Na manhã deste sábado Bento XVI recebeu no Vaticano os participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos que nestes dias debateram o tema “A vinte anos da Christifideles laici: memoria, desenvolvimento, novos desafios e tarefas”.
No seu discurso o Papa recordou que a Exortação Apostólica Christifideles laici, definida a magna carta da laicidade católica no nosso tempo, é fruto maduro das reflexões e das trocas de experiências e de propostas da VII assembleia-geral ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em Outubro de 1987 sobre o tema “vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo.
Falar de laicidade católica – disse Bento XVI significa referir-se a inumeráveis pessoas baptizadas, empenhadas em múltiplas e variegadas situações para crescer como discípulos e testemunhas do Senhor e redescobrir e experimentar a beleza da verdade e a alegria de ser cristãos.
A actual condição cultural e social torna ainda mais urgente esta acção apostólica para partilhar a mãos cheias o tesouro de graça e de santidade, de caridade, doutrina, cultura e obras, de que é composto o fluxo da tradição católica.As novas gerações são não só as destinatárias preferenciais desta transmissão e partilha, mas também sujeitos que esperam no próprio coração propostas de verdade e de felicidade para poder dar testemunho cristão, como já acontece de maneira admirável…como fui testemunha em Sydney, durante a recente jornada mundial da Juventude.
No seu discurso o Santo Padre falou depois da dignidade e participação das mulheres na vida da Igreja e da sociedade salientando que “o homem e a mulher, iguais em dignidade, são chamados a enriquecer-se reciprocamente em comunhão e colaboração, não só no matrimónio e na família, mas também na sociedade em todas as dimensões”.Às mulheres cristãs pedem-se consciência e coragem para enfrentar tarefas exigentes, para as quais contudo não lhes falta o apoio de uma acentuada propensão á santidade, de uma especial agudez no discernimento das correntes culturais do nosso tempo e da particular paixão nos cuidados do ser humano que as caracteriza. Nunca se dirá o suficiente acerca de quanto a Igreja reconhece, aprecia e valoriza a participação das mulheres na sua missão de serviço á difusão do Evangelho.
Finalmente Bento XVI falou da índole secular, característica dos fiéis leigos.
O mundo na trama da vida familiar, do trabalho, social, é lugar teológico, âmbito e meio de realização da sua vocação e missão. Cada ambiente, circunstancia e actividade onde se espera possa resplandecer a unidade entre a fé e a vida está confiado á responsabilidade dos fiéis leigos, movidos pelo desejo de comunicar o dom do encontro com Cristo e a certeza da dignidade da pessoa humana. A eles compete o testemunho da caridade especialmente em relação aos mais pobres, sofredores e necessitados, e assumir qualquer empenho cristão tendente a construir condições de uma cada vez maior justiça e paz na convivência humana, de maneira a abrir novas fronteiras ao Evangelho.
O Santo Padre concluiu reafirmando a necessidade e urgência da formação evangélica e do acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos empenhados na política, que sejam coerentes com a fé professada, que tenham rigor moral, capacidade de juízo cultural, competência profissional e paixão de serviço pelo bem comum.
(Fonte: site Radio Vaticana com ligeiríssimas adaptações de JPR)