Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Audiência geral (resumo)

Locutor:
Jesus derrama a sua misericórdia sobre todas as pessoas que encontra: chama-as, reúne-as, cura-as e ilumina-as, criando um povo novo que celebra as maravilhas do seu amor misericordioso. Temos um exemplo disto na cura do cego de Jericó. Este estava lá na beira da estrada a pedir esmola, ouve o rumor da multidão que passa e pergunta a quem segue. Alguém responde: «Passa Jesus de Nazaré». E o cego começa a gritar: «Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!» Então, incomodadas com os seus gritos, as pessoas querem obrigá-lo a calar. Não têm compaixão; a indiferença torna-as cegas e surdas, impede-as de verem um irmão. Tinham-lhe anunciado uma boa nova – «Passa Jesus de Nazaré» –, mas não queriam envolver-se nem ocupar-se do cego. Diversamente, Jesus parou e mandou que lho trouxessem; e assim obriga a tomar consciência de que o anúncio da boa nova implica trazer para o centro da cena quem está marginalizado. A passagem do Senhor é um encontro de misericórdia que congrega a todos ao redor d’Ele para nos possibilitar reconhecer quem precisa de ajuda e consolação. «Que queres que te faça?» - perguntou ao cego Jesus, tornando-Se seu servo humilde pronto a fazer o que ele quisesse. Pede para ver de novo e o seu desejo foi atendido: recobrou a vista e pôs-se a seguir Jesus, enquanto toda a multidão glorificava a Deus. Aqui tem lugar um segundo milagre: o sucedido ao cego fez com que também a multidão ficasse a ver; a mesma luz ilumina a todos, irmanando-os na oração de louvor.

Santo Padre:
Carissimi pellegrini di lingua portoghese, vi saluto cordialmente tutti, con una menzione speciale per il gruppo della diocesi di Limeira, augurandovi in quest’Anno Giubilare la grazia di far esperienza della potenza del Vangelo della misericordia che trasforma, che fa entrare nel cuore di Dio, che ci rende capaci di perdonare e guardare il mondo con più bontà. Così Dio benedica voi e le vostre famiglie.

Locutor:
Queridos peregrinos de língua portuguesa, de coração vos saúdo a todos, nomeadamente ao grupo da diocese de Limeira, desejando-vos neste Ano Jubilar a graça de experimentar a força do Evangelho da misericórdia que transforma, que faz entrar no coração de Deus, que nos torna capazes de perdoar e olhar o mundo com mais bondade. Assim Deus vos abençoe a vós e às vossas famílias.

A premência da oração pela família

O Papa Francisco não se cansa de pedir uma oração cheia de amor pela família e pela vida. Uma oração que saiba alegrar-se com quem se alegra e sofrer com quem sofre (…). Desta forma, apoiada e animada pela graça de Deus, a Igreja poderá comprometer-se e estar ainda mais unida, no testemunho da verdade do amor de Deus e da Sua misericórdia pelas famílias do mundo, sem excluir nenhuma, tanto dentro como fora do redil [1].

A intercessão de Maria é decisiva. Recorramos a Ela com muita confiança, na preparação da festa de 16 de julho. A memória litúrgica de Nossa Senhora do Carmo renova o convite a redobrar as nossas petições ao Céu. Por esta invocação, a Igreja anima-nos a recorrer Àquela que, com o seu auxílio e os seus cuidados maternos, nos torna dignos de chegar ao monte santo que é Cristo [2].

[1]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 25-III-2015.
[2]. Missal Romano, Memória de Nossa Senhora do Carmo, Oração Coleta.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de julho de 2015)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

O livre arbítrio e a graça de Deus

«(…) para evitar os pecados, são necessárias duas coisas: o livre arbítrio e a graça de Deus. Porque se não fosse necessário o livre arbítrio, nunca se daria o homem preceitos, nem proibições, nem exortações. Em vão também se dariam castigos. Também é necessária a graça, porque o homem não poderia manter-se, se Deus não dirigisse todos pela Sua graça (…)»

(São Tomás de Aquino - Comentário sobre 2 Cor, ad loc.)

«As faculdades do homem tornam-no capaz de conhecer a existência de um Deus pessoal. Mas, para que o homem possa entrar na sua intimidade, Deus quis revelar-Se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber com fé esta revelação. Todavia, as provas da existência de Deus podem dispor para a fé e ajudar a perceber que a fé não se opõe à razão humana».

(Catecismo da Igreja Católica § 35)

Escândalos

Eminência [...]: devo dizer-lhe, honestamente, que os últimos dias foram como uma prova de fé para mim e para alguns dos meus colegas [refere-se à campanha contra a Igreja por causa dos padres pedófilos nos Estados Unidos]. Como enfrentar a tentação da desesperança que às vezes experimentamos [...]?

Penso que temos de nos lembrar de Nosso Senhor, que nos disse: "No campo da Igreja não haverá só trigo, mas também palha; dos mares do mundo, tirareis não somente peixes, mas também coisas inaceitáveis". Portanto, o Senhor anuncia-nos uma Igreja em que existirão escândalos e pecadores. Devemos lembrar-nos de que São Pedro, o primeiro dos Apóstolos, foi um grande pecador, e apesar disso o Senhor quis que esse Pedro pecador fosse a rocha da Igreja. Com isso, indicou-nos que não esperássemos que todos os Papas fossem grandes santos: temos de aceitar que alguns deles sejam pecadores.

[Cristo] anuncia-nos que no campo da Igreja haverá muita palha. A situação actual não nos surpreende se considerarmos a História da Igreja. Houve épocas que foram pelo menos tão complicadas como a nossa, com escândalos, coisas ruins, etc. Basta pensar no século IX, no X, no Renascimento... Contemplando, pois, as palavras do Senhor aplicadas à História da Igreja, poderemos relativizar os escândalos de hoje.

Sofremos. Temos que sofrer porque os escândalos fazem sofrer muita gente, e agora penso nas vítimas. Certamente, temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar que essas coisas aconteçam no futuro, mas, por outro lado, sabemos que o Senhor - e esta é a essência da Igreja - se sentava à mesa com pecadores. Esta é a própria definição da Igreja: que o Senhor se senta à mesa com pecadores. Portanto, não podemos surpreender-nos [de que haja pecados]. Não podemos cair na desesperança.

Pelo contrário, o Senhor disse-nos: "Não estou aqui só para os justos, mas sim para os pecadores". Temos que estar certos de que o Senhor, verdadeiramente, e também hoje em dia, procura os pecadores para os salvar.

Durante os dois últimos anos, muitos diagnosticaram uma crise de abusos sexuais que estariam infestando a Igreja nos Estados Unidos. [...] O senhor, eu sei, acompanhou bastante essa crise, tratando de fechar as feridas. A minha pergunta é: quais pensa que sejam as raízes dessa crise?

Distinguiria talvez dois elementos: um geral e outro específico. O elemento geral é, como já disse, a fraqueza dos seres humanos, incluídos os sacerdotes. As tentações existem também para os padres, e isso sempre será assim. Temos de aceitá-lo e entender que [...] estas coisas podem acontecer.

O segundo ponto é mais específico. Por que é mais comum nestes tempos do que no passado? Penso que um ponto essencial é a debilidade da fé. Somente se eu me encontrar a sós com o Senhor, se o Senhor estiver presente para mim - não a ideia, mas a Pessoa com quem vivo uma profunda amizade -, se eu o conhecer pessoalmente e estiver todos os dias em contacto com o seu amor, somente então é que a fé se converterá numa realidade para mim. Se for assim, ela passará a ser o chão da minha vida, a mais firme realidade, e não uma simples possibilidade. Se for assim, se eu estiver realmente convicto e em contacto com o amor do Senhor, então Ele me ajudará a vencer as tentações, por mais que pareçam impossíveis de vencer. Se não atualizamos a nossa fé todos os dias, se ela se enfraquece e se converte em algo que não é fundamental na vida, então começam todos esses problemas.

É por todas estas razões que a debilidade da fé e a pouca presença da fé na Igreja são o ponto essencial [das crises]. Parece-me que é um problema que vimos arrastando há quarenta ou cinquenta anos: a noção de que temos de ter ideias comuns com todo o mundo e de que a fé é um assunto muito pessoal, juntamente com a falta de consciência de que é um dom de Deus. A primeira coisa a fazer, neste caso, é voltar a aprender, é reconvertermo-nos a uma fé profunda e educarmo-nos na fé.

Penso também que, nos últimos quarenta ou cinquenta anos, o ensino moral na Igreja não esteve muito claro. Tivemos tantos mestres que ensinavam falsidades e diziam:
"Não, isso não é pecado. Isso é comum e, como todos o fazem, está permitido"! Por causa dessas ideias, não tivemos uns ensinamentos morais claros. Acredito que há duas coisas essenciais nesta matéria: a conversão a uma fé profunda, a vida sacramental e de oração, por um lado; e, por outro, um ensino moral e a convicção de que a Igreja tem o Espírito Santo do seu lado.

O que diria aos fiéis nos Estados Unidos que se encontram tão abatidos nestes momentos que não sabem para quem olhar?

Bem, em primeiro lugar o que têm de fazer é olhar para o Senhor. Ele está sempre presente e sempre perto de nós. E olhem também para os santos de todos os tempos. Os humildes, os fiéis estão aí, talvez de maneira não tão evidente porque não aparecem na televisão; mas estão presentes, e é nisso que a Igreja confia: confia em que todos os fiéis encontrarão esse tipo de pessoas. Assim verão que, com todos os problemas de hoje, a Igreja não desapareceu, continua adiante, especialmente graças a pessoas que não são muito visíveis. Penso, por conseguinte, que o essencial é encontrar o Senhor, ver os santos de todos os tempos e encontrar também os que não estão canonizados, as pessoas singelas que estão no coração da Igreja.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘La crisis de la Iglesia: una fe débil’)

O Evangelho do dia 15 de junho de 2016

«Guardai-vos de fazer as boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles. De contrário não tereis direito à recompensa do vosso Pai que está nos céus. «Quando, pois, dás esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas, quando dás esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo, e teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te pagará. «Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, ora a teu Pai; e teu Pai, que vê o que se passa em segredo, te dará a recompensa.  «Quando jejuais, não vos mostreis tristes como os hipócritas que desfiguram o rosto para mostrar aos homens que jejuam. Na verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto, a fim de que não pareça aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está presente no oculto, e teu Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa.

Mt 6, 1-6.16-18