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segunda-feira, 8 de abril de 2019
Senhor, se quiseres podes curar-me
Como poderemos dirigir-nos a Ele, como falar-Lhe, como comportar-nos?
A vida cristã não está feita de normas rígidas, porque o Espírito Santo não dirige as almas massivamente, mas infundindo em cada uma delas propósitos, inspirações e afectos que ajudarão a captar e a cumprir a vontade do Pai. Penso, no entanto, que em muitas ocasiões o nervo do nosso diálogo com Cristo, na acção de graças depois da Santa Missa, pode ser a consideração de que o Senhor é para nós, Rei, Médico, Mestre e Amigo.. (...)
É Médico e cura o nosso egoísmo, se deixarmos que a sua graça penetre até ao fundo da nossa alma. Jesus disse-nos que a pior doença é a hipocrisia, o orgulho que nos faz dissimular os nossos pecados. Com o Médico, é imprescindível, pela nossa parte, uma sinceridade absoluta, explicar-lhe toda a verdade e dizer: Domine, si vis, potes me mundare, Senhor, se quiseres – e Tu queres sempre – podes curar-me. Tu conheces as minhas fraquezas, tenho estes sintomas e estas debilidades. Mostramos-lhe também com toda a simplicidade as chagas e o pus, no caso de haver pus. Senhor, Tu, que curaste tantas almas, faz com que, ao ter-Te no meu peito ou ao contemplar-Te no Sacrário, Te reconheça como Médico divino. (Cristo que passa, 92–93)
São Josemaría Escrivá
Viver de esperança
Uma pergunta fundamental que não podemos deixar de nos fazer quando chegamos à encantadora idade da juventude: «Que faz com que a minha vida seja valiosa e valha a pena vivê-la, apesar de todas as dificuldades?».
No momento actual, parece que a “resposta do ambiente” é mais ou menos a seguinte: «O que faz com que a tua vida seja valiosa é a opinião que os outros têm de ti e o êxito que consegues alcançar com as tuas forças».
Esta resposta é falsa, superficial e muitíssimo perigosa. Pode ter consequências nefastas na vida de um jovem.
A experiência do fracasso e a consciência da própria incapacidade (relacionada muitas vezes com a grande competitividade no mundo actual) levam muitos jovens à tristeza, ao desânimo e à desesperança.
Fenómenos que até há uns anos atrás conseguiam resolver-se sem demasiados dramatismos (aprendia-se que o fracasso faz parte da vida, que somos limitados e que necessitamos dos outros) hoje são causa de uma tristeza de fundo.
Como curar essa falta de esperança que experimentam muito jovens?
Não existem respostas fáceis. No entanto, convém recordar aos jovens que só podemos pôr duas pessoas em primeiro lugar na nossa vida: ou pomos Deus ou pomo-nos a nós mesmos. Não cabe mais ninguém.
Por isso, só centrando a vida em Deus e, por Ele, nos outros, conseguimos crescer na virtude da esperança, porque percebemos o sentido da nossa vida.
Nos tempos modernos, a esperança cristã recebeu um nome novo: agora chama-se “fé no progresso”. No entanto, como a história não se cansa de nos recordar, não é possível tornar felizes os jovens somente criando condições económicas favoráveis.
Para viver de esperança e superar as dificuldades, o jovem necessita de um sentido para a sua vida. Senão, mais cedo ou mais tarde, diante dos inevitáveis fracassos, a sua aparente felicidade acaba por desmoronar.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Exigência de “conversão”
«Disse isto, e, perturbado pelo parto para uma nova vida, voltou de novo os olhos para aquelas páginas: e lia, e transformava-se interiormente, onde Tu o vias, e a sua alma despojava-se do mundo, como logo em seguida foi manifesto. Pois, enquanto lia e revolvia os turbilhões do seu coração, de vez em quando gemia, e viu claramente o que era melhor e optou por isso, e, já Teu, disse ao amigo: “Eu já rompi com aquela nossa esperança, e decidi servir a Deus, e começo desde já nesse lugar”. (…)»
(Confissões, Livro VIII, VI, 15 - Santo Agostinho)
«As Bem-Aventuranças opõem-se – é verdade – ao nosso gosto espontâneo pela vida, à nossa fome e sede de vida; exigem “conversão”, inversão de marcha interior relativamente à direção que tomaríamos espontaneamente. Mas esta conversão traz à luz o que é puro, o que é mais elevado; a nossa existência ordena-se retamente».
(“Jesus de Nazaré” - Joseph Ratzinger / Bento XVI)
Evangelho do dia 8 de abril de 2019
Outra vez lhes falou Jesus, dizendo: «Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida». Os fariseus disseram-Lhe: «Tu dás testemunho de Ti mesmo; o Teu testemunho, por isso, não é verdadeiro». Jesus respondeu: «Embora Eu dê testemunho de Mim mesmo, o Meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde vou, mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne, Eu não julgo a ninguém; e, se julgo alguém, o Meu juízo é verdadeiro, porque Eu não estou só, mas comigo está o Pai que Me enviou. Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é digno de fé. Sou Eu que dou testemunho de Mim mesmo e Meu Pai que Me enviou também dá testemunho de Mim». Disseram-Lhe, pois: «Onde está Teu Pai?». Jesus respondeu: «Não conheceis nem a Mim nem a Meu Pai; se Me conhecêsseis a Mim, certamente conheceríeis também Meu Pai». Estas palavras disse-as Jesus nas dependências do Tesouro, ensinando no templo; e ninguém O prendeu, porque ainda não tinha chegado a Sua hora.
Jo 8, 12-20
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