Sermão pregado em Londres, na presença da Duquesa de Iorque
Imaginai a desolação de um pobre pastor cuja ovelha se tresmalhou. Em todos os campos vizinhos só se ouve a voz desse infeliz que, tendo abandonado o grosso do rebanho, corre pelas florestas e pelas colinas, passa pelas partes mais densas dos bosques e atravessa os silvados, lamentando-se e gritando com todas as forças e não se resolvendo a regressar sem ter encontrado a sua ovelha e a ter trazido para o redil.
Foi isto que fez o Filho de Deus, quando os homens se desviaram, pela sua desobediência, das orientações do seu Criador: desceu à terra e não rejeitou cuidados nem fadigas para nos restabelecer no estado de que tínhamos decaído. E é o que continua a fazer todos os dias com aqueles que se afastaram dele pelo pecado: segue-os, por assim dizer, não cessando de os chamar até os ter reconduzido ao caminho da salvação. Se assim não fosse, sabeis certamente o que seria feito de nós depois do primeiro pecado mortal: ser-nos-ia impossível regressar. Tem de ser Ele a fazer tudo primeiro: a dar-nos a sua graça, a procurar-nos, a convidar-nos a termos piedade de nós mesmos, pois sem isso não sonharíamos sequer em pedir-Lhe que tivesse misericórdia de nós. [...]
O ardor com que Deus nos procura é sem dúvida efeito de uma enorme misericórdia. Mas a doçura que acompanha este zelo indica uma bondade ainda mais admirável. Não obstante o desejo extremo que tem de nos fazer voltar, Ele nunca usa de violência, recorrendo apenas aos caminhos da doçura. Em toda a história do Evangelho, não encontro nenhum pecador que tenha sido convidado à penitência senão por meio da ternura e de vantagens alcançadas.
Foi isto que fez o Filho de Deus, quando os homens se desviaram, pela sua desobediência, das orientações do seu Criador: desceu à terra e não rejeitou cuidados nem fadigas para nos restabelecer no estado de que tínhamos decaído. E é o que continua a fazer todos os dias com aqueles que se afastaram dele pelo pecado: segue-os, por assim dizer, não cessando de os chamar até os ter reconduzido ao caminho da salvação. Se assim não fosse, sabeis certamente o que seria feito de nós depois do primeiro pecado mortal: ser-nos-ia impossível regressar. Tem de ser Ele a fazer tudo primeiro: a dar-nos a sua graça, a procurar-nos, a convidar-nos a termos piedade de nós mesmos, pois sem isso não sonharíamos sequer em pedir-Lhe que tivesse misericórdia de nós. [...]
O ardor com que Deus nos procura é sem dúvida efeito de uma enorme misericórdia. Mas a doçura que acompanha este zelo indica uma bondade ainda mais admirável. Não obstante o desejo extremo que tem de nos fazer voltar, Ele nunca usa de violência, recorrendo apenas aos caminhos da doçura. Em toda a história do Evangelho, não encontro nenhum pecador que tenha sido convidado à penitência senão por meio da ternura e de vantagens alcançadas.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)