Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Alimente esta ideia!

A CAPA... (a propósito do Evangelho de hoje ‘Mc 10, 46-52’)


Detenhamo-nos num pormenor desta Palavra, desta descrição do milagre da recuperação da vista, para quem andava nas trevas.

Porquê os pormenores?

Se acreditamos que a Palavra escrita é inspirada no e pelo espírito Santo, então os pormenores têm de ter algum significado e esse significado será conforme o mesmo Espírito nos leva a discernir em cada momento.

«E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus»
O cego Bartimeu, atirou fora a capa…

Quantas vezes a capa que “usamos” nas nossas vidas, não nos deixa ver o caminho, não nos deixa ver a verdade, não nos deixa viver o amor.

É a capa do orgulho, a capa do respeito humano, a capa do dinheiro, a capa do prazer, a capa do egoísmo, a capa da auto-suficiência, a capa do sofrimento, a capa da comiseração, a capa do queixume, a capa da critica, a capa da má-lingua, a capa das “minhas certezas”, a capa da “minha fé”…

Cada um pode escolher, ou melhor, descobrir a sua capa, ou capas…
E por isso muitas vezes não “vemos”, não temos luz para o caminho das nossas vidas.

Vemos tudo com os olhos do corpo, mas os “olhos” do nosso coração estão fechados, estão cegos, não vêem a luz da paz, da alegria, da vida nova com e em Cristo.

Por vezes tiramos a capa, mas não a atiramos fora, guardamo-la e tornamos a usá-la…

O cego Bartimeu «atirou fora a capa», não quis mais saber dela, só lhe interessava Jesus Cristo que lhe podia fazer recuperar a vista, a vista que lhe trazia uma vida nova…

Nada mais lhe interessava! Ele queria aquela vida nova, porque sabia no seu intimo que era uma vida abundante, em que podia “ver”…

E a fé de Bartimeu?!

Ele não se levantou e caminhou!

Não, ele «deu um salto», como quem mergulha em algo que não sabe o que é, mas tem a certeza de que é bom, a certeza de quem confia, de quem espera, a certeza de quem tem Fé…

Ah, Senhor dá-nos a força para também atirarmos fora as nossas capas, para bem longe de nós.

Melhor Senhor, toma Tu conta delas, para que não caiamos na tentação de as querermos reaver…

Ah Senhor, dá-nos a coragem para darmos o salto para Ti, de olhos fechados, sem medo do “que lá vem”, mas na certeza da Fé de que Tu nos abrirás os olhos e nos darás a luz para caminharmos no Teu amor.

Monte Real, 1 de Outubro de 2007

Joaquim Mexia Alves

Brevíssimo comentário ao Evangelho de hoje...

Não nos cansemos nunca cheios de fé de chamar o Senhor como Bartimeu de que nos fala o Evangelho de hoje (Mc 10, 46-52), pois ele está sempre atento e disposto a ouvir-nos e ajudar-nos.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor que nos consola e guia!

«Ele gritava cada vez mais»

São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja 
Homilias sobre o Evangelho n°2; PL 76, 1081 (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p.141 rev.)

Que todo o homem que conhece as trevas que fazem dele um cego [...] grite a plenos pulmões: «Jesus filho de David, tem misericórdia de mim!». Mas ouçamos também o que se segue aos gritos do cego: «Aqueles que caminhavam à frente repreendiam-no para o fazer calar» (Lc 18, 39). Quem são eles? Eles estão ali para representar os desejos da nossa condição neste mundo, promotores de confusão, os vícios do homem e o seu tumulto, que, querendo impedir a vinda de Jesus a nós, perturbam o nosso pensamento semeando nele a tentação, e querem abafar a voz do nosso coração que ora. Com efeito, acontece frequentemente que a nossa vontade de nos virarmos de novo para Deus [...], o nosso esforço para afastar os nossos pecados através da oração, é contrariado pela sua imagem; a vigilância do nosso espírito afrouxa ao seu contacto, eles semeiam a confusão no nosso coração, sufocam o grito das nossas preces. [...]

Que fez então este cego para receber a luz maugrado estes obstáculos? «Ele gritava cada vez mais: 'Filho de David, tem misericórdia de mim!'». [...] Sim, quanto mais o tumulto dos nossos desejos nos acabrunhar, mais insistente deve ser a nossa prece. [...] Quanto mais abafada for a voz do nosso coração, mais vigorosamente ela deve insistir até se sobrepor ao tumulto dos pensamentos invasores e tocar o ouvido fiel do Senhor. Creio que todos nos reconheceremos nesta imagem: no momento em que nos esforçamos por desviar o nosso coração deste mundo para o reencaminhar para Deus [...], são muitos os importunos que pesam sobre nós e que temos de combater. É um enxame que o desejo de Deus tem dificuldade em afastar dos olhos do nosso coração. [...] Mas, persistindo vigorosamente na oração, deteremos no espírito Jesus que passa. Donde a narração do Evangelho: «Jesus parou e ordenou que o levassem até Ele» (v. 40).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de maio de 2015

Chegaram a Jericó. Ao sair Jesus de Jericó, com os Seus discípulos e grande multidão, Bartimeu, mendigo cego, filho de Timeu, estava sentado junto ao caminho. Quando ouviu dizer que era Jesus Nazareno, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim!». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele cada vez gritava mais forte: «Filho de David, tem piedade de mim!». Jesus, parando, disse: «Chamai-o». Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Tem confiança, levanta-te, Ele chama-te». Ele, lançando fora a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Tomando Jesus a palavra, disse-lhe: «Que queres que te faça?». O cego respondeu: «Rabboni, que eu veja!». Então Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou». No mesmo instante recuperou a vista, e seguia-O no caminho.

Mc 10, 46-52