Obrigado, Perdão Ajuda-me
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Discurso do Santo Padre no Encontro com as Famílias em Manila
Queridas famílias,
Queridos amigos em Cristo!
Obrigado pela vossa presença aqui, nesta noite, e pelo testemunho do vosso amor a Jesus e à sua Igreja. Agradeço a D. Reyes, Presidente da Comissão Episcopal para a Família e a Vida, as suas palavras de boas-vindas em vosso nome. De maneira particular, agradeço àqueles que apresentaram o seu testemunho partilhando connosco a sua vida de fé.
Raramente as Escrituras falam de São José e, quando o fazem, muitas vezes encontramo-lo a repousar, enquanto lhe é revelada em sonho a vontade de Deus. No texto do Evangelho que acabámos de ouvir, encontramos, não uma mas duas vezes, José a repousar. Nesta noite, quero repousar no Senhor com todos vós e reflectir convosco sobre o dom da família.
O repouso de José revelou-lhe a vontade de Deus. Neste momento de repouso no Senhor, pondo de lado os nossos numerosos deveres e actividades diárias, Deus fala também a nós. Fala-nos na leitura que ouvimos, nas nossas orações e testemunhos e no silêncio do nosso coração. Reflictamos sobre o que nos está a dizer o Senhor, especialmente no Evangelho desta noite. Há três aspectos deste texto que vos peço para considerardes: repousar no Senhor, levantar-se com Jesus e Maria, e ser voz profética.
Repousar no Senhor. O repouso, apesar de ser necessário para a saúde das nossas mentes e dos nossos corpos, com frequência é muito difícil de conciliar por causa das numerosas exigências que gravam sobre nós. Mas o repouso é essencial também para a nossa saúde espiritual, para podermos ouvir a voz de Deus e compreender aquilo que nos pede. José foi escolhido por Deus para ser pai putativo de Jesus e marido de Maria. Como cristãos, também vós sois chamados, à semelhança de José, a providenciar uma casa para Jesus. Preparais uma casa para Ele nos vossos corações, nas vossas famílias, nas vossas paróquias e nas vossas comunidades.
Para ouvir e aceitar a chamada de Deus, para construir uma casa para Jesus, deveis ser capazes de repousar no Senhor. Deveis encontrar cada dia o tempo para rezar. Mas poderíeis dizer-me: Padre, eu quero rezar, mas há tanto que fazer! Devo cuidar dos meus filhos; tenho os deveres de casa; estou demasiado cansado até mesmo para dormir bem. Isto até pode ser verdade; mas, se não rezarmos, nunca conheceremos a coisa mais importante de todas: a vontade de Deus a nosso respeito. Além disso, durante toda a nossa actividade, na multiplicidade das nossas ocupações, conseguiremos verdadeiramente pouco sem a oração.
Repousar na oração é particularmente importante para as famílias. É, antes de tudo, na família que aprendemos como rezar. Nela chegamos a conhecer Deus, a crescer como homens e mulheres de fé, a considerar-nos como membros da família mais ampla de Deus, a Igreja. Na família, aprendemos a amar, a perdoar, a ser generosos e disponíveis e não fechados e egoístas. Aprendemos a ir além das nossas próprias necessidades, para encontrar outras pessoas e partilhar as nossas vidas com elas. Por isso é tão importante rezar como família. É por isso que as famílias são tão importantes no plano de Deus para a Igreja.
Agora vejamos o segundo ponto: levantar-se com Jesus e Maria. Estes momentos preciosos de repouso, duma pausa com o Senhor na oração, talvez gostássemos de poder prolongá-los. Mas, como São José, uma vez que se ouviu a voz de Deus, temos de despertar do nosso sono; devemos levantar-nos e agir (cf. Rm 13, 11). A fé não nos tira do mundo, mas insere-nos mais profundamente nele. Na realidade, a cada um de nós cabe um papel especial na preparação da vinda do Reino de Deus ao nosso mundo. Tal como o dom da Sagrada Família foi confiado a São José, assim também o dom da família e o seu lugar no plano de Deus estão confiados a nós. O Anjo do Senhor revelou a José os perigos que ameaçavam Jesus e Maria, obrigando-os a fugir para o Egipto e, em seguida, estabelecer-se em Nazaré. De igual modo, no nosso tempo, Deus chama-nos a reconhecer os perigos que ameaçam as nossas próprias famílias e a protegê-las do mal.
Muitas são hoje as pressões sobre a vida da família. Aqui, nas Filipinas, muitas famílias sofrem ainda as consequências das catástrofes naturais. A situação económica provocou a fragmentação das famílias com a emigração e a busca de um emprego, para além dos problemas financeiros que atormentam muitos lares domésticos. Enquanto muitas pessoas vivem em pobreza extrema, outras caem nas malhas do materialismo e de estilos de vida que abolem a vida familiar e as exigências mais fundamentais da moral cristã. A família está ameaçada também pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimónio mediante o relativismo, a cultura do efémero, a falta de abertura à vida.
O nosso mundo tem necessidade de famílias sãs e fortes para superar estas ameaças. As Filipinas precisam de famílias santas e cheias de amor para proteger a beleza e a verdade da família no plano de Deus e servir de apoio e exemplo para as outras famílias. Toda a ameaça à família é uma ameaça à própria sociedade. O futuro da humanidade – como várias vezes disse São João Paulo II – passa através da família (cf. Familiaris consortio, 85). Por isso, protegei as vossas famílias. Vede nelas o maior tesouro da vossa nação, e alimentai-as sempre com a oração e a graça dos sacramentos. As famílias sempre terão as suas provações, não precisam que lhes junteis mais! Pelo contrário, sede exemplos de amor, perdão e solicitude. Sede santuários de respeito pela vida, proclamando a sacralidade de toda a vida humana desde a concepção até à morte natural. Que grande dom seria isto para a sociedade: cada família cristã viver plenamente a sua nobre vocação! Então, levantai-vos com Jesus e Maria e disponde-vos a percorrer a estrada que o Senhor traça para cada um de vós.
Por fim, o Evangelho que ouvimos recorda-nos que o nosso dever de cristãos é ser vozes proféticas no meio das nossas comunidades. José ouviu a voz do Anjo do Senhor e respondeu à chamada que Deus lhe fez de cuidar de Jesus e Maria. Assim desempenhou ele o seu papel no plano de Deus e tornou-se uma bênção não só para a Sagrada Família, mas também para toda a humanidade. Juntamente com Maria, José serviu de modelo para o menino Jesus que ia crescendo em sabedoria, idade e graça (cf. Lc 2, 52). Quando as famílias permitem às crianças nascer para este nosso mundo, as educam na fé e em sãos valores e as ensinam a dar a sua contribuição para a sociedade, tornam-se uma bênção ao seu redor. O amor de Deus torna-se presente e activo a partir do modo como nós amamos e das boas obras que praticamos. Fazemos crescer o Reino de Cristo neste mundo. Ao fazê-lo, mostramo-nos fiéis à missão profética que recebemos no Baptismo.
Durante este ano consagrado pelos vossos bispos como Ano dos Pobres, pedir-vos-ia que estivésseis, como família, particularmente atentos à vossa chamada para ser discípulos missionários de Jesus. Isto significa estar prontos para ir além dos limites das vossas casas e cuidar dos irmãos e irmãs mais necessitados. Peço que vos interesseis de modo especial por aqueles que não têm uma família própria, particularmente os idosos e as crianças sem pais. Nunca os deixeis sentir-se isolados, sozinhos e abandonados, mas ajudai-os a saber que Deus não os esqueceu. E, no caso de vós próprios serdes pobres em sentido material, sabei que tendes uma abundância de dons a distribuir quando ofereceis Cristo e a comunidade da sua Igreja. Não escondais a vossa fé, não escondais Jesus, mas colocai-O no mundo e oferecei o testemunho da vossa vida familiar.
Queridos amigos em Cristo, sabei que rezo sempre por vós. Rezo para que o Senhor continue a aprofundar o vosso amor por Ele e que este amor se possa manifestar no vosso amor recíproco e pela Igreja. Rezai com frequência e levai os frutos da vossa oração para o mundo, a fim de que todos possam conhecer Jesus Cristo e o seu amor misericordioso. Por favor, rezai também por mim; preciso verdadeiramente das vossas orações e sempre contarei com elas.
Homilia do Papa Francisco na Santa Missa na Catedral de Manila com bispos, sacerdotes, religiosos e seminaristas
«Tu amas-Me? (…) Apascenta os meus cordeiros» (Jo 21, 15.16).
As palavras de Jesus a Pedro, no Evangelho de hoje, são as primeiras palavras que vos dirijo, amados irmãos bispos e sacerdotes, religiosos e religiosas, e jovens seminaristas. Estas palavras recordam-nos algo de essencial. Todo o ministério pastoral nasce do amor. Toda a vida consagrada é um sinal do amor reconciliador de Cristo. Na variedade das nossas vocações, cada um de nós é chamado de alguma forma, como Santa Teresa do Menino Jesus, a ser o amor no coração da Igreja.
Com grande afecto vos saúdo e peço para levardes o meu afecto a todos os vossos irmãos e irmãs idosos e doentes e a todos aqueles que hoje não puderam juntar-se a nós. Com a Igreja nas Filipinas que olha para o quinto centenário da sua evangelização, sentimos gratidão pela herança deixada por tantos bispos, sacerdotes e religiosos das gerações passadas. Eles esforçaram-se não só por pregar o Evangelho e construir a Igreja nesta nação, mas também por forjar uma sociedade inspirada pela mensagem evangélica da caridade, do perdão e da solidariedade ao serviço do bem comum. Hoje vós continuais a mesma obra de amor. Como eles, sois chamados a construir pontes, apascentar o rebanho de Cristo e preparar vigorosos caminhos para o Evangelho na Ásia ao alvorecer duma nova era.
«O amor de Cristo nos absorve completamente» (2 Cor 5, 14). Na primeira leitura de hoje, São Paulo diz-nos que o amor que somos chamados a anunciar é um amor reconciliador, que jorra do coração do Salvador crucificado. Somos chamados a ser «embaixadores em nome de Cristo» (cf. 2 Cor 5, 20). O nosso é um ministério de reconciliação. Proclamamos a Boa-Nova do amor, da misericórdia e da compaixão infinitos de Deus. Proclamamos a alegria do Evangelho. Uma vez que o Evangelho é a promessa da graça de Deus, a única que pode trazer plenitude e cura ao nosso mundo arruinado, ele pode inspirar a construção duma ordem social verdadeiramente justa e redimida.
Ser embaixador de Cristo significa, antes de mais nada, convidar cada pessoa a um renovado encontro com o Senhor Jesus (cf. Evangelii gaudium, 3). Este convite deve estar no centro da vossa comemoração da evangelização das Filipinas. Mas o Evangelho é também uma exortação à conversão, a um exame da nossa consciência, como indivíduos e como povo. Como justamente ensinaram os vossos bispos, a Igreja nas Filipinas é chamada a individuar e combater as causas da desigualdade e injustiça profundamente enraizadas, que desfeiam o rosto da sociedade filipina, contradizendo claramente o ensinamento de Cristo. O Evangelho chama os indivíduos cristãos a conduzirem vidas honestas, íntegras e solícitas pelo bem comum. Mas chama também as comunidades cristãs a criarem «círculos de integridade», redes de solidariedade que possam impelir a abraçar e transformar a sociedade com o seu testemunho profético.
Como embaixadores de Cristo, nós, bispos, sacerdotes e religiosos, devemos ser os primeiros a receber a sua graça reconciliadora nos nossos corações. São Paulo deixa claro o que isto significa; significa rejeitar perspectivas mundanas, olhando tudo de novo à luz de Cristo. Isto comporta que sejamos os primeiros a examinar a nossa consciência, reconhecer os nossos falimentos e quedas e embocar o caminho duma contínua conversão. Como poderemos proclamar aos outros a novidade e o poder libertador da Cruz, se nós mesmos não permitirmos que a Palavra de Deus abale o comprazimento em nós próprios, o nosso medo de mudar, os nossos comprometimentos mesquinhos com as modalidades deste mundo, o nosso «mundanismo espiritual» (cf. Evangelii gaudium, 93)?
Para nós, sacerdotes e pessoas consagradas, a conversão à novidade do Evangelho implica um encontro diário com o Senhor na oração. Os Santos ensinam-nos que isto é a fonte de todo o zelo apostólico. Para os religiosos, viver a novidade do Evangelho significa encontrar incessantemente na vida da comunidade e nos apostolados da comunidade o incentivo para uma união cada vez mais estreita com o Senhor na caridade perfeita. Para todos nós, isto significa viver de tal forma que espelhemos a pobreza de Cristo, cuja vida estava inteiramente focalizada em fazer a vontade do Pai e servir os outros. Naturalmente, a grande ameaça a isto mesmo é cair num certo materialismo que pode insinuar-se dentro das nossas vidas e comprometer o testemunho que prestamos. Somente o tornar-nos pobres, expulsando o nosso autocomprazimento, permitirá identificar-nos com os últimos dos nossos irmãos e irmãs. Veremos as coisas sob uma nova luz e, deste modo, poderemos responder, com honestidade e integridade, ao desafio de anunciar a radicalidade do Evangelho numa sociedade acostumada à exclusão, à polarização e a uma desigualdade escandalosa.
Aqui desejo dirigir uma palavra especial aos jovens sacerdotes, religiosos, e seminaristas presentes. Peço-vos que partilheis a alegria e o entusiasmo do vosso amor por Cristo e pela Igreja com todos, mas sobretudo com os da vossa idade. Mantende-vos presentes no meio dos jovens que possam sentir-se confusos e desanimados, e todavia continuam a ver a Igreja como sua amiga no caminho e uma fonte de esperança.
Sede solidários com aqueles que, vivendo no meio duma sociedade perturbada pela pobreza e a corrupção, sentem-se com o espírito abatido, tentados a largar tudo, deixar a escola e viver pela estrada. Proclamai a beleza e a verdade do matrimónio cristão a uma sociedade que é tentada por apresentações confusas da sexualidade, do matrimónio e da família. Como sabeis, estas realidades estão cada vez mais sob ataque de forças poderosas que ameaçam desfigurar o plano criador de Deus e trair os verdadeiros valores que inspiraram e moldaram quanto de belo existe na vossa cultura. Na realidade, a cultura filipina foi plasmada pela criatividade da fé. Por todo o lado, os filipinos são conhecidos pelo seu amor a Deus, pela sua piedade fervorosa e a sua ardente e cordial devoção a Nossa Senhora e ao seu terço. Este grande legado contém um forte potencial missionário. É o modo como o vosso povo inculturou o Evangelho e continua a acolher a sua mensagem (cf. Evangelii gaudium, 122). No vosso esforço de preparação para o quinto centenário, construí sobre estas bases sólidas.
Cristo morreu por todos a fim de que, mortos n’Ele, não vivamos mais para nós mesmos, mas para Ele (cf. 2 Cor 5, 15). Amados irmãos bispos, sacerdotes e religiosos, rogo a Maria, Mãe da Igreja, que faça jorrar de todos vós uma tal abundância de zelo, que possais gastar-vos abnegadamente ao serviço dos nossos irmãos e irmãs. Possa, assim, o amor reconciliador de Cristo penetrar ainda mais profundamente no tecido da sociedade filipina e, por vosso intermédio, nos ângulos mais distantes do mundo.
'A má educação sincera' do P. Rodrigo Lynce de Faria
Certa vez, dizia-me um jovem cheio de vitalidade e de entusiasmo pelas suas afirmações: «Sabe, nós, a nova geração, não somos hipócritas como antigamente. Dizemos o que pensamos, sem duplicidades nem “palavras bonitas”. Somos sinceros e somos autênticos. Não temos nenhum tipo de “tabus”.
Acho que isto é profundamente natural. As pessoas mais velhas deviam aprender connosco. Seriam felizes. Acabavam de vez com fingimentos e falsidades que nos asfixiam. Neste mundo com tendência para a hipocrisia, nós, a malta nova, não conseguimos respirar bem».
Na sociedade actual, existe uma grande sensibilidade pela virtude da sinceridade. Isto é algo muito positivo. Esta sensibilidade, muitas vezes, nasceu como uma reacção lógica a uma educação que se centrava demasiadamente no comportamento exterior. As pessoas davam-se conta de que, o modo de comportar-se diante dos outros, não correspondia, com frequência, ao modo de pensar.
E isto, para muitas pessoas, era aceite de um modo pacífico. Mesmo que significasse deixar de lado valores tão importantes como a espontaneidade, a naturalidade e a ausência de qualquer tipo de fingimento. Era algo que tinha de ser obrigatoriamente assim e não havia nada a fazer. Aqueles que pensassem de um modo diferente eram rotulados como “mal-educados”.
No entanto, “ser sincero” não significa o mesmo que “ser selvagem”. A agressividade no modo de falar ou no modo de actuar não são sinónimos de ausência de hipocrisia, mas sim de ausência de educação. É interessante verificar que, com frequência, com a “desculpa” de serem sinceras, certas pessoas acabam por ser grosseiras. Falam de um modo arrogante e deixam-se levar por uma certa tendência exibicionista. Orgulham-se de dizer todas as “verdades” sobre aquilo que pensam, mas não estão dispostas a ouvir nenhuma “verdade” vinda dos outros. Isto, logicamente, não é nenhuma demonstração de sinceridade, ainda que o chamem desse modo.
Podemos ser educados e, ao mesmo tempo, não cairmos na hipocrisia. Como diz A. Aguiló, a sinceridade não é uma simples incontinência verbal. É verdade que devemos dizer sempre aquilo que pensamos. O contrário seria mentir, sermos pouco claros e transparentes. No entanto, sem deixarmos de ser sinceros, devemos também pensar antes naquilo que dizemos.
Pensar antes de falar é uma manifestação de estima por aqueles com quem falamos. A ausência de respeito não aumenta a sinceridade de uma pessoa. Torna-a, isso sim, uma pessoa desagradável para aqueles que com ela convivem.
Hoje em dia, podemos verificar que a exaltação da sinceridade e, simultaneamente, o desprezo pela boa educação, não parecem ter produzido frutos muito positivos. Isso porque a verdadeira educação humaniza o ser humano e ajuda-o a ser sincero. É falso pensar que educar uma pessoa é enchê-la de hipocrisias.
Alguém disse uma vez, e com razão, que a má educação sincera, não é pelo facto de ser sincera, que deixa de ser má educação.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
«Vieram, então, trazer-Lhe um paralítico»
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os Salmos, Sl 36, nº 3, §3
Discursos sobre os Salmos, Sl 36, nº 3, §3
Não poderemos nós levar um homem cujas forças interiores estão enfraquecidas, como o paralítico do Evangelho, e abrir-lhe o tecto das Escrituras para o fazer descer até aos pés do Senhor?
Vede bem, tal homem é um paralítico espiritual. Vejo esse tecto (da Escritura) e sei que Cristo Se esconde sob esse tecto. Farei portanto, na medida do possível, aquilo que o Senhor aprovou em relação aos que abriram o tecto da casa e desceram o paralítico. Na verdade, Ele disse-lhe: «Filho, os teus pecados estão perdoados.» E Jesus curou esse homem da sua paralisia interior: perdoou-lhe os pecados e firmou a sua fé.
Mas ali havia pessoas cujos olhos não conseguiam ver a cura da paralisia interior e que tomaram o Médico que a tinha operado por blasfemo. «Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» Mas, como esse Médico era Deus, ouviu esses pensamentos dos seus corações. Eles acreditavam que Deus tinha verdadeiramente esse poder, mas não conseguiam ver que era Deus que estava diante deles. Então, o Médico agiu também sobre o corpo do paralítico, para curar a paralisia interior dos que assim falavam. Fez uma coisa que lhes permitisse ver e acreditar.
Tem pois coragem, tu que tens um coração frágil, tu que estás doente a ponto de seres incapaz de melhorar o mundo. Coragem, tu que estás paralisado interiormente! Juntos, abramos o tecto das Escrituras, para descermos até junto dos pés do Senhor.
Vede bem, tal homem é um paralítico espiritual. Vejo esse tecto (da Escritura) e sei que Cristo Se esconde sob esse tecto. Farei portanto, na medida do possível, aquilo que o Senhor aprovou em relação aos que abriram o tecto da casa e desceram o paralítico. Na verdade, Ele disse-lhe: «Filho, os teus pecados estão perdoados.» E Jesus curou esse homem da sua paralisia interior: perdoou-lhe os pecados e firmou a sua fé.
Mas ali havia pessoas cujos olhos não conseguiam ver a cura da paralisia interior e que tomaram o Médico que a tinha operado por blasfemo. «Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» Mas, como esse Médico era Deus, ouviu esses pensamentos dos seus corações. Eles acreditavam que Deus tinha verdadeiramente esse poder, mas não conseguiam ver que era Deus que estava diante deles. Então, o Médico agiu também sobre o corpo do paralítico, para curar a paralisia interior dos que assim falavam. Fez uma coisa que lhes permitisse ver e acreditar.
Tem pois coragem, tu que tens um coração frágil, tu que estás doente a ponto de seres incapaz de melhorar o mundo. Coragem, tu que estás paralisado interiormente! Juntos, abramos o tecto das Escrituras, para descermos até junto dos pés do Senhor.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 16 de janeiro de 2015
Passados alguns dias, Jesus entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que Ele estava em casa. Juntou-se muita gente, de modo que não se cabia, nem mesmo à porta. E Ele pregava-lhes a Palavra. Nisto chegaram alguns conduzindo um paralítico que era transportado por quatro homens. Como não pudessem levá-lo junto d'Ele por causa da multidão, descobriram o tecto na parte debaixo da qual estava Jesus e, tendo feito uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico. Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, são-te perdoados os pecados». Estavam ali sentados alguns escribas que diziam nos seus corações: «Como é que Ele fala assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?». Jesus, conhecendo logo no Seu espírito que eles pensavam desta maneira dentro de si, disse-lhes: «Porque pensais isto nos vossos corações? O que é mais fácil dizer ao paralítico: “São-te perdoados os pecados” ou dizer: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar os pecados, - disse ao paralítico -: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». Imediatamente ele se levantou e, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, de maneira que se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa semelhante».
Mc 2, 1-12
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