra completa, éramos o terceiro país dos 15 da Europa com mais divórcios e o quarto com menos casamentos. Com apenas mais 1.3 casamentos do que divórcios por mil habitantes, o nosso País mostra uma precariedade familiar que é difícil de replicar na história do mundo, e raramente se encontra fora de situações de calamidade nacional. Não podemos ter dúvidas de que estamos a destruir Portugal.
Nos cinco anos desde 2007 já houve mais de 80 mil abortos, cerca de dez vezes os soldados portugueses mortos nos 14 anos de Guerra Colonial. Muitos se queixaram das cicatrizes que esse conflito deixou na geração que a suportou. Mas ninguém ouve sequer a voz da geração que hoje é sacrificada a "razões socioeconómicas" e à "opção da mulher". E o genocídio não demora apenas 14 anos. Sem fim à vista, continua galopante.
(…)
Afinal, a atitude egoísta e interesseira que endividou o País, trazendo-o à crise, é a mesma que hoje motiva as lamúrias e os insultos e que promove o divórcio, despreza a fertilidade e prefere o aborto. Sem filhos não há futuro.

João César da Neves in DN online (artigo completo AQUI)

A simplicidade

No Carnaval as crianças costumam mascarar-se. As máscaras e os trajes de Carnaval correspondem à sua fantasia. Com os anos deixamos de gostar de nos mascarar. Mas podemos ir ganhando o hábito de não nos mostrarmos como somos. As crianças, mesmo mascaradas, são simples, e nós, mesmo sem máscara, somos complicados.

«A simplicidade é como o sal da perfeição» escreveu São Josemaría no Caminho (cf. n. 305). A palavra «simples» deriva do latim simplex, o que poderia ser uma abreviatura para sine plexus, «sem pregas», «sem dobras», sem ângulos escondidos, sem duplicidade. A simplicidade confere-nos uma unidade grande.

A simplicidade não significa ausência de educação, ou mera espontaneidade. A espontaneidade procede da falta de domínio sobre os impulsos. E quando os dominamos não perdemos simplicidade. Quando evito dizer algo que magoa não sou menos simples do que se deixo que essa frase saia da minha boca.

De facto, o homem é um ser complexo (do latim cum + plexus), cheio de pregas e rugas, desde o pecado original, porque esse pecado nos quebrou a unidade. A harmonia interna do homem nas suas potências – a sensibilidade, a inteligência, a afectividade, e a vontade – passou a dar espaço a uma espécie de gritaria onde cada uma puxa para si.

A simplicidade implica um esforço grande por unificar a nossa vida: querer só uma coisa, querê-la com intensidade e com constância, e forçar a inteligência a conhecer melhor o que queremos, e a afectividade a desejar isso mesmo, negando-se à sensibilidade, que muitas vezes impele ao contrário.

O domínio de nós próprios não significa uma máscara. A máscara surge quando pretendemos um bem de alguém para nós e aparentamos que pretendemos só o seu bem. Se só pretendemos amar a Deus e por Deus os outros a nossa vida será esforçada e difícil mas simples.

(Fonte: Boletim de Fevereiro de 2010 da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa)

Corrigir os que erram

A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal.
(Bento XVI in Mensagem para a Quaresma de 2012)

A Jesus sempre se vai e se "torna a ir" por Maria. (Caminho, 495)

Invoca a Santíssima Virgem; não deixes de pedir-lhe que se mostre sempre tua Mãe – "monstra te esse Matrem!" – e que te alcance, com a graça do seu Filho, clareza de boa doutrina na inteligência e amor e pureza no coração, com o fim de saberes ir até Deus e levar-lhe muitas almas. (Forja, 986)

Deves ter uma intensa devoção à nossa Mãe. Ela sabe corresponder com finura aos obséquios que Lhe fizermos. Além disso, se rezares o Terço todos os dias com espírito de fé e de amor, Nossa Senhora encarregar-se-á de te levar muito longe pelo caminho do seu Filho. (Sulco, 691)

Sem o auxílio da nossa Mãe, como havemos de aguentar-nos na luta diária? – Procuras essa ajuda constantemente? (Sulco, 692)
O amor à nossa Mãe será sopro que transforme em lume vivo as brasas de virtude que estão ocultas sob o rescaldo da tua tibieza. (Caminho, 492)
Ama a Senhora. E Ela te obterá graça abundante para venceres nesta luta quotidiana. – E de nada servirão ao maldito essa coisas perversas, que sobem e sobem, fervendo dentro de ti, até quererem sufocar, com a sua podridão bem cheirosa, os grandes ideais, os mandamentos sublimes que o próprio Cristo pôs no teu coração. – "Serviam!" – Servirei! (Caminho, 493)


São Josemaría Escrivá

Jesus Cristo o modelo

«Não há outro modelo senão Jesus Cristo. Por isso, a caridade cristã consiste em amar como Ele nos amou: até à entrega completa do Seu ser ao Pai, por amor e para nossa salvação.»

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, na sua carta de Fevereiro 2012)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1975

A Igreja celebra a festa de Nossa Senhora de Lourdes. São Josemaria encontra-se em Caracas, Venezuela, e comenta: “Vós e eu, que nos chamamos cristãos, que somos irmãos de Jesus Cristo e filhos de Santa Maria, devemos portar-nos com toda a limpeza possível, para nos parecermos a este Irmão mais velho e a esta Mãe. É isso que espero de vós, e isso peço para mim a Nosso Senhor e à Virgem de Lourdes”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Salve Regina em Lourdes

A Igreja conforta

“Graças à acção do Espírito Santo, a obra de Jesus prolonga-se na missão da Igreja. Mediante os Sacramentos, é Cristo que comunica a sua vida a multidões de irmãos e irmãs, ao mesmo tempo que trata e conforta inúmeros doentes, através de muitas actividades de assistência sanitária que as comunidades cristãs promovem com caridade fraterna”.

(Bento XVI - Angelus do dia 08.02.2009)

S. Josemaría Escrivá e Nossa Senhora de Lourdes

Nossa Senhora de Lourdes

"Cristo morreu por todos a fim de que aqueles que vivem, não vivam mais para si, mas por Aquele que morreu e ressuscitou por eles" 2Cor 5,15

Hoje, o mundo inteiro venera Nossa Senhora, sob o título de Nossa Senhora de Lourdes. Lembramos o que se chama "aparição de Nossa Senhora", ou aparições que se repetiram de 11 de Fevereiro até 16 de Julho.

O grande teólogo e pesquisador de Lourdes, o Padre Laurentin, examinou as 14 aparições centrais e as mensagens sobre Nossa Senhora, "toda cheia de graça e concebida sem pecado original", pelos méritos de Cristo.

O hino "Louvando a Maria" ressoa em quase todas as peregrinações do mundo, atraindo pessoas que queiram levar, como Nossa Senhora, Cristo aos homens.

«E quantos O tocavam ficavam curados»

Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita e Doutora da Igreja
Caminho de Perfeição, cap. 34, 9-11

Pois se, quando [Jesus] andava neste mundo, só o tocar as Suas vestes sarava os enfermos, como duvidar, se temos fé, de que faça milagres estando assim dentro de nós [na comunhão eucarística], e de que nos dará o que Lhe pedirmos estando Ele em nossa casa (Ap 3,20)? Não costuma Sua Majestade pagar mal a pousada quando Lhe dão boa hospedagem. E, irmãs, se vos dá pena o não O ver com os olhos do corpo, tal não nos convém. [...]

Porque àqueles a quem vê que hão-de tirar proveito da Sua presença, Ele Se descobre e, ainda que O não vejam com os olhos do corpo, tem muitas maneiras de Se mostrar à alma por grandes sentimentos interiores e por diversas vias. Ficai-vos com Ele de boa vontade e não percais tão boa ocasião de a Ele vos dirigirdes, como é a hora depois de ter comungado.

O Evangelho do dia 11 de fevereiro de 2013

Tendo passado à outra margem, foram à região de Genesaré, e lá atracaram. Tendo desembarcado, logo O conheceram e, percorrendo toda aquela região, começaram a trazer-Lhe todos os doentes em macas, para onde sabiam que Ele estava. Em qualquer lugar a que chegava, nas aldeias, nas cidades ou nas herdades, punham os enfermos no meio das praças, e pediam-Lhe que, ao menos, os deixasse tocar a orla do Seu vestido. E todos os que O tocavam ficavam curados.

Mc 6, 53-56