A bordo do avião papal, a caminho do Brasil, Francisco falou dos problemas que os mais jovens enfrentam, neste tempo de crise, e que muito o preocupam.
“Penso que corremos o risco de criar uma geração que nunca trabalhou”, disse aos jornalistas que o acompanham na viagem, mostrando-se preocupado com as situações de desemprego de longo prazo e sublinhando que “o trabalho é a dignidade da pessoa, a capacidade de ganhar o seu pão”.
Retomando um dos temas que tem estado presente nas suas intervenções, desde o início do pontificado, o Papa criticou o que denomina de “cultura do descartável”, em que se deita fora o que já não interessa.
Francisco disse querer levar ao Brasil um apelo em favor da “cultura da inclusão e do encontro” e destacou a importância de iniciativas como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai decorrer no Rio de Janeiro entre terça-feira e domingo.
“Quando isolamos os jovens, fazemos uma injustiça. Eles pertencem a uma família, um país, uma cultura e uma fé”, referiu.
O Papa brincou com os jornalistas, a quem disse não serem tão “ferozes” como previa, e admitiu a sua relutância em conceder entrevistas, admitindo não saber “porquê”: “Simplesmente não consigo, é cansativo”.
Francisco voltou a surpreender durante a viagem para o Rio de Janeiro: cumprimentou individualmente, sem pressas e durante quase uma hora, todos os jornalistas a bordo do avião que o transporta para o Brasil, tendo trocado algumas palavras com vaticanista da Renascença. Aura Miguel disse-lhe que já tinha feito várias jornadas mundiais, tendo só falhado uma, a primeira na Argentina, e o Papa respondeu que no seu caso acontece precisamente o contrário.
O Papa iniciou esta segunda-feira uma viagem ao Brasil, que se prolonga até domingo e prevê passagens pelo Rio de Janeiro e o Santuário de Aparecida, no interior do estado de São Paulo. Francisco vai visitar um hospital, encontrar-se com presos, passar por uma favela e confessar alguns participantes na JMJ, num programa que prevê 15 intervenções.