Lux fulgebit hodie super nos, quia natus est nobis Dominus – Hoje brilhará sobre nós a luz, porque nos nasceu o Senhor! Eis a grande novidade que comove os cristãos e que, através deles, se dirige à Humanidade inteira. Deus está aqui! Esta verdade deve encher as nossas vidas. Cada Natal deve ser para nós um novo encontro especial com Deus, deixando que a sua luz e a sua graça entrem até ao fundo da nossa alma.
Detemo-nos diante do Menino, de Maria e de José; estamos contemplando o Filho de Deus revestido da nossa carne... Vem-me à lembrança a viagem que fiz a Loreto, em 15 de Agosto de 1951, para visitar a Santa Casa por motivo muito íntimo. Celebrei lá a Santa Missa. Queria dizê-la com recolhimento mas não tinha contado com o fervor da multidão. Não tinha calculado que nesse grande dia de festa muitas pessoas dos arredores viriam a Loreto – com a bendita fé dessa terra e com o amor que têm à Madona. E a sua piedade, considerando as coisas – como diria? – só do ponto de vista das leis rituais da Igreja, levava-as a manifestações não muito correctas.
E assim, enquanto eu beijava o altar, nos momentos prescritos pelas rubricas da Missa, três ou quatro camponeses beijavam-no ao mesmo tempo. Distraía-me mas estava emocionado. E também me atraía a atenção a lembrança de que naquela Santa Casa – que a tradição assegura ser o lugar onde viveram Jesus, Maria e José – na mesa do altar tinham gravado estas palavras: Hic Verbum caro factum est. Aqui, numa casa construída pelas mãos dos homens, num pedaço de terra em que vivemos, habitou Deus!
(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 12)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Bom Dia!
Um olhar sobre a vida humana
Clique em "Bom Dia!" e acederá directamente ao blogue NUNC COEPI e ao texto. Obrigado!
Clique em "Bom Dia!" e acederá directamente ao blogue NUNC COEPI e ao texto. Obrigado!
Um pequeno milagre de Natal – “Criança de dois anos salva avô caído numa mina”
Um menino, de dois anos, salvou o ontem o avô, de 63, que caiu numa mina com oito metros quando passeavam numa zona florestal. A inacreditável história aconteceu em Braga. O acidente poderia ter sido fatal se a criança não tivesse partido em busca de auxílio.
Avô e neto resolveram dar um passeio pelas redondezas do lugar da Ponte Nova, na freguesia de Lomar, Braga. Em pleno bosque, José Rocha, 63 anos, acabou por ser surpreendido pelo aluimento do solo, acabando por cair numa mina com oito metros de altura.
O pequeno José Barbosa, que só em Fevereiro faz três ano, conseguiu evitar a queda na mina e vendo o estado do avô partir de imediato em busca de ajuda. Estava a um quilómetro e meio de distância da casa do avô.
Sem temer a frieza da floresta, galgou um muro e rumou em direcção à Estrada Nacional 309 (EN309), próxima do local do acidente. Após ter andado meio quilómetro a pé sozinho pela estrada nacional, "Zezinho", como é conhecido, conseguiu despertar atenção de uma automobilista que no momento passava na Rua do Souto Noval, que serve de acesso à EN 309.
"O meu avô está num buraco", gritou de forma repetida. A mulher, cujo identidade não foi possível apurar, seguiu as indicações da criança, que a conduziu aos vizinhos e familiares de José Rocha, que ficou sem reacção após a queda de oito metros na estreita mina.
"Ele só dizia que o avô estava num buraco e apontava para o monte", disse, ao Jornal de Notícias, Conceição Simões, avó da criança e esposa de José Rocha.
Seguindo as indicações do menino, a população da Ponte Nova partiu em busca da mina. "Ele não sabia dizer o sítio ao certo e demorámos cerca de uma hora até encontrar José Rocha", relatou José Barbosa, pai do pequeno herói, "um anjo da guarda", como ontem foi várias vezes apelidado.
Após baterem o terreno, foi José Barbosa (pai) quem encontrou a mina. "Ele estava lá em baixo, cheio de dores mas consciente", afirmou José Barbosa, que accionou os meios de socorro.
(…)
(Fonte: JN online)
Avô e neto resolveram dar um passeio pelas redondezas do lugar da Ponte Nova, na freguesia de Lomar, Braga. Em pleno bosque, José Rocha, 63 anos, acabou por ser surpreendido pelo aluimento do solo, acabando por cair numa mina com oito metros de altura.
O pequeno José Barbosa, que só em Fevereiro faz três ano, conseguiu evitar a queda na mina e vendo o estado do avô partir de imediato em busca de ajuda. Estava a um quilómetro e meio de distância da casa do avô.
Sem temer a frieza da floresta, galgou um muro e rumou em direcção à Estrada Nacional 309 (EN309), próxima do local do acidente. Após ter andado meio quilómetro a pé sozinho pela estrada nacional, "Zezinho", como é conhecido, conseguiu despertar atenção de uma automobilista que no momento passava na Rua do Souto Noval, que serve de acesso à EN 309.
"O meu avô está num buraco", gritou de forma repetida. A mulher, cujo identidade não foi possível apurar, seguiu as indicações da criança, que a conduziu aos vizinhos e familiares de José Rocha, que ficou sem reacção após a queda de oito metros na estreita mina.
"Ele só dizia que o avô estava num buraco e apontava para o monte", disse, ao Jornal de Notícias, Conceição Simões, avó da criança e esposa de José Rocha.
Seguindo as indicações do menino, a população da Ponte Nova partiu em busca da mina. "Ele não sabia dizer o sítio ao certo e demorámos cerca de uma hora até encontrar José Rocha", relatou José Barbosa, pai do pequeno herói, "um anjo da guarda", como ontem foi várias vezes apelidado.
Após baterem o terreno, foi José Barbosa (pai) quem encontrou a mina. "Ele estava lá em baixo, cheio de dores mas consciente", afirmou José Barbosa, que accionou os meios de socorro.
(…)
(Fonte: JN online)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931
Anota hoje: “Já viste como as crianças agradecem? – Imita-as dizendo, como elas, a Jesus, diante do favorável e diante do adverso: “Que bom que és! Que bom!...”
Esta frase, bem sentida, é caminho de infância que te levará à paz, com peso e medida de risos e de prantos, e sem peso e medida de Amor”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Esta frase, bem sentida, é caminho de infância que te levará à paz, com peso e medida de risos e de prantos, e sem peso e medida de Amor”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Bento XVI grava meditação para ser transmitida na BBC Radio 4 na noite de Natal e inserido no programa ‘Meditação do Dia’ sendo esta a primeira vez que um Papa faz uma alocução deste tipo
Segundo o correspondente da BBC no Vaticano, Bento XVI expressará o seu grande afecto pelos britânicos e pede aos ouvintes para pararem e meditarem no significado do nascimento de Jesus Cristo.
O Papa não gosta de usar telepontos pelo que a sua intervenção foi lida aos microfones após longas negociações entre a BBC e a Santa Sé.
(Texto escrito como resumo por JPR tendo como base o site da BBC em http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-12063684)
O Papa não gosta de usar telepontos pelo que a sua intervenção foi lida aos microfones após longas negociações entre a BBC e a Santa Sé.
(Texto escrito como resumo por JPR tendo como base o site da BBC em http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-12063684)
Conto de Natal 2010
Deitada no sofá em posição fetal, aninhava-se, fechando-se sobre si própria, envolvendo-se cada vez mais na sua tristeza, no seu desespero, na incrível solidão que naquele momento vivia.
Dia 24 de Dezembro, véspera de Natal!
Naquela manhã tinha-se levantado decidida a de uma vez por todas confirmar ou não, aquilo que o seu coração há muito lhe dizia, mas ela não queria acreditar.
Feito o teste, a resposta era inequívoca: Estava grávida!
Naquele momento, sozinha na casa de banho, tinham passado pela sua cabeça e pelo seu coração, os mais incríveis pensamentos, os mais inexplicáveis sentimentos!
Por um lado pensara que não podia ser, não era possível, e de maneira nenhuma podia aceitar aquele facto, pelo que tinha de lhe pôr fim muito rapidamente.
Por outro lado, sentira um amor que se desprendia do seu coração e a levara a acariciar a barriga como se alguma coisa já lá se sentisse.
Saiu da casa de banho e dirigiu-se para o quarto, com o “coração aos saltos” de nervosismo, mas também com uma sensação de medo.
Como iria o seu namorado reagir aquela notícia?
Ao vê-la, ele logo percebeu que alguma coisa se passava, pelo que de imediato lhe perguntou o que a preocupava.
Numa voz sentida e baixa, repassada de ternura e medo, ela respondeu-lhe dizendo que estava grávida.
Não precisava da resposta dele, pois o olhar incrédulo e ao mesmo tempo furioso, revelou sem margem para dúvidas o que ele pensava.
Nem se queria lembrar da discussão, das incríveis coisas que ele disse, do ar ofendido e revoltado com que se lhe dirigiu, e sobretudo da tomada de posição ao dizer-lhe que ela tinha de imediatamente pôr fim à gravidez.
Lembrava-se de não saber o que lhe responder, pois nela havia um misto de decisões e indecisões, que iam desde o aceitar o que ele propunha, até ao sentimento maternal que falava mais alto, e lhe dizia ao coração que ela não podia terminar aquela gravidez.
Ainda estavam nos seus ouvidos a “explosão” do bater da porta da rua e as últimas palavras duríssimas que dele ouviu: Nunca mais me pões a vista em cima!
Tinha ficado ali, sem reacção, prostrada, imóvel, sem perceber o que tinha acontecido.
Tinham passado uma óptima noite, as promessas de amor eterno, o casamento a marcar e, de repente … o mundo desabava-lhe em cima!
Percebeu que no estado em que estava não podia passar a noite de Natal em casa dos seus pais. Eles perceberiam de imediato que alguma coisa de grave se passava, e ela não queria dar explicações nenhumas, nem queria ouvir fosse o que fosse naquele dia!
Muito a custo telefonou-lhes tentando fazer uma voz normal, e arranjou uma desculpa mais ou menos verosímil para não estar com a família nesse dia.
Agora estava sozinha!
Há horas que estava naquela posição. A noite tinha chegado e ela nada tinha comido durante todo o dia. Apetecia-lhe morrer e ao mesmo tempo apetecia-lhe viver.
Falava com a sua barriga como se alguém a escutasse, fazendo juras que sozinhos os dois, mãe e filho, haviam de conseguir. Percebeu então que uma decisão estava tomada: Aquele filho ia nascer, contra tudo e contra todos!
Ficou um pouco mais animada com a consciência da decisão tomada, mas logo a perspectiva do futuro lhe caiu em cima com uma tal força, que se sentiu fechada numa gruta funda, sem luz, sem ânimo e sem esperança.
Olhou para o pequeno presépio que tinha na sala, e lembrou-se da Missa do Galo!
Não faltava a essa Missa desde que se lembrava de si própria, e por isso mesmo, decidiu com grande esforço que iria participar nela, mas a uma igreja diferente da habitual, claro, pois não queria encontrar a sua família.
Saiu para o frio da rua, o que lhe deu um pouco de alento, tendo-a despertado do torpor em que se tinha deixado envolver.
Procurou um lugar na igreja onde ficasse só, pois não queria sorrir a ninguém, não queria cumprimentar ninguém, não queria falar a ninguém.
A Missa passou sem ela dar conta e apercebeu-se então que já tinha chegado o momento da Comunhão.
Lembrou-se com alguma mágoa que, de acordo com o que tinha aprendido na família e na catequese, não poderia comungar a hóstia consagrada, dada a vida que vivia.
Mas também se lembrou ter aprendido que Jesus nunca abandonava aqueles que a Ele se dirigiam de coração aberto.
Ajoelhou-se e entrando dentro de si, falou com Aquele Menino que há tantos anos “via nascer” no presépio de casa dos seus pais.
“Jesus, eu não sei o que acreditar, mas sinto que de alguma maneira estás aqui comigo e me fazes companhia. E agora, Jesus, o que hei-de eu fazer?
Eu só quero sentir amor, sentir que não estou só, e que tomei a decisão correcta.
Sabes, Jesus, ele ofendeu-me muito, mas não lhe desejo mal. Olha lembro-me das Tuas palavras na Cruz e apetece-me dizer o mesmo: Perdoa-lhe que ele não sabe o que faz.”
Sentiu uma mão no ombro, que suavemente lhe chamava a atenção, e uma voz terna que lhe dizia: Desculpe mas tem que sair. A Missa já acabou e temos de fechar a igreja.
Não se tinha apercebido do tempo passar!
Balbuciou uma qualquer desculpa e saiu rapidamente para a rua.
Um sorriso aflorou os seus lábios. Não sabia o que se passava, mas uma paz, uma tranquilidade, uma alegria, invadiam o seu coração. Pela primeira vez nesse dia não teve medo da decisão tomada e teve a certeza inexplicável de que tudo iria correr bem, mesmo com as provações normais que uma situação como aquela acarretava, e que ela tinha decidido viver.
Quase ao chegar a casa, reparou num vulto que estava sentado nos degraus da entrada do prédio, todo dobrado sobre si próprio, por causa do frio, claro.
Não teve medo, mas apenas pena daquele pobre desgraçado que não devia ter onde ficar, e pediu a Jesus que o ajudasse também.
Ao subir os degraus da entrada, o vulto levantou-se, e prostrou-se de joelhos diante de si, dizendo apenas:
- Perdoa-me! Perdoa-me que eu nem sei as asneiras que disse, o mal que te fiz! Perdoa-me!
Olhou para a cara dele. As lágrimas corriam-lhe pela face, mas ele não se importava. Apenas não conseguia olhá-la nos olhos, de tão envergonhado que estava.
Puxou-o para cima, pegou-lhe na cara com as duas mãos, e deu-lhe um terno beijo nos lábios.
Numa voz entrecortada pelo choro, ele apenas dizia:
- Eu amo-te, eu amo-te, e a melhor expressão do meu amor, do nosso amor, é este filho nosso que trazes em ti e que eu quero viver contigo! Como pude ser tão cego, tão desumano, tão desprezível! Casamos amanhã, casamos mal seja possível! Eu quero estar contigo e viver todos esses momentos da tua gravidez, e do nascimento do nosso filho!
E não se calava, até que ela suavemente lhe colocou a mão nos lábios e o empurrou para dentro de casa.
Olhou para ele, fixamente nos olhos, e disse com a voz cheia de amor e ternura:
- O amor tudo vence! O passado já passou e não volta mais! Vivamos agora o presente e o futuro!
Ele aquietou-se e ficaram abraçados por um longo período de tempo, apenas gozando e sentindo a companhia um do outro.
Ela afastou-se então um pouco e disse-lhe:
- Hoje ainda tens que fazer mais uma coisa comigo, por mim e por ti.
Ele anuiu, baixando a cabeça.
Aproximaram-se então de mão dada do pequeno presépio, e ela ajoelhou-se com ele, dizendo:
- Agradece comigo a Jesus, o Amor que nasce no coração dos homens e que hoje renasceu nos nossos corações!
Lá fora ouviam-se vozes de jovens que cantavam:
“Noite feliz, noite feliz!
O Senhor, Deus de Amor,
Pobrezinho, nasceu em Belém
Eis na lapa Jesus, nosso Bem
Dorme em paz, ó Jesus!
Dorme em paz, ó Jesus! ”
ou então … eram os ouvidos dos seus corações unidos que assim ouviam.
Monte Real, 21 de Dezembro de 2010
Com este Conto de Natal, desejo a todas as minhas amigas e todos os meus amigos que aqui costumam ajudar-me nesta caminhada para Deus, por Deus e com Deus, um SANTO e FELIZ NATAL e um ANO NOVO cheio das bênçãos de Deus.
Este Conto de Natal, constitui também a minha participação do 25º Dia de Caminhada para o Natal, que amanhã prossegue com a Gisele.
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/12/conto-de-natal-2010.html
Dia 24 de Dezembro, véspera de Natal!
Naquela manhã tinha-se levantado decidida a de uma vez por todas confirmar ou não, aquilo que o seu coração há muito lhe dizia, mas ela não queria acreditar.
Feito o teste, a resposta era inequívoca: Estava grávida!
Naquele momento, sozinha na casa de banho, tinham passado pela sua cabeça e pelo seu coração, os mais incríveis pensamentos, os mais inexplicáveis sentimentos!
Por um lado pensara que não podia ser, não era possível, e de maneira nenhuma podia aceitar aquele facto, pelo que tinha de lhe pôr fim muito rapidamente.
Por outro lado, sentira um amor que se desprendia do seu coração e a levara a acariciar a barriga como se alguma coisa já lá se sentisse.
Saiu da casa de banho e dirigiu-se para o quarto, com o “coração aos saltos” de nervosismo, mas também com uma sensação de medo.
Como iria o seu namorado reagir aquela notícia?
Ao vê-la, ele logo percebeu que alguma coisa se passava, pelo que de imediato lhe perguntou o que a preocupava.
Numa voz sentida e baixa, repassada de ternura e medo, ela respondeu-lhe dizendo que estava grávida.
Não precisava da resposta dele, pois o olhar incrédulo e ao mesmo tempo furioso, revelou sem margem para dúvidas o que ele pensava.
Nem se queria lembrar da discussão, das incríveis coisas que ele disse, do ar ofendido e revoltado com que se lhe dirigiu, e sobretudo da tomada de posição ao dizer-lhe que ela tinha de imediatamente pôr fim à gravidez.
Lembrava-se de não saber o que lhe responder, pois nela havia um misto de decisões e indecisões, que iam desde o aceitar o que ele propunha, até ao sentimento maternal que falava mais alto, e lhe dizia ao coração que ela não podia terminar aquela gravidez.
Ainda estavam nos seus ouvidos a “explosão” do bater da porta da rua e as últimas palavras duríssimas que dele ouviu: Nunca mais me pões a vista em cima!
Tinha ficado ali, sem reacção, prostrada, imóvel, sem perceber o que tinha acontecido.
Tinham passado uma óptima noite, as promessas de amor eterno, o casamento a marcar e, de repente … o mundo desabava-lhe em cima!
Percebeu que no estado em que estava não podia passar a noite de Natal em casa dos seus pais. Eles perceberiam de imediato que alguma coisa de grave se passava, e ela não queria dar explicações nenhumas, nem queria ouvir fosse o que fosse naquele dia!
Muito a custo telefonou-lhes tentando fazer uma voz normal, e arranjou uma desculpa mais ou menos verosímil para não estar com a família nesse dia.
Agora estava sozinha!
Há horas que estava naquela posição. A noite tinha chegado e ela nada tinha comido durante todo o dia. Apetecia-lhe morrer e ao mesmo tempo apetecia-lhe viver.
Falava com a sua barriga como se alguém a escutasse, fazendo juras que sozinhos os dois, mãe e filho, haviam de conseguir. Percebeu então que uma decisão estava tomada: Aquele filho ia nascer, contra tudo e contra todos!
Ficou um pouco mais animada com a consciência da decisão tomada, mas logo a perspectiva do futuro lhe caiu em cima com uma tal força, que se sentiu fechada numa gruta funda, sem luz, sem ânimo e sem esperança.
Olhou para o pequeno presépio que tinha na sala, e lembrou-se da Missa do Galo!
Não faltava a essa Missa desde que se lembrava de si própria, e por isso mesmo, decidiu com grande esforço que iria participar nela, mas a uma igreja diferente da habitual, claro, pois não queria encontrar a sua família.
Saiu para o frio da rua, o que lhe deu um pouco de alento, tendo-a despertado do torpor em que se tinha deixado envolver.
Procurou um lugar na igreja onde ficasse só, pois não queria sorrir a ninguém, não queria cumprimentar ninguém, não queria falar a ninguém.
A Missa passou sem ela dar conta e apercebeu-se então que já tinha chegado o momento da Comunhão.
Lembrou-se com alguma mágoa que, de acordo com o que tinha aprendido na família e na catequese, não poderia comungar a hóstia consagrada, dada a vida que vivia.
Mas também se lembrou ter aprendido que Jesus nunca abandonava aqueles que a Ele se dirigiam de coração aberto.
Ajoelhou-se e entrando dentro de si, falou com Aquele Menino que há tantos anos “via nascer” no presépio de casa dos seus pais.
“Jesus, eu não sei o que acreditar, mas sinto que de alguma maneira estás aqui comigo e me fazes companhia. E agora, Jesus, o que hei-de eu fazer?
Eu só quero sentir amor, sentir que não estou só, e que tomei a decisão correcta.
Sabes, Jesus, ele ofendeu-me muito, mas não lhe desejo mal. Olha lembro-me das Tuas palavras na Cruz e apetece-me dizer o mesmo: Perdoa-lhe que ele não sabe o que faz.”
Sentiu uma mão no ombro, que suavemente lhe chamava a atenção, e uma voz terna que lhe dizia: Desculpe mas tem que sair. A Missa já acabou e temos de fechar a igreja.
Não se tinha apercebido do tempo passar!
Balbuciou uma qualquer desculpa e saiu rapidamente para a rua.
Um sorriso aflorou os seus lábios. Não sabia o que se passava, mas uma paz, uma tranquilidade, uma alegria, invadiam o seu coração. Pela primeira vez nesse dia não teve medo da decisão tomada e teve a certeza inexplicável de que tudo iria correr bem, mesmo com as provações normais que uma situação como aquela acarretava, e que ela tinha decidido viver.
Quase ao chegar a casa, reparou num vulto que estava sentado nos degraus da entrada do prédio, todo dobrado sobre si próprio, por causa do frio, claro.
Não teve medo, mas apenas pena daquele pobre desgraçado que não devia ter onde ficar, e pediu a Jesus que o ajudasse também.
Ao subir os degraus da entrada, o vulto levantou-se, e prostrou-se de joelhos diante de si, dizendo apenas:
- Perdoa-me! Perdoa-me que eu nem sei as asneiras que disse, o mal que te fiz! Perdoa-me!
Olhou para a cara dele. As lágrimas corriam-lhe pela face, mas ele não se importava. Apenas não conseguia olhá-la nos olhos, de tão envergonhado que estava.
Puxou-o para cima, pegou-lhe na cara com as duas mãos, e deu-lhe um terno beijo nos lábios.
Numa voz entrecortada pelo choro, ele apenas dizia:
- Eu amo-te, eu amo-te, e a melhor expressão do meu amor, do nosso amor, é este filho nosso que trazes em ti e que eu quero viver contigo! Como pude ser tão cego, tão desumano, tão desprezível! Casamos amanhã, casamos mal seja possível! Eu quero estar contigo e viver todos esses momentos da tua gravidez, e do nascimento do nosso filho!
E não se calava, até que ela suavemente lhe colocou a mão nos lábios e o empurrou para dentro de casa.
Olhou para ele, fixamente nos olhos, e disse com a voz cheia de amor e ternura:
- O amor tudo vence! O passado já passou e não volta mais! Vivamos agora o presente e o futuro!
Ele aquietou-se e ficaram abraçados por um longo período de tempo, apenas gozando e sentindo a companhia um do outro.
Ela afastou-se então um pouco e disse-lhe:
- Hoje ainda tens que fazer mais uma coisa comigo, por mim e por ti.
Ele anuiu, baixando a cabeça.
Aproximaram-se então de mão dada do pequeno presépio, e ela ajoelhou-se com ele, dizendo:
- Agradece comigo a Jesus, o Amor que nasce no coração dos homens e que hoje renasceu nos nossos corações!
Lá fora ouviam-se vozes de jovens que cantavam:
“Noite feliz, noite feliz!
O Senhor, Deus de Amor,
Pobrezinho, nasceu em Belém
Eis na lapa Jesus, nosso Bem
Dorme em paz, ó Jesus!
Dorme em paz, ó Jesus! ”
ou então … eram os ouvidos dos seus corações unidos que assim ouviam.
Monte Real, 21 de Dezembro de 2010
Com este Conto de Natal, desejo a todas as minhas amigas e todos os meus amigos que aqui costumam ajudar-me nesta caminhada para Deus, por Deus e com Deus, um SANTO e FELIZ NATAL e um ANO NOVO cheio das bênçãos de Deus.
Este Conto de Natal, constitui também a minha participação do 25º Dia de Caminhada para o Natal, que amanhã prossegue com a Gisele.
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/12/conto-de-natal-2010.html
Comentário ao Evangelho do dia:
Liturgia bizantina
Lucernário das Grandes Vésperas da festa da Natividade de João Baptista (a partir da trad. Chevetogne)
Começou a falar, bendizendo a Deus.
Pelo seu nascimento, São João
pôs fim ao silêncio de Zacarias:
a partir desse momento, não pôde mais calar-se
aquele que gerou a voz que brada no deserto (Mt 3, 3),
anunciando a vinda de Cristo.
Mas, como a incredulidade
começara por prender a língua do pai,
a manifestação devolveu-lhe a liberdade;
e foi assim anunciada, e depois trazida à luz
a voz do Verbo, o Precursor da Claridade,
que intercede pelas nossas almas.
Neste dia, a Voz do Verbo liberta
a voz paternal, prisioneira da sua falta de fé;
da Igreja manifesta a fecundidade,
fazendo cessar a maternal esterilidade.
À frente da luz avança o candelabro
do Sol da Justiça recebe o reflexo (Mal 3, 20)
o raio que anuncia a Sua vinda
para a restauração universal
e a salvação das nossas almas.
Eis que avança, vindo de um seio estéril,
o mensageiro do Verbo Divino,
que haveria de nascer de um seio virginal
o maior de todos os filhos dos homens (Mt 11, 11),
o profeta que não tem igual;
porque as coisas divinas precisam de um começo maravilhoso,
seja a fecundidade numa idade avançada (Lc 1, 7),
ou a concepção operada sem semente.
Glória a Ti, ó Deus, que fazes maravilhas pela nossa salvação. [...]
Apóstolo universal,
objecto do anúncio de Gabriel (Lc 1, 36),
ramo nascido da estéril e mais bela flor do deserto,
amigo íntimo do Esposo (Jo 3, 29),
profeta digno de aclamação,
pede a Cristo que tenha piedade das nossas almas.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Lucernário das Grandes Vésperas da festa da Natividade de João Baptista (a partir da trad. Chevetogne)
Começou a falar, bendizendo a Deus.
Pelo seu nascimento, São João
pôs fim ao silêncio de Zacarias:
a partir desse momento, não pôde mais calar-se
aquele que gerou a voz que brada no deserto (Mt 3, 3),
anunciando a vinda de Cristo.
Mas, como a incredulidade
começara por prender a língua do pai,
a manifestação devolveu-lhe a liberdade;
e foi assim anunciada, e depois trazida à luz
a voz do Verbo, o Precursor da Claridade,
que intercede pelas nossas almas.
Neste dia, a Voz do Verbo liberta
a voz paternal, prisioneira da sua falta de fé;
da Igreja manifesta a fecundidade,
fazendo cessar a maternal esterilidade.
À frente da luz avança o candelabro
do Sol da Justiça recebe o reflexo (Mal 3, 20)
o raio que anuncia a Sua vinda
para a restauração universal
e a salvação das nossas almas.
Eis que avança, vindo de um seio estéril,
o mensageiro do Verbo Divino,
que haveria de nascer de um seio virginal
o maior de todos os filhos dos homens (Mt 11, 11),
o profeta que não tem igual;
porque as coisas divinas precisam de um começo maravilhoso,
seja a fecundidade numa idade avançada (Lc 1, 7),
ou a concepção operada sem semente.
Glória a Ti, ó Deus, que fazes maravilhas pela nossa salvação. [...]
Apóstolo universal,
objecto do anúncio de Gabriel (Lc 1, 36),
ramo nascido da estéril e mais bela flor do deserto,
amigo íntimo do Esposo (Jo 3, 29),
profeta digno de aclamação,
pede a Cristo que tenha piedade das nossas almas.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 23 de Dezembro de 2010
São Lucas 1,57-66
57 Completou-se para Isabel o tempo de dar à luz e deu à luz um filho.58 Os seus vizinhos e parentes ouviram falar da graça que o Senhor lhe tinha feito e congratulavam-se com ela.59 Aconteceu que, ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e chamavam-lhe Zacarias, do nome do pai.60 Interveio, porém, sua mãe e disse: «Não; mas será chamado João».61 Disseram-lhe: «Ninguém há na tua família que tenha este nome».62 E perguntavam por acenos ao pai como queria que se chamasse.63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu assim: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.64 E logo se abriu a sua boca, soltou-se a língua e falava bendizendo a Deus.65 O temor se apoderou de todos os seus vizinhos, e divulgaram-se todas estas maravilhas por todas as montanhas da Judeia.66 Todos os que as ouviram as ponderavam no seu coração, dizendo: «Quem virá a ser este menino?». Porque a mão do Senhor estava com ele.
57 Completou-se para Isabel o tempo de dar à luz e deu à luz um filho.58 Os seus vizinhos e parentes ouviram falar da graça que o Senhor lhe tinha feito e congratulavam-se com ela.59 Aconteceu que, ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e chamavam-lhe Zacarias, do nome do pai.60 Interveio, porém, sua mãe e disse: «Não; mas será chamado João».61 Disseram-lhe: «Ninguém há na tua família que tenha este nome».62 E perguntavam por acenos ao pai como queria que se chamasse.63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu assim: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.64 E logo se abriu a sua boca, soltou-se a língua e falava bendizendo a Deus.65 O temor se apoderou de todos os seus vizinhos, e divulgaram-se todas estas maravilhas por todas as montanhas da Judeia.66 Todos os que as ouviram as ponderavam no seu coração, dizendo: «Quem virá a ser este menino?». Porque a mão do Senhor estava com ele.
Subscrever:
Mensagens (Atom)