Obrigado, Perdão Ajuda-me
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Igreja ajuda afectados pelas cheias no Rio de Janeiro
Arcebispo apela à solidariedade e pede às paróquias que acolham os desalojados
O Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta, pediu a solidariedade de todos os católicos para com os afectados pelas fortes chuvas dos últimos dias.
“Diante da calamidade pela qual passa nossa querida cidade do Rio de Janeiro, peço às paróquias de nossa Arquidiocese para acolherem os desabrigados, bem como às capelas, colégios e organismos arquidiocesanos para auxiliarem no socorro das suas necessidades”, refere o prelado numa nota divulgada pelo site da Diocese.
A forte chuva que cai desde segunda-feira no Rio de Janeiro já causou a morte a mais de 100 pessoas, fez pelo menos 47 desaparecidos e milhares de desalojados.
Em muitas comunidades, os párocos locais já estão a acolher os desalojados e a recolher donativos para os distribuírem posteriormente, indica a Arquidiocese do Rio.
O presidente Lula da Silva disse esta Terça-feira que "a única coisa que podemos fazer num momento como este é pedir a Deus que pare um pouco a chuva para que a situação retorne à normalidade".
(Fonte: site Agência Ecclesia)
O Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta, pediu a solidariedade de todos os católicos para com os afectados pelas fortes chuvas dos últimos dias.
“Diante da calamidade pela qual passa nossa querida cidade do Rio de Janeiro, peço às paróquias de nossa Arquidiocese para acolherem os desabrigados, bem como às capelas, colégios e organismos arquidiocesanos para auxiliarem no socorro das suas necessidades”, refere o prelado numa nota divulgada pelo site da Diocese.
A forte chuva que cai desde segunda-feira no Rio de Janeiro já causou a morte a mais de 100 pessoas, fez pelo menos 47 desaparecidos e milhares de desalojados.
Em muitas comunidades, os párocos locais já estão a acolher os desalojados e a recolher donativos para os distribuírem posteriormente, indica a Arquidiocese do Rio.
O presidente Lula da Silva disse esta Terça-feira que "a única coisa que podemos fazer num momento como este é pedir a Deus que pare um pouco a chuva para que a situação retorne à normalidade".
(Fonte: site Agência Ecclesia)
O cristão traduza a Boa Nova da Páscoa em boas acções capazes de contrastar o sofrimento, a violência e as incompreensões que afligem o mundo
Vídeo em espanhol
O Papa Bento XVI que desde a tarde de Domingo se encontra em Castelgandolfo, para um breve período de repouso, após as celebrações da Semana Santa e da Páscoa, deslocou-se de helicóptero esta quarta feira ao Vaticano para a audiência geral que decorreu na Praça de São Pedro na presença de cerca de 40 mil pessoas.
A Páscoa seja para os cristãos uma ocasião propicia para se tornarem testemunhas entusiastas e corajosas da fé, traduzindo em palavras e mais ainda nos nossos gestos a voz e a mão de Jesus. Afirmou Bento XVI convidando a traduzir a Boa Nova da Páscoa em boas acções capazes de contrastar o tanto sofrimento, a violência e as incompreensões que hoje afligem o mundo
Estas as palavras do Papa falando em português:
Queridos irmãos e irmãs,
“Verdadeiramente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”. Com estas palavras, a Igreja expressa a grande alegria que a inunda pelo triunfo de Cristo sobre a morte, celebrado durante os cinquenta dias do tempo pascal. A ressurreição de Cristo é um evento tão extraordinário que muitas das suas dimensões escapam à nossa capacidade humana, mas ao mesmo tempo é um facto histórico, real, testemunhado, documentado. É a “boa nova” que a Igreja transmite desde o seu início e da qual cada um de nós é chamado a ser testemunha entusiasta e corajosa. De facto, a notícia da vida nova em Cristo deve resplandecer na vida do cristão, com o auxílio do Senhor ressuscitado que o acompanha. Seremos verdadeiras testemunhas de Cristo quando deixarmos transparecer em nós o prodígio do seu amor; quando, nas nossas palavras e gestos em plena conformidade com o Evangelho, for possível reconhecer a presença do próprio Jesus.
Queridos peregrinos vindos de Lisboa e demais localidades de língua portuguesa, a minha saudação amiga para todos vós, com votos duma boa continuação de Santa Páscoa! Que o Ressuscitado seja sempre o centro da vossa fé, a fonte da vossa esperança e o dinamismo ardente da vossa caridade. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção Apostólica. O Papa deixou também uma saudação especial em russo, sublinhando que neste ano se celebrou em conjunto a solenidade da Páscoa, entre católicos e ortodoxos.
Esta coincidência, disse, deve ser “ocasião de uma fraternidade renovada e de uma colaboração cada vez mais intensa na verdade e na caridade”.
No final da audiência geral o Papa Bento XVI regressou de helicóptero a Castelgandolfo, onde deverá permanecer até á próxima semana.
(Fonte: site Radio Vaticana)
A entrevista certa na hora certa
A entrevista concedida ao Expresso e por este não publicada do Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada e inserida neste blogue, com a óbvia autorização prévia do entrevistado (vide s.f.f. AQUI) teve um impacto extraordinário, de tal modo que nos dias 5 e 6 do corrente representou cerca de 65% das entradas directas neste blogue, não por mérito do mesmo, mas pela solidez e clareza de princípios do entrevistado que gerou um movimento de “passa palavra” extraordinário que chegou ao Brasil, a Cabo Verde, a Espanha, a França, à Bélgica, apenas para mencionar aqueles países que tiveram mais de uma entrada directa. Nesta percentagem não estão contempladas as visitas feitas por quem entrou pela página inicial ou outra.
Com é óbvio, o número de visitantes do blogue aumentou exponencialmente nestes dias, e insisto que o mérito é todo do entrevistado, sendo que o ‘Spe Deus’ apenas serviu de envelope. Há ainda que referir, que outros blogues publicaram a entrevista, pelo que os números serão certamente muito mais elevados, mas nós apenas temos acesso a dados estatísticos fiáveis deste blogue.
Agradecemos ao Senhor ter através do Espírito Santo iluminado o Pe. Gonçalo e ter-lhe facultado o dom de expressão escrita (a entrevista foi feita por mail) que a todos nos confortou e informou condignamente.
Bem-haja Pe. Gonçalo!
JPR
Com é óbvio, o número de visitantes do blogue aumentou exponencialmente nestes dias, e insisto que o mérito é todo do entrevistado, sendo que o ‘Spe Deus’ apenas serviu de envelope. Há ainda que referir, que outros blogues publicaram a entrevista, pelo que os números serão certamente muito mais elevados, mas nós apenas temos acesso a dados estatísticos fiáveis deste blogue.
Agradecemos ao Senhor ter através do Espírito Santo iluminado o Pe. Gonçalo e ter-lhe facultado o dom de expressão escrita (a entrevista foi feita por mail) que a todos nos confortou e informou condignamente.
Bem-haja Pe. Gonçalo!
JPR
S. Josemaría nesta data em 1970
Reza ante a imagem de Nossa Senhora de Torreciudad, onde o haviam levado os pais quando tinha dois anos, em acção de graças por ter sido curado de uma grave doença. No livro de visitantes escreve: “Minha Mãe e minha Senhora de Torreciudad, Rainha dos Anjos, monstra te esse Matrem e torna-nos bons filhos, filhos fiéis”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Bento XVI explica o significado do Concílio Vaticano II: uma síntese de fidelidade e dinamismo
Excertos do discurso proferido pelo Papa à Cúria Romana, no seu balanço de fim do ano de 2005, quarenta anos depois da conclusão do Concílio Vaticano II
Por que razão a recepção do Concílio, em grande parte da Igreja até agora teve lugar de modo tão difícil? Pois bem, tudo depende da justa interpretação do Concílio ou - como diríamos hoje - da sua correcta hermenêutica, da justa chave de leitura e aplicação. Os problemas da aceitação derivaram do facto de que duas hermenêuticas contrárias se embateram e disputaram entre si. Uma causou confusão; a outra, silenciosamente mas de modo cada vez mais visível, produziu e produz frutos.
Duas interpretações
Por um lado, existe uma interpretação que gostaria de definir «hermenêutica da descontinuidade e da ruptura»; não raro, ela pôde valer-se da simpatia dos meios de comunicação e também de uma parte da teologia moderna. Por outro lado, há a «hermenêutica da reforma», da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo, porém, sempre o mesmo único sujeito do Povo de Deus a caminho.
A hermenêutica da descontinuidade corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar. Afirma que os textos do Concílio como tais ainda não seriam a verdadeira expressão do espírito do Concílio. Seriam o resultado de compromissos em que, para alcançar a unanimidade, foi necessário arrastar atrás de si e confirmar muitas coisas antigas, já inúteis. Contudo, não seria nestes compromissos que se revelaria o verdadeiro espírito do Concílio e a sua novidade, seria preciso ir corajosamente para além dos textos, deixando espaço à novidade em que se expressaria a intenção mais profunda, embora indistinta do Concílio. Em síntese, seria necessário seguir não os textos do Concílio, mas o seu espírito.
Deste modo, obviamente, permanece uma vasta margem para a pergunta sobre o modo como, então, se define este espírito e, por conseguinte, se concede espaço a toda a inconstância. Assim, porém, confunde-se na origem a natureza de um Concílio como tal. Deste modo, ele é considerado como espécie de Assembleia Constituinte que elimina uma situação velha e cria outra nova. Mas a Assembleia Constituinte tem necessidade de um mandatário e, depois, de uma confirmação por parte do mandatário ou seja, do povo, ao qual a constituição deve servir. Os Padres não tinham tal mandato e ninguém lho tinha dado; ninguém, afinal, podia dá-lo porque a constituição essencial da Igreja vem do Senhor. (...).
O Concílio como reforma
À hermenêutica da descontinuidade opõe-se a hermenêutica da reforma, como antes as apresentou o Papa João XXIII no seu discurso de abertura do Concílio em 11 de Outubro de 1962 e, posteriormente, o Papa Paulo VI no discurso de encerramento a 7 de Dezembro de 1965. Desejo citar aqui somente as palavras tão conhecidas de João XXIII, nas quais esta hermenêutica é expressa inequivocamente quando diz que o Concílio «quer transmitir a doutrina pura e íntegra sem atenuações nem desvios»
E continua: «O nosso dever não é somente guardar este tesouro precioso, como se nos preocupássemos unicamente pela antiguidade, mas dedicar-nos com diligente vontade e sem temor a esta obra, que a nossa época exige...É necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e apresentada de modo que corresponda às exigências do nosso tempo. De facto, uma coisa é o depósito da fé, isto é, as verdades contidas na nossa veneranda doutrina e, outra coisa, é o modo com o qual elas são enunciadas, conservando nelas, porém, o mesmo sentido e o mesmo resultado» ...
É claro que este cuidado de exprimir no modo novo uma determinada verdade exige uma nova reflexão sobre ela e uma nova relação vital com a mesma; é claro também que a nova palavra pode maturar somente se nasce de uma compreensão consciente da verdade expressa e que, por outro lado, a reflexão sobre a fé exige igualmente que se viva esta fé. Neste sentido o programa proposto pelo Papa João XXIII era extremamente exigente, como também é exigente e dinâmica a síntese de fidelidade.
Porém, onde quer que esta interpretação tenha sido a orientação que guiou a recepção do Concílio, cresceu uma nova vida e amadureceram novos frutos. Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio.
Igreja e Idade Moderna
Paulo VI, no seu discurso de conclusão do Concílio, indicou ainda uma específica motivação pela qual uma hermenêutica da descontinuidade poderia parecer convincente. No grande debate sobre o homem, que distingue o tempo moderno, o Concílio devia dedicar-se de modo particular ao tema da antropologia. Devia interrogar-se sobre a relação entre a Igreja e a sua fé, de um lado, e o homem e o mundo de hoje, de outro.
A questão torna-se ainda mais clara se, em vez do termo genérico de «mundo de hoje», escolhêssemos outro mais exacto: o Concílio devia determinar de modo novo a relação entre a Igreja e a era moderna Esta relação tinha tido um início muito problemático: o processo a Galileu. Rompeu-se, depois, totalmente quando Kant definiu «a religião no contexto da pura razão» e, quando na fase radical da revolução francesa, se difundiu uma imagem do Estado e do homem que para a Igreja e para a fé praticamente não desejava conceder qualquer espaço.
O choque da fé da Igreja com o liberalismo radical e também com as ciências naturais, que pretendiam abarcar com os seus conhecimentos toda a realidade, propondo-se obstinadamente tornar supérflua a «hipótese de Deus», tinha provocado no século XIX, na altura de Pio IX, por parte da Igrejas ásperas e radicais condenações de tal espírito da era moderna. Aparentemente, não restava qualquer âmbito aberto a um entendimento positivo e frutuoso. Era também drástica a rejeição por parte dos que se sentiam representantes da idade moderna.
Enquanto isso, porém, também a era moderna conheceu evolução. Percebia-se que a revolução americana tinha oferecido um modelo de Estado moderno diferente do teorizado pelas tendências radicais originadas na segunda fase da revolução francesa. As ciências naturais começavam, de modo sempre mais claro, a reflectir sobre o limite imposto pelo seu próprio método que, mesmo realizando coisas grandiosas, todavia, não era capaz de compreender a globalidade da realidade. Assim, ambas as partes começavam progressivamente a abrir-se uma à outra.
No período entre as duas guerras mundiais e, ainda mais, depois da segunda guerra mundial, homens de Estado católicos demonstraram que pode existir um Estado laico moderno, que, porém, não é neutro em relação aos valores, mas vive nutrindo-se das grandes fontes éticas abertas pelo cristianismo. A doutrina social católica, pouco a pouco ia-se desenvolvendo e tornou-se um modelo importante entre o liberalismo radical e a teoria marxista do Estado. (...).
Três questões por resolver
Poder-se-ia dizer que se formaram três círculos de perguntas, que esperavam uma resposta. Antes de mais, era preciso definir de modo novo a relação entre fé e ciência moderna; isto dizia respeito, finalmente, não apenas às ciências naturais mas, também, à ciência histórica pois numa determinada escola, o método histórico-crítico reclamava para si a última palavra na interpretação da Bíblia e, pretendendo a plena exclusividade para a sua compreensão das agradas Escrituras, opunha-se em pontos importantes da interpretação que a fé da Igreja tinha elaborado.
Em segundo lugar, era preciso definir de modo novo a relação entre a Igreja e o Estado moderno, que abria espaço aos cidadãos de várias religiões e ideologias, comportando-se em relação a estas religiões de modo imparcial e assumindo simplesmente a responsabilidade por uma convivência ordenada e tolerante entre os cidadãos, e favorável à liberdade de exercer a própria religião.
A isto, em terceiro lugar, estava ligado de modo geral o problema da tolerância religiosa uma questão que exigia uma nova definição sobre a relação entre a fé cristã e as religiões do mundo. Em particular, diante dos recentes crimes do regime nacional-socialista e, em geral, num olhar retrospectivo a uma longa e difícil história, era preciso avaliar e definir de modo novo a relação entre Igreja e a fé de Israel.
Uma ruptura aparente
São temas de grande envergadura, face aos quais não é possível deter-se mais amplamente neste contexto. É claro que em todos estes aspectos que, no seu conjunto, formam um único problema podia emergir alguma forma de descontinuidade e que, em certo sentido, se manifestou efectivamente. No entanto, era uma descontinuidade em que, tendo em conta as situações históricas concretas e as suas exigências, não votava ao abandono a continuidade nos princípios, facto que não se capta à primeira vista. A natureza da verdadeira reforma consiste precisamente na combinação entre continuidade e descontinuidade a diversos níveis.
Neste processo de novidade na continuidade devíamos aprender a compreender, com maior exactidão do que antes, que as decisões da Igreja em relação às coisas contingentes, por exemplo, certas formas de liberalismo ou de interpretação liberal da Bíblia deviam necessariamente ser contingentes, justamente porque referidas a uma determinada realidade em si mesma mutável.
Era preciso aprender a reconhecer que, em tais decisões, somente os princípios exprimem o aspecto duradouro, permanecem em pano de fundo e motivam as decisões a partir de dentro. Assim as decisões de fundo podem continuar a ser válidas, enquanto as formas da sua aplicação a estes novos contextos podem mudar.
A liberdade religiosa num novo contexto
Assim, por exemplo, se a liberdade religiosa for considerada como expressão da incapacidade do homem para encontrar a verdade e, consequentemente, se tornar a canonização do relativismo, desse modo eleva-se impropriamente essa liberdade do plano da necessidade social e histórica para o nível metafísico e fica privada do seu verdadeiro sentido. Como consequência, não poder ser aceite por quem crê que o homem é capaz de conhecer a verdade de Deus e, com base na dignidade interior da verdade, está ligado a tal conhecimento.
Uma coisa completamente diversa é, porém, considerar a liberdade religiosa como uma necessidade que deriva da convivência humana, aliás, como uma consequência intrínseca da verdade que não pode ser imposta do exterior, mas deve ser feita pelo próprio homem somente mediante o processo de convencimento. O Concílio Vaticano II, com o Decreto sobre a liberdade religiosa, reconhecendo e fazendo seu um princípio essencial do Estado moderno, recuperou o património mais profundo da Igreja. (...).
Uma Igreja missionária que, como se sabe, insiste em anunciar a sua mensagem a todos os povos, deve empenhar-se pela liberdade da fé. Ela deseja transmitir o dom da verdade que existe para todos e, enquanto isso, assegura aos povos e aos seus governos que não quer destruir a sua identidade e as suas culturas, mas que lhes leva uma resposta que, no seu íntimo, esperam. Uma resposta que, com a multiplicidade das culturas, não se perde, mas que, pelo contrário, aumenta a unidade entre os homens e também a paz entre os povos.
Eliminar contradições erróneas
O Concílio Vaticano II, com a nova definição da relação entre a fé da Igreja e determinados elementos essenciais do pensamento moderno, reviu ou, melhor, corrigiu algumas decisões históricas, mas nesta aparente descontinuidade, manteve e aprofundou a sua íntima natureza e a sua verdadeira identidade. A Igreja, quer antes quer depois do Concílio é a mesma Igreja una, santa, católica e apostólica peregrina nos tempos. (...).
Quem pensava que, com este «sim» fundamental à Idade Moderna se iam dissipar todas as tensões e a «abertura ao mundo» transformasse tudo em pura harmonia, tinha minimizado a as tensões interiores e as contradições da própria idade moderna; e subvalorizado a perigosa fragilidade da natureza humana que, em todos os períodos da história e em cada constelação histórica é uma ameaça para o caminho do homem. Estes perigos com as novas possibilidades e com o novo poder do homem sobre a matéria e sobre si mesmo, não desapareceram, mas assumem novas dimensões: um olhar sobre a história actual demonstra-o claramente.
Também no nosso tempo, a Igreja permanece um «sinal de contradição». (...). Não podia ser intenção do Concílio abolir esta contradição do Evangelho em relação aos perigos e aos erros do homem. Era, porém, realmente sua intenção deixar de lado contradições erróneas ou supérfluas, para apresentar a este nosso mundo a exigência do Evangelho em toda a sua grandeza e pureza. O passo dado pelo Concílio no sentido da idade moderna que, de modo tão impreciso, foi apresentado como «abertura ao mundo» pertence , em última análise, ao perene problema da relação entre fé e razão que se apresenta sempre de novas formas.
Diálogo entre razão e fé
A situação que o Concílio devia enfrentar é comparável aos acontecimentos das épocas precedentes. São Pedro, na sua primeira Carta, tinha exortado os cristãos a estar sempre prontos a responder ("apo-logia") a quem quer que perguntasse o logos, a razão da sua fé (3,15). Isto significava que a fé bíblica devia entrar em debate e, em relação com a cultura grega, aprender a reconhecer - mediante a interpretação - a linha de distinção, mas igualmente, o contacto e a afinidade entre elas na única razão dada por Deus.
Quando, no século XIII, através dos filósofos judeus e árabes, o pensamento aristotélico entrou em contacto com a cristandade medieval formada na tradição platónica e que, fé e razão, correram o risco de entrar em contradição inconciliável, foi, sobretudo, S. Tomás de Aquino a mediar o novo encontro entre fé e filosofia aristotélica, colocando, assim, a fé em uma relação positiva com a forma de raciocínio dominante no seu tempo.
O difícil debate entre a razão moderna e a fé que, num primeiro momento, com o processo a Galileu, se iniciou de modo negativo, certamente conheceu muitas fases, mas com o Concílio Vaticano II chegou a hora em que se requeria uma ampla reflexão. O seu conteúdo, nos textos conciliares, foi traçado só em linhas gerais, mas com isto determinou a direcção essencial. Deste modo, o diálogo entre razão e fé, hoje particularmente importante, encontrou a sua orientação no Vaticano II. Agora, este diálogo precisa de desenvolver-se com grande abertura mental, mas igualmente com aquela clareza de discernimento dos espíritos que o mundo, justificadamente, espera de nós neste preciso momento. (...).»
Aceprensa
Por que razão a recepção do Concílio, em grande parte da Igreja até agora teve lugar de modo tão difícil? Pois bem, tudo depende da justa interpretação do Concílio ou - como diríamos hoje - da sua correcta hermenêutica, da justa chave de leitura e aplicação. Os problemas da aceitação derivaram do facto de que duas hermenêuticas contrárias se embateram e disputaram entre si. Uma causou confusão; a outra, silenciosamente mas de modo cada vez mais visível, produziu e produz frutos.
Duas interpretações
Por um lado, existe uma interpretação que gostaria de definir «hermenêutica da descontinuidade e da ruptura»; não raro, ela pôde valer-se da simpatia dos meios de comunicação e também de uma parte da teologia moderna. Por outro lado, há a «hermenêutica da reforma», da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo, porém, sempre o mesmo único sujeito do Povo de Deus a caminho.
A hermenêutica da descontinuidade corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar. Afirma que os textos do Concílio como tais ainda não seriam a verdadeira expressão do espírito do Concílio. Seriam o resultado de compromissos em que, para alcançar a unanimidade, foi necessário arrastar atrás de si e confirmar muitas coisas antigas, já inúteis. Contudo, não seria nestes compromissos que se revelaria o verdadeiro espírito do Concílio e a sua novidade, seria preciso ir corajosamente para além dos textos, deixando espaço à novidade em que se expressaria a intenção mais profunda, embora indistinta do Concílio. Em síntese, seria necessário seguir não os textos do Concílio, mas o seu espírito.
Deste modo, obviamente, permanece uma vasta margem para a pergunta sobre o modo como, então, se define este espírito e, por conseguinte, se concede espaço a toda a inconstância. Assim, porém, confunde-se na origem a natureza de um Concílio como tal. Deste modo, ele é considerado como espécie de Assembleia Constituinte que elimina uma situação velha e cria outra nova. Mas a Assembleia Constituinte tem necessidade de um mandatário e, depois, de uma confirmação por parte do mandatário ou seja, do povo, ao qual a constituição deve servir. Os Padres não tinham tal mandato e ninguém lho tinha dado; ninguém, afinal, podia dá-lo porque a constituição essencial da Igreja vem do Senhor. (...).
O Concílio como reforma
À hermenêutica da descontinuidade opõe-se a hermenêutica da reforma, como antes as apresentou o Papa João XXIII no seu discurso de abertura do Concílio em 11 de Outubro de 1962 e, posteriormente, o Papa Paulo VI no discurso de encerramento a 7 de Dezembro de 1965. Desejo citar aqui somente as palavras tão conhecidas de João XXIII, nas quais esta hermenêutica é expressa inequivocamente quando diz que o Concílio «quer transmitir a doutrina pura e íntegra sem atenuações nem desvios»
E continua: «O nosso dever não é somente guardar este tesouro precioso, como se nos preocupássemos unicamente pela antiguidade, mas dedicar-nos com diligente vontade e sem temor a esta obra, que a nossa época exige...É necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e apresentada de modo que corresponda às exigências do nosso tempo. De facto, uma coisa é o depósito da fé, isto é, as verdades contidas na nossa veneranda doutrina e, outra coisa, é o modo com o qual elas são enunciadas, conservando nelas, porém, o mesmo sentido e o mesmo resultado» ...
É claro que este cuidado de exprimir no modo novo uma determinada verdade exige uma nova reflexão sobre ela e uma nova relação vital com a mesma; é claro também que a nova palavra pode maturar somente se nasce de uma compreensão consciente da verdade expressa e que, por outro lado, a reflexão sobre a fé exige igualmente que se viva esta fé. Neste sentido o programa proposto pelo Papa João XXIII era extremamente exigente, como também é exigente e dinâmica a síntese de fidelidade.
Porém, onde quer que esta interpretação tenha sido a orientação que guiou a recepção do Concílio, cresceu uma nova vida e amadureceram novos frutos. Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio.
Igreja e Idade Moderna
Paulo VI, no seu discurso de conclusão do Concílio, indicou ainda uma específica motivação pela qual uma hermenêutica da descontinuidade poderia parecer convincente. No grande debate sobre o homem, que distingue o tempo moderno, o Concílio devia dedicar-se de modo particular ao tema da antropologia. Devia interrogar-se sobre a relação entre a Igreja e a sua fé, de um lado, e o homem e o mundo de hoje, de outro.
A questão torna-se ainda mais clara se, em vez do termo genérico de «mundo de hoje», escolhêssemos outro mais exacto: o Concílio devia determinar de modo novo a relação entre a Igreja e a era moderna Esta relação tinha tido um início muito problemático: o processo a Galileu. Rompeu-se, depois, totalmente quando Kant definiu «a religião no contexto da pura razão» e, quando na fase radical da revolução francesa, se difundiu uma imagem do Estado e do homem que para a Igreja e para a fé praticamente não desejava conceder qualquer espaço.
O choque da fé da Igreja com o liberalismo radical e também com as ciências naturais, que pretendiam abarcar com os seus conhecimentos toda a realidade, propondo-se obstinadamente tornar supérflua a «hipótese de Deus», tinha provocado no século XIX, na altura de Pio IX, por parte da Igrejas ásperas e radicais condenações de tal espírito da era moderna. Aparentemente, não restava qualquer âmbito aberto a um entendimento positivo e frutuoso. Era também drástica a rejeição por parte dos que se sentiam representantes da idade moderna.
Enquanto isso, porém, também a era moderna conheceu evolução. Percebia-se que a revolução americana tinha oferecido um modelo de Estado moderno diferente do teorizado pelas tendências radicais originadas na segunda fase da revolução francesa. As ciências naturais começavam, de modo sempre mais claro, a reflectir sobre o limite imposto pelo seu próprio método que, mesmo realizando coisas grandiosas, todavia, não era capaz de compreender a globalidade da realidade. Assim, ambas as partes começavam progressivamente a abrir-se uma à outra.
No período entre as duas guerras mundiais e, ainda mais, depois da segunda guerra mundial, homens de Estado católicos demonstraram que pode existir um Estado laico moderno, que, porém, não é neutro em relação aos valores, mas vive nutrindo-se das grandes fontes éticas abertas pelo cristianismo. A doutrina social católica, pouco a pouco ia-se desenvolvendo e tornou-se um modelo importante entre o liberalismo radical e a teoria marxista do Estado. (...).
Três questões por resolver
Poder-se-ia dizer que se formaram três círculos de perguntas, que esperavam uma resposta. Antes de mais, era preciso definir de modo novo a relação entre fé e ciência moderna; isto dizia respeito, finalmente, não apenas às ciências naturais mas, também, à ciência histórica pois numa determinada escola, o método histórico-crítico reclamava para si a última palavra na interpretação da Bíblia e, pretendendo a plena exclusividade para a sua compreensão das agradas Escrituras, opunha-se em pontos importantes da interpretação que a fé da Igreja tinha elaborado.
Em segundo lugar, era preciso definir de modo novo a relação entre a Igreja e o Estado moderno, que abria espaço aos cidadãos de várias religiões e ideologias, comportando-se em relação a estas religiões de modo imparcial e assumindo simplesmente a responsabilidade por uma convivência ordenada e tolerante entre os cidadãos, e favorável à liberdade de exercer a própria religião.
A isto, em terceiro lugar, estava ligado de modo geral o problema da tolerância religiosa uma questão que exigia uma nova definição sobre a relação entre a fé cristã e as religiões do mundo. Em particular, diante dos recentes crimes do regime nacional-socialista e, em geral, num olhar retrospectivo a uma longa e difícil história, era preciso avaliar e definir de modo novo a relação entre Igreja e a fé de Israel.
Uma ruptura aparente
São temas de grande envergadura, face aos quais não é possível deter-se mais amplamente neste contexto. É claro que em todos estes aspectos que, no seu conjunto, formam um único problema podia emergir alguma forma de descontinuidade e que, em certo sentido, se manifestou efectivamente. No entanto, era uma descontinuidade em que, tendo em conta as situações históricas concretas e as suas exigências, não votava ao abandono a continuidade nos princípios, facto que não se capta à primeira vista. A natureza da verdadeira reforma consiste precisamente na combinação entre continuidade e descontinuidade a diversos níveis.
Neste processo de novidade na continuidade devíamos aprender a compreender, com maior exactidão do que antes, que as decisões da Igreja em relação às coisas contingentes, por exemplo, certas formas de liberalismo ou de interpretação liberal da Bíblia deviam necessariamente ser contingentes, justamente porque referidas a uma determinada realidade em si mesma mutável.
Era preciso aprender a reconhecer que, em tais decisões, somente os princípios exprimem o aspecto duradouro, permanecem em pano de fundo e motivam as decisões a partir de dentro. Assim as decisões de fundo podem continuar a ser válidas, enquanto as formas da sua aplicação a estes novos contextos podem mudar.
A liberdade religiosa num novo contexto
Assim, por exemplo, se a liberdade religiosa for considerada como expressão da incapacidade do homem para encontrar a verdade e, consequentemente, se tornar a canonização do relativismo, desse modo eleva-se impropriamente essa liberdade do plano da necessidade social e histórica para o nível metafísico e fica privada do seu verdadeiro sentido. Como consequência, não poder ser aceite por quem crê que o homem é capaz de conhecer a verdade de Deus e, com base na dignidade interior da verdade, está ligado a tal conhecimento.
Uma coisa completamente diversa é, porém, considerar a liberdade religiosa como uma necessidade que deriva da convivência humana, aliás, como uma consequência intrínseca da verdade que não pode ser imposta do exterior, mas deve ser feita pelo próprio homem somente mediante o processo de convencimento. O Concílio Vaticano II, com o Decreto sobre a liberdade religiosa, reconhecendo e fazendo seu um princípio essencial do Estado moderno, recuperou o património mais profundo da Igreja. (...).
Uma Igreja missionária que, como se sabe, insiste em anunciar a sua mensagem a todos os povos, deve empenhar-se pela liberdade da fé. Ela deseja transmitir o dom da verdade que existe para todos e, enquanto isso, assegura aos povos e aos seus governos que não quer destruir a sua identidade e as suas culturas, mas que lhes leva uma resposta que, no seu íntimo, esperam. Uma resposta que, com a multiplicidade das culturas, não se perde, mas que, pelo contrário, aumenta a unidade entre os homens e também a paz entre os povos.
Eliminar contradições erróneas
O Concílio Vaticano II, com a nova definição da relação entre a fé da Igreja e determinados elementos essenciais do pensamento moderno, reviu ou, melhor, corrigiu algumas decisões históricas, mas nesta aparente descontinuidade, manteve e aprofundou a sua íntima natureza e a sua verdadeira identidade. A Igreja, quer antes quer depois do Concílio é a mesma Igreja una, santa, católica e apostólica peregrina nos tempos. (...).
Quem pensava que, com este «sim» fundamental à Idade Moderna se iam dissipar todas as tensões e a «abertura ao mundo» transformasse tudo em pura harmonia, tinha minimizado a as tensões interiores e as contradições da própria idade moderna; e subvalorizado a perigosa fragilidade da natureza humana que, em todos os períodos da história e em cada constelação histórica é uma ameaça para o caminho do homem. Estes perigos com as novas possibilidades e com o novo poder do homem sobre a matéria e sobre si mesmo, não desapareceram, mas assumem novas dimensões: um olhar sobre a história actual demonstra-o claramente.
Também no nosso tempo, a Igreja permanece um «sinal de contradição». (...). Não podia ser intenção do Concílio abolir esta contradição do Evangelho em relação aos perigos e aos erros do homem. Era, porém, realmente sua intenção deixar de lado contradições erróneas ou supérfluas, para apresentar a este nosso mundo a exigência do Evangelho em toda a sua grandeza e pureza. O passo dado pelo Concílio no sentido da idade moderna que, de modo tão impreciso, foi apresentado como «abertura ao mundo» pertence , em última análise, ao perene problema da relação entre fé e razão que se apresenta sempre de novas formas.
Diálogo entre razão e fé
A situação que o Concílio devia enfrentar é comparável aos acontecimentos das épocas precedentes. São Pedro, na sua primeira Carta, tinha exortado os cristãos a estar sempre prontos a responder ("apo-logia") a quem quer que perguntasse o logos, a razão da sua fé (3,15). Isto significava que a fé bíblica devia entrar em debate e, em relação com a cultura grega, aprender a reconhecer - mediante a interpretação - a linha de distinção, mas igualmente, o contacto e a afinidade entre elas na única razão dada por Deus.
Quando, no século XIII, através dos filósofos judeus e árabes, o pensamento aristotélico entrou em contacto com a cristandade medieval formada na tradição platónica e que, fé e razão, correram o risco de entrar em contradição inconciliável, foi, sobretudo, S. Tomás de Aquino a mediar o novo encontro entre fé e filosofia aristotélica, colocando, assim, a fé em uma relação positiva com a forma de raciocínio dominante no seu tempo.
O difícil debate entre a razão moderna e a fé que, num primeiro momento, com o processo a Galileu, se iniciou de modo negativo, certamente conheceu muitas fases, mas com o Concílio Vaticano II chegou a hora em que se requeria uma ampla reflexão. O seu conteúdo, nos textos conciliares, foi traçado só em linhas gerais, mas com isto determinou a direcção essencial. Deste modo, o diálogo entre razão e fé, hoje particularmente importante, encontrou a sua orientação no Vaticano II. Agora, este diálogo precisa de desenvolver-se com grande abertura mental, mas igualmente com aquela clareza de discernimento dos espíritos que o mundo, justificadamente, espera de nós neste preciso momento. (...).»
Aceprensa
Confissões de um utilizador do Kindle - Os livros electrónicos, um maná para bons leitores
A proliferação dos e-readers, ou leitores de livros electrónicos, leva-nos a questionar qual será o futuro dos livros em papel e que mudanças se produzirão nos hábitos de leitura e nos leitores do futuro.
Provavelmente não haverá uma "revolução": os livros electrónicos não conseguirão pôr a ler aqueles que, por hábito, não o fazem. Para os bons leitores, pelo contrário, a literatura digital é uma bênção, porque lhes dá mais opções e maiores facilidades, com menor custo.
Quem é leitor, porá em causa se vai comprar ou não um e-reader e, em caso afirmativo, qual dos modelos que existem no mercado. Tudo depende do perfil de cada utilizador. Por isso, nos parágrafos seguintes, referir-me-ei àquilo que conheço em primeira mão: a minha condição de utilizador do Kindle e os motivos particulares que me levaram para o comprar.
Com a edição electrónica, livros valiosos que não são grandes êxitos, poderão chegar melhor ao seu grupo concreto de leitores; também assim não se perde o acesso a livros que, de outra forma, seria necessário retirar do mercado por se venderem pouco
Virtudes do Kindle
A vantagem do Kindle - o seu verdadeiro valor acrescentado, apesar das restrições de uso sobre os livros que o seu formato específico impõe - é a sua ligação directa com a Amazon. Para quem como eu adquire, todos os anos, alguns livros nessa livraria, tal facto traz consigo a comodidade de compra, a poupança em despesas de expedição e, nalguns casos, uma boa diferença de preço relativamente às edições em papel. Resumindo, é mais barato que outros modelos.
Também devo acrescentar que não o teria comprado, nem esse nem nenhum outro e-reader, se pensasse ler somente livros em castelhano, que já tenho à mão em bibliotecas ou em livrarias, e aqueles que me poderiam interessar e dos quais não existe ainda quantidade suficiente para figurar em formato electrónico (na realidade não existem quase nenhuns). Também não o teria comprado para ler jornais, pois não sinto nenhuma necessidade de estar imediatamente informado e, se assim fosse, seria suficiente o computador; o mesmo penso relativamente à opção de usar o leitor electrónico para ter acesso à Wikipedia e a outros recursos da Internet.
Relativamente ao uso, se se pretende simplesmente ler, a sua utilização é perfeita e, pelo que sei, o mesmo se poderá dizer de outros e-readers. A velocidade de arrefecimento do ecrã poderia ser melhorada e também seria útil ter a opção da retro iluminação para ler com pouca luz, se bem que, tal como está a tecnologia neste momento, a bateria duraria horas, em vez de dias.
Além disso, para um leitor como eu, são úteis as vantagens de sublinhar textos e de tomar notas que, depois, podemos passar para o computador, assim como a de comprovar directamente as palavras no dicionário e de poder ouvir o livro. Mais outro aliciante, para quem viaja, é a possibilidade de prescindir de livros físicos e carregar os que interessem no disco externo: cabem uns duzentos livros, se usamos o formato do Kindle, e mais ainda se utilizamos outros.
Lacunas no catálogo
Assim como numa livraria podemos examinar e folhear o livro e ler umas páginas, também com o Kindle se pode ficar com uma primeira impressão do livro, tanto para ver a qualidade da leitura - pois não é igual em todos os casos - como para ver se o assunto interessa. Entre outras coisas, isso serve para podermos aceder, seguidamente, a um livro de que ouvimos falar e pensamos que nos poderia agradar. Examinar uma amostra não tem custo: a Amazon só cobra a ligação por GPRS quando se descarrega a obra inteira.
Por enquanto, muitos livros ainda não estão disponíveis na edição Kindle, se bem que às vezes haja possibilidade de o conseguir noutro formato e transformá-lo. Neste sentido, para dar um exemplo entre outros, surpreende-me não ter ainda encontrado o Catecismo da Igreja Católica na edição Kindle, nem em inglês nem noutras línguas. Eu diria que, para livros deste género, parece de toda a conveniência que haja uma presença rápida em todos os formatos electrónicos, sem necessidade de adaptações acrescentadas.
Um aparelho para tudo?
Discute-se acerca dos e-readers se, futuramente, será melhor um disco multifuncional ou um disco para cada função. Não creio que haja uma resposta concreta mas, pelo que conheço, penso que quem diz que gosta de um disco para ver filmes e escutar canções e também ler livros, fará fundamentalmente as duas primeiras coisas e mais raramente a terceira. Já nem falo se o disco permite ler revistas, aceder ao You Tube, ver o correio, entrar nas redes sociais, entreter-se com videojogos, etc. e farto-me de rir que se imagine um disco com todas estas possibilidades, como o recente iPad, a ser levado para a aula com os livros de texto carregados...Enfim, quem é leitor quer ler e sabe que a leitura leva tempo e necessita de calma, e essa parece ser a aposta do Kindle da Amazon, com base nas declarações dos seus directores, que encontram vantagem nas suas limitações.
Outra controvérsia frequente, própria de leitores veteranos, é a de ser difícil acostumarmo-nos a ler no ecrã relativamente à leitura tradicional em papel, apesar dos e-readers intentarem simular a tinta do livro. Aos que se acostumarem desde jovens a ler no ecrã, essa discussão será comparável a pensar se é melhor o papiro ou o pergaminho. Também é irrelevante divagarmos se é preferível ler em ecrã grande ou em ecrã pequeno, como o de uma PDA ou o do iPhone; depende dos costumes e da decisão de cada leitor, e também se prefere um tipo de letra grande e edição em capa dura ou se tanto lhe faz um tipo mais pequeno e capa mole.
Mais livros e mais acessíveis
Para a indústria, a expansão dos livros electrónicos provocará que as editoras decidam publicar primeiro livros em formato electrónico e só depois em papel, nos casos especiais. De uma maneira geral, isto parece positivo: todo o processo será mais barato, muitos livros valiosos que não têm grandes êxitos, poderão chegar melhor ao seu grupo concreto de leitores, os livros não desaparecerão das estantes, e uma grande quantidade de livros medíocres nunca chegará a ser impressa (o que suponho será também um alívio para as selvas do Amazonas). Neste sentido, vale a pena referir que, quando um livro se encontra disponível tanto no Kindle como noutras edições, a Amazon já vende em Kindle 48% do total.
As perspectivas são também de que tudo isto poderá clarificar parte das polémicas à volta dos direitos de autor: conforme as suas posições, editoras e autores poderão pôr os seus livros à disposição das pessoas conforme lhes apeteça, grátis ou ao preço que queiram, e poderão optar por uns formatos ou outros, os que não permitem cópia entre utilizadores, ou os de livre acesso a todos. Da nova situação e da concorrência entre grandes e pequenos editores e entre grandes e pequenos distribuidores, seguramente - assim o esperamos - sairá beneficiado o leitor: a redução de custos irá notar-se nos preços, e em muitos casos mudarão técnicas que também encareciam os livros ou jogavam muito com as expectativas do leitor como, por exemplo, a sequência típica de lançamento de muitos livros primeiro em capa dura e só depois em capa mole.
Discos simples como o Kindle vão permitir que aumente a circulação de livros e que para a maioria das pessoas seja mais fácil ler; haverá quem os use para ler nos transportes urbanos; outros, poderão conseguir livros que não encontram perto ou que procuram há mais tempo; e muitos poderão aceder assim com mais simplicidade e sem intermediários a livros gratuitos. Um artigo recente (The New York Times, 22-01-2010) falava de que Orgulho e Preconceito de Jane Austen é um dos livros mais lidos do Kindle.
Luis Daniel Gonzalez
Aceprensa
Provavelmente não haverá uma "revolução": os livros electrónicos não conseguirão pôr a ler aqueles que, por hábito, não o fazem. Para os bons leitores, pelo contrário, a literatura digital é uma bênção, porque lhes dá mais opções e maiores facilidades, com menor custo.
Quem é leitor, porá em causa se vai comprar ou não um e-reader e, em caso afirmativo, qual dos modelos que existem no mercado. Tudo depende do perfil de cada utilizador. Por isso, nos parágrafos seguintes, referir-me-ei àquilo que conheço em primeira mão: a minha condição de utilizador do Kindle e os motivos particulares que me levaram para o comprar.
Com a edição electrónica, livros valiosos que não são grandes êxitos, poderão chegar melhor ao seu grupo concreto de leitores; também assim não se perde o acesso a livros que, de outra forma, seria necessário retirar do mercado por se venderem pouco
Virtudes do Kindle
A vantagem do Kindle - o seu verdadeiro valor acrescentado, apesar das restrições de uso sobre os livros que o seu formato específico impõe - é a sua ligação directa com a Amazon. Para quem como eu adquire, todos os anos, alguns livros nessa livraria, tal facto traz consigo a comodidade de compra, a poupança em despesas de expedição e, nalguns casos, uma boa diferença de preço relativamente às edições em papel. Resumindo, é mais barato que outros modelos.
Também devo acrescentar que não o teria comprado, nem esse nem nenhum outro e-reader, se pensasse ler somente livros em castelhano, que já tenho à mão em bibliotecas ou em livrarias, e aqueles que me poderiam interessar e dos quais não existe ainda quantidade suficiente para figurar em formato electrónico (na realidade não existem quase nenhuns). Também não o teria comprado para ler jornais, pois não sinto nenhuma necessidade de estar imediatamente informado e, se assim fosse, seria suficiente o computador; o mesmo penso relativamente à opção de usar o leitor electrónico para ter acesso à Wikipedia e a outros recursos da Internet.
Relativamente ao uso, se se pretende simplesmente ler, a sua utilização é perfeita e, pelo que sei, o mesmo se poderá dizer de outros e-readers. A velocidade de arrefecimento do ecrã poderia ser melhorada e também seria útil ter a opção da retro iluminação para ler com pouca luz, se bem que, tal como está a tecnologia neste momento, a bateria duraria horas, em vez de dias.
Além disso, para um leitor como eu, são úteis as vantagens de sublinhar textos e de tomar notas que, depois, podemos passar para o computador, assim como a de comprovar directamente as palavras no dicionário e de poder ouvir o livro. Mais outro aliciante, para quem viaja, é a possibilidade de prescindir de livros físicos e carregar os que interessem no disco externo: cabem uns duzentos livros, se usamos o formato do Kindle, e mais ainda se utilizamos outros.
Lacunas no catálogo
Assim como numa livraria podemos examinar e folhear o livro e ler umas páginas, também com o Kindle se pode ficar com uma primeira impressão do livro, tanto para ver a qualidade da leitura - pois não é igual em todos os casos - como para ver se o assunto interessa. Entre outras coisas, isso serve para podermos aceder, seguidamente, a um livro de que ouvimos falar e pensamos que nos poderia agradar. Examinar uma amostra não tem custo: a Amazon só cobra a ligação por GPRS quando se descarrega a obra inteira.
Por enquanto, muitos livros ainda não estão disponíveis na edição Kindle, se bem que às vezes haja possibilidade de o conseguir noutro formato e transformá-lo. Neste sentido, para dar um exemplo entre outros, surpreende-me não ter ainda encontrado o Catecismo da Igreja Católica na edição Kindle, nem em inglês nem noutras línguas. Eu diria que, para livros deste género, parece de toda a conveniência que haja uma presença rápida em todos os formatos electrónicos, sem necessidade de adaptações acrescentadas.
Um aparelho para tudo?
Discute-se acerca dos e-readers se, futuramente, será melhor um disco multifuncional ou um disco para cada função. Não creio que haja uma resposta concreta mas, pelo que conheço, penso que quem diz que gosta de um disco para ver filmes e escutar canções e também ler livros, fará fundamentalmente as duas primeiras coisas e mais raramente a terceira. Já nem falo se o disco permite ler revistas, aceder ao You Tube, ver o correio, entrar nas redes sociais, entreter-se com videojogos, etc. e farto-me de rir que se imagine um disco com todas estas possibilidades, como o recente iPad, a ser levado para a aula com os livros de texto carregados...Enfim, quem é leitor quer ler e sabe que a leitura leva tempo e necessita de calma, e essa parece ser a aposta do Kindle da Amazon, com base nas declarações dos seus directores, que encontram vantagem nas suas limitações.
Outra controvérsia frequente, própria de leitores veteranos, é a de ser difícil acostumarmo-nos a ler no ecrã relativamente à leitura tradicional em papel, apesar dos e-readers intentarem simular a tinta do livro. Aos que se acostumarem desde jovens a ler no ecrã, essa discussão será comparável a pensar se é melhor o papiro ou o pergaminho. Também é irrelevante divagarmos se é preferível ler em ecrã grande ou em ecrã pequeno, como o de uma PDA ou o do iPhone; depende dos costumes e da decisão de cada leitor, e também se prefere um tipo de letra grande e edição em capa dura ou se tanto lhe faz um tipo mais pequeno e capa mole.
Mais livros e mais acessíveis
Para a indústria, a expansão dos livros electrónicos provocará que as editoras decidam publicar primeiro livros em formato electrónico e só depois em papel, nos casos especiais. De uma maneira geral, isto parece positivo: todo o processo será mais barato, muitos livros valiosos que não têm grandes êxitos, poderão chegar melhor ao seu grupo concreto de leitores, os livros não desaparecerão das estantes, e uma grande quantidade de livros medíocres nunca chegará a ser impressa (o que suponho será também um alívio para as selvas do Amazonas). Neste sentido, vale a pena referir que, quando um livro se encontra disponível tanto no Kindle como noutras edições, a Amazon já vende em Kindle 48% do total.
As perspectivas são também de que tudo isto poderá clarificar parte das polémicas à volta dos direitos de autor: conforme as suas posições, editoras e autores poderão pôr os seus livros à disposição das pessoas conforme lhes apeteça, grátis ou ao preço que queiram, e poderão optar por uns formatos ou outros, os que não permitem cópia entre utilizadores, ou os de livre acesso a todos. Da nova situação e da concorrência entre grandes e pequenos editores e entre grandes e pequenos distribuidores, seguramente - assim o esperamos - sairá beneficiado o leitor: a redução de custos irá notar-se nos preços, e em muitos casos mudarão técnicas que também encareciam os livros ou jogavam muito com as expectativas do leitor como, por exemplo, a sequência típica de lançamento de muitos livros primeiro em capa dura e só depois em capa mole.
Discos simples como o Kindle vão permitir que aumente a circulação de livros e que para a maioria das pessoas seja mais fácil ler; haverá quem os use para ler nos transportes urbanos; outros, poderão conseguir livros que não encontram perto ou que procuram há mais tempo; e muitos poderão aceder assim com mais simplicidade e sem intermediários a livros gratuitos. Um artigo recente (The New York Times, 22-01-2010) falava de que Orgulho e Preconceito de Jane Austen é um dos livros mais lidos do Kindle.
Luis Daniel Gonzalez
Aceprensa
Tema para reflexão
Ressurreição 4
CCIC: 128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo um acontecimento transcendente?
CIC: 647; 656-657
Embora seja um acontecimento histórico, constatável e atestado através dos sinais e testemunhos, a Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus, transcende e supera a história, como mistério da fé. Por este motivo, Cristo ressuscitado não se manifestou ao mundo mas aos seus discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do povo.
Agradecimento: António Mexia Alves
CCIC: 128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo um acontecimento transcendente?
CIC: 647; 656-657
Embora seja um acontecimento histórico, constatável e atestado através dos sinais e testemunhos, a Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus, transcende e supera a história, como mistério da fé. Por este motivo, Cristo ressuscitado não se manifestou ao mundo mas aos seus discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do povo.
Agradecimento: António Mexia Alves
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Cardeal John Henry Newman (1801-1892), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
PPS 6, 10
«Não nos ardia o coração?»
Irmãos, compreendamos o que foram as aparições de Cristo aos Seus discípulos depois da ressurreição; elas são da maior importância, porque nos fazem ver que continua a ser possível uma comunhão deste género com Cristo: é este o género de contacto com Cristo que hoje nos é dado. Neste período de quarenta dias que se seguiu à ressurreição, Jesus inaugurou uma nova relação com a Igreja, a Sua actual relação connosco, o género de presença que quis garantir-nos.
Após a Sua ressurreição, como estava Cristo presente na Sua Igreja? Ia e vinha livremente, sem nada que se Lhe opusesse, nem sequer as portas fechadas. Mas, quando Ele estava presente, os discípulos não se apercebiam imediatamente disso. [...] Os discípulos de Emaús só tiveram consciência da Sua presença quando, de repente, compreenderam a influência que Ele tinha exercido sobre eles: «Não nos ardia o coração?» [...]
Reparemos bem em que momento se lhes abriram os olhos [...]: no momento da fracção do pão. É essa, com efeito, a actual disposição do Evangelho. Quando se recebe a graça de compreender a presença de Cristo, só se O reconhece mais tarde; actualmente, só pela fé se discerne a Sua presença. Em lugar da presença sensível, Ele deixou-nos o memorial da Sua redenção: torna-Se presente no sacramento. Quando foi que Ele Se manifestou? Quando, por assim dizer, fez com que os Seus passassem de uma visão sem verdadeiro conhecimento a um autêntico conhecimento na invisibilidade da fé.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
PPS 6, 10
«Não nos ardia o coração?»
Irmãos, compreendamos o que foram as aparições de Cristo aos Seus discípulos depois da ressurreição; elas são da maior importância, porque nos fazem ver que continua a ser possível uma comunhão deste género com Cristo: é este o género de contacto com Cristo que hoje nos é dado. Neste período de quarenta dias que se seguiu à ressurreição, Jesus inaugurou uma nova relação com a Igreja, a Sua actual relação connosco, o género de presença que quis garantir-nos.
Após a Sua ressurreição, como estava Cristo presente na Sua Igreja? Ia e vinha livremente, sem nada que se Lhe opusesse, nem sequer as portas fechadas. Mas, quando Ele estava presente, os discípulos não se apercebiam imediatamente disso. [...] Os discípulos de Emaús só tiveram consciência da Sua presença quando, de repente, compreenderam a influência que Ele tinha exercido sobre eles: «Não nos ardia o coração?» [...]
Reparemos bem em que momento se lhes abriram os olhos [...]: no momento da fracção do pão. É essa, com efeito, a actual disposição do Evangelho. Quando se recebe a graça de compreender a presença de Cristo, só se O reconhece mais tarde; actualmente, só pela fé se discerne a Sua presença. Em lugar da presença sensível, Ele deixou-nos o memorial da Sua redenção: torna-Se presente no sacramento. Quando foi que Ele Se manifestou? Quando, por assim dizer, fez com que os Seus passassem de uma visão sem verdadeiro conhecimento a um autêntico conhecimento na invisibilidade da fé.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 7 de Abril de 2010
São Lucas 24,13-35
13 No mesmo dia, caminhavam dois deles para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.14 Iam falando sobre tudo o que se tinha passado.15 Sucedeu que, quando eles iam conversando e discorrendo entre si, aproximou-Se deles o próprio Jesus e caminhou com eles.16 Os seus olhos, porém, estavam como que fechados, de modo que não O reconheceram.17 Ele disse-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Eles pararam cheios de tristeza.18 Um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Serás tu o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que ali se passou nestes dias?».19 Ele disse-lhes: «Que foi?». Responderam: «Sobre Jesus Nazareno, que foi um profeta, poderoso em obras e em palavras diante de Deus e de todo o povo;20 e de que maneira os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte, e O crucificaram.21 Ora nós esperávamos que Ele fosse o que havia de libertar Israel; depois de tudo isto, é já hoje o terceiro dia, depois que estas coisas sucederam.22 É verdade que algumas mulheres, das que estavam entre nós, nos sobressaltaram porque, ao amanhecer, foram ao sepulcro23 e, não tendo encontrado o Seu corpo, voltaram dizendo que tinham tido a aparição de anjos que disseram que Ele está vivo.24 Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam que era assim como as mulheres tinham dito; mas a Ele não O encontraram».25 Então Jesus disse-lhes: «Ó estultos e lentos do coração para crer tudo o que anunciaram os profetas!26 Porventura não era necessário que o Cristo sofresse tais coisas, para entrar na Sua glória?».27 Em seguida, começando por Moisés e discorrendo por todos os profetas, explicava-lhes o que d'Ele se encontrava dito em todas as Escrituras.28 Aproximaram-se da aldeia para onde caminhavam. Jesus fez menção de ir para mais longe.29 Mas os outros insistiram com Ele, dizendo: «Fica connosco, porque faz-se tarde e o dia já declina». Entrou para ficar com eles.30 Estando com eles à mesa, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o, e lho deu.31 Abriram-se os seus olhos e reconheceram-n'O; mas Ele desapareceu da vista deles.32 Disseram então um para o outro: «Não é verdade que nós sentíamos abrasar-se-nos o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?».33 Levantando-se no mesmo instante, voltaram para Jerusalém. Encontraram juntos os onze e os que estavam com eles,34 que diziam: «Na verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».35 E eles contaram também o que lhes tinha acontecido no caminho, e como O tinham reconhecido ao partir o pão.
13 No mesmo dia, caminhavam dois deles para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.14 Iam falando sobre tudo o que se tinha passado.15 Sucedeu que, quando eles iam conversando e discorrendo entre si, aproximou-Se deles o próprio Jesus e caminhou com eles.16 Os seus olhos, porém, estavam como que fechados, de modo que não O reconheceram.17 Ele disse-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Eles pararam cheios de tristeza.18 Um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Serás tu o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que ali se passou nestes dias?».19 Ele disse-lhes: «Que foi?». Responderam: «Sobre Jesus Nazareno, que foi um profeta, poderoso em obras e em palavras diante de Deus e de todo o povo;20 e de que maneira os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte, e O crucificaram.21 Ora nós esperávamos que Ele fosse o que havia de libertar Israel; depois de tudo isto, é já hoje o terceiro dia, depois que estas coisas sucederam.22 É verdade que algumas mulheres, das que estavam entre nós, nos sobressaltaram porque, ao amanhecer, foram ao sepulcro23 e, não tendo encontrado o Seu corpo, voltaram dizendo que tinham tido a aparição de anjos que disseram que Ele está vivo.24 Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam que era assim como as mulheres tinham dito; mas a Ele não O encontraram».25 Então Jesus disse-lhes: «Ó estultos e lentos do coração para crer tudo o que anunciaram os profetas!26 Porventura não era necessário que o Cristo sofresse tais coisas, para entrar na Sua glória?».27 Em seguida, começando por Moisés e discorrendo por todos os profetas, explicava-lhes o que d'Ele se encontrava dito em todas as Escrituras.28 Aproximaram-se da aldeia para onde caminhavam. Jesus fez menção de ir para mais longe.29 Mas os outros insistiram com Ele, dizendo: «Fica connosco, porque faz-se tarde e o dia já declina». Entrou para ficar com eles.30 Estando com eles à mesa, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o, e lho deu.31 Abriram-se os seus olhos e reconheceram-n'O; mas Ele desapareceu da vista deles.32 Disseram então um para o outro: «Não é verdade que nós sentíamos abrasar-se-nos o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?».33 Levantando-se no mesmo instante, voltaram para Jerusalém. Encontraram juntos os onze e os que estavam com eles,34 que diziam: «Na verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».35 E eles contaram também o que lhes tinha acontecido no caminho, e como O tinham reconhecido ao partir o pão.
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