Queridíssimos: que Jesus me guarde as minhas filhas e os meus filhos!
1. Desejava muito voltar a escrever-vos, agora de forma um pouco mais extensa. Quero, com estas letras, tornar-vos participantes das conclusões do último Congresso Geral, que decorreu em Roma, no passado mês de janeiro. Faço-o porque, como D. Javier em 2010, quero que todos sintam o peso da Obra, o peso das almas, a responsabilidade de levar para a frente esta pequena família que somos. Com toda a Igreja, nós aspiramos, na expressão de S. Paulo, a reconciliar o mundo com Deus (cfr. 2 Cor 5, 19): tarefa imensa, que nos superava se não contássemos com a graça divina.
A nós, corresponde-nos – como vos escrevia, com palavras de S. Josemaria, na minha primeira carta como Padre desta pequena parte da Igreja –, redimir e santificar o nosso tempo, compreender e compartilhar os anseios dos outros. Retomo agora o fio dessas palavras: não é verdade que hoje toda a gente, – assim, em geral ou em bloco –, esteja fechada ou permaneça indiferente ao que a fé cristã ensina sobre o destino e o ser do Homem. Não é certo que os homens do nosso tempo se ocupem só das coisas da Terra e se desinteressem de olhar para o Céu. Embora não faltem ideologias – e pessoas para as defenderem – que estão fechadas, na nossa época não há apenas atitudes rasteiras, mas também altos ideais. Não há apenas cobardia, mas heroísmo, e ao lado das desilusões, permanecem grandes aspirações. Há pessoas que sonham com um mundo novo, mais justo e mais humano, enquanto outras, talvez desiludidas perante o fracasso dos seus primeiros ideais, se refugiam no egoísmo de buscarem a sua própria tranquilidade ou de se deixarem ficar mergulhadas no erro.
A todos os homens e a todas as mulheres, estejam onde estiverem, em momentos de exaltação, ou de crise, ou de derrota, devemos fazer chegar o anúncio solene e claro de S. Pedro, durante os dias que se seguiram ao Pentecostes: Jesus é a pedra angular, o Redentor, o tudo da nossa vida, pois fora d'Ele não foi dado outro nome aos homens, debaixo do céu, pelo qual possamos ser salvos (At 4, 12) [1].
Todos com Pedro a Jesus por Maria
2. O Papa é, para a Igreja, Pedro que anuncia Cristo ao mundo, proclamando a alegria do Evangelho [2]. O Congresso Geral quis reafirmar, em primeiro lugar, a nossa união filial ao Romano Pontífice e fez sua, mais uma vez, a oração que S. Josemaria nos ensinou: omnes cum Petro ad Jesum per Mariam [3].
Agradecemos ao Papa Francisco, entre muitas outras coisas, o Ano Jubilar da Misericórdia, o seu exemplo de piedade e de austeridade, o impulso apostólico que está a dar em todo o mundo, a sua proximidade com as pessoas, especialmente as mais necessitadas. Agradecemos-lhe também que, no contexto do seu ministério petrino, tenha tomado a decisão de beatificar D. Álvaro. O Congresso quis também fazer constar o seu reconhecimento ao Papa por me confirmar como sucessor de S. Josemaria, do B. Álvaro e de D. Javier, à frente da Obra, e assim me ter nomeado, no próprio dia da minha eleição, Prelado do Opus Dei. Já vos disse que me sentia confundido e ao mesmo tempo alegre pela unidade que o Espírito Santo, Amor infinito, nos concede. Não quero viver senão para ser bom Padre de cada uma, de cada um, participando, apesar das minhas limitações, da paternidade amorosa de Deus. Comove-me também que o Papa tenha querido escrever-me, com data de 1 de fevereiro, uma carta a animar-me e a colocar-me sob o cuidado de Nossa Senhora.
Edificar sobre rocha
3. Como corresponder a tantas graças, filhas e filhos meus? Renovemos o desejo de viver e comunicar fielmente o espírito do Opus Dei, como no-lo transmitiu S. Josemaria, apoiados num profundo sentido da nossa filiação divina em Cristo e decididos a procurar Deus no trabalho e nas condições habituais da nossa vida, para ser sal e luz do mundo (cfr. Mt 5, 13-14). A vocação cristã é grandiosa, conduz à nossa misteriosa identificação com o Verbo Encarnado, que S. João Paulo II exprimiu uma vez com palavras audazes, retomando uma expressão do Concílio Vaticano II: «Pela graça recebida no Batismo, o homem participa do nascimento eterno do Filho do Pai, uma vez que se torna filho adotivo de Deus: filho no Filho» [4].
4. D. Javier foi um bom filho de Deus sendo um filho fiel de S. Josemaria. Esta fidelidade foi a razão de ser da sua vida. O Congresso Geral dá graças a Deus pela vida e ensinamentos de quem foi o nosso Prelado de 1994 a 2016. E fez também ressoar o desejo de todos os fiéis da Prelatura, dos sócios da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz e dos Cooperadores, de sublinhar o amor de D. Javier à Igreja e a esta porção do Povo de Deus que é o Opus Dei. D. Javier deixou um fecundo exemplo de caridade pastoral, que se exprimia na união com o Santo Padre e com todos os seus irmãos no colégio episcopal, no seu cuidado pelas almas e na sua ativa solicitude pelos doentes e pelos mais necessitados. Por isso, certos de que gostareis de saber, deixo aqui constância da opinião geral dos membros do Congresso, e de tantas outras pessoas, sobre a conveniência de recolher memórias e testemunhos sobre D. Javier, sobre a sua vida de entrega e os seus ensinamentos.
Por outro lado, o Congresso constatou o bem que fazem as causas de canonização e de beatificação dos fiéis do Opus Dei, em diversos países, e a importância de continuar a divulgar a sua devoção privada, para ajudar muitas almas a descobrir o amor divino e a alegria da vida cristã no meio do mundo, cujo testemunho deram, entre outros, o venerável Isidoro Zorzano e a venerável Montserrat Grases. Ao coroar os méritos dos santos, o Senhor coroa os Seus próprios dons [5]. Através dos santos, honramos a Deus três vezes Santo, e renovamos os nossos desejos de santidade: de amor a Deus e aos outros n’Ele.
5. As Administrações dos Centros do Opus Dei, que constituem o apostolado dos apostolados, são como que a sua «coluna vertebral» [6]. O Congresso quis uma vez mais sublinhar o papel decisivo do seu trabalho para tornar realidade o ambiente familiar na Obra, e para ajudar, aqueles que vêm às nossas casas, a compreender, de forma visível, esta realidade. Correspondamos a este dom rezando para que o Senhor abençoe este trabalho com abundantes vocações, e para que seja um exemplo luminoso do valor e da dignidade das tarefas da casa. As mulheres da Prelatura continuarão a coordenar os serviços prestados pelas Administrações, segundo as circunstâncias e necessidades atuais, para que continuem a garantir o ambiente de família, o tom humano e familiar que faz que cada Centro seja, verdadeiramente, Betânia, para nós.
6. Além de manifestar o seu agradecimento aos que foram Custodes de D. Javier, pela dedicação com que o atenderam, o Congresso apreciou a grande ajuda que prestam os fiéis idosos ou doentes, com o oferecimento alegre e simples das suas limitações, para continuar a impulsionar o trabalho de evangelização que a Obra desenvolve em todo o mundo. A este impulso calado acrescenta-se, sem dúvida, a atenção esmerada dos que deles cuidam, com carinho e generoso espírito de serviço, seguindo a tradição que herdámos de S. Josemaria, como uma parte importante do espírito de família. Minhas filhas e meus filhos, muita coisa depende da forma como cuidamos dos idosos e dos doentes!
O Congresso Geral fez também constar a sua gratidão para com os vossos irmãos e irmãs que, ao longo destes anos, se deslocaram para começar o trabalho apostólico em novos países, deixando os seus lugares de origem para ajudar a fazer a Obra noutras latitudes. Recordareis com que frequência D. Javier nos repetia que há muita gente boa à nossa espera, em todo o lado.
Desafios atuais na aventura da formação
7. O dinamismo apostólico, fruto do Espírito Santo, tem sido sustentado pelo profundo trabalho de formação que a Prelatura oferece aos seus fiéis, e que é a sua missão: faz-se do mundo inteiro uma grande catequese [7]. O Congresso quis sublinhar alguns conteúdos dessa formação nas circunstâncias atuais. Permiti que as enumere a seguir, para que em cada circunscrição da Prelatura, em cada Centro, em cada família das minhas filhas e filhos, em cada alma, a luz e a força da graça nos faça ver o que podemos fazer mais e, sobretudo, como podemos melhorar o que já fazemos.
8. Em primeiro lugar, considerou-se a centralidade da Pessoa de Jesus Cristo, a quem desejamos conhecer, amar e com quem queremos ganhar intimidade. Pôr Jesus no centro da nossa vida significa meter-se mais na oração contemplativa no meio do mundo e ajudar os outros a andar por caminhos de contemplação [8]; redescobrir, com luzes novas, o valor antropológico e cristão dos diferentes meios ascéticos; chegar à pessoa na sua totalidade: inteligência, vontade, coração, relações com os outros; fomentar a liberdade interior, que leva a fazer as coisas por amor; ajudar a pensar, para que cada um possa descobrir o que Deus lhe pede e assuma as suas decisões com plena responsabilidade pessoal; alimentar a confiança na graça de Deus, para ultrapassar o voluntarismo e o sentimentalismo; expor o ideal da vida cristã sem o confundir com o perfeccionismo, ensinando a conviver com a debilidade própria e a dos outros; assumir, com todas as suas consequências, uma atitude quotidiana de abandono cheio de esperança, fundamentado na filiação divina.
Assim se fortalece o sentido de missão da nossa vocação, com uma entrega plena e alegre, porque somos chamados a contribuir, com iniciativa e espontaneidade, para melhorar o mundo e a cultura do nosso tempo, de modo a que se abram aos planos de Deus para a humanidade: cogitationes cordis eius, os projetos do Seu coração, que permanecem de geração em geração (Sl33 [32], 11).
Neste sentido, é bom ajudar a que todos queiram viver com o coração em Deus e, portanto, desprendidos das coisas materiais. Livres para amar: este é o significado do nosso espírito de pobreza, austeridade e desprendimento, temas evangélicos grandemente valorizados pelo magistério do Papa Francisco.
Além disso, o nosso amor à Igreja leva-nos a procurar recursos para o desenvolvimento dos trabalhos apostólicos e a promover em todos uma grande paixão profissional: aos que são ainda estudantes e devem albergar um grande desejo de construir a sociedade, e aos que exercem uma profissão; convém que, com reta intenção, fomentem a santa ambição de chegar longe e deixar rasto. Ao mesmo tempo, animo todos os Numerários e Numerárias a terem uma disponibilidade ativa e generosa para se dedicarem, quando necessário, às tarefas de formação e de governo com idêntica paixão profissional.
9. Este amplo panorama convida-nos a renovar o desejo de expansão, como nos primeiros tempos da Obra, para levarmos a alegria do Evangelho a muitas almas, para que muitos sintam a atração de Jesucristo [9]. O nosso Padre dizia-nos: se queremos ser mais, sejamos melhores [10]. Gostaria que esta consideração despertasse em nós um renovado sentido de urgência para promover, com a graça de Deus e a correspondência livre e generosa das pessoas, muitas vocações – as que Deus quiser – de Numerários, Agregados, Supranumerários e Sacerdotes da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.
Liberdade e vocação: aqui temos duas dimensões essenciais da vida humana, que se reclamam uma à outra. Somos livres para amar um Deus que nos chama, um Deus que é amor e que põe em nós o amor para O amar e para amar os outros [11]. Esta caridade dá-nos a plena consciência da nossa missão, que não é um apostolado exercido de maneira esporádica ou eventual, mas sim habitualmente e por vocação, tomando-o como o ideal de toda a vida [12]. O ideal de amor a Deus e aos outros leva-nos a cultivar a amizade com muitas pessoas: não fazemos apostolado, somos apóstolos! É assim a «Igreja em saída», de que o Papa fala com frequência, recordando-nos a importância da ternura, da magnanimidade, do contacto pessoal.
Este «dinamismo de "saída" que Deus quer provocar nos crentes» [13] não é uma estratégia mas sim a própria força do Espírito Santo, Caridade incriada. Num cristão, num filho de Deus, amizade e caridade formam uma só coisa: luz divina que dá calor [14]. As circunstâncias atuais da evangelização tornam ainda mais necessário, se possível, dar prioridade ao convívio pessoal, a esta vertente relacional que está no núcleo do modo de fazer apostolado, que S. Josemaria encontrou nos relatos evangélicos. Bem se pode dizer, filhos da minha alma, que o maior fruto do trabalho do Opus Dei é o que os seus membros obtêm pessoalmente, com o apostolado do exemplo e da amizade leal [15].
Dar e receber formação
10. Ao preparar e dar os meios de formação, anima-nos pensar na sua fecundidade nas almas, com a graça de Deus que dá o crescimento (cfr. 1 Cor3, 6). Para além de pôr muito em primeiro lugar os meios sobrenaturais, é bom que nos esforcemos por usar uma linguagem compreensível, com tom positivo e animador, com uma visão esperançada do mundo em que nos coube viver, que é o nosso lugar de encontro com Deus; por facilitar a participação ativa dos que assistem; por mostrar a aplicação prática do espírito do Opus Dei na vida familiar e social, de modo que cresça a unidade de vida: uma autêntica coerência cristã entre o que se pensa, se reza e se vive (cfr. Jo 4, 24; Rm 12, 1; 2 Ts 3, 6-15).
11. Para a fraternidade e o apostolado de amizade e confidência, algumas virtudes são de grande importância: a alegria e a generosidade, com a humildade. E é necessário um sincero interesse pelos outros, em forma de compreensão, respeito e apreço pelas diversas opiniões. Um tom positivo nas conversas permite perspetivar melhor as questões. Em última análise, trata-se de ser semeadores de paz e de alegria [16], como nos ensinou o nosso Padre, também retificando com espírito desportivo quando, em vez de paz, tenhamos antes semeado alguma discórdia. Os nossos Centros, as casas dos Agregados, dos Supranumerários e dos Sacerdotes da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz devem irradiar um calor atraente de casa de família (cfr. Sl 133 [132], 1; Jo 13, 34-35).
Recordo a paz e a serenidade que irradiava da simples presença de D. Álvaro, que vivia o que nos ensinava: «O espírito de família é tão essencial para nós, que cada filha, cada filho meu o leva sempre consigo. É tão forte que se manifesta imediatamente à nossa volta, facilitando a criação de um ambiente de família onde quer que nos encontremos. Por isso, o nosso ser e sentir-nos família não se fundamenta na materialidade de vivermos sob o mesmo teto, mas no espírito de filiação e de fraternidade, que o Senhor quis desde o primeiro momento para a sua Obra» [17].
12. Peço ao Senhor que se cuide com um especial empenho a formação daqueles que exercem uma direção espiritual pessoal, sacerdotes ou leigos, para que saibam ajudar os outros com dedicação e acerto. Com a graça de Deus, devem ajudar cada pessoa a acolher com generosidade as moções do Espírito Santo, que fala no fundo do coração (cfr. Mt 10, 20). O bom exemplo e o esmerado cumprimento das obrigações profissionais, familiares e sociais são imprescindíveis para ajudar outras pessoas a seguir o Senhor. O nosso Padre ensinou-nos que o prestígio profissional, considerado como autêntico serviço, é anzol de pescador de homens [18]: a fé ilumina a inteligência e dá sentido à vida, faz descobrir aquela nova dimensão que conduz à Vida em Cristo.
13. Convém favorecer, com ações específicas, a formação profissional contínua dos que participam nas tarefas de direção dos trabalhos apostólicos. Trata-se de melhorar as suas capacidades de governo e de gestão de pessoas e equipas. Uma grande responsabilidade está em reforçar a identidade cristã das atividades, a qualidade da sua gestão e o serviço que prestam à sociedade. A colegialidade é uma arte que não se improvisa: saber escutar, mudar de parecer, partilhar opiniões, contar com o melhor que cada pessoa pode dar.
Na Igreja
14. Para que a nova evangelização dê frutos, é decisiva a comunhão entre os próprios católicos. Fazer crescer o apreço mútuo entre os fiéis da Igreja, e entre os mais variados agrupamentos que possam existir, faz parte da nossa missão na grande família dos filhos e filhas de Deus: o principal apostolado que nós, os cristãos, temos de realizar no mundo, o melhor testemunho de fé é contribuir para que na Igreja se respire o clima de autêntica caridade [19]. Para isso, é necessário reforçar, de forma oportuna em cada caso, a relação com pessoas de outras instituições e realidades da Igreja, superar possíveis mal-entendidos e confiar ao Senhor as iniciativas promovidas por outros, vivendo a humildade coletiva.
15. A ajuda que se oferece a sacerdotes e seminaristas é também de grande importância para o bem da Igreja e da sociedade. Os sócios Agregados e Supranumerários da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, por participarem plenamente da vocação à Obra, são protagonistas de primeira linha para imprimir um novo dinamismo a todas as atividades, respeitando totalmente a dependência única do seu próprio bispo, e no contexto do seu ministério pastoral, que habitualmente exercem de modo pleno e direto ao serviço da diocese de incardinação, a qual devem amar cada vez mais.
Todos os fiéis do Opus Dei são chamados a rezar e a tratar com proximidade e veneração os Bispos e Sacerdotes da sua área geográfica, e a colaborar com eles na medida das suas possibilidades: sempre que for coerente com a santificação do seu trabalho profissional e dos seus deveres familiares.
Aos Sacerdotes, limito-me a recordar-lhes agora umas palavras do Papa sobre o ministério da confissão: sejamos acolhedores com todos, testemunhas da ternura de Deus, solícitos em ajudar a refletir, claros, disponíveis, prudentes, generosos. Com um coração magnânimo, celebraremos o mistério da infinita misericórdia de um Deus que perdoa [20].
Será bom continuar a aproveitar as oportunidades de animar alguns fiéis da Prelatura, Cooperadores e jovens a oferecerem-se para colaborar, com plena liberdade e responsabilidade pessoais, na catequese, em cursos pré-matrimoniais, em trabalhos sociais, nas suas paróquias ou noutros lugares que precisem, sempre que se trate de serviços que estejam de acordo com a sua condição secular e mentalidade laical, e sem que nisso dependam em nada da autoridade da Prelatura. Por outro lado, quero fazer uma menção especial às religiosas e aos religiosos, que tanto bem têm feito e fazem à Igreja e ao mundo. Quem não amasse e venerasse o estado religioso não seria um bom filho meu [21], ensinava-nos o nosso Padre. Alegra-me, além disso, pensar em tantos religiosos e em sacerdotes diocesanos, que viram a sua vocação florescer ao calor da Obra.
Para um melhor serviço à Igreja e uma cuidadosa atenção às almas, o Congresso geral indicou que se estude, com imaginação criativa e flexibilidade, a melhor maneira de promover e coordenar os trabalhos apostólicos: por exemplo, unificando por vezes alguns Centros do Opus Dei, para economizar energias e facilitar uma vida de família cheia de alegria e afeto; ou dispondo de mais pontos de apoio, apeadeiros convenientemente instalados e organizados de maneira flexível, para facultarem os meios de formação nos sítios onde as pessoas vivem: nos centros nevrálgicos das cidades, em áreas de forte densidade laboral, em polos de crescimento urbano, nas escolas e universidades, por exemplo.
Novos desafios apostólicos
16. O Congresso Geral quis retomar um apelo feito no Congresso de 2002, que D. Javier formulou assim: fomentar «uma nova cultura, uma nova legislação, uma nova moda, coerentes com a dignidade da pessoa humana e o seu destino à glória dos filhos de Deus em Jesus Cristo» [22]. Todos os fiéis da Prelatura, os jovens de S. Rafael e os Cooperadores se hão de sentir protagonistas desta nova cultura, que há de superar a mentalidade relativista contemporânea. Isto exige de cada um, segundo as suas possibilidades, uma sólida formação humana, profissional e doutrinal, e uma decidida presença nos fóruns a que possa aceder, com a abertura de horizontes que permite conviver com todos.
É também necessário um certo ascendente – que se ganha se levamos os outros a sério – e um pessoal dom de línguas, cultivado com o desejo de renovação permanente. Assim se favorece a empatia com a qual a visão cristã da realidade se torna convincente, pois conta também com as inquietações do próximo, sem dominar nem cair no monólogo. O respeito pela dignidade de cada pessoa, para lá dos seus erros, e pelo bem comum da sociedade, o trabalho sereno e responsável, em colaboração com outros cidadãos, põe em evidência a beleza e o atrativo dos valores cristãos nos diversos âmbitos da sociedade.
17. Para entender a complexidade de certos setores da vida social é necessária a ajuda de especialistas. Por exemplo, em áreas como: o uso de tecnologias digitais de informação e comunicação; o acompanhamento de iniciativas educativas; a comunicação institucional; a administração de projetos universitários; a direção e gestão de hospitais e clínicas; os projetos de promoção social; a criação e manutenção de fundos patrimoniais. O requisito da competência profissional faz parte da mentalidade laical e vai a par dos anseios da alma sacerdotal: aperfeiçoar a Criação e corredimir.
Para promover uma nova cultura, é necessário formar aqueles peritos que, com bom critério, poderão ajudar a focar, com a base de uma antropologia cristã, questões especialmente complexas: género, igualdade, objeção de consciência, liberdade religiosa, liberdade de expressão, bioética, modos de comunicação, para citar só algumas. Um lugar privilegiado para estudar estes temas são as universidades e centros de investigação.
Além disso, convém elaborar, com prudência e com audácia, um plano de formação adequado a cada pessoa, começando pelos mais novos, para que tenham ideias bem fundamentadas. Sem se fechar numa atitude meramente defensiva, é necessário compreender as razões das diferentes posições, dialogar com outras pessoas, aprendendo com todos e respeitando de forma esmerada a sua liberdade, mais ainda em matérias opináveis.
18. É famosa a afirmação do B. Paulo VI, que dizia que «o homem contemporâneo ouve com mais gosto os que dão testemunho do que os mestres que ensinam», e continuava: «se ouvem os que ensinam, é porque eles dão testemunho» [23]. Na cultura contemporânea, são necessários rostos que tornem credível a mensagem. Convém portanto apresentar testemunhos atraentes da vida cristã posta ao serviço dos outros. Além de formar líderes de opinião, precisamos de impulsionar iniciativas de informação sobre a Igreja e, dentro dela, sobre a Prelatura do Opus Dei, também através das redes sociais, tão eficazes para chegar imediatamente a milhares de pessoas. O desenvolvimento destas iniciativas depende da generosidade e da criatividade de quem as realiza.
19. Juntamente com o apostolado pessoal de amizade e confidência, o Congresso quis manifestar o seu total apoio aos trabalhos apostólicos corporativos e pessoais. A sua fecundidade apostólica está provada pela formação integral que dispensam: ensinam, educam, abrem ao serviço aos outros. Interessa que permitam lidar com muito mais pessoas, aproximando-as paulatinamente das riquezas da fé cristã, que liberta do medo e da tristeza. Para que a fé se incorpore na vida quotidiana, fazem falta meios de formação adaptados a famílias, alunos de escolas, estudantes universitários, etc. Isto exige motivar as pessoas e prepará-las bem.
20. A evangelização da sociedade e o desenvolvimento sustentável do trabalho apostólico tornam aconselhável a criação de novos centros educativos, nos quais se possa proporcionar uma formação humana e cristã aos pais e aos filhos, desde a mais tenra infância. Quando a criação destes centros estiver sujeita a legislação que impede ou dificulta serem obra corporativa ou trabalho pessoal, podem, apesar de tudo, existir condições que permitam receber a atenção espiritual por parte dos sacerdotes da Prelatura.
Importância da família
21. O Papa ensina, na sua segunda encíclica: «na família, cultivam-se os primeiros hábitos de amor e cuidado da vida, como por exemplo o uso correto das coisas, a ordem e a limpeza, o respeito pelo ecossistema local e a proteção de todas as criaturas. A família é o lugar da formação integral, onde se desenvolvem os distintos aspetos, intimamente relacionados entre si, do amadurecimento pessoal» [24]. A maturidade consolida-se com o tempo e olhando o futuro com confiança: é necessário incentivar nas famílias o sentido profundo da virtude da esperança.
Convirá estudar formas práticas de desenvolver a preparação para o casamento, de apoiar o amor mútuo entre os esposos e a vida cristã nas famílias, de impulsionar a vida sacramental de avós, pais e filhos, em particular a confissão frequente. Cristo abraça todas as idades do homem, ninguém é inútil ou supérfluo.
O Congresso valoriza a ação de grupos de estudo sobre o papel educativo, social e económico da família, com o objetivo de criar, na opinião pública, um ambiente favorável às famílias numerosas. Será oportuno reforçar a atenção aos que já estão em contacto com os diversos instrumentos apostólicos (jardins de infância, escolas, clubes, universidades, residências).
A Orientação familiar, tão incentivada por D. Javier, continua a ser uma prioridade, pois contribui eficazmente para consolidar o amor mútuo dos esposos e a sua abertura à vida, e facilita que, a partir da realidade da família natural, se desemboque na alegria da família como espaço espiritual cristão. Com muitas iniciativas, se ajudam cada vez mais famílias jovens e se realiza um amplo trabalho formativo. E assim se revela a muitas pessoas a beleza do Sacramento do Matrimónio, imagem da união de Cristo com a Sua Igreja (cfr. Ef 5, 32): com o Sacramento, a paz e a alegria do Espírito Santo entram nas famílias. No amor mútuo dos pais, como na liturgia e na comunhão da Igreja, Deus «ama-nos e faz-nos ver e experimentar o Seu amor, e deste "antes" de Deus, pode nascer também em nós o amor como resposta» [25].
22. O Congresso quis salientar um campo apostólico de grande relevância nos últimos anos: procurar contribuir para o crescimento da fé e da formação de tantos imigrantes procedentes de países de tradição católica (filipinos, latino-americanos, polacos, etc.), e dar-lhes formação humana. Além de os ajudar a desenvolver a sua própria identidade, esta formação faz que eles sejam, no país que os acolhe, um autêntico fermento de evangelização (cfr. Lc 13, 20). Em todo o mundo, várias dezenas de igrejas confiadas pelos Bispos a Sacerdotes incardinados na Prelatura podem apoiar eficazmente este trabalho, seguindo os planos pastorais dos Ordinários diocesanos de quem dependem.
A Obra nas nossas mãos
23. Para impulsionar as atividades, não estão apenas os Numerários e os Agregados: convém também responsabilizar muito os Supranumerários e Supranumerárias, e ajudá-los: devem sentir a Obra como sua, como mais um filho. Assim, como o nosso Padre disse uma vez, entre todos, enxugaremos muitas lágrimas, transmitiremos muita cultura, traremos muita paz, evitaremos muitos choques e muitas lutas. E faremos que as pessoas se olhem nos olhos, com nobreza de cristãos, sem ódios [26]. Importa que os meus filhos Supranumerários colaborem com pleno compromisso no trabalho de S. Rafael, cujo fim imediato é proporcionar uma formação integral [27]. É natural, e até comum nalguns sítios, que os Supranumerários impulsionem e dirijam clubes juvenis e outras iniciativas educativas.
Como consequência de uma formação bem assimilada, sem rigidez nem exageros, e quando for prudente e adequado, os Supranumerários colaboram com Deus no nascimento de vocações de Numerários e Agregados; rezam especialmente pelos seus filhos, nessa possível perspetiva, com o maior respeito pela liberdade pessoal e deixando tudo nas mãos de Deus.
Na obra de S. Gabriel, convém aumentar em vários lugares o número de Supranumerários encarregados de grupo, zeladores, e dos que exercem uma direção espiritual pessoal regular; apoiar-se mais neles para atender retiros; animá-los a incrementar o apostolado em locais onde ainda não existe um Centro; procurar que haja mais presença ativa de Agregados e Supranumerários nos grupos de trabalho ou equipas para determinadas iniciativas apostólicas. Para facilitar a sua formação, poderão dispor de materiais adequados nas diversas línguas.
Apostolado com a juventude
24. O Congresso Geral registou a importância da obra de S. Rafael, a menina dos nossos olhos [28]. Sugere-se dar prioridade às medidas gerais e particulares que favoreçam o desenvolvimento do trabalho com todo o tipo de jovens, e que, com a graça de Deus, se fomentem abundantes vocações de Numerários e Agregados jovens. Todos os fiéis da Prelatura e os sócios da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz pensarão na forma de colaborar, com a oração, a mortificação e a ação, para chegar a muito mais pessoas jovens.
Na obra de S. Rafael, uma prioridade clara na formação dos rapazes e das raparigas é a de os ajudar a ser almas de oracão [29], mostrando-lhes de forma prática como falar com Deus e como ouvi-Lo. Deverão também descobrir o valor humano e sobrenatural da verdadeira amizade, a importância do estudo, da leitura e da excelência profissional, para servir a Igreja e a sociedade. Entre as virtudes que se devem fomentar nos jovens, o Congresso quis mencionar a fortaleza e a valentia, a temperança (por exemplo, no uso inteligente e sóbrio das tecnologias), e tudo o que desenvolve o espírito de serviço. Importa ajudar os jovens a dar razão da sua fé e a tirar as consequências práticas que o seguimento do Senhor traz consigo: na sua família, com os amigos e nas redes sociais.
25. É bom ajudar os jovens e os seus pais a descobrir e a apreciar a maravilha de uma entrega total ao Senhor, com o coração indiviso, ao mesmo tempo que se lhes apresenta também a beleza da vocação para formar uma família cristã. A partir de Centros de S. Rafael onde se realizam atividades com universitários, vale a pena abordar os vários aspetos do namoro e do casamento, servindo-se de diversos recursos, como por exemplo: testemunhos de Supranumerários e de Supranumerárias, cursos de Orientação familiar para solteiros, conferências ou projeções, leituras de comprovada utilidade. A urgente necessidade do testemunho de um maior número de famílias cristãs convida-nos a chegar ao início deste caminho vocacional ainda antes do namoro, com autêntico respeito e fé profunda na missão evangelizadora da família cristã, «comunidade de fé, esperança e caridade» [30].
26. Continuemos com entusiasmo o trabalho apostólico com universitários e jovens profissionais solteiros ou recém-casados, aproveitando a formação que milhares deles receberam em muitas iniciativas apostólicas, nomeadamente em colégios, clubes e centros de S. Rafael. Neste sentido, é oportuno profissionalizar as associações de alumni, trabalhando com iniciativa e criatividade, desenvolvendo fórmulas atrativas que permitam a continuidade do seu relacionamento na obra de S. Gabriel, promovendo a colaboração de muitas pessoas, como Cooperadores.
27. Nos meios de formação de S. Rafael e de S. Gabriel, é excelente fomentar o exercício das obras de misericórdia espirituais e corporais, seguindo os constantes ensinamentos da Igreja, a experiência de S. Josemaria e o exemplo e as palavras do Papa Francisco. As atividades e as iniciativas pessoais relacionadas com a solidariedade, o serviço aos que precisam e a responsabilidade social, não são algo conjuntural nem acidental, mas pertencem ao núcleo do Evangelho. Aprofundar o estudo da doutrina social da Igreja através de cursos e palestras, por exemplo, poderá ajudar especialmente em contextos de maior desigualdade social.
28. As universidades que são obras corporativas devem continuar a promover a investigação com impacto internacional e criar espaços de colaboração com intelectuais de prestígio mundial. Este trabalho ajudará a desenvolver paradigmas científicos e modelos conceptuais coerentes com uma visão cristã da pessoa, com a convicção de que as sociedades precisam dessas perspetivas para fomentar a paz e a justiça social. Esta atitude de serviço a todos exprime-se também, naturalmente, no trato de amizade com colegas de outras universidades.
Algumas prioridades
29. Além do início cada vez mais próximo do apostolado estável da Prelatura em novos países, o Congresso sugere orientar a expansão apostólica para alguns lugares em que já se trabalha e que têm grande impacto para a futura configuração da sociedade, por neles se encontrarem organizações internacionais ou centros de liderança intelectual.
O Congresso convida a prosseguir com a publicação e divulgação das obras completas de S. Josemaria e o correspondente trabalho de investigação histórica, para o bem da Igreja e das almas. Sugere-se, concretamente, desenvolver ainda mais, a partir de perspetivas diversas (teológica, académica, sociológica, espiritual, entre outras), o aspeto central da mensagem de S. Josemaria que é o trabalho dos filhos de Deus como eixo da santidade e âmbito natural do apostolado, com tantas consequências para a Igreja e para a sociedade.
30. E já estou quase a terminar. Depois da leitura das páginas anteriores, poderíeis perguntar: entre tantas conclusões a que o Congresso chegou, quais são as prioridades que o Senhor nos apresenta neste momento histórico do mundo, da Igreja e da Obra? A resposta é clara: em primeiro lugar, cuidar com delicadeza de enamorados a nossa união com Deus, partindo da contemplação de Jesus Cristo, o rosto da Misericórdia do Pai. O programa de S. Josemaria será sempre válido: Que procures a Cristo. Que encontres a Cristo. Que ames a Cristo [31]. O trabalho apostólico do Opus Dei é e há de ser sempre uma superabundância da nossa vida interior. São momentos, minhas filhas e meus filhos, para nos metermos cada vez mais por caminhos de contemplação no meio do mundo.
31. A Igreja, ao longo das últimas décadas, fixou a sua atenção maternal em duas prioridades: a família e a juventude. Nós também, como partezita da Igreja, queremos corroborar o empenho dos últimos Papas para que a família responda em cada dia com maior fidelidade aos planos de amor que Deus para ela traçou. Ao mesmo tempo, temos de ajudar todos os jovens para que os seus sonhos de amor e de serviço se tornem uma feliz realidade. As conclusões do Congresso encontram no acompanhamento da família e dos jovens uma linha de força a partir da qual se podem tirar muitas consequências práticas no nosso trabalho apostólico diário.
Juntamente com estas prioridades, gostaria de sublinhar a urgência que todos temos de dilatar o nosso coração – pedimos ao Senhor que nos dê um coração à Sua medida – para que nele entrem todas as necessidades, as dores, os sofrimentos dos homens e mulheres do nosso tempo, especialmente dos mais débeis. No mundo atual, a pobreza apresenta muitos rostos diferentes: doentes e idosos que são tratados com indiferença, a solidão que muitas pessoas abandonadas experimentam, o drama dos refugiados, a miséria em que vive grande parte da humanidade, como consequência, muitas vezes, de injustiças que bradam aos céus. Nada disto nos pode deixar indiferentes. Eu sei que todas as minhas filhas e todos os meus filhos porão em funcionamento a «imaginação da caridade» [32], para levar o bálsamo da ternura de Deus a todos os nossos irmãos que passam necessidades: Os pobres – dizia aquele amigo nosso – são o meu melhor livro espiritual e o motivo principal das minhas orações. Dói-me a sua dor, e dói-me o sofrimento de Cristo neles. E, porque me dói, compreendo que O amo e que os amo [33].
32. Quis o Congresso pôr explicitamente nas mãos de Nossa Senhora as conclusões que acabo de vos transmitir. Só com a sua mediação materna, seremos capazes de avançar na apaixonante missão que nos é confiada, como discípulos de Jesus Cristo. Ela é a Mater pulchræ dilectionis, a Mãe do Amor Formoso (cfr. Sir 24, 24), que celebramos no calendário próprio da Prelatura como festa litúrgica, hoje, 14 de fevereiro [34]. Nesta data, Deus fez ver a S. Josemaria, em 1930, a vocação das mulheres do Opus Dei, e em 1943, o lugar dos Sacerdotes. Assim, a unidade da Obra ficou mais destacada, unidade de uma desorganização organizada [35], mas sobretudo uma unidade que nasce do Amor, de estarmos todos atentos aos outros, filhos daquela que é Mãe de Deus e nossa Mãe [36].
Ao cantar hoje o Te Deum de ação de graças diante do Senhor, solenemente exposto na custódia, lembrei-me de vós. Comunhão, união, comunicação, confidência: Palavra, Pão, Amor [37]. Considerando que Jesus Cristo, agora escondido no Pão e na Palavra, há de vir no fim dos tempos, pedi-Lhe que venha em nosso auxílio e confiei-vos todos à Sua Misericórdia.
33. Minhas filhas e filhos, se neste mundo, tão belo e ao mesmo tempo tão atribulado, alguém se sentir alguma vez só, que saiba que o Padre reza por ele e o acompanha verdadeiramente, na Comunhão dos santos, e que o traz no seu coração. Gosto de lembrar, nesse sentido, como a liturgia canta a Apresentação do Menino no Templo, festa litúrgica que celebrámos no dia 2 deste mês: parecia, diz, que era Simeão que segurava Jesus nos seus braços, mas na realidade era ao contrário: «Senex Puerum portabat, Puer autem senem regebat» [38]: o ancião não segurava o Menino, mas era o Menino que sustentava o ancião e o conduzia. Assim nos sustenta Deus, mesmo que às vezes apenas consigamos ver o que as almas nos pesam. Assim nos sustenta, através da bendita Comunhão dos Santos [39].
Per singulos dies, benedicimus Te, dia após dia, Te bendizemos, Senhor, com toda a Igreja: «todos os dias», como tanto gostava de repetir D. Javier, filho fiel de S. Josemaria e do B. Álvaro. Filho fiel, dizia, empenhado numa luta quotidiana para se deixar levar pelo Amor divino. Elevo a minha alma a Deus três vezes Santo, pela mão da Virgem, Mãe do Amor que se dá sem medida: faz, Senhor, que, a partir da fé no Teu Amor, vivamos cada dia com um amor sempre novo, numa alegre esperança.
Com todo o afeto, abençoa-vos
o vosso Padre
Fernando
Roma, 14 de fevereiro de 2017.
Festa de Santa Maria, Mãe do Amor Formoso.
[1]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 132.
[2]. Cfr. Francisco, Exort. Apost. Evangelii gaudium, 24-XI-2013, íncipit.
[3]. S. Josemaria, Caminho, n. 833.
[4]. S. João Paulo II, Homilia, 23-III-1980. Cfr. Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et Spes, n. 22.
[5]. Cfr. Missal Romano, Prefácio I dos santos.
[6]. D. Javier, Carta, 28-XI-2002, n. 18, in "Cartas de família" V, n. 125. Cfr. Instrução, 31-V-1936, n. 66.
[7]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 6-II-1967, in Notícias, 1967, p. 84 (AGP, biblioteca, P02).
[8]. S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 67.
[9]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 1-IV-1962 (AGP, biblioteca, P09, p. 46).
[10]. S. Josemaria, Instrução, 8-XII-1941, Nota 122.
[11]. Cfr. S. Josemaria, Forja, n. 270.
[12]. S. Josemaria, Instrução, maio1935/14-IX-1950, n. 15.
[13]. Francisco, Exort. Apost. Evangelii gaudium, 24-XI-2013, n. 20.
[14]. S. Josemaria, Forja, n. 565.
[15]. S. Josemaria, Carta 11-III-1940, n. 55.
[16]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 30.
[17]. B. Álvaro, Carta, 1-XII-1985, in "Cartas de Família" I, n. 204.
[18]. S. Josemaria, Caminho, n. 372.
[19]. S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 226.
[20]. Cfr. Francisco, Carta ap. Misericordia et misera, 20-XI-2016, n. 10.
[21]. S. Josemaria, Instrução, maio 1935/14-IX-1950, nota 5.
[22]. D. Javier, Carta, 28-XI-2002, n. 11, in "Cartas de família" V, n. 118.
[23]. B. Paulo VI, Exort. Apost. Evangelii nuntiandi, 8-XII-1975, n. 41.
[24]. Francisco, Enc. Laudato si’, 24-V-2015, n. 213.
[25]. Bento XVI, Enc. Deus caritas est, 25-XII-2005, n. 17; cfr. 1 Jo 4, 10.
[26]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 18-VI-1974, in “Catequesis en América” (1974), vol I, p. 549 (AGP, biblioteca, P04).
[27]. S. Josemaria, Carta 24-X-1942, n. 3.
[28]. S. Josemaria, Carta 24-X-1942, n. 70.
[29]. S. Josemaria, Carta 24-X-1942, n. 5.
[30]. Catecismo da Igreja Católica, n. 2204.
[31] . S. Josemaria, Caminho, n. 382.
[32]. S. João Paulo II, Carta Apostólica. Novo millennio ineunte, 6-I-2001, n. 50.
[33]. S. Josemaria, Sulco, n. 827.
[34]. Cfr. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto 626/12/L, 10-XI-2012.
[35]. S. Josemaria, Temas atuais do Cristianismo, n. 19
[36]. S. Josemaria, Forja, n. 11.
[37]. S. Josemaria, Caminho, n. 535.
[38]. Liturgia das Horas, Primeiras Vésperas da Festa da Apresentação do Senhor, Antífona ad Magníficat.
[39]. S. Josemaria, Sulco, n. 56.
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